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Sambando por aí...
  
TOP FIVE DOS CONCORRENTES DERROTADOS - GRUPO ESPECIAL (DOMINGO)

16 de outubro de 2018, nº 09

 . Coluna Anterior: Top Five dos Concorrentes Derrotados - Série A

Saudações, caríssimos e ilustríssimos leitores. Continuamos aqui neste espaço a série de três textos com os cinco melhores concorrentes do carnaval carioca na opinião humilde deste escriba, em modelo similar ao que o editor-chefe Marco Maciel faz anualmente - importante dizer que a única diferença é que não terá notas, só uma avaliação. Cabe explicar também que a ordem que os sambas serão colocados no texto não representa um ranking de preferência, pois os cinco estão livres de notas. Semana passada, como bem lembramos, começamos pelos cinco melhores obras derrotadas nas disputas da Série A. Passado o segundo grupo, é hora de ir ao Especial, começando pelas obras derrotadas dentre as escolas que desfilarão no domingo - excluindo da lista Grande Rio (encomendado) e Império Serrano (que usará a música "O que é, o que é?" como samba). 

1 - "Deixa Trovejar!" - Salgueiro (Parceria de Antônio Gonzaga)

Destaque na disputa salgueirense desde 2016, a parceria de Antônio Gonzaga não fugiu a cartilha ao trazer uma obra de pegada, do jeito que o enredo sobre Xangô pedia. O momento de maior força é no falso refrão central: "Ele bradou na aldeia (Salgueiro) / E aqui vai bradar (Salgueiro eu sou!) / Vestido de vermelho, coração guerreiro / Se apaixonou... / Nos ventos de Iansã... (Eparrei Oyá!) / Nas águas de Oxum... (Ora Yê Yê Oxum) / Num ato de amor, fez enlouquecer / Obá Xirê". Esteve na final, mas foi derrotado pelo samba de Marcelo Motta e cia.

2 - "Samba é meu ganha-pão" - Unidos da Tijuca (Parceria de Dudu Nobre)

Outra grande safra da temporada foi a da Tijuca. E isto se deve muito a força chamada Laíla. Umas cinco obras despontaram para ser o hino tijucano para o próximo ano. Dentre elas, a composta por Dudu Nobre e parceiros. O samba é um assombro de espetacular. Tem passagens que tocam o coração, como em seu começo: "Pai... / Ensina a partilhar o pão / Dá voz ao meu samba / Faz dele oração". Outro grande destaque da letra é o falso refrão onde tem um verso que é um senhor achado "Eu sou Tijuca / Não me fale de alforria / Não existe liberdade sem o pão de cada dia". Foi derrotado na final para a parceria de Marcio André, outro grande samba, mas é uma pena não vê-lo na avenida.

3 - "Vem que vai virar" - Viradouro (Parceria de PC Portugal)

Um dos sambas que se destacou na irregular safra da Viradouro. De melodia forte e lírica em alguns momentos, a obra composta pelo veterano Paulo Cesar Portugal e parceiros contém passagens muito interessantes. Uma delas junta melodicamente os últimos versos da primeira parte ("Veste a fantasia, o desfile é sedutor / A fada madrinha em um toque transformou / Nos pés da menina, brilho de cristal") com o grande achado da letra, o refrão central ("Girou igual porta-bandeira / Bela como a lua baila a noite inteira"). Preterido por boa parte de internautas e torcedores (inclusive o escriba), acabou ficando pela final, quando perdeu para o samba da parceria de Renan Gêmeo, que foi uma avalanche na apresentação decisiva.

4 - "Rei dessa nação vermelha" - Salgueiro (Parceria de Luiz Pião)

Merece estar na lista não só por sua qualidade, mas por um motivo bem especial: a parceria de Luiz Pião nos brindou com uma fabulosa primeira passada de sua obra entoada pelo "Pavarotti do Samba" Rixxah, que ficou até melhor que nas duas passadas seguintes, defendida por Zé Paulo e Evandro Malandro. Com refrães muito fortes, ele tem trechos muito bons. O melhor momento é na segunda parte, aberta por um falso refrão "Kaô Kabecilê, de Jejê ou Nagô / Kaô Xangô, Agô Xangô / Kaô Kabecilê, jamais me deixe só / É o rei maior, a lei maior" que segue num trecho pergunta-resposta: "Ele é da pedreira (meu pai Xangô) / Lá da cachoeira (me batizou) / Ele é o senhor, meu Brasil sincretizou / Meus olhos vão brilhar, meu coração palpitar / Ao ver o mestre novamente desfilar". A letra encerra, curiosamente, com um trecho que exclama que "Prevalece a união", do que a escola tanto precisa. A obra foi derrotada na final.

5 - "Pisa forte nesse chão" - Salgueiro (Parceria de Rafa Hecht)

Para o leitor ter ideia do quanto foi boa a safra do Salgueiro, mais uma obra concorrente da vermelha e branca bisa nessa lista. Parceria que foi a grande surpresa na disputa de 2018, repetiu a fórmula de um samba ousado. Interpretado por Pixulé, o cartão de visitas é a letra ser bem extensa. Tem passagens muito boas como no refrão central "Quando a pedra rolou na pedreira / Trovejou, relampejou / O meu destino iluminou". Chamo atenção para o momento de clímax da obra, o segundo refrão ("Pisa forte nesse chão, Salgueiro / Vai ter Xirê pro meu orixá") que, caso fosse pra avenida, essa repetição certamente cairia. A obra foi cortada antes da semifinal.


Carlos Fonseca

Twitter: @eucarlosfonseca
Apresentador do Carnaval Show na Rádio Show do Esporte todas às quartas-feiras às 20h
www.radioshowdoesporte.com.br