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BETO DO CABUÇU

BETO DO CABUÇU

            

          

  Nome completo: Gilberto Domingues

   

  Ano de nascimento: 
1950



                                                     

             


Sambario faz um especial agradecimento ao Sr. Iba Nunes, baluarte e único fundador ainda vivo da SERES Unidos do Cabuçu, por ter colaborado nas informações referentes ao intérprete Beto do Cabuçu)

Beto foi uma das primeiras vozes marcantes do início da Unidos do Cabuçu na era dos registros fonográficos de samba-enredo. Seu timbre de voz agradável era mais afeito aos tons agudos.

O jovem carioca Gilberto foi levado para a Cabuçu em 1965 por intermédio de Iba Nunes, compositor e fundador da escola localizada na região da Lins de Vasconcellos, entre os bairros do Engenho Novo e do Méier. (Iba é o único fundador vivo da agremiação azul e branco). Na época, Iba era tesoureiro da Cabuçu e, ao ver Gilberto cantar, resolveu apostar no potencial do garoto.

A primeira aparição de Beto em um disco de samba enredo aconteceu no álbum oficial do Grupo 2 das escolas de samba do carnaval de 1974, quando gravou “Devaneios de um poeta”, dos compositores Walmir e Wivaldo Antunes. Dois anos depois, em parceria com Iba Nunes, assinou “Reisado da Terra das Alagoas”, samba que deu o vice-campeonato do segundo grupo à Cabuçu, fazendo com que a escola ascendesse ao grupo especial. A performance na avenida rendeu ao cantor o prêmio de melhor puxador do Grupo 2 em 1976, concedido pelo apresentador Rubem Gerardi, na Rádio Mauá.

Em 1977 após 12 anos de ausência. a Cabuçu retornou ao primeiro grupo, com o samba-enredo “Os Sete Povos das Missões” (Waldir Prateado), mas a escola não se apresentou bem e foi rebaixada. No desfile seguinte Beto cantou o belíssimo samba-enredo “Cabuçu Exalta as Pedras Preciosas do Brasil” (Izalmar, Marlony e Valmir).

Em 1979, a Cabuçu não venceu o título do segundo grupo (já rebatizado de Grupo 1-B), mas a escola conquistou o Estandarte de Ouro de melhor samba da categoria com a voz de Beto. A obra era “O Gigante Negro da Abolição”, de Izalmar, Marlon, Valmir e Amauri. No mesmo ano, Beto foi apoio de David Correa na Portela, ajudando a defender na avenida “Incrível, Fantástico, Extraordinário”, um desfile que até hoje é questionado pelos portelenses por que a vitória não foi para o bairro de Oswaldo Cruz.

Para o carnaval de 1980 a Cabuçu preparou um enredo em homenagem ao compositor Lamartine Babo, mas também não fez um bom desfile. O samba era “Tua obra não nega, Lalá”, de autoria de João, Augusto, Celcinho e Dirceu. A escola chegou apenas na 7ª colocação no Grupo 1-B. Foi a última gravação solo de Beto. No ano de 1981, com o enredo “De Daomé a São Luis, a pureza Mina Jêje”, Beto dividiu o microfone com o também compositor Zé Maria D’Angola e os então estreantes puxadores J. Leão e Celsinho.

Aos poucos, Beto foi se afastando do time de cantores da Cabuçu e problemas pessoais o fizeram se afastar também um pouco da escola. Sua última peformance no carro de som da azul e branco da região da Lins de Vasconcellos foi em 1985, dividindo o microfone com J. Leão no samba-enredo “A festa é nossa, ninguém tasca ou Quem ri por último, ri melhor” (J. Leão, João do Cabuçu, Celsinho, João do Cavaco e Jorginho Harmonia), no retorno da escola ao Grupo Especial após ter conquistado o título no Grupo 1-B com uma homenagem à sambista Beth Carvalho em 1984, ano da inauguração do sambódromo da Sapucaí.

Segundo seu amigo e parceiro Iba Nunes, Beto de vez em quando é chamado em algumas rodas de samba para dar alguma palinha dos sambas da Cabuçu das décadas de 70 e 80, muitos deles compostos pelo próprio Iba.


Além do carnaval, Beto também atuou como profissional da área de digitação em várias empresas na cidade do Rio de Janeiro.

Início: Unidos do Cabuçu, em 1965
1965 a 1980 – Cabuçu (microfone principal)
1979 – Portela (apoio de David Corrêa)
1981 – Unidos do Cabuçu (com Zé Maria D'Angola, Celsinho e J. Leão)
1985 – Unidos do Cabuçu (com J. Leão)

GRITO DE GUERRA: Beto era da época em que o grito de guerra não era muito comum entre os puxadores. Só adotou o recurso quando gravou em 1980, no caso: Olha do Cabuçu, aí meu irmão! Vamos nós! em seu último registro fonográfico solo.

CACOS DE EMPOLGAÇÃO:
“é isso aí pastoras”, “bora Cabuçu”, “diz de novo”, “vamos lá”; “Nossa Senhora”; “que beleza”; “simbora gente”; “olha o Cabuçu”; “é isso aí gente”.

SAMBA DE SUA AUTORIA:
“Reisado da Terra das Alagoas” (Cabuçu/1976, com Iba Nunes).

PREMIAÇÃO:

Melhor Puxador do Grupo 2 em 1976, pela Rádio Mauá (Programa Rubens Gerardi).

DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:

LP Sambas Enredo Grupo 2 1974 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 2 1976 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1 1977 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-B 1979 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-B 1980 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-B 1981 (faixa Unidos do Cabuçu)
LP Sambas Enredo Grupo 1-A 1985 (faixa Unidos do Cabuçu)

MAIS FOTOS DE BETO DO CABUÇU


Beto do Cabuçu (à esq) ao lado do compositor Iba Nunes, único fundador ainda vivo da Unidos da Cabuçu, em foto tirada provavelmente na década de 90. -  Acervo Iba Nunes

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