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ATENTADO VIOLENTO AO CARNAVAL 8 de setembro de 2008, nº 12, ano I Gente, alguém pode me informar o que está acontecendo? Há algo de insano no reino do carnaval carioca. Nascida com o propósito de dar às escolas do Grupo de Acesso A uma visibilidade melhor, a recém criada LESGA votou seu primeiro regulamento, no qual estabeleceu que apenas uma escola de samba das suas filiadas será rebaixada para o grupo B, administrado pela Associação. Como assim? Nem bem estreou já quer sentar na janela? Que atitude mais simplória, antipática e nojenta. Não bastasse a Liesa praticamente ter fechado o Grupo Especial, agora vamos ter de conviver com o fechamento do Grupo A???? É muito estranho isso vir de escolas como Inocentes de Belford Roxo e Paraíso do Tuiuti, que recentemente sofreram na pele o fato de o Grupo A abrigar apenas uma escola vinda do B, para que se fizesse o enxugamento do Grupo Especial que a Liesa impôs às outras escolas da Associação. Agora é a vez da imposição da LESGA. Já tem até escolas querendo fundar da LESGA do B e assim vai, cada um olhando só o seu mundinho e interesse, e os outros que se....explodam. Aonde vai parar o carnaval do povão? Na Intendente Magalhães? Qual é o estímulo das escolas que hoje se encontram nos grupos inferiores da Associação? Serem meras coadjuvantes? Viverem do passado? Enrolarem a bandeira? Desfilarem no seu bairro? Não consigo entender no quê o fechamento do Grupo Especial, e, agora, do Grupo A, melhorou ou melhorará o carnaval carioca? As escolas acomodadas, apontadas pelo Capitão Guimarães, só mudaram de endereço. No Especial, passaram o bastão para algumas e, como está difícil se sustentar até no Grupo A, o jeito é se acomodar por lá mesmo, fechando a oportunidade de novas conquistas. Não é por aí. Sei que é péssimo depararmos com escolas como Unidos do Cabuçu, Unidos da Ponte, Em Cima da Hora e Unidos de Lucas nos grupos da Intendente Magalhães. Mas se a intenção é evitar o mesmo destino para escolas como Tradição, União da Ilha, São Clemente, Caprichosos de Pilares e Estácio de Sá, o tiro pode sair pela culatra. No Especial, a cada ano convivemos claramente com o enfraquecimento de algumas escolas outrora consideradas bicho-papão. Com o reduzido número de escolas, algumas escolas do Especial estão pagando caro a conivência em fechar o grupo. De igual modo, as escolas do Acesso A também podem sentir brevemente beber de seu próprio veneno, já que é perfeitamente possível que qualquer uma das dez possa cair. E para subir de novo, vai ser difícil. Levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima tem sido cada vez mais impossível de acontecer nos principais grupos do carnaval. Com essa política de segregação, a coisa vai piorar. O troco da Associação das Escolas de Samba, que já perdeu o Especial na década de 80 e na atual perde o Acesso A, deve ser bem dado. Até porque é bem provável que a Associação coloque a escola rebaixada do Acesso A para abrir o desfile do Grupo B em 2010 às 19h da terça-feira gorda. Nesse caso, os anos têm nos provado que são cada vez mais remotas as chances das escolas que abrem o desfile da terça-feira. Por que a LESGA fitou embaixo e não olhou pra cima? Por que não exigir da Prefeitura que volte a subir duas escolas da LESGA para a LIESA? Por que não exigir da Prefeitura que a escola campeã da LESGA participe do sábado das campeãs? Por que não exigir a construção de barracões para as suas associadas? Por que não traçar um planejamento a médio prazo para diminuir o abismo que separa as escolas da Liesa das escolas do Aceso A, conquistar um mercado melhor para distribuição dos CDs com os sambas de suas filiadas e uma cobertura televisiva mais competente? Recentemente um site divulgou que não há uma diferença quilométrica entre as subvenções repassadas pela Prefeitura para os Grupos Especial e Acesso A. Todos ficaram boquiabertos. Isso equivale a dizer que a organização da festa, merchandising, espaço público do Sambódromo (vendas de ingresso) são o filão da festa. Nosso atual prefeito declarou que quer ouvir os candidatos à Prefeitura acerca da relação Prefeitura x Liesa para o carnaval 2009. Será mesmo que não está na hora de rever essa parceria, dando a César o que é de César? Não devemos ir tão longe, afinal a Prefeitura
tem muito mais prioridades que lidar com o carnaval. Mas e o que
falar da Associação? Das outras escolas de samba? Baixam a
cabeça prá tudo. Consentem serem violentadas do processo
decisório. O que explicar amanhã para as suas comunidades? Muito em breve teremos que mudar um jargão que
durante anos conviveu na nossa cultura. O carnaval é do povo???
Nem aqui, nem na Bahia e nem em qualquer outro lugar desse
planeta. O Carnaval virou business. O povo não é o público
alvo, pois não dá o retorno comercial esperado pelo
mega-investimento feito no carnaval. É assim que as coisas acontecem. É assim que eu
vejo tudo acontecer... Camila! Ah! Camila! Camila!... |
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