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A Evolução dos Desfiles Década de 70 Fevereiro de 1971: O Salgueiro introduz na história do carnaval o samba de caráter popular, com "Festa para um rei negro", mais conhecido como "Pega no Ganzê". O conhecido refrão "Olelê olalá/Pega no ganzê, pega no ganzá" foi um sucesso absoluto e a escola vence mais uma vez o carnaval. Fevereiro de 1972: O gigantismo das escolas preocupava os sambistas. Eles já contavam com cerca de 2.500 figurantes. Ficava cada vez mais difícil que todos cantassem o samba sincronizadamente. "Atravessar" o samba tornou-se um problema freqüente. A Portela deu aos componentes radinhos de pilha para que ouvissem a transmissão das rádios e não atravessassem. No mesmo ano, o Salgueiro causou polêmica ao homenagear a sua madrinha, a Mangueira. O Império Serrano venceu o desfile, no que foi o seu último momento antes de entrar em crise. A Associação das Escolas de Samba entrou com ação na justiça para que as TVs pagassem pelo direito de transmissão. A decisão não saiu até o carnaval. 1973: As escolas assinam contrato com a gravadora Top Tape para gravar o disco dos sambas-enredo, que logo se transforma em fenômeno de vendas. A Associação assina contrato com a TV Rio para comercialização de fitas com o desfile no exterior. O samba-enredo se torna um negócio rentável. A bateria da Portela tem um colapso no desfile e perde completamente a cadência. Os portelenses consideram este como um dos maiores desastres da história da escola. Fevereiro de 1974: As obras do Metrô obrigam o desfile a ser transferido para a Avenida Antônio Carlos. Neste ano o Salgueiro venceu com um enredo concebido por Joãosinho Trinta. Um dos destaques foi a Mocidade Independente, escola até então pequena, que desfilou com muito luxo graças ao apoio financeiro cada vez maior de Castor de Andrade. A Portela permitia, quebrando uma tradição, que compositores de fora da escola, fizessem o samba-enredo, causando revolta interna. Fim de 1974: Portelense ilustre, o sambista Candeia deixa a escola e funda a Quilombo, escola que reuniria uma série de descontentes com os rumos das escolas de samba. Ela era uma tentativa de resistência, de volta às tradições. Convidou sambistas famosos e não exigiu exclusividade. A escola não competiria com as demais. 1975: Logo depois do carnaval em que o Salgueiro conquistou o bicampeonato, o banqueiro de bicho Anísio Abraão David resolve assumir a então modesta Beija-flor de Nilópolis. Contrtou Joãosinho Trinta por cifras nunca reveladas. Fevereiro de 1976: A Beija-flor, com muito luxo inimaginável para as escolas de samba então, desfila com um enredo em homenagem ao jogo do bicho, "Sonhar com Rei dá Leão" e fatura o título. Era a primeira vez desde 1937 que a campeã do carnaval não era uma das quatro grandes, Portela, Mangueira, Império Serrano ou Salgueiro. A pequena Em Cima da Hora, desfila "Os Sertões", samba que está entre os mais citados como melhor de todos. Acabou em penúltimo lugar. Fevereiro de 1977: A Mangueira resolve voltar às tradições e apresenta na Comissão de Frente todos os seus fundadores mais ilustres. As escolas tradicionais resolvem investir em sua qualidades para combater a riqueza da Beija-flor ou Mocidade. A Beija-flor é bicampeã. 1978 e 1979: Em 1978, pela primeira vez o desfile aconteceu no seu local definitivo, a rua Marquês de Sapucaí. Venceu de novo a Beija-flor. Império Serrano e Vila Isabel são rebaixados para o segundo grupo. Neste mesmo ano morreu Candeia, apresentando o fim da Quilombo. No ano seguinte foi a vez da Mocidade com a escola de Nilópolis em segundo. O ilustre mangueirense Cartola anunciou que não iria desfilar pela Mangueira porque não agüentava correr. "Isto não é carnaval, é parada militar", protestava contra a obrigatoriedade de desfilar em 80 minutos. Fevereiro de 1980: Três escolas vencem o carnaval: Beija-flor, Imperatriz Leopoldinense e, pela primeira vez em 10 anos a Portela. Novembro de 1980: Morre Cartola, um dos maiores nomes da Mangueira. |
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