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Coluna do Cláudio Carvalho

APURAÇÃO PARALELA 2016

6 de junho de 2016, nº 41, ano XIII

Sim, ela voltou. Polêmica à parte, a apuração paralela vai pra seu segundo ano, fundamentada pela presença física deste que vos escreve na Sapucaí nos dois dias de desfile do Grupo Especial. O resultado ficou bem parecido com o oficial, o que prova que nossos “amigos” jurados nem sempre se equivocam. Algumas pequenas diferenças, no entanto, seriam cruciais, e determinariam outro resultado. Sem “escolismo”, diga-se de passagem...

Apuração Paralela 2015

1° Portela: A escola fez, em 2016, um dos mais grandiosos desfiles de sua história, que merecia ser coroado com o título. Perdeu nos mesmos quesitos nos quais vem tropeçando nos últimos anos, além do enredo, mas, para 2017, a história promete ser diferente.

2º Mangueira: A grande campeã de 2016 perderia para a Portela no desempate (alegorias e adereços), quesito no qual não perdeu pontos, apesar de apresentar carros apagados e de acabamento duvidoso. No mais, foi “pau a pau” com a Águia, portanto não dá pra dizer que o título da verde e rosa foi injusto.

3º Unidos da Tijuca: Apesar do enredo, a Tijuca soube fazer uso do grande samba, e dos quesitos de chão, no qual se destaca, pra chegar ao vice-campeonato. A meu ver, no entanto, esteve abaixo de Portela e Mangueira. Ganharia a disputa pelo terceiro lugar do Salgueiro no desempate do quesito alegoria, que decidiria a apuração paralela de 2016.

4º Salgueiro: Bem dizem que malandro demais se atrapalha. O Salgueiro derrapou em quesitos como alegorias, harmonia e evolução em sua ode à malandragem. Pra quem escondeu seu carnaval até o último minuto e prometia beliscar o título, a escola ficou devendo.

5º Beija-Flor: Acostumada a brigar pelas primeiras posições, a maior campeã da atual passarela ficou devendo na homenagem ao personagem que dá nome à pista (o Sambódromo se chama Prof. Darcy Ribeiro). Além de não trazer o luxo de sempre, a escola não empolgou. Passou tão longe do título quanto do desastre de 2014, e a quinta colocação, tanto na apuração paralela quanto na real, ficou de bom tamanho.

6° Vila Isabel: Cotada para cair, a Vila surpreendeu com um desfile empolgante e plasticamente honesto. Viria, na minha apuração, em sexto lugar, e abriria o desfile das campeãs.

7º Estácio de Sá: Rebaixada na apuração verdadeira, a escola talvez tenha sido a maior injustiçada do ano, pois fez um belo e empolgante desfile, talvez o melhor de uma escola que volta ao Grupo Especial desde 2010, quando Rosa Magalhães marcou um gol de placa com seu Dom Quixote insulano.

8º Imperatriz: Fez um desfile correto, nada além disso. Talvez um pouco superestimado pelos jurados, assim como o samba por público e mídia. Foi bem nos quesitos de chão e regular na plástica.

9º União da Ilha: Outra escola cotada pra cair no pré-carnaval, a Ilha conseguiu, a despeito do enredo “chapa branca”, fazer um desfile razoável. Plasticamente, a escola estava regular, e compensou em quesitos como Mestre-Sala e Porta-Bandeira e bateria, do sempre competente Mestre Ciça.

10° Mocidade: Enredo confuso, plástica pobre, chão nada empolgante. A Mocidade parece um pouco perdida no Grupo Especial, e está longe de reviver os áureos tempos dos anos 1980 e 1990. A “homenagem” a Jorge Perlingeiro foi um dos momentos mais tristes do desfile de 2016.

11º Grande Rio: Cumpriu à risca o script que se anunciava após a escolha do enredo. Na apuração paralela, seria salva pela plástica, típica de uma escola rica, que evitaria o desastre do rebaixamento.

12º São Clemente: Com o perdão da querida Denise Silva, a São Cré Cré, dessa vez, ficou devendo (e muito) desde a mensagem do enredo até a concepção do desfile, que apresentou problemas graves em harmonia e evolução. Fico feliz da escola não ter caído, apesar de não ter gostado do que vi na avenida.

Cláudio Carvalho
claudioarnoldi@hotmail.com