BEIJA-FLOR
BEIJA-FLOR
DE NILÓPOLIS
FUNDAÇÃO |
25/12/48 |
CORES |
Azul e Branco |
QUADRA |
Praça Wallace Paes
Leme, 1025
Nilópolis
26510-032
Telefone: 2791-2866
Fax: 2691-1571 |
BARRACÃO |
Rua Rivadávia
Correa, 60
Barracão 11
Cidade do Samba - Gamboa
20220-290
Telefone: 2233-5889
Fax: 2233-5889 |
RESULTADOS - SAMBAS-ENREDO
HISTÓRICO
A
Beija-Flor nasceu em 25 de dezembro de 1948, durante uma festa de
Natal. Um grupo de amigos de Nilópolis resolveu formar o
primeiro bloco carnavalesco da cidade, que recebeu o nome de
Beija-Flor em homenagem a um rancho que já existia com o mesmo
nome. Foram fundadores da escola os sambistas Milton de Oliveira
(o Negão da Cuíca), sua mãe Eulália, Helles
Ferreira, Mário
Silva, José Fernandes da Silva, Walter Silva, Édson
Vieira e
Hamilton Floriano.
Em 1953, o bloco Beija-Flor foi inscrito na Confederação
das
Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Os
primeiros anos da
Beija-Flor foram difíceis. A quadra, na verdade, era um terreno
baldio, a escola tinha muito pouca estrutura. Um pouco de
malandragem fora necessário para o crescimento da entidade. Para
desfilar na cidade do Rio de Janeiro era necessário que a escola
possuísse quadra no próprio município. E a
Beija-Flor, sendo
de outro, conseguiu ajuda de Amaury Jório, da Imperatriz, que
arrumou uma pequena quadra para a escola no bairro de Ramos, só
para constar que a escola nilopolitana era da cidade. Além
disso, Djalma Preto, da Mangueira, também apoiou muito a
Beija-Flor.
A
Beija-Flor pela primeira vez se apresentou como escola de samba,
no Grupo 2 do Rio de Janeiro, e venceu logo de cara com o enredo
"Caçador de Esmeraldas". O compositor do samba era
Cabana, o maior nome entre os compositores nilopolitanos em todos
os tempos, que foi parceiro de Martinho da Vila em sambas de meio
de ano e também chegou a compor na Portela. Mas a
passagem da
escola pelo grupo principal foi irregular, e alguns anos depois a
Beija-Flor estava de volta ao Grupo 2.
A
Década de 60 foi de altos e baixos para a Beija-Flor ainda
tentando se firmar como escola do primeiro grupo, contudo ela foi
rebaixada até ao grupo 3 onde ficou por 3 anos. Contudo a escola
manteve as esperanças de anos melhores e retomou seu rumo em
direção ao sucesso na década seguinte. Porém, em 1962, com um
dos seus sambas mais bonitos em todos os tempos, composto por
Cabana, a Beija-Flor apresentou "Dia do Fico". A escola
obteve ótima colocação, chegando em segundo lugar,
subindo
para o Grupo 1. E no ano seguinte, desfilou com o enredo
"Peri e Ceci", mas acabou rebaixada, regressando ao
Grupo 2. Somente em 1974 a escola voltaria,
definitivamente, à elite do carnaval carioca, apresentando o
enredo "Brasil ano 2000".
Com a vinda de Joãosinho Trinta, Laíla e outros
insatisfeitos
do Salgueiro, em 1976, a escola foi a grande campeã do carnaval,
com o enredo "Sonhar com rei dá leão" que contava a
história do jogo do bicho, demonstrando em suas alegorias um
luxo até então atípico para a época,
acarretando o fim da
hegemonia do quarteto formado por Mangueira, Portela, Salgueiro e
Império Serrano. E venceu ainda nos dois anos seguintes. Em
1977, com o enredo "Vovó e o rei da Saturnália", e em
1978 com "A criação do mundo na tradição
nagô",
conseguindo o tricampeonato. A agremiação de
Nilópolis passou
a ser conhecida como a escola do luxo e iniciou o processo de
verticalização das escolas, através de grandes
alegorias e dos
adereços de mão.
E o sucesso da Beija-Flor continuou: em 1979 e 1981 conseguiu o
segundo lugar, e em 1980 dividiu o título com Portela e
Imperatriz, com o enredo "O sol da meia-noite". Em
1983, a escola foi novamente a grande campeã, com "A Grande
constelação de estrelas negras".
Dois vice-campeonatos da escola de Nilópolis também
merecem
registro. Em 1986, o enredo "O mundo é uma bola" levou
o futebol para a avenida. O desfile, em condições
normais, não
teria chamado tanta atenção, mas uma chuva torrencial fez
com
que os componentes demonstrassem muita força de vontade,
emocionando quem assistia ao espetáculo. Em 1989, a segunda
colocação de "Ratos e urubus, larguem minha fantasia"
revolucionou o mundo do samba, com os mendigos que Joãosinho
Trinta levou para a Passarela do Samba. O desfile tinha dois
setores: um pobre e um rico. O desfile de 89 é considerado por
muitos como o melhor do século.
Joãosinho deixaria a escola de Nilópolis em 1994. E o
tão
sonhado título no Sambódromo só viria em 1998,
dividido com a
Mangueira, com o enredo "O mundo místico dos caruanas"
desenvolvido por uma Comissão de Carnaval que levou a Beija-Flor
ao seu sexto campeonato. A escola foi vice-campeã por quatro
vezes consecutivas entre 1999 e 2002, sempre perdendo pela
diferença mínima para a primeira colocada.
Mas
a Beija-Flor recuperaria o título em 2003. Venceria pela
primeira vez sozinha depois de vinte anos (lembrando que seu
último título fora dividido com a Mangueira) com o enredo
"Saco Vazio Não Pára em Pé - A Mão que faz
a Guerra, faz
a Paz". No ano seguinte, conseguiria o bi com o enredo
"Manoa, Manaus, Amazônia, Terra Santa: Alimenta o Corpo,
Equilibra a Alma e Transmite a Paz". A escola desfilou sob
uma intensa chuva, que combinou com o trecho do samba "Água
que lava minh'alma ao matar a sede da população", o que
deu mais um sabor ao desfile, impulsionando a escola ao título.
Em 2005, com um enredo sobre os Sete Povos das Missões, a
Beija-Flor, cujo desfile começou já num sol quente das
sete da
manhã de terça-feira, conquistaria o segundo
tricampeonato de
sua história. De 1998 a 2005, a escola sempre era ou
campeã ou
vice do carnaval carioca. A escrita foi quebrada com a quinta
colocação em 2006. Tudo voltaria ao normal para os ares
de
Nilópolis com o bicampeonato obtido em 2007 (com um tema sobre a
África) e 2008 (ao falar de Macapá), driblando as
suspeitas de
manipulação de resultados que originou uma CPI na
Câmara
Municipal do Rio. Recuperaria o título três anos depois,
ao homenagear Roberto Carlos na Marquês de Sapucaí em 2011.
Em 2014,
o mal-sucedido desfile sobre comunicação, com Boni como
fio condutor, tirou a Beija-Flor do Sábado das Campeãs
pela primeira vez desde 1992. A volta por cima viria no ano seguinte,
com o décimo terceiro título da azul-e-branco
através de um polêmico enredo sobre Guiné
Equatorial, país africano há décadas comandado por
um ditador. Em 2018, o desfile de enredo "Monstro
é Aquele que não sabe Amar. Os Filhos Abandonados da
Pátria que os pariu" dividiu os espectadores. Uns ficaram
encantados com a forma direta e teatralizada que nossas mazelas foram
expostas, enquanto outros sentiram falta da
carnavalização dos elementos. Mandando a estética
às favas, a Beija-Flor conseguiu arrebatar o público, que
cantou o belíssimo samba a plenos pulmões, conduzindo a
escola ao 14º caneco. Depois do Carnaval, Laíla, que estava
na agremiação em sua terceira e mais duradoura passagem
(desde 1995), deixou Nilópolis.
Sem seu consagrado diretor de Carnaval, a Beija-Flor em 2019 apresentou
um péssimo desfile em que festejava seus 70 anos na visão
de fábulas, não sendo bem recebido por público e
crítica. Resultado: a pior classificação de sua
história, um vexatório 11º lugar. Em 2020, o tema
sobre as ruas devolveu a azul-e-branco às campeãs,
obtendo a quarta posição.
RESULTADOS
DA ESCOLA
1954 - 1ª no Grupo 2
O Caçador de Esmeraldas
1955 - 6ª no Grupo 1
Páginas de Ouro da
Poesia Brasileira
1956 - 12ª no Grupo 1
O Gaúcho
1957 - 10ª no Grupo 1
Riquezas Áureas do
Brasil
1958 - 10ª no Grupo 1
Tomada de Monte Castelo
ou Exaltação às Forças Armadas
1959 - 9ª no Grupo 1
Copa do Mundo
1960 - 6ª no Grupo 1
Regência Prima
1961 - 8ª no Grupo 2
Homenagem a Brasília
1962 - 2ª no Grupo 2
Dia do Fico
1963 - 10ª no Grupo 1
Peri e Ceci
1964 - 12ª no Grupo 2
Café, Riqueza do Brasil
1965 - 3ª no Grupo 3
Lei do Ventre Livre
1966 - 3ª no Grupo 3
Fatos que Culminaram com
a Independência do Brasil
1967 - 2ª no Grupo 3
A Queda da Monarquia
1968 - 9ª no Grupo 2
Exaltação a José de
Alencar
1969 - 9ª no Grupo 2
O Paquete do Exílio
1970 - 6ª no Grupo 2
Rio, Quatro Séculos de
Glórias
1971 - 7ª no Grupo 2
Carnaval, Sublime Ilusão
1972 - 6ª no Grupo 2
Bahia dos meus Amores
1973 - 2ª no Grupo 2
Educação para o
Desenvolvimento
1974 - 7ª no Grupo 1
Brasil Ano 2000
Rosa Magalhães
1975 - 7ª no Grupo 1
O Grande Decênio
Manuel Antônio Barroso
1976 - 1ª no Grupo 1
Sonhar com Rei dá Leão
Joãosinho Trinta
1977 - 1ª no Grupo 1
Vovó e o Rei da
Saturnália na Corte Egipciana
Joãosinho Trinta
1978 - 1ª no Grupo 1
A Criação do Mundo na
Tradição Nagô
Joãosinho Trinta
1979 - 2ª no Grupo 1A
O Paraíso da Loucura
Joãosinho Trinta
1980 - 1ª no Grupo 1A
O Sol da Meia-Noite, uma
Viagem ao País das Maravilhas
Joãosinho Trinta
1981 - 2ª no Grupo 1A
Carnaval do Brasil, a
Oitava das Sete Maravilhas do Mundo
Joãosinho Trinta
1982 - 6ª no Grupo 1A
O Olho Azul da Serpente
Joãosinho Trinta
1983 - 1ª no Grupo 1A
A Grande Constelação
das Estrelas Negras
Joãosinho Trinta
1984 - 3ª no Grupo 1A e
5ª no Supercampeonato
O Gigante em Berço
Esplêndido
Joãosinho Trinta
1985 - 2ª no Grupo 1A
A Lapa de Adão e Eva
Joãosinho Trinta
1986 - 2ª no Grupo 1A
O Mundo é uma Bola
Joãosinho Trinta
1987 - 4ª no Grupo 1
As Mágicas Luzes da
Ribalta
Joãosinho Trinta
1988 - 3ª no Grupo 1
Sou Negro, do Egito à
Liberdade
Joãosinho Trinta
1989 - 2ª no Grupo 1
Ratos e Uubus Larguem
Minha Fantasia
Joãosinho Trinta
1990 - 2ª no Grupo
Especial
Todo Mundo Nasceu Nu
Joãosinho Trinta
1991 - 4ª no Grupo
Especial
Alice no Brasil das
Maravilhas
Joãosinho Trinta
1992 - 7ª no Grupo
Especial
Há um ponto de luz na
imensidão
Joãosinho Trinta
1993 - 3ª no Grupo
Especial
Uni-Duni-Tê, a
Beija-Flor Escolheu: É Você
Maria Augusta
1994 - 5ª no Grupo
Especial
Margareth Mee, a Dama das
Bromélias
Milton Cunha
1995 - 3ª no Grupo
Especial
Bidu Sayão e o Canto de
Cristal
Milton Cunha
1996 - 3ª no Grupo
Especial
Aurora do Povo Brasileiro
Milton Cunha
1997 - 4ª no Grupo
Especial
A Beija-Flor é Festa na
Sapucaí
Milton Cunha
1998 - 1ª no Grupo
Especial
O Mundo Místico dos
Caruanas nas Águas do Patu-Anu
Comissão de Carnaval
1999 - 2ª no Grupo
Especial
Araxá, Lugar Alto onde
Primeiro se Avista o Sol
Comissão de Carnaval
2000 - 2ª no Grupo
Especial
Brasil, Um Coração que
Pulsa Forte, Pátria de Todos ou Terra de Ninguém
Comissão de Carnaval
2001 - 2ª no Grupo
Especial
A Saga de Agotime, Maria
Mineira Naê
Comissão de Carnaval
2002 - 2ª no Grupo
Especial
O Brasil dá o Ar da sua
Graça. De Ícaro a Rubem Berta, o Ímpeto de Voar
Comissão de Carnaval
2003 - 1ª no Grupo
Especial
O Povo Conta a sua
História: Saco Vazio não para em Pé, a Mão
que faz a Guerra,
faz a Paz
Comissão de Carnaval
2004 - 1ª no Grupo
Especial
Manõa, Manaus,
Amazônia, Terra Santa: alimenta o corpo, equilibra a alma e
transmite a paz
Comissão de Carnaval
2005 - 1ª no Grupo
Especial
O Vento corta as Terras dos Pampas. Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Guarani, Sete Povos na fé e na dor... Sete
Missões de
Amor
Comissão de Carnaval
2006 - 5ª no Grupo
Especial
Poços de Caldas Derrama Sobre a Terra Suas Águas
Milagrosas: Do
Caos Inicial à Explosão da Vida - Água, a
Nave-Mãe da
Existência
Comissão de Carnaval
2007 - 1ª no Grupo
Especial
Áfricas, do Berço Real à Corte Brasiliana
Comissão de Carnaval
2008 - 1ª no Grupo
Especial
Macapaba: Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do
Mundo
Comissão de Carnaval
2009 - 2ª no Grupo
Especial
No Chuveiro da Alegria, quem Banha o Corpo Lava a Alma na Folia
Comissão de Carnaval
.
2010 - 3ª no Grupo
Especial
Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília: do sonho à
realidade, a capital da esperança
Comissão de Carnaval
.
2011 - 1ª no Grupo
Especial
Roberto Carlos: A Simplicidade de um Rei
Comissão de Carnaval
.
2012 - 4ª no Grupo
Especial
São Luís - o Poema Encantado do Maranhão
Comissão de Carnaval
.
2013 - 2ª no Grupo
Especial
Amigo fiel - Do cavalo do amanhecer ao Mangalarga Marchador
Comissão de Carnaval
.
2014 - 7ª no Grupo
Especial
Amigo fiel - Do cavalo do amanhecer ao Mangalarga Marchador
Comissão de Carnaval
.
2015 - 1ª no Grupo
Especial
Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e
o Despontar da Guiné Equatorial - Caminhemos sobre a trilha de
nossa felicidade
Comissão de Carnaval
.
2016 - 5ª no Grupo
Especial
Mineirinho genial! Nova Lima - Cidade natal. Marquês de Sapucaí, o poeta imortal!
Comissão de Carnaval
.
2017 - 6ª no Grupo
Especial
A Virgem dos Lábios de Mel - Iracema
Comissão de Carnaval
.
2018 - 1ª no Grupo
Especial
Monstro é Aquele que não sabe Amar. Os Filhos Abandonados da Pátria que os pariu
Comissão de Carnaval
.
2019 - 11ª no Grupo
Especial
Quem não viu, vai ver... As Fábulas do Beija-Flor
Cid Carvalho, Bianca Behrands, Victor Santos, Léo Mídia e Rodrigo Pacheco
.
2020 - 4ª no Grupo
Especial
Se Essa Rua Fosse Minha
Alexandre Louzada e Cid Carvalho
SAMBAS-ENREDO
1954
Enredo:
O caçador de esmeraldas
Autor: Osório Lima
Apresentamos neste carnaval
Uma história importante
Na qual mencionamos
Fernão Dias Paes
Este grande bandeirante
Que cuja vida dedicou em prol
De esmeraldas no sertão
E após tornar-se feito seu grande ideal
Tombou junto ao rio das Velhas o imortal
Pela riqueza da nossa nação
Foi que durante sete anos
Explorou alguns sertões
Seus feitos rutilantes
Refletem radiantes
Dentro em nossos corações
Bartolomeu Bueno da Silva
Borba Gato, Antônio Arzão
Os heróis aventureiros
Que no Brasil inteiro
Deixaram fama, glória e tradição
La la laia la la ia...
1957
Enredo: Riquezas
áureas do Brasil
Autor: Cabana (Silvestre David da Silva)
Brasil tuas riquezas
São de inveja universal
Brasil tu és belo forte e colossal
E tua raça orgulhosa de ti
Vem em praça pública exibir
O que a natureza construiu
Para este povo varonil
Que cumprindo o seu dever
Prolificará o teu progresso Brasil
Tens no teu seio
Minha pátria amada
Produtos de grande valorização
Café, cacau, diamante e borracha
Gigante de nossa exportação
E outros produtos mil
Que são riquezas áureas do Brasil
1962
Enredo: Dia
do Fico
Autor: Cabana
"Como é para o bem de todos
e felicidade geral da nação (bis)
diga ao povo que fico"
Isto aconteceu
No dia 9 de
janeiro
de 1822
Data que o brasileiro jamais esqueceu
Data bonita e palavras bem ditas
Que todo o povo aplaudiu
Preconizando Dom Pedro I
O grande defensor perpétuo do Brasil
Foi uma data de glória
Exuberante em nossa história
Esta marcante vitória deste povo varonil
Também exaltamos agora
Homens que lutaram
Pelo "Fico" no Brasil
José Clemente Pereira e José Bonifácio
Que entregaram no palácio a petição
Rogando a D.
Pedro I
Que permanecesse em nossa nação (bis)
1963
Enredo: Peri
e Ceci
Autor: Cabana
Viemos apresentar
De José de Alencar
Esta obra-prima e fabulosa
Com cenas heróicas e amorosas
De um índio guarani
Peri que só pensava em existir
Vivendo para Ceci
Filha de Dom Antonio de Marins
O seu senhor
E para provar seu grande amor
Sua religião e sua tribo
Até a própria mãe
Peri abandonou
Peri este índio valente que surgiu
Como o orgulho das selvas do Brasil
Tinha a preocupação
De dar toda proteção
À Virgem Santa
Que na sua imaginação era Ceci
Que foi a salvação
De sua mãe não sucumbir
Lá, lá, lá laia...
1969
Enredo: Paquete
do exílio
Autor: Ivancué
Esta brilhante página
Que a nossa história imortalizou
Após o último capítulo da monarquia
Quando nosso nobre Imperador
Dom Pedro II ao Brasil legou
A sua consciência cristalina
Sua imperturbável linha de honestidade
Elegância de atitude
Dignidade de ação
Ao despedir-se da nossa nação
Para o exílio
Resolução do regime governamental
Para orgulho do Brasil e do povo tradicional
O grande monarca embarcou
Com toda família imperial
La ra ra ra
Foi o majestoso Alagoas
O navio de renome nacional
Denominado o Paquete do Exílio
Por transportar a família imperial
Cumprindo ordem presidencial
Glória a sua majestade Dom Pedro II
Que foi glorificado por ser tão gentil
Como Imperador do Brasil
Dois anos após
Tão longe pra sempre adormecia
E o governo estrangeiro então lhe concedeu
Honras majestáticas que no Brasil mereceu
1971
Enredo: Carnaval,
Sublime Ilusão
Autores: ????
Com plenitude e
nos
devaneios
Eu vou agora relatar
A minha grande obsessão
Doce e sublime ilusão
Carnaval, carnaval
Festa de mito cultural
Que enriquece o folclore nacional
O entusiasta Zé Pereira
Animava pelas ruas os cordões
Alegres foliões
Dos bondes e dos salões
Lindas fantasias, belas tradições
Blocos, ranchos, frevos
Os divinos nos folguedos
Reviver é divinal
A suntuosidade
Do baile de gala do municipal
Nas escolas de samba
A luz do esplendor e harmonia
E as sociedades
Com chave de ouro
Fecham o reino da folia
Lalalalaiaiá
Está chegando a hora
As idas se recordando
Sinhazinha, alegria desse ano
Ao alvorecer, ao alvarecer
Pelas ruas da cidade
Só restará
Pedacinhos coloridos de saudade
1972
Enredo: Bahia
dos meus Amores
Autores: ????
Tornei-me um
trovador
Vou falar da Bahia (bis)
Terra de São Salvador
A rainha do petróleo
Recordista no cacau
Bahia, Bahia
Meu passado é triunfal
Berço de gente importante
És bela e fascinante
Como pé lindo se ver
Baianas nas calçadas
Bem arrumadas
Cantando para vender
Olha o mugunzá
Olha o mugunzá (bis)
Olha o doce ioiô
Olha o doce iaiá
Terra das catedrais
E romarias
Dos famosos pai-de-santos
Das capoeiras e da feitiçaria
Oh meu senhor do Bonfim
Quem me dera a Bahia
Cantando assim
Na Bahia corre água sem chover (bis)
A água do coco é doce
Eu também quero beber (bis)
1973
Enredo: Educação
para o desenvolvimento
Autores: Walter de Oliveira e João Rosa
Veja que beleza de nação
O Brasil descobre a educação
Graças ao desenvolvimento
E a reforma do ensino
O futuro, o amanhã
Está nas mãos destes meninos
Vamos exaltar
Vamos exaltar (bis)
As professoras
Que ensinam o bê-a-bá
E relembramos os
jesuítas
Os primeiros colégios criaram
Para dar aos brasileiros
Cultura e educação
Brasil terra extraordinária
Venham ver a nossa
Cidade Universitária
Uni-duni-tê
Olha o A-B-C (bis)
Graças ao MOBRAL
Todos aprendem a ler
(mas vejam)
1974
Enredo: Brasil
ano 2000
Autores: Walter de Oliveira e João Rosa
É estrada cortando
A mata em pleno sertão (bis)
É petróleo jorrando
Com afluência do chão
Sim, chegou a hora
Da passarela conhecer
A idéia do artista
Imaginando o que vai acontecer
No Brasil no ano 2000
Quem viver verá
Nossa terra diferente (bis)
A ordem do progresso
Empurra o Brasil pra frente
Com a miscigenação de várias raças
Somos um país promissor
O homem e a máquina alcançarão
Obras de emérito valor
É estrada cortando
A mata em pleno sertão (bis)
É petróleo jorrando
Com afluência do chão
Na arte, na ciência e cultura
Nossa terra será forte sem igual
Turismo, o folclore altaneiro
Na
comunicação
alcançaremos
O marco da potência mundial (bis)
1975
Enredo: O
grande decênio
Autor: Bira Quininho
É de novo Carnaval
Para o samba este é o maior prêmio
E o Beija-Flor vem exaltar
Com galhardia
O grande decênio
Do nosso Brasil que segue avante
Pelo céu, mar e terra
Nas asas do
progresso constante
Onde tanta riqueza se encerra (bis)
Lembrando PIS e PASEP
E também o FUNRURAL (bis)
Que ampara o homem do campo
Com segurança total
O comércio e a indústria
Fortalecem nosso capital
Que no setor da economia
Alcançou projeção mundial
(E lembraremos...)
Lembraremos também
O MOBRAL, sua função
Que para tantos brasileiros
Abriu as portas da educação
(E é de novo...)
1976
Enredo: Sonhar
com rei dá leão
Autor: Neguinho do Vale
Sonhar com anjo é borboleta
Sem contemplação
Sonhar com rei dá leão
Mas nesta festa de real valor, não erre não
O palpite certo é Beija-flor (Beija-flor)
Cantando e lembrando em cores
Meu Rio querido, dos jogos de flores
Quando o Barão de Drummond criou
Um jardim repleto de animais
Então lançou
Um sorteio popular
E para ganhar
Vinte mil réis com dez tostões
O povo começou a imaginar
Buscando no belo reino dos sonhos
Inspiração para um dia acertar
Sonhar com filharada é o coelhinho
Com gente teimosa, na cabeça dá burrinho (bis)
E com rapaz todo enfeitado
O resultado, pessoal, é pavão ou é veado
Desta brincadeira
Quem tomou conta em Madureira
Foi Natal, o bom Natal
Consagrando sua Escola
Na tradição do Carnaval
Sua alma hoje é águia branca
Envolta no azul de um véu
Saudado pela
majestade, o samba
E sua brejeira corte (bis)
Que lhe vê no céu
1977
Enredo: Vovó
e o rei da Saturnália na Corte Egipciana
Autores: Savinho da Beija-Flor e Luciano da Beija-Flor
Caiu dos olhos da vovó
(Lalaiá, laiá)
Uma lágrima sentida
Lembrando imagens de criança
Do velho tempo que passou
O seu pranto é colorido
Nas vivas cores da televisão
Que hoje assiste recordando
Formosos ranchos
E grandes sociedades
No esplendor da noite
Como era lindo a presença do dia
A corte egipciana
Enredos de nostalgia
Não chore não, vovó
Não chore não (bis)
Veja quanta alegria dentro da recordação
Relembre a graça do entrudo
E o fascínio do baile de Veneza
Lá em Roma Pagã
Para festejar a primavera
Colhiam frutose faziam orgia
Que começavam ao romper do dia
E vinha um rei
Num belo carro naval (bis)
Alegrando a saturnália
Inventando o carnaval
(De lá pra cá)
De lá pra cá
Tudo se transformou
Mas a vitória da folia ficou
No encanto do meu povo que brinca
Sambando quando samba a Beija-Flor
(Vovó...)
1978
Enredo: A
criação do mundo na tradição Nagô
Autores: Neguinho da Beija-flor, Mazinho e Gilson
Bailou no ar
O ecoar de um canto de alegria
Três princesas africanas
Na sagrada Bahia
Iyá Kalá, Iyá Detá, Iyá Nassô
Cantaram assim a tradição Nagô
(Olurum)
Olurum, senhor do infinito
Ordena que Obatalá
Faça a criação do mundo
Ele partiu, desprezando Bará
E no caminho, adormecido, se perdeu
Odudua
A divina senhora chegou
E ornada de grande oferenda
Ela transfigurou
Cinco galinhas d'Angola e fez a terra
Pombos brancos criou o ar
Um camaleão dourado
Transformou em fogo
E caracóis do mar
Ela desceu, em cadeia de prata
Em viagem iluminada
Esperando Obatalá chegar
Ela é rainha
Ele é rei e vem lutar
(Ierê)
Iererê, ierê, ierê, ô ô ô ô
Travam um duelo de amor (bis)
E surge a vida com seu esplendor
1979
Enredo: O
paraíso da loucura
Autores: Savinho, Luciano e Walter de Oliveira
Ao ressoarem os clarins da folia
O sonho
Filho da noite e do infinito é o rei
No paraíso da loucura
Ao povo proclamou
A seguinte lei
Esqueçam os problemas da vida
O trem, o dinheiro e a bronca do patrão
Não pensem em suas marmitas
E no alto preço do feijão
Joguem fora a
roupa
do dia-a-dia
E tomem banhos no chuveiro da ilusão (bis)
Olhem o
céu que
maravilha
Retalhos de nuvens, bordados de estrelas
Quando o sol e a lua brilham
A natureza vem mostrar sua beleza
Tudo neste mundo é encanto
Com o despontar da primavera
Tirem do passado a nobreza
E do futuro a magia da surpresa
Entrem no jardim das delícias
Pela porta da imaginação
Criem a fantasia mais linda
Delirem neste canto de emoção
Hoje sou livre
Sou criança Beija-Flor
Amante da beleza (bis)
Sou um ser espacial
Ô ô ô ô ô ô ô brindando a
vitória do amor
1980
Enredo: O
Sol da meia-noite: uma viagem aos país das maravilhas
Autores: Zé do Maranhão, Wilson Bombeiro e Aluízio
Preta velha imaginou outra estória e vai contar
Preta velha já falou que nós vamos viajar
(Galopando...)
Galopando em cavalos alados
Chegamos ao país das maravilhas
Iluminado pelo sol da meia-noite
Bela fantasia infantil
Recebidos por soldadinhos de chumbo
Entramos na floresta encantada
Brincamos com cata-ventos, pipas e piões
No enlace da barata e Dom Ratão
Jogar xadrez, pique-bandeira
Pular carniça, tudo é brincadeira (bis)
(E um gênio...)
Um gênio cria fogos de artifício
Os animais falam e as flores cantam
Neste lindo encanto eis o resplendor
E a magia das mil e uma noites
Chapeuzinho, lobo, Cinderela a gata
Branca de neve e os sete anões
A chita correndo com o saci-pererê
E todos falando a língua do P (olha a língua do P)
P b P ru P xa
Levantando a poeira (bis)
Até a bruxa vem brincar
Olha a ciranda
Vamos todos cirandar
E na terra dos brinquedos
Todo mundo recordar
Índio malandro, baianinha oriental
Outra vez eu sou criança e Beija-Flor no carnaval
1981
Enredo: Carnaval
do Brasil, a oitava das sete maravilhas do mundo
Autores: Neguinho da Beija-Flor, Dicró e Picolé
Rompendo auroras
Gloriosa ela surge deslumbrante
É a Terra
Senhora de um mistério tão profundo
Que os homens enfeitaram
Com as sete maravilhas deste mundo
Os Jardins Suspensos da Babilônia
Que um rei construi com amor
E orgulhoso a rainha ofertou
E a muralha de longe fascina
Quem tem olho grande não entra na China (bis)
A estátua de Zeus
O Deus de todo o povo grego
E o templo de Diana
Relicário de beleza
O Colosso de Rodes
E as Pirâmides do Egito
O Farol de Alexandria
Iluminava até o infinito
Mas agora é hora
De um monumento vivo e multicor
Corpos nus em rituais
De gingados sensuais
Tamborins e agogôs
Saias rodadas de negra baianas
Giram faiscando de esplendor
Lelê ô, Lelê ô, Skindô
Criou belezas mil (bis)
E a oitava maravilha vem brilhar, vem brilhar
Neste carnaval do meu Brasil
1982
Enredo: O
olho azul da serpente
Autores: Wilson Bombeiro, Carlinhos Bagunça e Joel Menezes
Viola, ê viola
Vadia de vida boa
A Beija-Flor cantando voa
Na literatura de Cordel
No reino de Paranambuco
Numa serpente, a bruxa
Destruía tudo sob o céu
Lá em Palmares
Um ritual desencantou
O olho azul da serpente
Naquela flor atraente
A princesa desabrochou, ô ô
Vem das trevas bruxaria
Enfeitiçando com ouro e magia
Maracatu, bumba ei
Tão fascinante chegou (bis)
No caboclinho sou rei
Guerreiro dourado eu sou
Mas o mestre Vitalino
Molda em barro o destino
Do povo tão sofredor
E Maurício de Nassau
Laça o gênio do mal
Oh, quanta alegria
Com Yarabela se casou, ô ô
Sete laços, sete pontes
No Rio Capibaribe
A serpente se transformou
Geme viola, o repente
Vem pro forró si menino (bis)
Caruaru tá contente
O Nordeste está sorrindo
1983
Enredo: A
grande constelação das estrelas negras
Autores: Neguinho da Beija-Flor e Nêgo
A constelação
Das estrelas negras que reluz
Clementina de Jesus
Eleva o seu cantar feliz
À Ganga-Zumba
Que lutou e foi raiz
O negro que é arte, é cultura
É desenvoltura deste meu país
Eh Luana, o trono de França será seu baiana
Pinah, ê ê ê, Pinah
A Cinderela negra (bis)
Que ao príncipe encantou
No carnaval com o seu esplendor
Grande Otelo,
homem
show
Tem talento, dá olé
E o mundo inteiro gritou gol (é gol!)
Gol do grande Rei Pelé (bis)
Ô ô Yaôs, quanto amor
Quanto amor (bis)
As pretas velhas Yaôs
Vêm cantando em seu louvor
1984
Enredo: O
gigante em berço esplêndido
Autores: Neguinho da Beija-flor e Nêgo
Navegando
Rumo às Índias
E sonhando com riquezas
Caravelas portuguesas
Os deuses, outros caminhos destinaram
Ecoou
Terra à vista, um grito emocionante
Era o Berço do Gigante
Esbanjando esplendor
Índios, selvas, mitos
E os negros com a força e magia
Fizeram pulsar com alegria o coração
De uma criança nação
Mas na ânsia de crescer
Do berço fértil se afastou
O seu olhar marejou o sofrer
Em lágrimas que servem de lições
E o gigante é o nosso povo
Reconstruindo um Brasil novo
Cheio de vida, organizando mutirões
E tem fuzuê
Alegrando o patropi (bis)
No samba lelê
Vamos cantar e sorrir
1985
Enredo: A
Lapa de Adão e Eva
Autores: Zé do Cavaco, Carlinhos Bagunça, Carnaval, H.O.
e
Patrício
Rio de Janeiro
A Beija-Flor revela o passado
A Lapa de Adão e Eva
O paraíso do prazer e do pecado
A culpada foi Madame Satã
Coração de serpente não se engana
Fez Adão provar a maçã (bis)
Eva comer a banana
O jardim se transformou
Em Sodoma e Gomorra acabou (e o tempo...)
O tempo passou, passou, ô ô
Os fenianos chegaram
Lutaram com os Tenentes do Diabo
Pedra da Gávea inscrições ficaram
Ramos tem Cacique
Bafo tem também (bis)
Um devora o outro
Ninguém sabe quem é quem
Hoje meu Rio é cidade de Babel
Emoldurado neste meu painel
Política parece brincadeira
Camelô levou rasteira
Circo não tem opção
Gay é sucesso
Futebol exportação
Vem lourinha, vem sambar, oi
O crioulo só quer "Michael-Jekiar"
De braços abertos (bis)
Redentor pede ao Pai (o quê?)
Pra nos perdoar
1986
Enredo: O
mundo é uma bola
Autores: Betinho e Jorge Canuto
Brasil, Brasil, Brasil, oi
Canta forte e explode de alegria
O mundo é uma bola
Girando, girando
Em plena euforia
Elando a corrente
Pra frente, pra frente
E a vitória conquistar
Com os heróis da nossa seleção
Vibrantes com o grito popular
Tudo em cima novamente
Sobrevoando a passarela (bis)
Que beleza a Beija-Flor
Sacudindo esta galera
Do Oiapoque ao Arroio Chuí
Tem folclore, tem mandinga
Oh, torcida campeã
O meu Rio de Janeiro
O ano inteiro á samba e Maracanã (bis)
Se esta profusão de cores
Sensibiliza o visual
A arte é jogar bola
Vai na Copa e faz um carnaval (é milenar...)
É milenar
A invenção do futebol (bis)
Fez o artista
Ter um sonho triunfal
1987
Enredo: As
mágicas luzes da Ribalta
Autores: Mazinho e Gilson Dr.
Ao descerrar a cortina
O palco se ilumina
Tudo é brilho, luz e cor (luz e cor)
Mergulhei na poesia
Drama, riso e fantasia
Num cenário multicor
Surgiu de uma era distante
Esta arte fascinante
Que ao mundo inteiro deslumbrou
Com encanto e magia
O teatro irradia
A mais pura emoção
E hoje
Esta beleza infinita
Acontece na Avenida
É a minha escola a sensação
E lá no
céu
Uma estrela brilhou
Anunciando a alegria (bis)
Que a passarela contagia
Com beleza e esplendor
Para que chorar
o
que passou
Lamentar perdidas ilusões
O meu povo vibra (bis)
Cheio de euforia
Extasiando os corações
1988
Enredo: Sou
negro, do Egito à liberdade
Autores: Ivancué, Cláudio Inspiração,
Marcelo Guimarães e
Aloísio Santos
Vem amor contar agora
Os cem anos da libertação
A história e a arte dos negros escravos
Que viveram em grande aflição
E mesmo lá no fundo das províncias do Sudão
Foram o braço forte da nação
Eu sou negro
E hoje enfrento a realidade
E abraçado à Beija-flor, meu amor
Reclamo a verdadeira liberdade (já raiou)
Raiou o Sol, sumiu
E veio a Lua (bis)
Eu sou negro, fui escravo
E a vida continua
Liberdade raiou
Mas a igualdade não (não, não, não)
Resgatando a cultura
O grande negro revestiu-se de emoção
(E a Mãe Negra)
A Mãe Negra faz a festa
O povão se manifesta
Cantando para o mundo inteiro ouvir
Se faz presente a força de uma raça
Que pisa forte na Sapucaí
Dunga Tara Sinherê
Êre rê rê rê (bis)
Êre ré rê rê
1989
Enredo: Ratos
e urubus... Larguem minha fantasia
Autores: Betinho, Glyvaldo, Zé Maria e Osmar
Reluziu, é ouro ou lata
Formou a grande confusão
Qual areia na farofa
É o luxo e a pobreza
No meu mundo de ilusão
Xepá, de lá pra cá xepei
Sou na vida um mendigo (bis)
Da folia eu sou rei
Sai do lixo a nobreza
Euforia que consome
Se ficar o rato pega
Se cair urubu come
Vibra meu povo
Embala o corpo
A loucura é geral (é geral)
Larguem minha fantasia, que agonia
Deixem-me mostrar meu carnaval
Firme, belo perfil
Alegria e manifestação
Eis a Beija-Flor tão linda
Derramando na avenida
Frutos de uma imaginação
Leba larô ô ô ô ô
Ébo lebará laiá laiá ô (bis)
1990
Enredo: Todo
mundo nasceu nu
Autores: Betinho, Jorginho, Bira e Aparecida
A luz resplandeceu no caos
Anunciando um novo dia
Haja terra, água, fogo e ar
Imensas florestas, terríveis animais
Surge o homem
Todo mundo nasceu nu
Criou seu aparato, que barato
Começando o rebu
Vestiu a frente
Cobriu atrás (bis)
Por baixo dos panos
Sacanagem
Trepado no
cangote
Dos pecados capitais
Galopou a humanidade
Um lindo paraíso descobriu
Sou eu este gigante "Brasil"
Tropeço do meu caminhar
Monstros de aço, em selvas de pedra
Ninho de famintas serpentes
Devoram toda riqueza e beleza
Que sufoco, minha gente
Hei de vencer,
de
vencer
No carnaval extravaso o meu canto
Vale o que está escrito, é o grito
"Olhai os lírios do campo"
Toca fogo no rabo
De quem nada faz (bis)
Eu sou povo, me acabo
E não agüento mais
1991
Enredo: Alice
no Brasil das maravilhas
Autores: Pelé, Cláudio Inspiração, Tonho
Magrinho e Paulo
Roberto
Brincando com a imaginação
Hoje sou fantasia
Um lindo Beija-Flor anunciando
Uma viagem ao Brasil das maravilhas
Atrás do coelhinho apressado
Alice cai no abismo e se perdeu
Descobre a realidade
Ele é o brasileiro
E a brasileira aqui sou eu
Quem sou eu
Quem eu sou (bis)
As miragens do espelho
Que o poeta imaginou
E no derramar de
nossas lágrimas
Surge então a chave do jardim
Dádiva da nossa natureza
Criando um país assim
Um gigante às vezes tão pequeno
Entre licores e pudins
E amanhã,
o que
será (bis)
Respondam: o que será de mim
Lagarta ou
borboleta
Peão ou rei (bis)
Hoje vão rolar cabeças
Nesse jogo de xadrez
1992
Enredo: Há
um ponto de luz na imensidão
Autores: Dinoel Sampaio, Itinho, Neguinho da Beija-Flor
Um ponto de luz surgiu, oi
Na magia desta invenção
Descortinando o infinito
Preto e branco ou colorido
É imagem na televisão
Baila, cristialino, irreal
O poder da criação
Trazendo encantos e culturas
Na simplicidade de um botão
Que rei sou eu, que rei eu sou
Ô ô ô ô (bis)
Que rei sou eu, que rei eu sou
Vivendo neste mundo de esplendor
Revivendo, oi
As belezas naturais
O céu, a terra, o mar
E no lindo Pantanal
A lenda diz que a mulher
Vira um belo animal
A cada ponto é uma arte que reluz
É o teu futuro que me seduz (bis)
Clareando humanidades
Serás a guia
Criatura iluminada eu serei
Enriquecido de sabedoria
Olê, lê, ô, vamos cantar
É TV anunciando (bis)
A Beija-Flor está no ar
1993
Enredo: Uni-duni-tê,
a Beija-Flor escolheu: é você!
Autores: Wilson Bombeiro, Edeor de Paula e Sérgio Fonseca
Uni-duni-tê, ô
Vem ver o Sol no amanhecer (ê ê, vem ver)
A Beija-Flor escolheu, é você
Se a vida é uma volta na lembrança
Uma roda de esperança
Espalhando amor no ar
Liberte do seu peito essa criança
Dê as mãos na contradança
Vamos juntos cirandar
Nosso pique-fantasia
Vai brincando pela rua (bis)
E no anoitecer do dia
Vê o sol beijando a lua
(Agora vai...)
Vai, criança Beija-Flor, ô ô
Voar no azul do infinito
Quem semeia paz e amor (paz e amor)
Faz o mundo mais bonito
Se esta via fosse minha
Eu mandava ela brilhar
Com as cores do meu mundo de alegria
Só pro tempo não parar (bis)
Gira, meu mundo-pião
De listras brancas e azuis (bis)
E vai bordando no chão
Um arco-íris de luz
1994
Enredo: Margareth
Mee, a dama das bromélias
Autores: Arnaldo Matheus, J. Santos e Almir Moreira
Desperta a alma brasileira
Bate forte o coração bretão (bretão) (bis)
Que faz a festa na Sapucaí
A Beija-Flor de Margareth Mee
Que sedução
Cortando o ar, lá vem a "garça" encantada
E ao chegar à "Mata Atlântica"
A "Lady" por bromélias é saudada
Navegando em expedições na Amazônia
Retratou riquezas naturais
Bromélias de real beleza contemplou
Obras da mãe natureza
Se enrosca nos meus braços
Me dá seu calor
Como o "Negro" e o "Solimões" (bis)
Vem que eu vou
Me leva, me leva nesse rio de amor
Se encantou com
Uirapuru
A pororoca, e a pesca do pirarucu
Curtiu a lenda do boto Tucuxi
Crenças e mitos, viu cruel devastação
Anoiteceu e o "Cactus da Lua" floresceu
Pintou a flor mulher com sutileza
Foi premiada no Brasil e Corte Inglesa
E da primavera
hoje
com amor
É rainha coroada pela Beija-Flor (bis)
1995
Enredo: Bidu
Sayão e o canto de cristal
Autores: Bira, Zé Carlos do Cavaco, Tião Barbudo,
Dequinha
Pottiêr e Jorginho
Bela menina,
"voz de cristal"
Deslumbrava multidões
O seu talento, dom divinal
Encantou os corações
Grande guerreira que conquistou
Seu lugar ao sol
É festa, é luz, é cor, é poesia
É diva internacional
Neste palco surge ela, Bidu Sayão
Sacudindo a passarela, quanta emoção (bis)
E a minha Beija-Flor, "vem aplaudir"
"Bachianas" e "O Guarani"
Essa carioca da gema
Cultiva a vida inteira
O sonho de voltar à pátria
E o orgulho de ser brasileira
E semeou de norte a sul deste país
Seu canto lírico feliz
E hoje é musa na Sapucaí
O samba é amor, é nessa que eu vou
Swinga, minha bateria (bis)
Tô nesta ópera
Extravasando alegria
1996
Enredo: Aurora
do povo brasileiro
Autor: Miro Barbosa
Ô ô ô ô
"Mãe negra" África
Diga quem eu sou (bis)
De onde vim
Pra onde vou
A nossa "aurora" é assim
Começo, desconheço, que dirá o fim
Meu Beija-Flor querido
Encontra o fóssil até então perdido
É carnaval, que tal
Falarmos da evolução, que bom, que bom
Meu ancestral é um "barato"
Daí surgiu a confusão
Pinta a pedra em "bacanal"
Ai, que coisa sensual (bis)
É o macaco excitando o pessoal
No Piauí nasceu
Mãe de "mim" e de vocês
(Na serra da Capivara)
"Mim" quem fala é índio
A língua que falava os "Jês"
E hoje
Dos gigantescos animais
Somos vestígios naturais
Da transformação da vida
Que dia, ai que emoção
Eu descobri enfim
O Brasil inteiro é meu irmão
1997
Enredo: A
Beija-Flor é festa na Sapucaí
Autores: Wilson Bombeiro, J. Santos, Arnaldo Matheus e Almir
Sereno
Vamos nessa, meu amor
Pra Sapucaí (por aqui, por aqui, por aqui)
Com o nilopolitano
Ao som do surdo vibrando
Delirante de felicidade
Pois Nilópolis nasceu
Organizou-se, cresceu
E comemora o seu jubileu
E a Beija-Flor engalanada
Traz as festas de presente
Ao orgulho da baixada
A Páscoa
do
coelhinho
Com a filharada
Homenagem de carinho
A nossa "mamãe" amada (bis)
Nos "arraiás" tem "quadrilhas" (anarriê)
No terreiro um Xirê
Saravando, Oxumaré
(E lá vou
eu...)
Lá vou eu no "Halloween"
Misto de humor e de horror
Me dá um doce ou te assuto
É a bruxa solta, é o terror
E quando chega dezembro
A alegria é geral
Desce do céu em seu trenó
"Papai Noel", feliz Natal
É
"réveillon", meu amor
Brindemos com a Beija-Flor (bis)
Explode champanhe
Axé, meu povo (bis)
Me abraça, me beija
É Ano Novo
1998
Enredo: Pará,
o mundo místico dos Caruanas, nas águas do Patu-Anu
Autores: Alencar de Oliveira, Wilsinho Paz, Noel Costa, Baby e
Marcão
Beija-Flor
E o mundo místico dos Caruanas (bis)
Nas águas do Patu-Anu
Mostra a força do teu samba
Contam que no
início do mundo
Somente água existia aqui
Assim surgiu o girador, ser criador
Das sete cidades governadas por Auí
Em sua curiosidade, aliada à coragem
Com seu povo ao fundo foi tragado
O que lá existia aflorou, o criador semeou
Surgindo os seres viventes em geral
E de Auí se deu a flora, fauna e mineral
Sou Caruana eu
sou
Patu-Anu nasceu do girador, obá (bis)
Eu trago a paz, sabedoria e proteção
Curar o mundo é minha missão
Pajé, a
pajelança
está formada
Eu vou na barca encantada
Anhangá representa o mal
Evoque a energia de Auí
Pra vida sempre existir
Oferenda ao mar pra isentar a dor
Com a proteção dos caruanas Beija-Flor
A pajelança hoje é cabocla
Na Ilha de Marajó, vou dançar o carimbó
Lundu e siriá, marujada e vaquejada
Minha escola vem mostrar
O folclore que encanta
O estado do Pará
1999
Enredo: Araxá
- Lugar alto onde primeiro se avista o Sol
Autores: Wilsinho Paz, Noel Costa e Serginho do Porto
Araxá, Araxá (obá, obá)
Paraíso hospitaleiro (bis)
Onde do alto
Se avista o sol primeiro
És fonte de conhecimentos pra ciência
Prova fiel da existência
Dos primitivos animais
Cenário onde índios e negros
Em luta constante
Contra bravos bandeirantes
O sangue fluía a todo instante
Nasceu enfim, São Domingos do Araxá
Um solo livre pra explorar
Uma nova colonização
Com a vinda do Ouvidor
Surge a libertação
Ana Jacintha de São José (É beija)
Josefa Carneiro de Mendonça (Rara beleza) (bis)
Josefa Pereira é força e fé (Que
sedução)
A escrava Filomena (É fascinação)
Tem cheiro bom no ar
Este tempero nos convida a viajar
Quero renascer em tuas águas
Para prolongar a vida
Me hospedar no Grand Hotel
Do seu conforto desfrutar
Com sua genial arquitetura
A Beija-Flor em alto astral
Neste carnaval nos traz
Belo recanto de Minas Gerais
2000
Enredo: Brasil,
um coração que pulsa forte: Pátria de todos ou
terra de
ninguém?
Autores: Igor e Amendoim da Beija-Flor
Luz
Celestial que ilumina
Astros abrem a porta divina
Guiando a navegação
Descobrindo esta "nova nação"
Semente de uma nova era
Paraíso de belezas naturais
Índios guerreiros de pele dourada
E alma purificada
Habitavam este solo colossal
Corsários e aventureiros
Invadem "cruzeiro" pela ambição
Lutaram e colonizaram
A pátria de todos os povos então
E o negro aqui chegou
E o seu canto de fé ecoou (bis)
Liberdade pra ser feliz
O braço forte que ergueu nosso país
Assim
São Vicente veio a encantar (obá, obá)
Berço da democracia
A primeira cidade do Brasil
Meu Rio, eu sonhei
Que o "Senhor" havia nos dado a mão
Que havia ordem, progresso e perdão
E um ser de luz a iluminar
E hoje eu canto
Oh, Pátria amada, me envolva em seu manto
Por essa terra sem dono, sem leis
Pra ver o sonho que sonhei
Me abrace amor com seu calor
Faz pulsar meu coração (bis)
Sou Beija-Flor e trago a paz
Nos olhos da geração
2001
Enredo: A
saga de Agotime Maria Mineira Naê
Autores: Déo, Caruso, Cleber e Osmar
Maria Mineira Naê
Agotime no Clã de Daomé
E na luz de seus Voduns
Existia um ritual de fé
Mas isolada no reino um dia
Escravizada por feitiçaria
Diz seu Vodum que o seu culto
Num novo mundo renasceria
Vai seguindo seu
destino (de lá pra cá)
Sobre as ondas do mar
O seu corpo que padece (bis)
Seu alma faz a prece
Pro seu povo encontrar
Chegou nessa
terra
santa
Bahia viu a nação nagô ô ô
E através dos orixás
O rumo do seu povo encontrou
Brilhou o ouro, com ele a liberdade
Foi pra terra da magia
Do folclore e tradição
Um bouquet de poesia
A casa das minas
É o orgulho desse chão
Sou Beija-Flor e
o
meu tambor
Tem energia e vibração (bis)
Vai ressoar em São Luís do Maranhão
2002
Enredo: O
Brasil dá o ar de sua graça - De Ícaro a Rubem
Berta, o
ímpeto de voar
Autores: Wilsinho Paz, Elcy, Gil das Flores, Alexandre Moraes,
Tamir, Tom Tom, Igor Leal
Meu Beija-Flor espacial, ô ô
Cruzou o espaço sideral, ô ô (bis)
Fez do meu sonho
Realidade neste Carnaval
Num toque divinal do Criador
Surgem passarinhos a bailar
Com elegância e beleza
Inspiração que fez o homem voar
Na mitologia construiu
Asas de cera para a liberdade
Rumo ao Oriente sobre tapetes
Conheceu estórias milenares
Reluz no renascimento a profecia
Que o grande cisne voaria
E o mundo se encantaria
Vai, vai, balão
Leve o meu sonho pra imensidão (bis)
Sou brasileiro, pioneiro
Grande "pai da aviação"
(Oh,
glória...)
Glória a um gaúcho sonhador
Fez da moderna aviação
A integração nacional
No seu desejo profundo
Este cidadão do mundo
Lutou pela igualdade social
O homem conquista seu desejo afinal
Com a força do guerreiro
Alcança a lua
E clama pela paz universal
2003
Enredo: O
povo conta a sua história: "saco vazio não pára em
pé". A mão que faz a guerra faz a paz
Autores: Betinho, J.C.Coelho, Ribeirinho e Glyvaldo
Luz divina luz que me conduz
Clareia meu caminhar clareia
Nas veredas da verdade, cadê a felicidade
Aportei, num santuário de ambição
E
o índio muito
forte resistiu
À
tortura
implacável assistiu (bis)
Enquanto
o negro
plantava saudade
Na
terra-mãe de
liberdade
Na
França é tomada
a Bastilha
O
povo mostra
indignação
Revoltado com o Diabo
Que amassou o nosso pão
Grito forte dos
Palmares, Zumbi
Herói da inconfidência, Tiradentes (bis)
Nas caatingas do Nordeste, Lampião
Todos lutaram contra a força da opressão
Nasce
então
Poderosa guerreira
E desenvolve seu trabalho social
Cultura aos pobres, abrigou maltrapilhos
Fraternidade, de modo em geral
Brava gente sofrida, da Baixada
Soltando a voz no Planeta Carnaval
Eu quero liberdade, dignidade e união
Fui lata, hoje sou prata
Lixo ouro da região
Chega de ganhar tão pouco
Tô no sufoco, vou desabafar
Pare com essa ganância, pois a tolerância
Pode se acabar
Oh, meu Brasil
Overdose de amor nos traz (bis)
Se espelha na família Beija-Flor
A mão que faz a guerra, faz a paz
2004
Enredo: Manoa,
Manaus, Amazonas - Alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite
a paz
Autores: Claudio Russo, José Luis, Marquinhos e Jessey
Beija-Flor
A ambição cruzou o mar
Trazida pelo invasor
A Espanha veio explorar
Pilhar e semear a dor
Amazonas, Terra Santa
Dos igarapés, mananciais
Alimenta o corpo, equilibra a alma
Transmite a paz
Brilhou o Eldorado
No coração da mata as guerreiras
Belezas naturais, riquezas minerais
O reino de Tupã ergue a bandeira
Êh!
Manôa
Minha canoa vai cruzar o Rio Mar (bis)
Verde paraíso
É onde Iara me seduz com seu cantar
Força,
mistério,
magia
Fruto da energia o meu guaraná
A lágrima que o trovão derramou
A terra guardou semente no olhar
Maués, Anauê cultura milenar
Anauê, Manaus, Mamirauá
Viva Paris tropical!
Água que lava minh'alma
Ao matar a sede da população
Caboclo ê, a homenagem hoje é
A todo povo da floresta um canto de fé
Se Deus me deu,
vou
preservar
Meus filhos vão se orgulhar (bis)
O Amazonas é Brasil, é luz do criador
Avante com a tribo Beija-Flor
2005
Enredo: O
Vento Corta as Terras dos Pampas. Em Nome do Pai, do Filho e do
Espírito Guarani - Sete Povos na Fé e na Dor... Sete
Missões
de Amor
Compositores: J.C. Coelho, Ribeirinha, Adilson China, Serginho
Sumaré, Domingos P.S., Sidnei de Pilares, Zequinha do Cavaco,
Wanderley Novidade, Jorginho Moreira, Paulinho Rocha e Walnei
Rocha
Clareou
Anunciando um novo dia
Clareou
Abençoada Estrela Guia
Traz do céu a Luz Menino
Em mensagem do Divino
Unir as raças pelo amor fraternizar
A Companhia de Jesus
Restaura a fé e a paz faz semear
Os jesuítas vieram de
além-mar
Com a força da fé
catequizar e civilizar
Na liberdade dos campos e aldeias
Em lua cheia, canta e
dança o Guarani (bis)
Com Tubichá e o feitiço
de Crué
Na "Yvy Maraey"
aiê, povo de fé
Surgiu
Nas mãos da redução a evolução
Oásis para a vida em comunhão
O paraíso
Santuário de riquezas naturais
Onde ergueram monumentos
Imensas Catedrais
Mas a ganância
Alimentada nos Palácios de Madri
Com o Tratado assinado
A traição estava ali
Oh, Pai, olhai por nós!
Ouvi a voz deste missioneiro
O vento cortando os
Pampas
Bordando a esperança
Nesse rincão brasileiro
Em nome do Pai, do Filho
A Beija-Flor é Guarani (bis)
Sete Povos na fé e na dor
Sete Missões de amor
2006
Enredo: Poços
de Caldas derrama sobre a Terra suas águas milagrosas: do caos
inicial à explosão da vida, água, a
nave-mãe da existência
Compositores: Wilsinho Paz, Noel Costa, Alexandre Moraes e Silvio
Romai
Brilhou, no
universo refletiu
Uma grande explosão
A mãe Terra enfim surgiu
Do céu uma imensa tempestade desabou
Nas águas se manifestou a vida
Assim, ao longo de rios e mares
Surgem civilizações
Com arte e sabedoria
À liberdade buscar
Um novo mundo conquistar
Rei Netuno, eu quero navegar
Tenho medo deste mar secar (bis)
Me proteja, quero mergulhar
Pro seu reino desvendar
Atlantida, terra reluzente do amor
Do rumo celestial desviou
Ao fundo do mar foi tragada
O Criador abençoou o nosso chão
O combustivel da vida nos doou
O reino de todas as águas, Brasil
A semente brotou com ela redenção e paz
Poços de Caldas, tu és Minas Gerais
Derrama sobre a terra suas águas milagrosas
Preservação, a sinfonia da vida
Ouça o lamento da natureza que chora
E o clamor que vem das águas
A eternidade pode começar agora
Sou Beija-Flor
Poços de Caldas é a referência (bis)
Do caos inicial à explosão da vida
Sou água, a nave-mãe da existência
2007
Enredo: Áfricas,
do Berço Real à Corte Brasiliana
Autores: Cláudio Russo, J. Veloso, Carlinhos do Detran e Gilson
Dr.
Olodumaré, o
deus maior, o rei senhor
Olorum derrama a sua alteza na Beija-Flor
Oh! Majestade Negra, oh! mãe da liberdade
África, o baobá da vida Ilê Ifé
Áfricas, realidade e realeza, axé
Calunga cruzou o mar
Nobreza a desembarcar na Bahia
A fé Nagô-Yorubá
Um canto pro meu Orixá tem magia
Machado de Xangô, cajado de Oxalá
Ogum yê, o Onirê, ele é Odara
É jejê, é jejê, é querebentã
A luz que vem de Daomé, reino de Dan (bis)
Arte e cultura, casa da Mina
Quanta bravura, negra divina
Zumbi é rei
Jamais se entregou, rei guardião
Palmares, hei de ver pulsando em cada coração
Galanga, pó de ouro, é a remição enfim
Maracatu, chegou rainha Ginga
Gamboa, a pequena África de Obá
Da Pedra do Sal, viu despontar a Cidade do Samba
Então dobre o Run
Pra Ciata de Oxum imortal
Soberana do meu carnaval, na princesa nilopolitana
Agoyê, o mundo deve o perdão
A quem sangrou pela história
África de lutas e de glória
Sou quilombola Beija-Flor
Sangue de rei, comunidade (bis)
Obatalá anunciou
Já raiou o sol da liberdade
2008
Enredo: Macapaba:
Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do Mundo
Compositores:
Cláudio Russo, Carlinhos Detran, J.
Veloso, Gilson Dr., Kid e Marquinhos
O meu valor me
faz brilhar
Iluminar o meu estado de amor (bis)
Comunidade impõe respeito
Bate no peito eu sou Beija-Flor
É manhã, brilho de fogo sob o sol do novo dia
Meu talismã, a minha fonte de energia
Oh deusa do meu samba, a flor de Macapá
No manto azul da fantasia
Me faz mais forte, extremo norte
A luz solar ilumina meu interior
Vou viajar na linha do Equador
Emana ao meio do mundo a beleza
A força da mãe natureza é Macapaba
O rio beijando o mar
Encontro das águas marejando o meu olhar
Quem foi meu Deus que fez do barro poema
Quem fez meu criador se orgulhar (bis)
Os Cunanis, Alistés, Maracás
Foram dez, foram mais pelo Amapá
Um dia navegando nos rios de Tupan
A viagem fantasia dos filhos de Canaã
A mágica da terra a cobiça atraiu
Ibéria se enleva no Brasil
A mão de Ianejar na fortaleza pela proteção da vida
Em São José de Macapá
Brilha Mairi a minha estrela preferida
Herança moura em Mazagão
Retiro o meu chapéu de bamba e assim
O Marabaixo ao marco zero cai no samba
Soam tambores no tocar do tamborim
2009
Enredo: No
Chuveiro da Alegria, quem Banha o Corpo Lava a Alma na Folia
Autore(s): Tom Tom, Marcelo Guimarães, Lopita, Jorge Augusto e
Veni Vieira
Águas do tempo
Fonte da vida, purificação
No azul da fantasia mergulhei
Nas ondas da emoção
Lá no Egito começou
O hábito de se banhar
Um ritual de prazer que conquistou a realeza
No Oriente imperou
E os males da mente expulsou
Nas ervas, o aroma renovou
Nas termas, a luxúria e o vapor
Chega a idade das trevas
O corpo se fecha, o sonho acabou
E o que dava prazer, virou pecado
O banho foi excomungado
As águas rolaram
As mentes lavaram, clareou! (bis)
O índio ensinou, o banho voltou
E o mundo se purificou
Renasce a esperança
Toda corte é perfumada
A sujeira é disfarçada
Até que um francês descobriu
Corpo limpo, corpo são, o banho evoluiu
Banho de chuva, banho de cheiro oi...
Banho de felicidade
Banho de gato... amor
Relaxa e dá calor de verdade
Banho de lua ou de sol
Na cachoeira ou no mar
Odoyá Yemanjá
Oxum... a deusa do encanto
Estende o seu manto
Aos orixás a nossa fé
Quem banha o corpo, lava a alma
E toma um banho de axé
No chuveiro da alegria
Salve! As águas de Oxalá
Embala eu babá (bis)
Feito um rio de magia
Que deságua luxo e cor
Banhando o povo vem a Beija-Flor
2010
Enredo: Brilhante
ao sol do novo mundo, Brasília: do sonho à realidade, a
capital da esperança
Autores:
Picolé da Beija Flor, Serginho Sumaré, Samir Trindade,
Serginho Aguiar, Dison Marimba e André do Cavaco
Dádivas o criador concedeu
Fez brotar num sonho divinal o mais precioso cristal
Lágrimas, fascinante foi a ira de tupã
Diz a lenda que o mito Goyás nasceu
O brilho em Jaci vem do olhar
Pra sempre refletido em suas águas
A força que fluiu desse amor é Paranoá...
Paranoá
Oh! Deus sol em sua devoção
Ergueu-se no Egito fonte de inspiração
Pássaro sagrado voa no infinito azul
Abre as asas bordando o cerrado de norte a sul
Ah! Terra tão rica é o sertão
Rasga o coração da mata desbravador! (bis)
Finca a bandeira nesse chão
Pra desabrochar a linda flor
No coração do Brasil, o afã de quem viu um novo
amanhã
Revolta , insurreições, coroas e brasões
Batismo num clamor de liberdade!
Segue a missão a caravana em jornada
Enfim a natureza em sua essência revelada
Firmando o desejo de realizar
A flor desabrochou nas mãos de JK
A miscigenação se fez raiz
Com sangue e o suor deste país
Vem ver... A arte do mestre num traço um poema
Nossa capital vem ver ...
Legião de artistas, caldeirão cultural!
Orgulho, patrimônio mundial
Sou candango, calango e Beija-flor!
Traçando o destino ainda criança (bis)
A luz da alvorada anuncia!
Brasília capital da esperança
2011
Enredo: Roberto Carlos:
a Simplicidade do Rei
Autores: Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija Flor, Sidney de
Pilares, Jorginho Moreira e Théo M. Neto
A saudade
Vem pra reviver o tempo que passou
Ah! Essa lembrança que ficou
Momentos que não esqueci
Eu cheio de fantasias na luz do Rei menino
Lá no seu Cachoeiro
E lá vou eu... De Calhambeque a onda a me levar
Na Jovem Guarda o rock a embalar... Vivendo a paixão
Amigos de fé guardei no coração
Quando o amor invade a alma... É magia
É inspiração pra nossa canção...
Poesia (bis)
O beijo na flor é só pra dizer
Como é grande o meu amor por você
Nas curvas dessa estrada a vida em canções
Chora viola! Nas veredas dos sertões
Lindo é ver a natureza
Por sua beleza clamou em seus versos
No mar navegam emoções
Sonhar faz bem aos corações
Na fé com o meu Rei seguindo
Outra vez estou aqui vivendo esse momento lindo
De todas as Marias vêm as bênçãos lá
do céu
Do samba faço oração, poema, emoção!
Meu Beija-Flor chegou a hora
De botar pra fora a felicidade (bis)
Da alegria de falar do Rei
E mostrar pro mundo essa simplicidade
2012
Enredo: São
Luís - o poema encantado do Maranhão
Autores: J. Velloso, Adilson China, Carlinhos do Detran, Silvio Romai,
Hugo Leal, Gilberto Oliveira, Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR
Beija-Flor, Ricardo Lucena, Thiago Alves e Rômulo Presidente
Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão
O homem nativo da terra
Resiste em bravura a dor da invasão
Do mar vem três coroas
Irmão seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
A força dos meus ancestrais
Na casa Nagô a luz de Xangô axé
Mina Jêje um ritual de fé (bis)
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do Vodun e do Orixá
Ê rainha, o bumbá meu boi vem de lá
Eu quero ver o Cazumbá
Sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana... assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
Na terra da encantaria a arte do gênio João
Meu São Luís do Maranhão
Poema encantado de amor (bis)
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor!
2013
Enredo: Amigo
Fiel - Do Cavalo do Amanhecer ao Mangalarga Marchador
Autores: J. Veloso, Ribeirinho, Marquinho Beija-Flor, Gilberto,
Silvio Romai e Dilson Marimba. Participação Especial:
Claudio
Russo e Miguel
Eu vou cavalgar, pra encontrar
A minha história nesse mundo de meu Deus!
Venho de longe de uma era milenar
Fui coroado quando o dia amanheceu!
Brilha, estrela guia... Um viajante, a sua sede a matar!
Presente de grego, que grande ironia
Herói das batalhas, real montaria!
Com asas surgiu do infinito, tão claro mito..
A joia rara de Alah!
Cigano... Buscando a purificação!
Trotando elegância e bravura
A minha aventura se torna canção!
É o bonde que vai, carruagem que vem...
Na viagem que trás, o amor de alguém! (bis)
Indomável corcel, alazão da coroa...
Troféu da nobreza, estrela que voa!
Amigo do Rei, pela estrada lá vai o Barão!
Sul de Minas Gerais, galopei...
A riqueza da mineração!
Café me fez marchar... Ao rio da corte a bailar!
Acreditar... Que fui a raça escolhida!
Sou um puro sangue azul e branco
Um acalanto... a mais sublime criação!
Sou eu o seu cavalo de batalha
Se a memória não me falha...
Chegou a hora de gritar é campeão!
Sou Manga Larga Marchador!
Um vencedor, meu limite é o céu! (bis)
Eu vim brilhar com a Beija-Flor...
Valente guerreiro, amigo fiel!
2014
Enredo: O
Astro Iluminado da Comunicação Brasileira
Autores: Sidney de Pilares, JR Beija-Flor, Junior Trindade,
Adilson Brandão, Zé Carlos e Diogo Rosa
No ar a mensagem de um Beija-Flor
Sonhar o sonho de um sonhador
E viajar no tempo, no som um sentimento
Ir mais além, tocar o céu
Erguer a Torre de Babel
Escrever seu nome num papel
Eu e você, em sintonia seja onde for
No infinito ao teu sinal eu vou
Leva desejo divino, divino desejo me leva...
A encontrar a arte no seu olhar
A Deusa do samba na Passarela
A marca do carnaval... É ela (bis)
Um lado a comunicar, o outro comunicou
Tá na mídia a Beija-Flor
Quando a emoção chegar, a saudade vai bater
Juntos na mesma frequência
Um show de audiência, vamos reviver
Espelho refletindo cada um de nós
Por isso solte a sua voz, hoje o artista é você
Clareou... E a gente vai se ver de novo (bis)
Clareou... De azul e branco nos braços do povo (oba oba)
Boni tu és o astro da televisão
Fiz, da sua vida minha inspiração (bis)
Vem, a festa é sua, a festa é nossa de quem quiser
Mostra que ''babado é esse'' de samba no pé
2015
Enredo: Um
Griô conta a história: um olhar sobre a África e o
Despontar
da Guiné Equatorial - Caminhemos sobre a trilha de nossa
felicidade
Compositores: J. Velloso, Samir Trindade, Jr Beija-Flor,
Marquinhos Beija-Flor, Gilberto Oliveira, Elson Ramires, Dílson
Marimba, Silvio Romai, Ribeirinho e Junior Trindade
Vem na batida do tambor
Voltar na memória de um griô
Fala cansada, mãos calejadas
Ouça menino Beija-Flor
Ceiba, árvore da vida
Raízes na verde imensidão
Na crença de tribos antigas
Força incorporada nesse chão
O invasor singrou o mar, partiu em busca de riquezas
E encontrou nesse lugar
Novas índias, outras realezas
Destino trocado, tratado se faz
Marejam os olhos dos ancestrais
Negro canta, negro clama liberdade
Sinfonia das marés, saudade (bis)
Um africano rei que não perdeu a fé
Era meu irmão, filho da Guiné
Formosa, divina ilha testemunha dos grilhões
Eu vi a escravidão erguer nações
Mas a negritude se congraça
A chama da igualdade não se apaga
Olha a morena na roda e vem sambar
Na ginga do balelé, cores no ar
Dessa mistura eu faço Carnaval
Canta Guiné Equatorial
Criança, levanta a cabeça e vai embora
O mar que trouxe a dor, riqueza aflora
Tem uma família agora
Quem beija essa flor não chora
Sou negro na raça, no sangue e na cor
Um guerreiro Beija-Flor (bis)
Oh minha deusa soberana
Resgata sua alma africana
2016
Enredo: Mineirinho
Genial! Nova Lima - Cidade Natal. Marquês de Sapucaí
Compositores: Marcelo Guimarães, Sidney de Pilares, Manolo,
Jorginho Moreira, Kirraizinho e Diogo Rosa
Abriu-se a cortina do tempo
Emoldurando a história a Beija-Flor ôôô
De Nova Lima à poesia se fez
Na genialidade do Marquês
Nasceu em Congonhas de Sabará
O mais puro ouro das Minas Gerais
Atravessou o mar, no afã de conquistar
Conhecimento em terras lusitanas
Brilhou aos olhos da lei
Formou-se bacharel
Fiel à nação, enfim regressou
A saudade apertou
Ecoou um brado de resistência
Ao longe se ouviu a voz da independência (bis)
Pelo Brasil, impera felicidade
Já raiou a liberdade
Um homem de real valor
Um vencedor na estrada da vida
Em seu legado a primazia
Na gratidão que herdaria
Poeta, músico, escritor
O mineirinho que o Rio imortalizou
Teu chão floresce a nobreza pro samba passar
Um templo sagrado a luz do luar
Apoteose de todo sambista
Artista! Herdeiro verdadeiro de Ciata
Que hoje te abraça aos pés da praça
Em mais um Carnaval
Sou Beija-Flor, na alegria ou na dor
A deusa da passarela, é ela!
Primeira na história do Marquês (bis)
Que na Sapucaí é soberana
De fato nilopolitana
2017
Enredo: Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel
Compositores: Claudemir, Maurição, Ronaldo Barcellos,
Bruno Ribas, Fábio Alemão, Wilson Tatá, Alan
Vinicius e Betinho Santos
Araquém bateu no chão
A aldeia toda estremeceu
O ódio de Irapuã
Quando a virgem de Tupã se encantou com o europeu
Nessa casa de caboclo hoje é dia de Ajucá
Duas tribos em conflito
De um romance tão bonito começou meu Ceará
Pega no amerê, areté, anamá (bis)
Pega no amerê, areté, anamá
Bem no coração dessa nossa terra
A menina moça e o homem de guerra
Ele sente a flecha, ela acerta o alvo
Índia na floresta, branco apaixonado
Vem pra minha aldeia, Beija-Flor
Tabajara, pitiguara, bate forte o tambor
Um chamado de guerra, minha tribo chegou
Reclamando a pureza da pele vermelha
Bate o coração de Moacir
O milagre da vida, me faz um mameluco na Sapucaí
Oh linda Iracema morreu de saudade
Mulher brasileira de tanta coragem
Um raio de sol a luz do meu dia (bis)
Iluminada nessa minha fantasia
A Jandaia cantou no alto da palmeira
No nome de Iracema
Lábio de mel, riso mais doce que o jati
Linda demais, cunhã-porã itereí (bis)
Vou cantar Juremê, Juremê, Juremê
Vou contar Juremá, Juremá
Uma história de amor, meu amor
É o carnaval da Beija-Flor
2018
Enredo: Monstro é Aquele que não sabe Amar. Os Filhos Abandonados da Pátria que os pariu
Compositores: Di Menor BF, Kiraizinho, Diego Oliveira, Bakaninha, JJ Santos, Julio Assis, Diogo Rosa, Manolo e Rafael Prates
Sou eu…
Espelho da lendária criatura
Um monstro…
Carente de amor e de ternura
O alvo na mira do desprezo e da segregação
Do pai que renegou a criação
Refém da intolerância dessa gente
Retalhos do meu próprio criador
Julgado pela força da ambição
Sigo carregando a minha cruz
A procura de uma luz! A salvação
Estenda a mão, meu senhor
Pois não entendo tua fé
Se ofereces com amor
Me alimento de axé (bis)
Me chamas tanto de irmão
E me abandonas ao léu
Troca um pedaço de pão
Por um pedaço de céu
Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!
Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora
Feito um arrastão de alegria e emoção, o pranto rola
Meu canto é resistência
No ecoar de um tambor
Vem ver brilhar
Mais um menino que você abandonou
Oh pátria amada, por onde andarás?
Seus filhos já não aguentam mais
Você que não soube cuidar (bis)
Você que negou o amor
Vem aprender na Beija-Flor
2019
Enredo: Quem
não viu, vai ver... As Fábulas do Beija-Flor
Compositores: Julio Assis, Kiraizinho, Di Menor BF, Diego Oliveira,
Fabinho Ferreira, Diogo Rosa, Serginho Aguiar, Dr. Rogério,
Kaká Kalmão, Márcio França, Jorge Aila e
Carlinhos Ousadia
Nascido feito o rei menino
Em ninho de amor e humildade
Meu pai direcionou o meu destino
Voar nas asas da felicidade
E arrisquei um vôo nesse lindo azul
Um mundo encantado pude recordar
Em fábulas bordei a fantasia
Ê saudade que mareja o meu olhar
Herdeiro dessa terra me tornei
Cantei nossos recantos, tradições
Sou eu aquele festival de prata
Que na pista arrebata tantos corações
Ôôôô axé que no sangue herdei
No meu quilombo, todo negro é rei
Abre a senzala! Abre a senzala! Ô (bis)
Nesse terreiro, o samba
é a voz que não cala
Cresci, ouvindo acordes entre doces melodias
A bela dama retratada em poesia e o canto de cristal
A simplicidade no amor, aquele beijo na flor
Fez mais um sonho real
Pátria amada da ganância
Eu pedi socorro pelos filhos teus
Algoz da intolerância
Mesmo proibido, fui a voz de Deus
Toda essa grandeza, vem da nossa gente
Que esquece a dor e só quer sambar
É por esse amor que o meu valor me faz brilhar
Comunidade me ensinou
A ser apaixonado como eu sou (eu sou)
Ontem, hoje, sempre Beija-Flor
Oh Deusa
Tem festa no meu coração
Desfilo toda gratidão (bis)
Razão do meu
cantar, a luz do meu viver
O que seria de mim sem você
2020
Enredo: Se
Essa Rua Fosse Minha
Compositores: Magal Clareou, Diogo Rosa, Julio Assis, Jean Costa, Dario Jr., Thiago Soares e Junior Fionda
Preceito!
Minha fé pra seguir nessa estrada
Odara ê! Reina firme na encruzilhada
Abram os caminhos do meu Beija-Flor
Por rotas já trilhadas no passado
O tempo de tormenta que esse mar levou
Revela este novo Eldorado
Nas trilhas da vida, desbravador!
Destino traçado, vencedor!
Nos becos da solidão
Moleque de pé no chão
E nessas andanças, eu sigo teus passos
São tantas promessas de um peregrino
É crer no milagre, sagrados valores
Em tantos altares, em tantos andores
A vela que acende, a dor que se apaga
A mão que afaga se torna corrente
Nilopolitano em romaria (bis)
A fé me guia! A fé me guia!
Em meus devaneios
Entre o real e a imaginação
Saudade persiste, insiste em passear no coração
Feito um poema à beira-mar
Canto pra te ver passar
Me vejo em teu caminho
Nessa imensidão azul do teu amor
E às vezes, perdido
Eu me encontro em tuas asas, Beija-Flor
Por mais que existam barreiras
Eu vim pra vencer no teu ninho
É bom lembrar, eu não estou sozinho
Ê Laroyê Ina Mojubá
Adakê, Exu, ô, ô, ô (bis)
Segura o povo que o povo é o dono da rua
Ô, corre gira que a rua é do Beija-Flor!