Bakaninha começou sua trajetória no carnaval ainda
criança, com apenas cinco anos de idade, na bateria mirim da
Beija-Flor. Cria de Nilópolis, o rapaz é filho de
Gílson Bacana, que além de intérprete,
também já fez de tudo um pouco na azul e branco, e neto
de Vicente, um dos primeiros mestres de bateria da Deusa da Passarela.
O jovem passou a compor em 2009 a equipe de cantores de apoio da
Beija-Flor que dava suporte para Neguinho na avenida. Logo em seguida
passou a ser o segundo cantor, sendo dele a voz que conduzia os ensaios
nas eventuais ausências do titular. Na escola, Bakaninha
conquistava cada vez mais espaço para um dia um dia assumir o
posto de intérprete principal da escola de samba.
Bakaninha era considerado pelo próprio Neguinho da Beija-Flor
como seu sucessor. O próprio veterano intérprete sempre
elogiava as qualidades do jovem cantor, por ser nascido e criado na
Beija-Flor, ser dedicado, ter bom comportamento, não beber nem
fumar, enfim, reunindo todos os predicados para, um dia, substituir
Neguinho.
Em 2012, foi o cantor oficial do Arame de Ricardo,
agremiação que desfilou, naquele ano, na Série E
(sexta divisão) do carnaval carioca. Retornou ao microfone
principal da escola em 2016, com a agremiação já
na Série B (terceira divisão). Gravou o samba de 2017,
mas saiu da escola devido aos seus compromissos com a Beija-Flor.
Bakaninha não escondia de ninguém sua grande
referência no mundo do samba: Neguinho da Beija-Flor.
“É meu padrinho, meu grande ídolo e quem eu procuro
me espelhar. A primeira vez que subi no carro de som com ele, me tremi
todo quando deu o grito de guerra. Ele é o melhor de
todos”, afirmava.
Em fevereiro de 2019, no ensaio técnico da Beija-Flor no
Sambódromo, Neguinho não pôde comparecer e
Bakaninha assumiu a responsabilidade de substituir uma das lendas do
carnaval brasileiro, e fez seu papel com brilhantismo. Bastante
identificado com a agremiação, o rapaz não conteve
a emoção e foi às lágrimas ao fim do
ensaio, orgulhoso da primeira vez que defendeu a Beija-Flor como
principal voz na Sapucaí.
Bakaninha faleceu na madrugada do dia 28 de janeiro de 2022, em um
acidente de carro, voltando do ensaio na quadra da Beija-Flor. O
músico perdeu o controle do veículo e colidiu em um muro,
na Estrada Dr. Rufino Gonçalves Ferreira, em Nilópolis,
na Baixada Fluminense. O artista completaria 31 anos, no mesmo dia em
que morreu.
Seu jeito de cantar lembrava um pouco o estilo de Jackson Martins,
outro nome que marcou uma leva de intérpretes. Bakaninha
participava do Grupo Mente Certa e também cantava na banda de
Neguinho da Beija-Flor. Para o carnaval de 2022, havia sido contratado
para cantar no Leão de Nova Iguaçu, na Série Prata
(terceira divisão), no Desfile da Intendente Magalhães,
um samba-enredo que homenageia outro grande intérprete,
Dedé da Portela.
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Início: aos
cinco anos de idade, na bateria da Beija-Flor. Na
condição de intérprete, começou a cantar em
2009.
De 2009 a 2020 – Beija-Flor (apoio de Neguinho da Beija-Flor)
2012 e 2016 – Arame de Ricardo
2017 – Arame de Ricardo (apenas gravou o samba, mas não cantou na avenida)
2022 – Leão de Nova Iguaçu (gravou o samba meses antes de falecer)
GRITO DE GUERRA:
"Agora sim... meu (fala o nome da escola), papai! Olha a Beija-Flor
aí gente. Chora cavaco!" – nas apresentações
da Beija-Flor de Nilópolis.
CACOS DE EMPOLGAÇÃO: “vambora
gente”; “é agora minha comunidade”;
“vaaaaaaiii”; “repete”; “em cima
gente”; “vambora papai”; “que lindo, que
lindo”; “ah moleque”; “alô meus poetas... (menciona os compositores do samba)”.
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