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Coluna do Cláudio Carvalho

AS PREVISÕES DE "PAI CLÁUDIO" PARA 2007

Caros Amigos, é chegado mais um fim de ano, e com ele, as expectativas de que os próximos 365 dias possam ser venturosos em todos os aspectos. Para nós, sambistas, é o momento de iniciar a contagem regressiva para o maior espetáculo da Terra. Pois bem, 2007 será um ano regido por Exu e Yansã, dois orixás “quentes”, logo, todo cuidado é pouco. Temos de ficar “no sapatinho”, afinal, prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém, conforme diz o ditado. O conselho vale para os dirigentes de nossas amadas escolas de samba. Na minha opinião, quem fizer o feijão com arroz bem feito, tem tudo para navegar em águas tranqüilas, mas quem se enveredar pelo caminho mais difícil, pode se perder e nunca mais se encontrar.

Dito isso, passo a fazer uma análise do que tenho acompanhado nesses bastidores pré-carnavalescos. Cabe ressaltar que não tenho nada contra escola A ou B, e que pretendo apenas passar aos amigos um panorama do que está por vir, da maneira mais imparcial possível. Estou suscetível a cometer erros, é claro, afinal, cabeça de jurado é igual a bunda de bebê. Sei que minhas opiniões estão sujeitas a críticas, e digo que as levarei em consideração, desde que, é claro, sejam feitas com educação. Desta forma, vou falar de escola por escola, das chances que, ao meu ver, cada uma delas tem. E para os que pensam que carnaval se ganha na avenida, digo sinceramente: eu também já pensei assim, mas tive de acordar para a dura e patética realidade...

Vila Isabel: Não vai ser bicampeã, mas volta entre as seis. A Vila se modificou, com certeza, como diz o Tinga. Quem freqüentou aquela quadra nos tempos de Grupo A e faz o mesmo agora, sabe disso. O título de 2006 foi um feito histórico, que dificilmente será repetido. Todavia, a escola tem gás suficiente para ficar por cima da carne seca durante muito tempo ainda.

Grande Rio: Está com a faca e o queijo na mão para conquistar o título. Tem uma estrutura sólida, um bom intérprete, um grande carnavalesco e uma excelente bateria. A meu ver, só tem chance de perder o carnaval para a Viradouro, que dispõe dos mesmos requisitos, mais o “efeito Paulo Barros”. O troféu de 2007 serviria para corrigir a “injustiça” de 2006, onde, segundo alguns comentários, a escola comprou, mas não levou.

Viradouro: Marco Lira reergueu a escola, fazem dez anos que ela ganhou pela primeira vez, e um titulo da vermelho e branco de Niterói seria a consagração definitiva de Paulo Barros como um dos grandes do carnaval carioca. Além disso, a escola desfruta de grande prestígio diante de presidente da Liga. Ao lado da Grande Rio, é a favorita.

Mangueira: Outra que vai brigar, e dependendo do estado de saúde de Jamelão até o dia do desfile, pode surpreender. Explico: se fizer um desfile parelho com as duas citadas acima, toda a comoção em torno do Mestre poderá ser o ingrediente que falta à escola para almejar o título.

Beija-Flor: Vai fazer um grande desfile, mas não vejo a Beija-Flor como real candidata ao título. Acho que “a fila andou” para a escola. No entanto, tenho a plena convicção de que ela volta entre as campeãs. O enredo, o samba e a harmonia de canto da comunidade nilopolitana contribuem, e muito, para isso.

Unidos da Tijuca: Paulo Barros fazia das tripas coração. Não creio que Lane Santana conseguirá fazer o mesmo com tão pouca verba. O relacionamento de Fernando Horta com os diretores da LIESA desgastou-se no último carnaval, após a apuração. A escola não tem quadra, tem pouco apelo popular, se comparada às demais, e já é familiarizada com os grupos de acesso. Diante de tudo isso, não seria surpresa para mim se a Tijuca caísse, mesmo se fizer um bom desfile.

Portela: Toda a indefinição em torno do enredo parecia ter criado um mal-estar diante da LIESA, mas não é o que se vê. Nilo Mendes Figueiredo parece transitar à vontade pela instituição, e além disso, a Portela vem com o melhor samba do carnaval. Não volta entre as seis, mas deve ficar em uma posição intermediária, como nos tempos de Carlinhos Maracanã.

Império Serrano: Quem vê o Império como uma escola ultrapassada, sem compromisso estético nenhum, prepare–se para levar mais um susto, caso já tenham se refeito daquele que sofreram esse ano. A história do samba mudou, e a era do profissionalismo parece finalmente ter chegado à Serrinha. Acrescente-se a isso uma comunidade que desfila com a faca entre os dentes, mais a melhor bateria do carnaval carioca, e o resultado poderá ser surpreendente. Não falo em título, mas uma eventual volta no sábado das campeãs é um sonho. Distante, porém não tanto. Uma coisa é certa: a escola não cai. Isso eu garanto!

Imperatriz: A fila andou para a Imperatriz. Voltar entre as campeãs já seria um lucro.

Mocidade: Recebo com muito pesar, e uma pontinha de preocupação, as notícias de Padre Miguel. A escola está há anos afastada da mídia. Vive um momento interno complicadíssimo, e a cada ano desce uma posição. Tenho saudades da velha e boa Mocidade, e torço para que ainda haja tempo de evitar o pior, ou quem sabe, aprontar uma surpresa.

Salgueiro: A fonte secou, e o momento interno da escola também é complicadíssimo. Vai ter que se segurar na garra da comunidade, que foi deixada de lado na época das vacas gordas. O Salgueiro deu um tiro no pé, e agora está arcando com as conseqüências, e tentando juntar os cacos. O samba ajuda, mas só de pensar no intérprete, tenho calafrios. Acredito que a escola não caia, mas está bem longe de voltar entre as seis.

Porto da Pedra: Com todo respeito à comunidade gonçalense, acho que em 2007 não vai dar pra evitar o rebaixamento. É uma luta de David contra Golias. A escola é nova, e um rebaixamento não seria o fim do mundo. Além disso, há potencial para uma reviravolta.

Estácio: A Estácio está fora da briga contra o rebaixamento, e pode até fisgar um lugarzinho no desfile das campeãs. A escola acordou do susto, e voltou ao Grupo Especial, que é o seu lugar, pra ficar.

Enfim, quero ressaltar que não torço para que as coisas aconteçam dessa forma. Se eu pudesse escolher, Madureira estaria sempre no topo, fosse com o Império ou com a Portela, mas infelizmente não é assim. O fato de eu apontar uma escola como provável candidata ao título ou ao rebaixamento, não quer dizer que eu morra de amores por ela ou que eu a odeie. Sei que à frente de tudo isso existem pessoas apaixonadas, que dão a vida pelas suas escolas, e não quero atingir a ninguém. No mais, desejo a todos um Feliz Ano Novo, e que Bara e Oyá possam nos favorecer nos dias que virão por aí.

Um grande abraço à todos!

Cláudio Carvalho
clau25rj@hotmail.com