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TERCEIRO 1º de dezembro de 2008, nº 18, ano I Depois de perder o comando da elite do samba, em Para se ter uma idéia, a entidade que já foi até a década
de Mas mesmo nessa incômoda posição, a AESCRJ não perdeu de
todo a majestade. Afinal de contas, depende somente dela a inovação no carnaval
carioca, já que continua sendo a única entidade responsável pela filiação de
novas escolas e a suspensão de escolas também, não cabendo, ainda, a LIESA ou a
LESGA filiar escolas sem antes passarem
pelo crivo da AESCRJ. No meio desse turbilhão, a Associação estruturou os seus
grupos – na verdade só mudou a nomenclatura – e nesta semana começou a divulgar
os sambas oficiais das escolas filiadas de seu grupo de elite – o Grupo Rio de
Janeiro 1. O CD das escolas da AESCRJ mais uma vez está muito bom e
segue a tendência dos últimos anos. O meu destaque é o samba da União de
Jacarepaguá, interpretado pelo sempre excelente Rhychahs, e a decepção fica com
o samba da Unidos do Jacarezinho, que, por causa do enredo, optou por um samba
de pouca qualidade. Alguns sambas, excetuando os da Sereno e do Boi da Ilha,
por já serem conhecidos na versão dos compositores quando da eliminatória,
puderam ser comparados com a gravação oficial. Vamos aos comentários dos sambas, lembrando que não é
pretensão desta coluna analisar tecnicamente os sambas e nem classificá-los,
apenas refletir a minha opinião particular extraída com os primeiros contatos
com a gravação oficial. 1 - União de
Jacarepaguá Sublime inspiração Belo enredo, uma merecida homenagem a Paulinho da Viola e
um samba à altura do homenageado. A União de Jacarepaguá mais uma vez nos
brinda com um samba de qualidade, descritivo, poético e com uma melodia muito
cadenciada. Casamento perfeito. Na União, o samba se renova sem perder sua
raiz. 2 – Cubango Abrindo o portão imaginário Do longínquo solo africano A Cubango traz para o cenário Afoxé, tema original
A Cubango apela para mais uma
reedição no carnaval 2009, fazendo com que o afoxé não seja assim um enredo tão
original como decantado no samba. Mas o samba, assim como os dos Impérios (Serrano
e da Tijuca), é muito bom e um clássico de Niterói, não havendo necessidade de
comentários adicionais.
3 – Alegria da Zona Sul Samba razão da minha vida, Mangueira querida A simpática escola de Copacabana também traz uma bela
homenagem a um expoente do samba – Heitor dos Prazeres. Edmilton de Bem, nem
tanto festejado pela mídia do carnaval, mais uma vez, mostra toda a sua
competência ao interpretar o hino de 2009 da agremiação. O samba está muito bem
estruturado e descreve com simplicidade a história do samba carioca e das
próprias escolas de samba que, no caso, confunde-se com a própria história do
homenageado. A melodia está perfeita e está apropriada para o desfile, sendo
bem progressiva nas passagens do samba. 4 – Corações Unidos
do Amarelinho A liberdade não havia A emergente escola de Acari traz um enredo bem “diferente”
para o carnaval. Trazer o hino nacional como tema é realmente algo que nos
remete à época passada, onde os enredos deveriam obrigatoriamente ser
educativos e nacionais. A escola fez uma excelente escolha, já que o samba
aproveita o mote nacionalista para retratar os grandes episódios históricos
brasileiros, sem a pretensão de ser chata e educativa. Se a escola conseguir
aproximar o hino nacional da nova geração já vai ser um ganho sem precedentes. 5 – Tradição Voa meu condor E a guerreira de Campinho continua sua luta pela recuperação
e foi buscar patrocínio no município de Saquarema. Rock, praia, esportes não
são suficientes para justificar o enredo, mas a Tradição conseguiu, mesmo não
fugindo do lugar comum, fazer um bom samba. A melodia é uma das melhores do
grupo. 6 – Lins Imperial Em sua aurora encantava artista E a Lapa mais uma vez é enredo de uma escola de samba. Uma
Lapa diferenciada é o que promete a Lins Imperial ao fazer o paralelo de uma
lapa boêmia, de passado glamuroso, com sua decadência e o seu renascimento. O
samba é correto, mas em certos momentos, a melodia e a letra não se encaixam
com perfeição. Por vezes, a letra repete o mesmo recurso e expressões. O refrão
principal, para mim, é equivocado e destoa do restante do samba. A primeira
parte do samba e a segunda são muito boas. 7 - Sereno do Campo
Grande Serenou na passarela Mais uma homenagem neste grupo B. Apesar do excesso de
homenagem a Carmen Miranda, ainda mais se considerarmos a recente promovida
pelo Império Serrano, e, mesmo trazendo muitos elementos comuns aos sambas já
realizados em homenagem à pequena notável, o samba é gostoso de ouvir e teve
uma ótima gravação oficial. A Sereno tem marcado sua trajetória como aquela
escola simples e que faz o correto, sem se comprometer. 8 – Unidos de Padre Miguel Unidos de Padre Miguel A escola da Vila Vintém, que merecia ter ascendido de
grupo, traz um samba bem inferior se compararmos ao de 2008. Mais uma vez
passará na terça-feira de carnaval um velho tema conhecido de todos. Falar do
vinho e sua relação com as festas pagãs, entre elas o carnaval, já foi diversas
vezes enfocado pelas escolas de samba. O samba reflete o enredo e a sinopse,
mas é mediano. A parte histórica do tema está fielmente reproduzida na primeira
parte. Entretanto, a mensagem politicamente correta no final soa exagerada e destoante.
O samba na gravação oficial também está muito acelerado. 9 - Independente da
Praça da Bandeira Independente, eu sou, sou Brasileiro A escola de São João de Meriti traz mais um
enredo-homenagem à Cidade Maravilhosa. O samba é cheio de lugares comuns, nada
inovador, mas que cumpre o seu papel, não merecendo maiores comentários. 10 – Curicica Sou carioca Com enredo semelhante ao da Independente da Praça da
Bandeira, o Curicica desviou o foco da cidade maravilhosa e resolveu homenagear
o povo carioca, não inovando no estereótipo já consagrado na mídia. O samba é
mediano. 11 – Arranco O cupido me flechou A simpática escola do Engenho de
Dentro traz um samba comum, cheio de clichês e nada poético. Não é culpa dos
compositores, pois o tema é por demais abstrato. Mas a escola, que conta com
tantos bons sambas na história do carnaval carioca, poderia ter escolhido um
samba mais poético para o carnaval 2009. 12 - Arrastão de Cascadura Opostos se atraem O samba, por si só, não revela a pretensão dos autores do
enredo. Aliás, o enredo do Arrastão é um dos mais complicados de 2009. As
variadas abordagens que a sinopse permite, deixou o samba inteligível. Acredito
também que não houve uma química perfeita entre a letra e a melodia do samba. 13 – Boi da Ilha Vou sonhar O Boi exalta o centenário do Theatro Municipal.
Particularmente, entendo que a gravação oficial do samba foi bem infeliz. A
letra não traz grandes atrativos e a melodia, especialmente no refrão principal,
deixa a desejar. 14 – Jacarezinho Abram alas batam palmas alegria
Particularmente
estou feliz pelo retorno da Unidos do Jacarezinho, que não deve ficar de fora
da Marquês de Sapucaí, pela sua importância e grandeza no carnaval. Porém, fico
triste ao constatar que o enredo que, em princípio, parecia-me falar sobre as
contribuições dos portugueses na colonização do povo brasileiro, enveredou para
o lado besteirol e surgiu um samba vacilante, que ora opta pelo lado sério, ora
para o escracho. E o samba perdeu muito em qualidade com essa dualidade, pois
em várias passagens há uma desconexão histórica e quebra de paralelismo na
letra do samba. Infelizmente.
E
parabéns à AESCRJ, que assim como o samba, agoniza, mas não morre. Alheia à
mídia e aos recursos financeiros, a entidade continua firme em seus propósitos,
superando-se e mantendo acesa a chama do samba, mesmo com todas as
dificuldades, poucos botando fé, e sabendo que o pódium não é para as suas
filiadas. Se servir de consolo, o velho chavão do “importante é competir” cai
como uma luva para a atual situação das suas escolas filiadas, já que o funil
para a promoção de grupos fica cada vez mais estreito.
Esperamos
que com a nova Prefeitura, a cidade do Rio de Janeiro valorize a AESCRJ e lhe
dê condições de colocar em prática os anseios de suas filiadas e uma melhor
distribuição da fatia do bolo destinado às escolas de samba cariocas.
E que
para o ano de Será que é tão difícil promover uma licitação que incentive aos interessados ofertar a melhor proposta para dar visibilidade para as escolas da Intendente? Será que não tem interesse? Será que o CD ou qualquer material promocional não poderia ser trocado por cupons fiscais, como fidelidade a um posto de gasolina, rede de cosméticos, supermercado, farmácias, transportadoras etc? Fica a sugestão. “Então tá, vamo lá, nem vou me preocupar |
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