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Coluna do Cláudio Carvalho

OS MAIORES SAMBAS ENREDO DE TODOS OS TEMPOS DA ÚLTIMA SEMANA (PARTE 2)

29 de junho de 2015, nº 38, ano XII

Em homenagem aos 11 anos do Sambario, do qual participo desde sua fundação, resolvi elaborar uma listagem com 100 sambas-enredo, não necessariamente os mais bonitos, mas também aqueles que, de certa forma, ajudaram a caracterizar o gênero e/ou tiveram influência direta na história do próprio samba. Aqui falo dos 50 finais, em ordem cronológica, encerrando a lista. Confira aqui os 50 primeiros sambas citados. Ei-los:

51. Mãe Baiana Mãe (Império Serrano 1983): Campeã em 1982, a escola da Serrinha desceu com este lindo samba no ano seguinte, outro clássico da dupla Aluísio Machado/Beto Sem Braço.

52. Yes, Nós Temos Braguinha (Mangueira 1984): Samba que deu à Estação Primeira o supercampeonato de 1984, ano da inauguração do Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

53. Contos de Areia (Portela 1984): Talvez o mais aclamado samba da águia altaneira, que lhe rendeu seu último título, numa linda homenagem à Clara Nunes, Natal e Paulo da Portela.

54. Skindô Skindô (Salgueiro 1984): Um dos poucos sambas do Salgueiro que fizeram sucesso na década de 1980, e que entrou pra galeria dos melhores da escola em todos os tempos.

55. Pra Tudo se Acabar na Quarta-Feira (Vila Isabel 1984): Obra-prima de Martinho da Vila para a escola do Boulevard, num enredo que trata dos bastidores dos desfiles.

56. Acima da Coroa do Rei, um só Deus (Santa Cruz 1984): Maior samba da escola da zona rural do Rio de Janeiro, com enredo afro que lhe deu a segunda colocação no grupo de acesso e o consequente direito de participar da disputa pelo Supercampeonato daquele ano, bem como do desfile principal do ano seguinte.

57. 33, Destino Dom Pedro I (Em Cima da Hora 1984): Grande samba da escola de Cavalcanti, o qual retrata o cotidiano de passageiros dos ramais de trem que cortam o subúrbio carioca. Foi cantado no esquenta da reedição de “Os sertões”, em 2014.

58. E por falar em saudade... (Caprichosos 1985): Samba mais aclamado da escola de Pilares, que retrata um enredo saudosista e consagrou Carlinhos de Pilares como um dos maiores intérpretes do gênero. Reeditado pela Caprichosos em 2010.

59. Ziriguidum 2001: Um Carnaval nas Estrelas (Mocidade 1985): Samba “futurista” que deu à Mocidade seu segundo título no carnaval carioca.

60. Xingu, o Pássaro Guerreiro (Tradição 1985): Samba de João Nogueira e Paulo César Pinheiro para a então Portela Tradição, gravado num compacto que se tornou raridade nos dias atuais.

61. Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm (Mangueira 1986): Samba de Ivo Meirelles, posteriormente presidente, para a Estação Primeira, campeã daquele ano.

62. O Mundo é uma Bola (Beija-Flor 1986): Serviu de trilha sonora para um desfile inesquecível, que se caracterizou como um dos raros sucessos na mistura carnaval-futebol.

63. Eu Quero (Império Serrano 1986): Samba com forte teor de crítica social à recém-extinta ditadura civil militar. Trilha sonora de um dos últimos êxitos do Império Serrano no Grupo Especial.

64. Raízes (Vila Isabel 1987): Samba de rara inspiração de Martinho, sem rimas, obra de arte.

65. Kizomba, Festa da Raça (Vila Isabel 1988): Top-10 de qualquer lista de sambas–enredo, deu à Vila seu primeiro título, num desfile inesquecível.

66. 100 Anos de Liberdade, Igualdade ou Ilusão? (Mangueira 1988): Imortal êxito da verde e rosa no ano do centenário da abolição da escravatura.

67. Liberdade, Liberdade, Abre as Asas sobre Nós (Imperatriz 1989): Samba de rara inspiração, que rendeu à escola de Ramos seu terceiro título, após desfile inesquecível.

68. Ratos e Urubus, Larguem minha Fantasia (Beija-Flor 1989): Trilha sonora daquele que é tido como o maior desfile de todos os tempos.

69. Festa Profana (União da Ilha 1989): Samba digno da galeria dos imortais da tricolor insulana. Muito popular em quadras e estádios. Pano de fundo para um desfile que deu à escola um honroso terceiro lugar no desfile daquele ano.

70. Vira Virou, a Mocidade Chegou (Mocidade 1990): Samba autobiográfico da escola de Padre Miguel, que imortalizou-se após a confirmação do terceiro título da agremiação no carnaval carioca.

71. Chuê chuá, as águas vão rolar (Mocidade 1991): Outro grande samba-enredo, outro campeonato para a Vila Vintém.

72. Paulicéia Desvairada, 70 Anos de Modernismo (Estácio 1992): Samba que colocou pela primeira vez o berço do samba no lugar mais alto do pódio da maior festa do carnaval carioca.

73. Sonhar não custa nada, ou quase nada... (Mocidade 1992): Bicampeã, a Mocidade beijou o tri com este samba, o mais bonito da trilogia.

74. Peguei um Ita no Norte (Salgueiro 1993): Samba arrebatador que conquistou a avenida, deu o título à escola e imortalizou-se em quadras e arquibancadas até os dias atuais.

75. A Dança da Lua (Estácio de Sá 1993): Talvez a mais primorosa gravação de um samba-enredo desde o primeiro álbum, em 1968. Na avenida, não teve o mesmo destaque, devido a problemas no som.

76. Gbala - Viagem ao Templo da Criação (Vila Isabel 1993): Outro samba imortal de Martinho, sobre a criação do mundo na tradição afro-brasileira.

77. No Mundo da Lua (Grande Rio 1993): Samba da então emergente escola de Caxias, imortalizado na voz de Nêgo.

78. Muito prazer! Isabel de Bragança e Drumond Rosa da Silva, mas pode me chamar de Vila (Vila Isabel 1994): Mais um deslumbre de Martinho, espécie de autobiografia da escola e do bairro onde se originou.

79. Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu (Mangueira 1994): A despeito do fraco desfile e da colocação ruim, este samba, sobre Bethania, Caetano, Gal e Gil, imortalizou-se como um dos maiores da história da verde e rosa.

80. Gosto que me Enrosco (Portela 1995): Palco de uma das maiores injustiças da história do carnaval carioca: o vice-campeonato da azul e branca naquele ano.

81. Imperatriz Leopoldinense honrosamente apresenta: "Leopoldina, a Imperatriz do Brasil" (Imperatriz 1996): Samba imortal da então bicampeã Imperatriz, defendido por ninguém menos que Dominguinhos do Estácio, Elymar Santos e Preto Jóia.

82. Trevas! Luz! A Explosão do Universo (Viradouro 1997): Com este samba, a escola de Niterói conquistou seu primeiro e único título no desfile principal, com Dominguinhos fazendo sua estreia como intérprete na agremiação.

83. No reino da folia, cada louco com sua mania (Porto da Pedra 1997): Verdadeiro devaneio poético dos compositores da escola de São Gonçalo, que falou sobre a loucura, numa viagem no tempo que ia desde Dona Maria, a louca, até Napoleão Bonaparte.

84. Orfeu - O Negro do Carnaval (Viradouro 1998): Espécie de hino da escola, sempre lembrado nos “esquentas”, pois remete a seu apogeu no Grupo Especial, e a uma das maiores injustiças já cometidas no Sambódromo, que gerou protesto no desfile das campeãs.

85. O Dono da Terra (Unidos da Tijuca 1999): Rebaixada injustamente no ano anterior, a escola do Borel deu a volta por cima em grande estilo com um grande desfile e este samba, que para muitos é o melhor da história dos grupos de acesso.

86. Dom Obá II, Rei dos Esfarrapados, Príncipe do Povo (Mangueira 2000): No ano em que todas as escolas trouxeram para a avenida enredos nacionais, em homenagem aos 500 anos do descobrimento do Brasil, a Estação Primeira se destacou com este belo samba, sobre Dom Obá.

87. O Rio Corre pro Mar (Império Serrano 2001): Recém promovida de sua quinta passagem pelo grupo de acesso, a verde e branca da Serrinha retornou a seu lugar de direito com este grande samba, de Arlindo Cruz e parceiros, que remete à sua origem no cais do porto e no sindicato de estivadores.

88. Brasil com 'Z' é pra cabra da peste, Brasil com 'S' é nação do Nordeste (Mangueira 2002): Um dos poucos sambas da história recente lembrado por público e crítica não especializada. Foi cantado durante o arrebatador e campeão desfile da verde e rosa, premiada com Estandarte de Ouro.

89. Agudás - os que levaram a África no coração e trouxeram para o coração da África o Brasil! (Unidos da Tijuca 2003): Apesar do desfile desastroso, a Tijuca voltou a trazer um grande samba neste ano, e talvez tenha se salvado do rebaixamento devido a ele.

90. Manoa, Manaus, Amazonas - Alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz (Beija-Flor 2004): Num ano onde houve quatro reedições de sambas enredo, a Deusa da Passarela desbancou as rivais com um grande desfile e esta bela obra, sobre a Amazônia, mesmo enredo da Portela, que fez uma releitura do desfile de 1970.

91. O Vento Corta as Terras dos Pampas. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani - Sete Povos na Fé e na Dor... Sete Missões de Amor (Beija-Flor 2005): O segundo tricampeonato da escola de Nilópolis foi embalado por mais um belo samba, que trazia a já consagrada fórmula de melodia em menor e letra rebuscada.

92. O Império do Divino (Império Serrano 2006): Em sua sexta participação consecutiva no Grupo Especial desde o retorno, em 2001, o Império faturou mais um Estandarte de Ouro de melhor samba-enredo. Outro êxito de Arlindo Cruz e cia.

93. Áfricas, do Berço Real à Corte Brasiliana (Beija-Flor 2007): Mais um campeonato e mais um belo samba da Beija-Flor, que faturou novamente o Estandarte de Ouro no quesito.

94. João e Marias (Imperatriz 2008): Após passar anos sem brindar o público com um grande desfile ou um grande samba, a escola de Ramos trouxe para a Sapucaí mais uma obra digna de estandarte no quesito.

95. É Segredo! (Unidos da Tijuca 2010): Com este samba, a escola do Borel desfilou de forma arrebatadora, conquistou seu segundo título quase 80 anos após o primeiro, e consagrou o carnavalesco Paulo Barros.

96. Brasil de Todos os Deuses (Imperatriz 2010): Outro grande samba, o popular "mar de fiéis" e mais um Estandarte pra escola de Ramos.

97. Você Semba Lá... que eu Sembo Cá... O Canto Livre de Angola (Vila Isabel 2012): Samba aguerrido, trilha de um grande desfile, para muitos o melhor daquele ano.

98. ...E o povo na rua cantando é feito uma reza, um ritual... (Portela 2012): Após 14 anos sem Estandarte de Ouro em samba-enredo, a azul e branca voltou a receber a honraria com esta bela obra, que consagrou a dupla Luis Carlos Máximo-Toninho Nascimento, também vencedora nos dois anos seguintes.

99. A Vila Canta o Brasil Celeiro do Mundo - "Água no Feijão que chegou mais um" (Vila Isabel 2013): Composto por gente no naipe de Martinho da Vila, Arlindo Cruz e André Diniz, este lindo samba ganhou Estandarte de Ouro e ajudou a Vila a faturar o campeonato.

100. Axé Nkenda - Um Ritual de Liberdade - E que voz da igualdade seja sempre a nossa voz (Imperatriz 2015): Samba de Zé Katimba, que deu à Imperatriz o título simbólico de maior vencedora do Estandarte de Ouro na história recente.

Cláudio Carvalho
claudioarnoldi@hotmail.com