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Os sambas de 2022 por Cláudio Carvalho As avaliações e notas referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile 1 – VIRADOURO
- A letra do samba, em formato de carta, se destaca pelas rimas ricas
(com palavras de diferente classe gramatical). A melodia peca pelo
excesso de alongamentos silábicos, como na estrofe que
começa em "amanheceu num instante já" e termina com "acordes virão da Viradouro". Nota: 9.9
2 – GRANDE RIO
– Samba de qualidade indiscutível, com destaque para o
falso refrão do meio. Na melodia valente, me preocupa a
inversão de sílaba tônica em "Adakê Exu, Exu é 'Odará'". Nada que comprometa, porém, o conjunto da obra. Nota: 10
3 – MOCIDADE– Outro grande destaque da safra. Cresceu bastante na voz do Wander Pires, apesar de parecer gritado em alguns momentos. A melodia encaixa perfeitamente na batida de caixa da escola, o "agueré" mencionado na letra. Há quem diga que o excesso de termos afro pode transformar algumas passagens do samba em trava-lingua, mas não é o que se vê até o momento. Nota: 10 4 – BEIJA-FLOR - Samba
para manter a escola na zona de conforto quanto ao quesito. Além
da visível queda de qualidade na gravação, a letra
apresenta um erro de narrativa, pois começa falando em "mesmo sangue que o seu" e igualdade, e termina exaltando o "sangue azul Nilopolitano". Nota: 9.9
5 – SALGUEIRO -
Além de a letra não ser exatamente um primor, o samba
segue caminhos melódicos tortos (ora sobe, ora desce), o que
só piora diante da falta de entrosamento dos intérpretes.
Nota: 9.8 7 – PORTELA - Ok,
o samba está aquém do que a Portela vem trazendo de 2012
para cá, mas, verdade seja dita, é melhor do que tudo que
a escola cantou entre 1999 e 2007, por exemplo. Como o critério
não é comparativo, podemos citar dois pontos como
preocupantes: o excesso de termos afro e os refrães (o principal
tem quatro versos terminados em a/ar). O segundo ponto é bem
mais delicado que o primeiro, diga-se de passagem. Nota: 9.8 9 – UNIDOS DA TIJUCA - O principal mérito do samba talvez seja apresentar uma letra simples numa melodia diferenciada, a qual acabou prejudicada na gravação oficial pelo excesso de extensões silábicas ("al-to-céu-de-tu-pa-na-e-uru-pa-ri") com as quais se inicia. Nota: 9.9 10 – SÃO CLEMENTE - O samba alterna passagens inspiradas e emocionantes com outras de gosto duvidoso, tais como "DeThales" e "Divina iDéa", em referência ao companheiro e a mãe do homenageado, respectivamente. A melodia é regular, apenas. Nota: 9.8 12 – IMPERATRIZ - Samba
regular em letra e melodia, que, apesar de algumas
soluções interessantes, não consegue fugir da
velha fórmula de colcha de retalhos de enredos do carnavalesco
homenageado. As menções às coirmãs
Salgueiro e a Mocidade poderiam ser menos explícitas e mais
criativas. Nota: 9.8 |
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