O
carioca David do
Pandeiro começou no carnaval a cantar sambas de quadra na
Estação Primeira de Mangueira. Daí sua
admiração pelo mestre Jamelão. Porém, sua
influência mais explícita é o jeito de animador e
"enterteiner" de Dominguinhos do Estácio, a quem considera seu
padrinho musical e seguidor, de quem afirma herdar o gosto pelos gritos
de empolgação. Alguns críticos o vêem como
um mero imitador de Dominguinhos. O apelido surgiu porque David
também foi músico de serestas, junto com Mané do
Cavaco. Como tocava pandeiro, virou o "David do Pandeiro". Considera
que cantar é uma dádiva de Deus, já que nunca fez
curso de canto nem coisa semelhante, no entanto, sua
afinação é garantida por tocar cavaquinho e
violão.
O intérprete
também teve passagens nos carnavais de Manaus,
Guaratinguetá (SP) e na Bahia. Também foi apoio de
Jamelão, na Mangueira, de Ney Vianna, na Mocidade (esteve no
desfile de 1985, "Ziriguidum, 2001"), Tupy de Brás de Pina,
São Clemente, Grande Rio e Unidos de Lucas. David do Pandeiro
começou a ter maior visibilidade quando assumiu a vaga de
puxador da Estácio em 1996, após a demissão de
Dominguinhos pela diretoria da escola. Depois passou pela Unidos da
Tijuca, retornou à Mocidade e Imperatriz. Foi demitido da
Imperatriz às vésperas do carnaval de 2004, por
não ter honrado os compromissos profissionais firmados com a
escola. Deveria puxar o samba da Santa Cruz em 2005, mas foi
substituído pelo novato Daniel Silva. É um dos puxadores
preferidos pelos compositores para defender sambas nas
eliminatórias.
No
carnaval de 2005, David do Pandeiro puxou a Flor da Mina do
Andaraí, escola do Grupo C do Rio. Para 2006, chegou a ser
confirmado na Grande Rio, escola que já defendera em 1992.
Porém, acabou dispensado pela escola. Em 2007 e 2008, defendeu a
Santa Cruz na Sapucaí. David foi contratado pela verde-e-branco
após defender nas eliminatórias o samba campeão
para o carnaval 2007. Em 2008, interpretou o samba da Santa Cruz na
avenida, mesmo após uma recente internação no CTI
motivada por uma hipertensão. Recuperado, David do Pandeiro
voltou ao desfile do Grupo Especial em 2009, quando assumiu o microfone
da Viradouro após defender nas eliminatórias o samba da
parceria vitoriosa para o enredo "Vira Bahia, Pura Energia". Depois do
desfile, David se transferiu para a Mocidade, escola que
defendeu pela terceira vez (esteve em Padre Miguel em 1985 como
apoio de Ney Vianna e em 2001 como cantor oficial). Dividiu o microfone
oficial com Nêgo em 2010 e se desligou da escola depois do
desfile. Para 2011, chegou a acertar com a Cubango para
cantar ao lado de Igor Vianna, mas retornou à Santa Cruz, onde
permaneceu até 2012. Em 2013, regressou à Viradouro da
mesma maneira que quatro anos antes, ao ser convidado após
defender o samba campeão. Chegou a ser anunciado pela Inocentes
de Belford Roxo em 2014, mas não defendeu a escola. Em 2015,
teve a terceira passagem pela Santa Cruz ao lado de Pavaroti. Em
2016, foi campeão do Grupo B na Acadêmicos do Sossego. Defendeu a Unidos de Lucas na Intendente em 2017 e 2018.
David
do Pandeiro lembra seus dois momentos mais marcantes na Marquês
de Sapucaí. Em 1992, quando assumiu a vaga deixada por
Dominguinhos do Estácio na Grande Rio, e defendeu "Águas
claras para um rei negro". A escola foi campeã e subiu para o
Grupo Especial. O outro, em 1999, na Unidos da Tijuca, também no
Grupo A, interpretou o antológico "O Dono da Terra".
Morreu
em 20 de julho de 2020. Sua última aparição foi
defendendo um samba na disputa da Unidos de Padre Miguel no dia 4
daquele mesmo mês.
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INÍCIO: Estação
Primeira de Mangueira, cantando sambas de quadra em 1980. Foi apoio de
Jamelão (Mangueira), Ney Vianna (Mocidade 1985-1989) e de
Dominguinhos do Estácio na Grande Rio (1990-1991) e na
Estácio (1992-1995).
Primeiro ano como
intérprete oficial: 1989
1989 - Tupy de
Brás de Pina
1992 -
Acadêmicos do Grande Rio
1993 - Unidos de
Lucas
1995 - Villa Rica
1996 e 1997 -
Estácio de Sá
1998 - São
Clemente
1999 e 2000 -
Unidos da Tijuca
2001 - Mocidade
2003 - Imperatriz
Leopoldinense (David gravou o samba da Imperatriz de 2004 no CD, mas
não o puxou na Sapucaí)
2005 - Flor da
Mina do Andaraí
2007 e 2008 - Santa Cruz
2009 - Viradouro
2010 - Mocidade (ao lado de Nêgo)
2011 e 2012 - Santa Cruz
2013 - Viradouro (ao lado de Diego Nicolau,
Gilberto Gomes e Tiu Souza)
2015 - Santa Cruz (ao lado de Pavaroti)
2016 - Acadêmicos do Sossego
2017 e 2018 - Unidos de Lucas
GRITO DE GUERRA: Arrebenta, (nome da escola)!
GRITOS DE EMPOLGAÇÃO: "arrebenta,
bateria";
"plim"; "diz de novo"; "hei... hei... hei... hei..." (semelhante aos do Dominguinhos do
Estácio).
Possui um
prêmio Sambanet de melhor intérprete do Grupo A de 1999,
quando defendeu a Unidos da Tijuca e um Tamborim de Ouro de Voz da Avenida em 2010.
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