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Sambando por aí...

NAS PÁGINAS DA HISTÓRIA - AS CAMPEÃS DO CARNAVAL NAS MANCHETES DO JB

14 de abril de 2020, nº 38

Nesse momento tão terrível, todos nós temos feito alguma coisa para ocupar um pouco a nossa mente. Seja colocar um hobby em dia ou até mesmo usar a criatividade têm sido um afago fundamental para tentar superar aos poucos o isolamento social motivado pela pandemia de coronavírus. Eu, por exemplo, tenho aproveitado este tempo para fazer consultas nos acervos de jornais, coisa que sempre gostei de fazer já que, modéstia à parte, tenho uma vocação forte por pesquisa. 

Um dos acervos digitais que mais frequento é o do Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Como não poderia deixar de ser, fui conferir algumas reportagens relacionadas ao carnaval. Algumas delas tenho compartilhado no Twitter - como, por exemplo, a confirmação da ausência do Salgueiro no CD do Grupo Especial de 1998, optando pela gravação do samba de forma independente.

Foi pensando nisso que decidi compartilhar com os leitores do SAMBARIO algumas manchetes do JB relacionadas aos desfiles. Antes, cabe um aviso: para não ficar um texto longo e arrastado, opto por somente o "anúncio" das campeãs do carnaval em alguns anos específicos. Se por ventura faltar algum título importante da sua escola do coração, peço que você aí do outro lado da tela que não fique bravo.

Enfim... Vamos viajar no tempo?

Década de 70

Apesar dos campeonatos de 1980, 1984 e 2017, já faz meio século que a Portela não conquista um carnaval sozinha. Naquela oportunidade, mais precisamente em 14 de fevereiro de 1970 - dia seguinte à apuração das notas, o JB destacou a azul-e-branca como "a campeã do povo".


Na metade da década, começou a despontar o talento de Joãosinho Trinta, que chegou ao carnaval com o pé na porta ao conquistar cinco títulos consecutivos - o bi 74/75 pelo Salgueiro e o tri 76/77/78 pela Beija-Flor de Nilópolis. Estes campeonatos, porém, tiveram destaque quase inexistente nas capas do jornal.

Fechando a década, a Mocidade obtera sua primeira conquista em 1979. Abaixo, a foto da comemoração da escola estampada na capa da edição de 2 de março daquele ano.



Década de 80

A década de 80 chegou logo de cara com um tríplice campeonato. E o JB contou como Portela, Imperatriz e Beija-Flor fizeram sua festa pelos respectivos títulos.




Madureira parou, cantou e dançou com a vitória do Império Serrano - a última conquista da escola na elite - e o vice-campeonato da Portela. Assim o jornal registrou em sua capa:



Parêntese importante: o recorte abaixo não fala sobre nenhuma escola que havia sido campeã do carnaval, mas vale o registro. A apresentação do projeto de construção do Sambódromo, noticiado na edição do JB de 11 de setembro de 1983.



Voltando ao propósito do post, que tal falar, então, das campeãs - e da supercampeã - do primeiro carnaval do Sambódromo da Marquês de Sapucaí? Segue as capas, com direito a mapa de apuração dos desfiles de domingo e segunda: 




O carnaval nas estrelas também foi destaque. Foi assim que o JB noticiou, em sua capa, o segundo título da Mocidade.



A vitória da Imperatriz Leopoldinense no "carnaval que não terminou", estampada na capa do JB do dia 9 de fevereiro de 1989.



Década de 90


Os adoráveis e inesquecíveis anos 90 chegaram. E com eles um bicampeonato da Mocidade, assim noticiada nas capas do Jornal do Brasil. Abaixo, a capa do título de 91.




Na década houve outro bi: o da Imperatriz - em destaque, a conquista de 94. 



Mocidade e Imperatriz também acumularam outra conquista na década.



Além do domínio verde-e-branco, os anos 90 marcaram a quebra de jejum do Salgueiro e os títulos inéditos de Estácio e Viradouro.




Década de 2000


O novo milênio chegou, mas o domínio gresilense continuava. Abaixo, a manchete do tricampeonato da Rainha de Ramos, em 2001, que destaca a competência da escola.




2002, ano de estreia das notas fracionadas em décimos, fora destacada a diferença mínima pela qual a arretada Mangueira obteve a vitória. 



A Vila "bailou la bamba" e quebrou o jejum de 18 anos.



O Salgueiro bateu forte o tambor e também quebrou seu jejum.




Mas a grande campeã da década foi a Beija-Flor, com cinco taças - o tri 2003/04/05 e o bi 2007/08. Abaixo, as capas das conquistas dos dois "bis", de 2004 e 2008, o último título da escola noticiado pelo Jornal do Brasil.



2010: a vitória tijucana

"Segredos que valem ouro". Foi assim que o Jornal do Brasil noticiou a vitória da Unidos da Tijuca no carnaval de 2010, em seu último carnaval nas bancas após 119 anos. Em setembro do mesmo ano, o JB deixou as bancas para ser exclusivamente um jornal online.


2019: a folia derradeira do JB

Em 2018, passados oito anos após sua interrupção, o Jornal do Brasil voltou as bancas sob liderança do empresário Omar Peres, o Catito, e acompanhou o carnaval de 2019. Em sua folia derradeira, pois o JB teria sua circulação nas bancas interrompida em caráter definitivo na terça-feira seguinte ao carnaval, exclamou em sua manchete para noticiar a incontestável vitória verde e rosa: "Mangueira presente: festa da história que não está nos livros".



Carlos Fonseca

Twitter: @eucarlosfonseca
Apresentador do Carnaval Show na Rádio Show do Esporte todas às quartas-feiras às 20h
www.radioshowdoesporte.com.br