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Os sambas de 2018 - Grupo
Especial e Acesso (São Paulo) por Bruno Malta
Bruno Malta é colunista do site Ouro de Tolo Pelo terceiro ano seguido, analiso os sambas de enredo do Carnaval Paulistano para o Sambario. Mais uma vez, agradeço o convite do Marco Maciel, editor chefe do site. É importante destacar o crédito que o Marco novamente deposita em mim. Sem mais delongas, vamos analisar os 22 sambas que desfilarão no Anhembi entre Sexta e Domingo nos grupos Especial e de Acesso. As avaliações do
texto abaixo em nada têm relação com os critérios de julgamento utilizados pela
Liga-SP e nem relação com o julgamento oficial. Gravação do CD: Com um novo modelo de gravação, a Liga SP conseguiu transformar o disco em algo mais próximo do que veremos na avenida. Saiu o gelado e correto clima de estúdio e entrou o quente e imperfeito clima de avenida proporcionado pela gravação ao vivo na Fábrica do Samba. A inspiração no modelo carioca implementado em 2010 é nítida e foi acertada. Apesar disso, o resultado ainda pode ser melhor. Há pequenas falhas a serem ajustadas em questão de coro e bateria. De qualquer forma, o resultado de 2018 é bastante agradável e de bom nível. Nota: 9,8 Grupo Especial
Acadêmicos do Tatuapé: "É emoção, o meu pavilhão
vai girar..." - Com uma ótima obra, a campeã de 2017 vem bem servida
no quesito samba. A composição passeia muito bem pelos elementos em quase todo
o tempo, cumprindo muito bem a missão contar a história do Maranhão. O início
da obra remete aos grandes sambas do Rio com o verso "no mar, foi no balanço do mar..." que possui melodia de
alto nível. Além disso, a variação melódica do trecho "É emoção, o meu pavilhão vai girar"
é a melhor do grupo
no ano. Em que pese alguns problemas de métrica e
coerência na letra no refrão
de meio, a escola da Zona Leste tem um dos três melhores sambas
do ano em São
Paulo. Celsinho vive a melhor fase da carreira e faz, mais uma vez,
ótima
gravação. Participações de Leci
Brandão e Dominguinhos do Estácio são um molho a
mais numa ótima faixa. Nota: 9,8 Dragões da Real: "É o amor dessa gente feliz que não
pode faltar" - Após o sucesso inegável da obra sobre Luís Gonzaga em
2017, a Dragões da Real resolveu apostar na música sertaneja como tema para
repetir o feito, mas não foi tão feliz dessa vez. A obra é correta na descrição
do enredo, mas peca na obviedade. O samba não foge, em momento algum, do que
está escrito na sinopse, sem criar um algo a mais em quem escuta. Além disso, a
maioria das rimas são previsíveis. Na segunda parte, a letra abusa do efeito de
"lista de chamada" citando
grandes músicas do gênero, mas sem muita conexão com a proposta do enredo. Por
tudo isso, a obra, apesar de não ser ruim, é decepcionante. O ótimo alusivo com
Sérgio Reis e a segura interpretação de Renê Sobral são os destaques da faixa.
Nota: 9,5 Vai-Vai: "Só que é Vai-Vai sabe o que é
amar" - Com um enredo sobre Gilberto Gil, o Vai-Vai vem com um samba,
que se não é brilhante, tem uma proposta interessante e que deve mexer com o
Anhembi. A melodia é o destaque da obra. Cheia de variações e com momentos de
pura emoção, como no verso "Ah, se
eu puder falar com Deus", a proposta melódica se destaca na composição
da Saracura. A letra, por outro lado, não consegue fazer a exploração do tema
em alto nível. Com furos de narração, - falta de coesão ou coerência - a letra
não consegue destacar apenas passando sem brilhar. Grazzi Brasil, pela primeira
vez defendendo um samba como intérprete principal, faz gravação correta e tem
um interessante auxílio do pagodeiro Belo. Boa faixa. Nota: 9,7 Império de Casa Verde: "Teu sangue azul é a cara do povo" - O enredo que tem
como inspiração a fantástica e conhecida obra "Les Miserables" rendeu um dos melhores sambas do ano no
Grupo. Com uma letra inteligente e que explora muito bem o potencial do tema, a
Caçula do Samba vem forte no quesito em 2018. A obra aposta numa proposta
correta de letra ao explorar o tema. Com sacadas inteligentes e conexões
interessantíssimas com o momento do país, o samba passa muito bem a mensagem do
tema. Apesar disso, a melodia não possui a mesma qualidade e não consegue,
infelizmente, manter o padrão de alto nível que é visto na letra. De qualquer
forma, é um ótimo samba. O alusivo com a música "Corda no pescoço" e a participação de Edi Rock, do grupo
Racionais MC, dão um toque especial à faixa. Vale ressaltar também a excelente
fase do intérprete Carlos Júnior. Nota: 9,8 Rosas de Ouro: "Lindas rosas, eu colhi..." -
Apesar da gloriosa história, ter sambas marcantes na última década não era algo
recorrente na azul e rosa da Freguesia do Ó. Para 2018, porém, a história
mudou. Com uma letra praticamente irrepreensível, a agremiação conta o enredo
sobre os caminhoneiros. Passagens espetaculares, como as que falam sobre os
Santos e sobre como o perigo na estrada é recorrente, dão a tônica de um samba
de altíssimo nível. A melodia também é um destaque com uma levada espetacular.
O samba só não é perfeito por conta do refrão principal parecer um pouco alheio
à proposta do resto da obra, mas isso não tira o brilho da belíssima
composição. Com um alusivo brilhante, que teve a participação de Maiara e
Maraisa, e uma ótima interpretação da dupla Royce do Cavaco e Mônica Soares, a
faixa é uma das melhores do CD. Nota: 9,9 Mocidade Alegre: "A poesia sorriu ao falar de
emoção" – Apesar de um enredo sem muita identificação com a história
da escola, a Morada do Samba tem um bom samba, mas recheado de pequenos poréns
que atrapalham sua qualidade como todo. A letra é menos inspirada que a
melodia, mas tem seus bons momentos. Com uma primeira parte atraente e um bom
refrão central, o enredo é desenvolvido de maneira adequada. Na segunda parte,
com muitos clichês e repetições de palavras, o samba perde poesia e fica mais
pobre. A melodia, por outro lado, se sustenta em todo o tempo mesmo que sem
brilho em alguns momentos. Tiganá e Ito Melodia fazem gravação adequada e tiram
o máximo de um samba com limitações. Nota: 9,6 Unidos de Vila Maria: "Sem querer querendo
celebrei essa união" - Após o sétimo lugar de 2017, a Vila Mais Famosa
resolveu apostar num enredo sobre o México no olhar de Roberto Gómez Bolaños,
criador e intérprete do histórico Chaves. Com um samba animadíssimo e cheio de
poesia, a escola do Jardim Japão vem bem no quesito para 2018. A letra é
narrada brilhantemente pelo próprio Bolaños, que apresenta a história do México
com sacadas clássicas de seus personagens, como nos versos "sem querer querendo celebrei essa união" e "com muita astúcia, nossa escola
desfila", que fazem conexões de muita inteligência entre o seriado e o
enredo. Além disso, a melodia é muito bem trabalhada e contagia quem escuta, o
que faz com que a qualidade da obra aumente. Entretanto, alguns probleminhas de
letra no refrão principal e na primeira estrofe, atrapalham o todo e
comprometem a beleza da obra. De qualquer forma, sem ser perfeito, o samba é
muito bem feito e é um destaque da safra. Wander Pires fez uma gravação segura
e conseguiu tirar o melhor da obra. Nota: 9,8 Acadêmicos do Tucuruvi: "É show na galeria, meu
Tucuruvi, pode aplaudir" - Um confuso enredo sobre os museus gerou um
samba complicado. A obra da escola da Zona Norte tenta ser descritiva e
explicativa, mas peca nas limitações do enredo. A letra tenta desenvolver a
mensagem do enredo, mas não consegue ser exatamente coerente ou coesa. Pelas
condições do tema, o samba ainda consegue alguns pontos interessantes,
especialmente na segunda estrofe. Mesmo assim, é nítido que foi difícil fazer
algo com mais qualidade. A melodia é razoável e tem no fim da segunda estrofe,
o seu melhor momento. Alex Soares, em seu terceiro na escola da Cantareira, fez
uma boa gravação e ajustou bem a obra à sua voz. Nota: 9,5 Gaviões da Fiel: "Guarus guerreiros bravos filhos desse
chão" - A chegada do carnavalesco multicampeão Sidnei França e o ótimo
enredo sobre os índios Guarus renovou o astral na alvinegra e deu esperança de
que os dias de glória voltassem. Como fruto desse novo momento, o samba da escola
é um dos melhores do grupo para o próximo carnaval. A letra da composição é
praticamente impecável e narra o enredo com extrema competência com destaque
para o ótimo falso refrão central que faz a associação de duas histórias
diferentes com louvor. A melodia é outro destaque e é muito bem explorada pelas
ótimas convenções feitas pela bateria da escola na gravação. Apesar da
qualidade gigante da obra, alguns furos nas conexões de setores atrapalham o
todo e tiram um pouco do brilho. De qualquer forma, uma excelente faixa.
Ernesto Teixeira é um destaque da gravação como uma ótima e emocionante
interpretação. Nota: 9,9 Mancha Verde: "A amizade eternizou um laço de
união..." O enredo sobre o Fundo do Quintal, com um teor emocionante
por conta da homenagem ao fundador da escola, Moacir Bianchi, que faleceu no
começo do ano, gerou um samba interessante e muito agradável. A letra da obra é
interessante, embora prejudicada pela falta de coesão em alguns trechos, o que
prejudica a narrativa. Com três refrães, o samba tem momentos de muita beleza
poética como na brilhante sacada do verso "Se
arruma Irene que o mapa da alegria, hoje é na Terra da Garoa". Mesmo
assim, problemas como falta de uma narrativa clara e repetição de palavras,
causam pobreza. Por outro lado, a melodia é o destaque da obra. Com muita força
desde o início, a proposta melódica é praticamente irretocável e brilha de
ponta a ponta. Sendo assim, mesmo sem ser perfeito, o bom samba da Mancha é uma
faixa agradável e de destaque na safra. Freddy Vianna, auxiliado pela melhor
bateria do disco, faz gravação fantástica e agrega é muito a obra. Nota: 9,7 Unidos do Peruche: "Oitenta Fevereiros a cantar..."
- Com um enredo sobre os 80 anos de Martinho da Vila, a Filial do Samba vem com
um samba cheio de limitações para 2018. Com 25 compositores (!) devido à junção
feita na disputa, a obra perucheana não contagia e passa sem destaque na safra.
A letra da composição é correta, mas tem furos de coerência e coesão por culpa
da junção. As diferenças entre as propostas de letra ficam claras, em especial,
dos refrães para as estrofes. Em alguns momentos, a impressão é de que a obra
tem duas dentro de si. A melodia, tem o mesmo problema, principalmente no
encaixe pós-refrão que deixa, na minha opinião, a junção clara. Por tudo isso,
não consigo ver a escola verde e amarela com um grande samba para 2018. Toninho
Penteado fez uma gravação adequada, mas não brilhou. Nota: 9,5 Tom Maior: "Meu Carnaval, um sonho
verdadeiro" - Com um enredo que mistura Carlota Josefa Leopoldina e a
Imperatriz Leopoldinense, a escola do Sumaré levará uma obra limitada para o
Anhembi em 2018. A letra é uma coisa muito difícil de ser digerida por conta de
uma narração cheia de falhas. Após a primeira parte narrada em primeira pessoa
(Leopoldina), o samba não possui mais uma clareza narrativa a partir do refrão
central. Além disso, existem problemas de coerência por conta da falta de
conexão entre os setores do enredo, o que complica muito o entendimento do
tema. A melodia, por outro lado, não incomoda e passa bem. Por tudo isso, o
samba da escola vermelha e amarela está longe num meio termo de qualidade.
Bruno Ribas fez uma gravação correta, sem grandes percalços. Nota: 9,4 X-9 Paulistana: "Pode acreditar é a voz de Deus"
- Com um confuso enredo sobre os ditados populares, a escola da Parada Inglesa
vem com o samba de mais limitações da safra do Especial para o próximo
Carnaval. A letra é um misto de vários ditados sem muita conexão. As expressões
usadas são conhecidas, o que até consegue refletir a proposta do enredo, mas não
facilita o entendimento do mesmo, já que a falta de uma sequência da história
prejudica o entendimento. A melodia, por outro lado, não é tão limitada quanto
a letra, mas também não chega a ser boa. Com passagens previsíveis e sem
grandes variações, o samba se torna monótono com o tempo. Por tudo isso, é
impossível não colocar a Xis como a decepção do grupo no quesito. Darlan, em
seu segundo ano na escola, faz uma gravação correta. Nota: 9,2 Independente Tricolor: "O final que eu sempre
quis" - A estreante no Grupo Especial apostou num enredo sobre os
filmes de terror que gerou um samba que se não é brilhante, empolga bastante e
passa a mensagem do enredo. A obra tem uma letra descritiva e que transmite com
correção a proposta da escola. Apesar disso, versos como "deixa a bruxa queimar" e "hoje o bicho vai pegar" são soltos e até, de certa forma,
desnecessários. A melodia, por outro lado, brilha e consegue transformar um
samba que poderia ser mais pesado em leve, fazendo com que a composição fique
bastante agradável a quem escuta. Com uma boa gravação, Pê Santana e Rafael
Pinah mostram entrosamento e bom domínio do samba. Nota: 9,6 Grupo de Acesso Águia de Ouro: "A razão da minha vida" - Após
o rebaixamento de 2017, que foi consumado no quesito samba-enredo, a escola da
Pompeia apostou num enredo sobre os mercadores árabes, que gerou uma obra com
limitações. A letra, que foi muito mexida em relação a versão da disputa, não é
brilhante, mas conta com correção a proposta do enredo. Apesar disso, alguns
versos como o que pede "muito
respeito com a minha Águia" são soltos e ficam desconexos do conjunto.
A melodia é agradável, embora pareça genérica em alguns trechos, como no refrão
central. Por tudo isso, mesmo com a firme sustentação da ótima batucada da
Pompeia, a faixa da azul e branca não é das mais atrativas do CD do Acesso. O
trio Douglinhas, Fernandinho SP e Serginho do Porto faz uma gravação segura e
correta sem comprometer a composição. Nota: 9,4 Nenê de Vila Matilde: "É o quilombo azul e branco
que não para de cantar" - Após a queda de 2017, a Nenê apostou num
enredo afro - característico de sua história - para voltar ao Especial. O tema
ajudou a escola a voltar a ter um bom samba após dois anos com obras abaixo do
histórico matildense. A obra da Águia Guerreira é tradicional aposta numa
melodia com boas variações para contagiar, mas esbarra no lugar-comum. Com uma
letra apenas correta e que não foge muitos dos padrões de sambas da temática, a
composição não consegue surpreender o ouvinte, o que causa sensação de marasmo.
A melodia, segue o mesmo padrão da letra. É bem-feita e sem nenhum grande
problema, mas é previsível. Por tudo isso, o samba da escola da Zona Leste não
acontece, deixando um Sensação de quero mais. Agnaldo Amaral gravou bem e
mostrou bastante domínio da obra. Nota: 9,8. Colorado do Brás: "Axé, a Colorado vai passar" -
Com um enredo sobre a fé baseada na cultura africana, a escola do Brás vem com
um samba bem feito para o próximo carnaval. A letra da composição não é nenhuma
maravilha e deixa alguns furos de coerência na história proposta. Além disso,
apesar do enredo ter as citações aos orixás como norte, a letra é praticamente
baseada numa lista de chamada, o que torna o todo bem pobre. A melodia, por
outro lado, faz um papel correto na sustentação da obra e tem muita força nos
refrães, valorizando facilitar o canto. Por tudo isso, alvirrubra tem um samba
limitado, mas com grandes possibilidades de funcionar. Chitão Martins fez uma
gravação bem agradável. Nota: 9,7 Camisa Verde e Branco: "Eu sou Camisa, celeiro de
bambas" - O enredo sobre o poeta Mário de Andrade não gerou uma obra
das mais inspiradas do Trevo da Barra Funda. Com inúmeros clichês relacionados
a trajetória do poeta e da escola, a letra apela ao lugar comum. Destaco,
entretanto, o refrão central que, se não é brilhante, está acima do resto. A
melodia é arrastada e não dá nem um tom de alegria que o samba poderia ter. Com
um conjunto decepcionante, a faixa da única tetracampeã sozinha do carnaval paulistano
não é das mais atraentes. Nêgo, estreando na escola, gravou com a competência
habitual. Nota: 9,5 Leandro de Itaquera: "Onde há necessidade, há um
leão" - Com o enredo sobre a solidariedade e o centenário da
organização solidária Lions, a escola da Zona Leste tenta o sonho de voltar à
elite. A letra do samba é limitada. Com citações forçadas pelas limitações do
tema, a obra não consegue cativar quem escuta o samba. Os versos que relacionam
setores do enredo com instrumentos são um sopro de criatividade na obra. A
melodia é bem agradável e facilita o canto, além de ter muita força nos dois
refrães finais que dão um bom "fechamento"
ao samba. Juninho Branco fez a melhor interpretação do grupo. Nota: 9,6 Pérola Negra: "Que hoje o samba vai virar forró" - De cara nova e de volta a Vila Madalena, o Pérola Negra vai exaltar a
cultura de Campina Grande no Anhembi em 2018. Com uma obra de letra adequada e
correta e melodia bem-feita, a composição se destaca no grupo. A letra é bem-feita
e passa a mensagem do enredo com correção. Se não há nenhuma rima genial, a
proposta é transmitida com regularidade e coerência, ajudando quem escuta a
entender o enredo. A melodia, assim como a letra, não tem nenhum pingo de
genialidade, mas é competente e ajuda a facilitar o canto para o componente.
Por não fugir do simples, a obra da Joia Rara do Samba também é um pouco
previsível, o que atrapalha, ligeiramente, o conjunto. Daniel Collête fez boa
gravação e mostrou domínio da obra. Nota: 9,9 Imperador do Ipiranga: "Mais que Especial, eu sou,
cabeça feita, sou Imperador" - O outro enredo sobre a solidariedade no
grupo deu um dos sambas mais bonitos do ano nos 4 principais grupos de SP e
Rio. Em minha modesta opinião, a obra da escola do Ipiranga é a melhor da
cidade em 2018. Forte, atraente, cheia de variações e muito, muito emocionante.
A composição tem na sua letra, o seu ponto forte. Com versos de carga emocional
forte, o samba traz arrepios em quem escuta. Destaco, o refrão de meio e sua
beleza ímpar, como exemplo. A melodia é cheia de variações interessantíssimas,
como no trecho que cita o Império Romano. Além disso, a proposta facilita o
canto e ajuda o componente. Por tudo isso, vejo o samba da escola azul e branca
como o grande destaque da cidade para o próximo Carnaval. Juninho Berin e
Rodrigo Atração fizeram bela gravação e agregaram a obra. Nota: 10,0 Barroca Zona Sul: "Do jeito que o rei mandou" -
De volta ao Grupo de Acesso, a Faculdade do Samba leva um tema que fala sobre
os Carnavais do mundo e que gerou um samba que, apesar de estar longe de ser brilhante,
é bem divertido. A letra do samba tem claras limitações pela tentativa de fazer
uma proposta mais leve. Com rimas pobres como "poeira" com "inteira"
e "zoeira", a composição se
destaca mais pela melodia. Com uma proposta melódica animada, o samba gruda na
cabeça, fazendo com que o canto seja fácil e rápido. Por abrir a noite e vir do
Grupo I, acredito que seja uma ideia interessante. Pixulé fez uma gravação
competente e deu uma cara ajeitada ao samba. Nota: 9,5. |
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