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Coluna do Cláudio Carvalho

UM GRUPO MAIS ESPECIAL

26 de fevereiro de 2012, nº 28, ano VIII

Terminado mais um carnaval, chega o momento de fazermos um balanço dos últimos desfiles. O resultado foi justo? Quem surpreendeu positiva e negativamente? Quem fica e quem sai para 2013? Em meio a tantas especulações, quero dizer apenas que pelo que vi esse ano, Vila Isabel e Império Serrano mereciam os títulos do Grupo Especial e do Acesso A, respectivamente, em detrimento a Tijuca e Inocentes.

O que me motiva a escrever esse texto é a ideia da recém-falecida LESGA de agregar os grupos de Acesso A e B e realizar dois dias de desfiles, com transmissão da Globo Rio. Diga-se de passagem, algo parecido já aconteceu em 1995, ano em que se criou a Liga Independente das Escolas do Grupo de Acesso (LIESGA) e 19 agremiações desfilaram nos dias 24 e 25 de fevereiro, duas delas (Porto da Pedra e Império da Tijuca) subiram e dez (eu disse DEZ) foram rebaixadas.

Confusão à parte, a tal ideia natimorta me remeteu também ao ano de 1978, quando, após o rebaixamento de Vila e Império, dividiu-se o desfile principal em dois, com a criação dos grupos 1-A e 1-B, fato que durou até 1986. Pois bem. Diante da total falta de lisura das instituições que organizam o desfile e do consequente prejuizo que agremiações tradicionais sofrem em decorrência disso, imaginei como seria se a prática fosse implementada hoje, levando-se em consideração o resultado do último desfile. Segue um esboço que preparei:

Gupo 1-A: Domingo e segunda de carnaval - Av. Marquês de Sapucaí

Unidos da Tijuca
Salgueiro
Vila Isabel
Beija-Flor
Grande Rio
Portela
Mangueira
União da Ilha
Mocidade
Imperatriz
São Clemente
Inocentes

Grupo 1-B: Sexta e sábado de Carnaval - Av. Marquês de Sapucaí  

Porto da Pedra
Renascer
Império Serrano
Império da Tijuca
Cubango
Viradouro
Santa Cruz
Estácio de Sá
Rocinha
Paraíso do Tuiuti
Caprichosos de Pilares
Alegria da Zona Sul

A proposta, levando em consideração os tempos contemporâneos, é polêmica e suscita uma série de questões. A principal delas diz respeito ao apelo que dois dias de desfile do Grupo 1-B poderiam gerar. Quanto a isso, quero dizer que não creio num esvaziamento do Sambódromo caso um grupo que eventualmente contasse com escolas do porte de Porto da Pedra, Império Serrano, Império da Tijuca, Cubango, Viradouro, Estácio e Caprichosos desfilasse em dois dias. Com o aumento da subvenção, investimento da TV e reorganização do desfile, tenho certeza que teríamos a passarela cheia sexta e sábado. O ingresso, que atualmente custa 20 reais, poderia ser reduzido à metade, como forma de incentivar a presença do público.

Outro ponto polêmico é o fato de que a divisão do atual Grupo Especial, por si só, não seria suficiente para diminuir o abismo hoje existente entre as escolas deste grupo e as do acesso. Óbvio que não. Seria necessário, como dito anteriormente, uma distribuição mais igualitária da subvenção entre as escolas, e mudanças no regulamento do desfile. O número de alegorias, por exemplo, poderia ser de seis nos dois desfiles, e o tempo dos mesmos 82 minutos.

O antigo Grupo B, que transformar-se-ia no Acesso, seria de responsabilidade da Prefeitura conforme anunciado, e não mudaria de dia nem de local. Os demais desfiles continuariam sob administração da AESCRJ, mas poderiam ser realizados na Avenida Rio Branco, ao invés da distante Intendente Magalhães. Aos que eventualmente lembrem dos blocos que desfilam no local, cabe ressaltar que a avenida é grande o suficiente para comportar mais de um evento.

A proposta que faço é despretensiosa, mas creio que interessante. Se analisada com carinho, poderia gerar mudanças significativas nos rumos desastrosos que o maior espetáculo da Terra ganha a cada ano. No mais, é torcer para que, em 2013, algumas das aberrações vistas esse ano não se repitam.

Cláudio Carvalho
clau25rj@hotmail.com