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Coluna do Cláudio Carvalho

AS PREVISÕES DE "PAI CLÁUDIO" PARA 2009

É chegado mais um fim de ano e junto com ele a hora de eu dar meus pitacos sobre a colocação das escolas no carnaval que se avizinha. Eu sei que em 2007 disse que não mais faria isso, só que, vendo a repercussão que meu último texto teve no Orkut, e atendendo a pedidos de amigos, resolvi retomar minha carreira de babalorixá à partir de hoje. Só que dessa vez não me contentarei em dizer se escola A ou B ganha, volta no sábado ou cai. Quem está na chuva é pra se molhar, então já vou logo adiantando todas as colocações das 12 escolas que irão desfilar no Grupo Especial ano que vem. Confiram:

1. Mangueira: A escola tem tudo para dar a volta por cima, pois contratou um ótimo carnavalesco e escolheu um samba bom, que foi abraçado pela comunidade. Além disso, um eventual título da Mangueira serviria para apagar a má impressão do ano passado e provar que a instituição está acima de qualquer suspeita. No fringir dos ovos, o desfile iria ganhar um novo gás com outra campeã que não a Beija-Flor. Por tudo isso, a verde e rosa é minha favorita.

2. Beija-Flor: Acho muito difícil que a escola de Nilópolis seja campeã com Neguinho combalido à frente do microfone principal. Além do mais, o enredo é fraco e o samba destoa em qualidade daqueles de anos recentes. Um vice-campeonato seria a saída honrosa da Beija-Flor dos holofotes e, sinceramente falando, o carnaval iria agradecer e muito.

3. Grande Rio: A escola que não ganha carnaval vai nadar e morrer na praia mais uma vez. Perderá para si mesma, como num passado recente. Seu poderio político e financeiro, porém, fará com que continue no topo por algum tempo ainda. Infelzimente, diga-se de passagem.

4. Salgueiro: A vermelho e branco parece que reencontrou seu caminho, e vem com um samba de gosto duvidoso, mas que deve pegar. Ao que me consta, o trabalho de barracão está sendo bem feito e as fantasias estão belíssimas. Pule de dez entre as campeãs.

5. Unidos da Tijuca: O feijão com arroz de sempre, e em 2009 temperado com um belíssimo samba. A escola do Borel encontrou seu jeito de fazer carnaval, e vem calando a boca dos críticos (eu, inclusive) ano após ano. Outra que tem vaga cativa no sábado.

6. Vila Isabel: Vive um bom momento, tanto internamente como nos bastidores. Está com uma quadra novinha, cheirando à tinta, em cuja bilheteria entram rios de dinheiro a cada ensaio. Se não cometer a série de erros de 2008, está garantida entre as seis.

7. Viradouro: Escola que parece estar reeencontrando seu rumo após guerra nos bastidores da política. Parece que ainda vai levar um tempo para que ela volte ao convívio das ditas grandes do carnaval. O tão criticado samba é, a meu ver, um dos melhores do ano, e promete ser um sacode na avenida. Insuficiente, porém, para garantir mais um desfile no mesmo ano.

8. Portela: A fraqueza da atual dupla de carnavalescos ficou evidente na apresentação dos protótipos de fantasias. Além disso, o samba é de qualidade duvidosa, e tenho notícias de atraso no barracão. Prenúncio de um carnaval chocho da azul e branco de Osvaldo Cruz. Como há dez anos atrás, a escola deve decepcionar após um grande desfile.

9. Imperatriz: Está mais do que provado que auto-homenagem não dá certo na avenida. Praticamente todas as escolas já fizeram isso e se deram mal, exceto a Mocidade, em 1990. Pra piorar, o samba é fraco e dificilmente conseguirá sustentar um desfile de qualidade. A volta no sábado das campeãs desse ano soou mais como homenagem a Luizinho Drummond, e não esconde o fato de que a Imperatriz, hoje, é um arremedo da escola do início da década.

10. Império Serrano: Tempos felizes na Serrinha! O Império parece ter entrado de vez na era do profissionalismo. A prova disso foi vista no último ensaio técnico da escola, em que todas as alas compareceram uniformizadas. Tal coisa era inimaginável há um tempo atrás. No mais, o samba fala por si só, e a bateria dispensa comentários. A tarefa de abrir o desfile é ingrata, mas a proteção do povo das águas se fará presente para que a escola passe longe do rebaixamento

11. Mocidade: A verde e branca de Padre Miguel até deu uma melhorada em relação aos anos anteriores, quando vinha em queda livre, mas apostar em um carnavalesco inexperiente é de um risco incalculável. Ademais, o clima político da escola continua nebuloso, e o samba, a despeito do enredo, não é animador. Infelizmente, a Mocidade parece não haver aprendido a lição dos últimos anos.

12. Porto da Pedra: Escola que vem freqüentando a bacia das almas desde 2006 e que vem esse ano com o samba mais fraco do Grupo Especial. Apesar das “forças ocultas” que a mantém na maior festa do carnaval. Parece que chegou a hora da comunidade gonçalense desfilar no Acesso. 

Não custa lembrar que minha margem de erro é pequena e, salvo algum desastre, tenho grande chance de cravar uma boa média de acertos, como nos anos anteriores. Podem me cobrar depois. Boas festas e até o ano que vem!

Cláudio Carvalho
clau25rj@hotmail.com