PRINCIPAL EQUIPE LIVRO DE VISITAS LINKS ARQUIVO DE ATUALIZAÇÕES ARQUIVO DE COLUNAS CONTATO |
||||
O RESUMÃO DO CARNAVAL 2020
3 de março de 2020, nº 36 Saudações, caríssimos
leitores deste Sambario. Mais um carnaval se acabou. Vinte e sete escolas
passaram pela Marquês de Sapucaí entre sexta-feira e segunda. A Viradouro
ensaboou geral e levou o carnaval 23 anos depois. O trem da alegria da
Imperatriz "passou passando" (como diria o Chitão Martins) e venceu
com sobras a Série A. Então, é tempo de expor rápidos pitacos sobre os desfiles
do Rio de Janeiro, aos quais pude acompanhar de perto, já que pelo segundo ano
consecutivo estive representando a Rádio Show do Esporte e este Sambario na
Passarela do Samba Darcy Ribeiro. Sem mais coisa a acrescentar, vamos a eles. GRUPO ESPECIAL
- Não foi desta vez que a
Grande Rio conquistou seu tão sonhado título inédito, faltou pouco. Mas
independente disso, o vice-campeonato coroa um grande desfile assinado pela
dupla "Boraddad". O caminho pra reconstrução da tricolor é esse aí. - Importante dizer:
campeã e vice tiveram duplas de carnavalescos estreantes. Viva a renovação e os
jovens artistas dessa festa! - A Beija-Flor voltou às
campeãs depois da catástrofe do ano anterior e o reizinho do camarote ainda tá
reclamando das notas? Que feio... - Honestamente, trocaria
o Salgueiro pela Portela no G6, mas não contesto a ida da Academia para as
campeãs, muito pelo contrário. Uma pena (e um balde de água bem gelada nas
pretensões portelenses) a Águia ter ficado fora do sábado. - Alguém tinha certeza
que a salada que foi o enredo da Vila Isabel daria certo? Eu a tinha colocado
como favorita após o desfile pelo chão e belo visual, mas sabendo que esse
ponto seria crucial contra a escola. Não deu outra... - E a Unidos da Tijuca,
hein? Tirando a parte da escorregada da Lexa, um retorno não muito inspirado do
Paulo Barros ao Borel. E ainda acho que a São Clemente poderia ficar a sua
frente... - É duro dizer isso, mas
União da Ilha vinha implorando há anos pra ser rebaixada, e dessa vez
conseguiu. E o projeto esdrúxulo que o Laíla comandou na escola este ano foi a
cópia ipsis litteris da expressão "pau que nasce torto, morre torto"
- e tinha quem o defendesse. - Por mais que houvesse
risco, a meu juízo a Estácio de Sá não fez desfile para cair. Uma pena a
professora Rosa Magalhães ganhar de presente nos seus 50 anos de carnaval o seu
primeiro rebaixamento. - Dá pra concordar com
99% do resultado, mas não com algumas notas. O que foi os descontos nas
Fantasias da Portela e na Bateria da Mocidade? E até mesmo as quatro primeiras
colocadas poderiam ser um pouco mais penalizadas em quesitos específicos. SÉRIE A
- Felizmente o Império
Serrano se salvou do risco de ir à Intendente Magalhães, o que já é um grande
alívio, mas nono lugar? Tem certeza? - Surgiu uma nova sina na
Série A sem ser os vices da Unidos de Padre Miguel: depois do Império da Tijuca
e sua coleção de 7° lugares, agora é a vez da Porto da Pedra acumular vários 3°
lugares... - Concordei com as três,
quatro, cinco primeiras, mas o julgamento da Série A foi uma calamidade do
começo ao fim. Um exemplo crasso foi o conjunto alegórico da Unidos da Ponte,
que tinha falhas visíveis de acabamento e só perdeu 0.1 no total. Que coisa
esdrúxula, pavorosa e vergonhosa - e isso tende a piorar nos próximos anos. - Ainda mais vergonhosos
os rebaixamentos de Renascer e Rocinha. Tá certo que a primeira citada deixou a
pista com um iminente risco de queda, embora houvesse desfiles piores que o
dela, mas nem aqui nem na Patagônia ambas fizeram desfiles pra cair.
Inaceitável é o mínimo a se dizer. INTENDENTE MAGALHÃES - Que Lins Imperial e Em
Cima da Hora tenham um belíssimo retorno à Sapucaí no próximo ano. E meus parabéns
à Caprichosos pelo título do Grupo de Acesso da Intendente em seu retorno aos
desfiles após dois anos. E a Tradição, vai subir ou não vai? A treta está
armada e isso vai longe... SEÇÃO DE CURIOSIDADES - O jejum da Unidos do
Viradouro durou exatos 23 anos e 14 dias, ou 8.414 dias, entre 12 de fevereiro
de 1997 e 26 de fevereiro de 2020. A época do primeiro triunfo da vermelha e
branca no Grupo Especial, o Caminho Niemeyer (um dos principais pontos
turísticos do centro de Niterói) ainda não existia, o Horto do Fonseca era o
antigo Zoológico da cidade sorriso, Gabigol sequer tinha completado 1 ano de
vida, o dólar valia R$ 1,04 (R$ 3,95 em valores de hoje), Marcello Alencar era
o governador do Rio de Janeiro, Luiz Paulo Conde recém havia completado 1 mês
na prefeitura da capital e Jorge Roberto Silveira ainda estava iniciando seu
segundo mandato na Prefeitura de Niterói. - O título da Viradouro
foi conquistado em um ano de marca importante: neste 2020, a escola de Niterói
completou 30 anos desfilando na Marquês de Sapucaí. Desde a estreia no então
Grupo 1 (atual Série A) em 1990 foram 23 carnavais no Grupo Especial
(1991-2010, 2015 e desde 2019) e 8 na Série A (1990, 2011-2014 e 2016-2018). No
período, a vermelho e branco obteve cinco campeonatos: além do próprio Grupo 1
de 90, o Grupo Especial de 1997 e 2020 e a Série A de 2014 e 2018 - quando
venceu o Grupo 3 em 1989, o desfile era na Avenida Rio Branco. - Marcus Ferreira se
junta a Fernando Pamplona, Maria Augusta, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e
Leandro Vieira no seleto grupo de carnavalescos que venceram o carnaval no ano
de sua estreia. Tarcísio Zanon também conquistou seu primeiro título mas já havia
assinado um carnaval no Grupo Especial anteriormente - pela Estácio de Sá em
2016. - A Grande Rio voltou a
perder o título no desempate depois de 14 anos. Em 2006, a tricolor de Duque de
Caxias empatou em pontos com a Vila Isabel (397.6) mas o desempate em
samba-enredo (39.9 x 39.8 a favor da azul e branca) e a punição de 0.2 pelo
estouro do tempo de desfile em 1 minuto tiraram o caneco da escola. É o quarto
vice-campeonato da Grande Rio desde então - além das já citadas 2006 e 2020, a
tricolor bateu na trave em 2007 e 2010. - Sem contar o
supercampeonato de 1984, a Mocidade Independente de Padre Miguel não terminava
em 3° lugar desde o carnaval de 1978. - O Salgueiro completou
seu 13° ano consecutivo no Desfile das Campeãs. De 2008 para cá, a escola
obteve 1 título (2009), quatro vices (2008, 2012, 2014 e 2015), dois terceiros
(2017 e 2018), um quarto (2016) e cinco vezes o quinto lugar (2010, 2011, 2013,
2019 e 2020). A propósito, a Academia repete o doblete de quintos lugares
consecutivos que não acontecia desde o biênio 2010-2011. - Com o 7° lugar, é a
primeira vez que a Portela não retorna ao Desfile das Campeãs desde que o grupo
Portela Verdade assumiu o comando da escola, em meados de 2013, ano que a Águia
não ficou no G-6 pela última vez. - O nono lugar foi o pior
resultado de Paulo Barros pela Unidos da Tijuca. - Com o 11° lugar, o
Paraíso do Tuiuti vai para o quinto ano no Grupo Especial, melhor sequência
histórica da escola na elite, cujo melhor resultado foi o vice-campeonato de
2018. - O rebaixamento encerra
a segunda passagem da União da Ilha do Governador pelo Grupo Especial, esta com
duração de 10 anos. O melhor resultado da escola insulana no período foi o 4°
lugar de 2014, que devolveu a agremiação ao Desfile das Campeãs depois de 20
anos. - A Estácio de Sá igualou
os três rebaixamentos de Império Serrano e São Clemente neste século. O Leão do
São Carlos desceu em 2007, 2016 e 2020. Aliás, a queda da Estácio neste 2020
causa o primeiro rebaixamento da carreira de Rosa Magalhães. - Das voltas que o
destino dá: em 2010, a União da Ilha permanecia no Grupo Especial e a Viradouro
era rebaixada para a Série A após uma longa passagem na elite. Agora em 2020
acontece o inverso: a Viradouro permanece (ainda que tenha voltado ao Especial
no ano anterior) e a Ilha é rebaixada depois de uma longa passagem na elite. - Nos últimos dois anos,
a Viradouro quebrou dois recordes que antes pertenciam a Unidos da Tijuca. Em
2019, obteve o melhor resultado de uma escola vinda do Acesso com vice-campeonato,
feito que antes pertencia ao quinto lugar da azul e amarelo do Borel em 2000.
Agora, em 2020, a Viradouro foi uma campeã oriunda do domingo de carnaval,
feito que antes pertencia a... Tijuca, em 2010. - O intérprete Zé Paulo
Sierra conquistou seu primeiro título no Grupo Especial. Curiosamente sua
estreia na Sapucaí como intérprete principal foi pela Unidos da Ponte no antigo
Grupo A em 1997, ano do primeiro campeonato da Viradouro. - Pra quem gosta de
números: os dois títulos da Viradouro no Grupo Especial foram sempre com a
escola sendo a segunda a se apresentar em algum dia. Em 1997 ela foi a segunda
escola a desfilar na segunda-feira. Em 2020, foi a segunda escola a desfilar no
domingo. - Para quem gosta de
coincidências: em 2010, campeã e rebaixada saíram de domingo e a Grande Rio foi
vice-campeã tendo Paolla Oliveira como rainha de bateria. Em 2020 aconteceu a
mesma coisa - a diferença é que foram duas rebaixadas ao invés de uma. - Para quem gosta de
coincidências, parte 2: os desfiles de 1997 e 2020 repetiram a campeã
(Viradouro) e pelo menos uma rebaixada (Estácio de Sá). - "Só dá Lalá"
(cujo título original é "O teu cabelo não nega") da Imperatriz
Leopoldinense se tornou o primeiro samba a ser campeão duas vezes: em 1981 no
Grupo Especial e em 2020 na Série A. - Há 14 anos a campeã do
segundo grupo não apresentava uma reedição. A última havia sido a Estácio de
Sá, que reeditou "Quem é Você?", original de 1984, em 2006. - A Unidos de Padre
Miguel conquistou seu quarto vice-campeonato de Série A no período de cinco
anos - 2015, 2016, 2018 e 2020. Logo, em 2021, o boi vermelho da Vila Vintém se
tornará a escola que mais vezes estampou a capa do CD do Acesso, ultrapassando
a Viradouro (com 3). - O oitavo lugar é o
melhor resultado da Sossego na Série A, bem como o melhor desempenho da
história cinquentenária da escola do Largo da Batalha num carnaval. - O nono lugar da Série A
foi o pior resultado do Império Serrano em todos os seus 73 anos de história. - Com o rebaixamento, a
Renascer de Jacarepaguá deixa de desfilar na Sapucaí depois de 19 anos. A
estreia da escola do Largo do Tanque no Sambódromo foi em 2001, no antigo Grupo
de Acesso B. Neste período, a escola conquistou a Série A em 2011. - A Lins Imperial voltará
a desfilar na Sapucaí depois de 10 anos (com 2021 já incluso). Sua última
participação na Passarela do Samba foi em 2011, no antigo Grupo de Acesso B,
com o enredo "Um lugar chamado favela". Na ocasião, Wander Pires
gravou o samba da verde e rosa no CD oficial. - Já a Em Cima da Hora
volta a Sapucaí após seis anos de ausência (2021 incluso). A última vez foi em
2015, na Série A, com o enredo "O Rio das Arábias". - Pelo segundo ano
consecutivo a Globo exibiu todos os desfiles da Série A ao vivo. Diferente do
ano passado, quando isto aconteceu devido ao atraso nos desfiles motivado pelo
temporal que castigou o Rio de Janeiro, já era algo previamente planejado. - A equipe de transmissão
da Globo para os desfiles do Grupo Especial foi a mesma que está desde 2017:
Fátima Bernardes e Alex Escobar na narração, Milton Cunha e Pretinho da
Serrinha nos comentários. Novidade apenas na Série A: o jornalista Leonardo
Bruno estreou como comentarista dos desfiles de sexta e sábado ao lado de
Lucinha Nobre, enquanto Mariana Gross e Pedro Bassan repetiram a dobradinha do
ano passado na apresentação. O ex-titular do "Roda de Samba", coluna
de carnaval do Jornal Extra, substituiu Leandro Vieira, que assumiu o carnaval
da Imperatriz neste 2020. A última volta do ponteiro... A Paraíso do Tuiuti mudou
o comando de sua bateria: saiu Mestre Ricardinho, que encerrou sua passagem de
dez anos no comando da Supersom, e chega Mestre Marcão, que volta ao carnaval
carioca após sua saída conturbada do Salgueiro. Leandro Vieira deixou a
Imperatriz e várias escolas já estão sem carnavalesco. Mas disso falaremos numa
próxima. "Sambando por
aí" volta assim que o Mercadão do carnaval 2021 já estiver bombando - se
já não está.
Carlos Fonseca
Twitter: @eucarlosfonseca Apresentador do Carnaval Show na Rádio Show do Esporte todas às quartas-feiras às 20h www.radioshowdoesporte.com.br |
Tweets by @sitesambario Tweets by @sambariosite |