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Os sambas de 2017 por Marco Maciel As avaliações e notas referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile A
GRAVAÇÃO DO CD -
Permitam uma comparação curiosa antes da
análise. Enquanto que o CD de 2016 iniciava com o Hino Nacional,
medida de Laíla para abrir os ensaios da Beija-Flor (que abria o
disco), o de 2017
começa com um... "olha ela". A primeira lembrança que vem
pra quem acompanhou algo de TV aberta no ano é de uma BBB
gritando a
mesma coisa após abrir a porta de um quarto escuro... Ou seja,
meio desnecessário por parte dos componentes da bateria da
Mangueira. Só faltou complementarem com um "mané" ao
estilo Ivo Meirelles. O Carnaval 2017 solidifica de vez uma moda iniciada
em 2014 com o samba do Salgueiro e consagrada em 2015 pela Imperatriz:
o falso refrão. Trecho com melodia marcante dentro do samba, mas
que não se repete. Muitas escolas apostam na fórmula
não só no Especial como também na Série A,
aparecendo com mais frequência no meio do hino do que em
substituição ao refrão principal. Sobre a
gravação, o CD não traz novidades com
relação aos últimos, seguindo o modelo de registro
desde 2010. A gravação do disco já se tornou um
evento tradicional na Cidade do Samba, em que os corais da escola
trazem a amostra do clima ao vivo que será ouvido na avenida,
além das exibições de contingentes das baterias. O
estilo segue um tanto barulhento, até poluído algumas
vezes, e com os andamentos de algumas baterias exagerados, mais
o coro que às vezes abafa o som das percussões.
Muito distante tecnicamente da perfeição dos registros do
Teatro de Lona da Barra da Tijuca na década de 90. A respeito da
safra, destaque para Mocidade, Beija-Flor, União da Ilha e
Portela, numa disputa que será ferrenha pelo Estandarte.
Imperatriz, Vila Isabel e São Clemente formam o segundo
pelotão.
NOTA DA
GRAVAÇÃO:
9 (Marco Maciel).
1 - MANGUEIRA - "Firmo o ponto pro meu orixá no terreiro". Voltando a abrir o CD depois de 14 anos, a única campeã em todas as décadas apresenta, para o enredo sobre a fé do povo aos santos, um samba fortíssimo, pra cima, com a valentia de sempre característica das obras de Lequinho e parceiros, mas que dá a impressão que falta um momento de explosão, aquele algo mais, um diferencial. A letra tem muita qualidade, passando perfeitamente a ideia do enredo. O trecho Bati três vezes na madeira/para a vitória alcançar pode parecer controverso para alguns, mas as mandingas também servem para que os triunfos apareçam, não apenas para espantar azares. Os dois refrães são ótimos, ainda que eu tema por um erro de prosódia em JanaíNÁ no do meio. A segunda parte é a melhor do samba, onde há ótimas variações melódicas, até chegar no auge em Firmo o ponto pro meu orixá no terreiro/pelas matas eu vou me cercar mandingueiro/mel, marafo e abô/só com a ajuda do santo eu vou em que os contracantos dão um bom reforço. Mas é um samba com menos apelo e não tão emotivo em relação ao da Maria Bethânia que embalou o título de 2016. Ciganerey tem uma condução correta na faixa, que é encerrada com um discurso de Milton Gonçalves, torcedor verde-e-rosa. O que não deixou de emocionar os amantes de sambas antigos. Afinal, é do ator um dos mais célebres gritos de guerra que já apareceram nos discos de samba-enredo: "nesse Carnaval mesmo ausente, o nosso presidente está presente: canta Mangueira!" na faixa do antológico hino para 1988. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Marco Maciel). 2 - UNIDOS DA TIJUCA - "Chega my brother, vem ver". Mesmo após a melhor safra dos últimos tempos da escola em 2016, a Unidos da Tijuca, para o enredo que relaciona música americana com a brasileira, voltou a apostar numa obra mais funcional, com conjunto melódico num todo genérico e sem muitas inovações. O refrão principal dá uma sensação de déja vú da própria agremiação, com a melodia sendo muito familiar a Tijuca-2011 por exemplo. Na letra, alguns trechos soam forçados, como e o meu Borel americanizou e tá aí um soul de um jeito brasileiro, apesar do também criticado chega my brother poder representar o jeito do carioca. Curiosamente, a Vila Isabel apresentará um tema semelhante e o já histórico concorrente derrotado de André Diniz tinha um verso de melodia semelhante ao da cabeça da Tijuca: O som da cor - Sinta o som. Apesar de ser tecnicamente o mais fraco do ano, a faixa é uma das mais agradáveis de se ouvir no disco, não só por mais uma ótima atuação de Tinga mas também pelo irresistível pagodinho alusivo com o refrão do meio. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Marco Maciel). 3 - PORTELA - "Um olhar marejou: sou eu". A segunda vitória seguida da parceria de Samir Trindade em sua escola de coração deflagra um estilo definitivo por parte do vitorioso compositor, de desenvolver sambas-enredo que remetem a sambas-exaltação e que se desprendem da sinopse. A letra realmente procura mais exaltar a história portelense e seus baluartes do que se preocupar em descrever setor por setor do texto dos carnavalescos, optando pela solução de enumerar características dos rios e das águas e procurando estabelecer relações destas com a escola. Hoje em dia, é raríssimo a sinopse ser deixada de lado em prol de uma poesia mais livre, daí a sempre mencionada funcionalidade dos sambas atuais. Nos anos 70 e 80, David Corrêa, um dos maiores vitoriosos da Águia, cansou de comemorar vitórias nas disputas com letras poucos descritivas, que abraçavam a emoção. Uma delas: o antológico hino portelense de 1981. Claro que não há intenção alguma aqui em comparar o mestre David com Samir... Sobre o samba, a Águia acerta ao seguir a linha que não só rendeu o Estandarte de Ouro em 2016 como também fez a azul-e-branco gabaritar o quesito pelo quinto ano seguido na apuração. O hino tem uma melodia lindíssima, da linha do ano passado, e trechos marcantes como reluz o seu manto azul e branco/mais lindo que o céu e o mar, cantam pastoras e lavadeiras pra esquecer a dor/tristeza foi embora a correnteza levou e, por fim, quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar, que inclusive virou o novo título do enredo, devido às dúvidas quando aos direitos da célebre canção de Paulinho da Viola "Foi um rio que passou em minha vida". O samba é primoroso a partir da segunda parte até explodir no emocionante refrão principal, com Gilsinho tendo atuação segura. Apesar da excelente bossa na segunda passada, há a ressalva da bateria portelense ter mais uma vez acelerado o andamento em demasia na faixa. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Marco Maciel). 4 - SALGUEIRO - "É nossa missão carnavalizar a vida". Baseado na obra-prima de Dante Alighieri, o enredo salgueirense viajará pelo inferno, pelo purgatório e pelo paraíso, as três partes da Divina Comédia, travestidas nos três reinos místicos do Momo, com o Carnaval desafiando as tentações. E o samba da vermelho-e-branco, ainda que não tenha o mesmo brilho do ótimo de 2016, é igualmente forte, valente, pra cima e muito bem gravado no CD pela afiadíssima dupla Leonardo Bessa e Serginho do Porto, além da já tradicional participação de Xande de Pilares. Assim como a obra de 2014, o Salgueiro também lança um falso refrão principal, este com apenas um estribilho. Como o samba é da parceria de Marcelo Motta, igualmente vencedora no ano anterior, é nítida a inspiração do malandro batuqueiro no hino para 2017, que reaparece dobrando o rum antecipando o falso refrão, que também remete ao samba de 2016: gingado e com rimas semelhantes: terreiro/vermelho - batuqueiro/Salgueiro. A letra resume muito bem o sentimento do enredo, em especial no ótimo refrão do meio, em que os versos pra que juízo amor/a noite é nossa/do jeito que o pecado gosta conseguem uma síntese eficiente. A excelente segunda parte faz uma ótima transição para o falso refrão, apesar do verso três "com sagrados" talentos que faz referência (e reverência) a Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues e Joãosinho Trinta soar forçado. O samba cresceu muito no CD oficial com relação à versão concorrente, resultando numa das melhores faixas do disco. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Marco Maciel). 5 - BEIJA-FLOR - "A Jandaia cantou no alto da palmeira". A linha melódica densa, extensa e pesada adotada pela Beija-Flor a partir de 1998 foi deixada de lado pelo menos nesse ano, para falar do romance Iracema, A obra de José de Alencar inspirou um samba nada convencional, de refrão principal de oito versos, mas com levada tão envolvente que não cansa em nenhum momento e é uma delícia de cantar e ouvir. Enquanto o do meio consiste numa repetição de um mesmo verso por quatro vezes, expediente raríssimo nos dias de hoje. Esse é o hino que ficou conhecido como "Juremê", que cativou a grande maioria dos ouvintes em sua primeira audição e fez um antes cético Laíla se render e também "pegar no amerê". Apesar que, na gravação oficial, o andamento ficou muito mais cadenciado e pesado, para facilitar a vida de Neguinho. A letra procura seguir elementos ausentes na sinopse e presentes no livro, como a cerimônia de Ajucá, em que os índios consomem uma bebida produzida pelas folhas da árvore jurema, poção da qual Iracema era a guardiã. Outra curiosidade: o "amerê" seria a fumaça dos incensos, enquanto que "areté" consiste num dia festivo e "anamá" a família que seria purificada. Entre tantos trechos fantásticos melodicamente, o melhor é o primoroso começo da segunda parte, apesar do verso ele sente a flecha, ela acerta o alvo poder implicar outros sentidos. Enfim, é um samba que procura ser mais fiel ao livro em si que o texto da sinopse, proporcionando aos nilopolitanos um dos sambas do ano. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Marco Maciel). 6 - IMPERATRIZ - "Sou o filho esquecido do mundo". Pelo terceiro ano seguido, a Imperatriz aposta num samba extenso e com o falso refrão no meio que vem proliferando desde o Axé Nkenda de 2015, servindo de espelho para outras escolas. Como os anteriores, a obra é bastante dolente e investe na emoção, já que o enredo fala sobre a eterna luta do índio para recuperar suas terras, sendo melancólico a maior parte do tempo. O samba tem um dos trechos melódicos mais bonitos do ano, o falso refrão do meio, que também exibe a melhor poesia da obra. Não tem como não se comover com os versos sou o filho esquecido do mundo/minha cor é vermelha de dor/o meu canto é bravo e forte/mas é hino de paz e amor. Mas o hino acaba exagerando em sua extensão. Onde se poderia encerrar determinado trecho, acaba se criando um outro com a mesma linha melódica, com a sequência se tornando repetitiva. Por exemplo, se na primeira parte, o verso o paraíso fez aqui o seu lugar fosse direto para sou o filho esquecido do mundo, os cinco versos seguintes nem seriam notados na melodia, daí o excesso. A segunda parte mantém a melancolia, com variações nem tão relevantes, além da correção ortográfica em chegar Aonde ninguem chegou acarretar um erro de métrica. Tanto que o kararaô, que serve de explosão e de transição para o bom refrão principal, acaba sendo um alívio. Na faixa, o estreante Arthur Franco (ex-Mocidade Vicentina e Em Cima da Hora) tem um ótimo e firme desempenho. Só lamento que a escola não tenha convidado David Assayag, de antológica interpretação na versão concorrente, para participar do CD. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Marco Maciel). 7 - GRANDE RIO - "Salve toda essa gente de fé". Quando foi anunciada a homenagem a Ivete Sangalo, o mundo do samba torceu o nariz na hora, diante das poucas inspiradas obras que a Grande Rio anda levando atualmente. Mas a Tricolor de Duque de Caxias conseguiu eleger uma obra de grande apelo, forte e abraçada pela cantora, que entoa o samba-enredo em todos os seus shows. O samba é delicioso e muito agradável de se ouvir e de cantar. O refrão principal tem qualidade, com destaque para o verso salve toda essa gente de fé, apesar de me incomodar a rima "promete" com "Ivete" e dele ser em terceira pessoa, enquanto que o restante da letra é em primeira. Todo o samba é envolvente, com uma primeira parte ótima, um refrão do meio também de excelente nível e os quatro primeiros versos da segunda parte servindo como uma boa e explosiva complementação do refrão, enquanto que o restante da segunda tem menos brilho. É um samba que superou todas as expectativas, já que os mais céticos esperavam por um verdadeiro boi-com-abóbora, o que felizmente não aconteceu. Emerson Dias tem uma memorável atuação no disco, a sua melhor desde quando foi promovido a intérprete oficial em 2013, além de fazer ótima dupla com Ivete, em participação especialíssima. O áudio da cantora para o CD oficial foi retirado da faixa de divulgação lançada pela escola. É promessa de sacode na Marquês de Sapucaí. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Marco Maciel). 8 - VILA ISABEL - "Vila, azul que dá o tom à minha vida". O tema musical proporcionou à Vila um samba valentíssimo, muito fácil de cantar e que caiu como uma luva para a voz e o estilo de Igor Sorriso, que deu voto decisivo para a vitória da obra contra o aclamado concorrente de André Diniz e parceiros. O intérprete por sinal tem mais uma atuação arrebatadora no disco, provando que é um dos melhores da atualidade no Carnaval, se não o melhor. O refrão principal é forte, exaltando a eterna Kizomba de 1988. A primeira parte segue valente e envolvente, pra explodir no refrão central, de tom mais emotivo, de auto-exaltação, apesar do trocadilho "ouvi-la" não me agradar. Também me incomoda um pouco a repetição dos "eu vou" na segunda parte, embora ela consiga um ótimo efeito visando a transição para o sensacional trecho final, muito bem embalado pelos contracantos, que remetem ao grande samba de 2012 sobre Angola, também assinado por Arthur das Ferragens, um dos principais compositores do hino para 2017. A Vila vem mais uma vez muito bem de samba. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Marco Maciel). 9 - SÃO CLEMENTE - "Brilhando com a ginga que o samba me deu". Com a dupla consagrada nos últimos anos na Portela Toninho Nascimento e Luís Carlos Máximo entre os autores, a São Clemente virá com um samba-enredo completamente distinto daqueles que a escola da Zona Sul costuma desfilar. É um samba ótimo tecnicamente, com uma letra que resume perfeitamente o belo enredo que satiriza o atual momento da política brasileira, usando como metáfora um acontecimento ocorrido na França séculos atrás. Nele, um monarca, o Rei Sol, nomeia um ministro encarregado de investir seu tesouro, enriquecendo ilicitamente e superfaturando obras, como um riquíssimo palácio. Após um banquete, o rei manda prender o ministro pelo mau uso do dinheiro público, ordenando a construção de outro palácio ainda mais vistoso: o de Versalhes. O conjunto melódico é nostálgico, o estilo do samba lembra obras comuns na virada dos anos 70 para os 80. Daí a cadência excessiva no CD, com Leozinho Nunes tendo uma condução correta. O refrão principal é um dos melhores do ano. Apesar do esmero na construção do samba, o término da obra é estranho. A impressão dada é que o hino se encerra antes da hora, faltando alguns versos para uma transição mais adequada para o refrão. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Marco Maciel). 10 - MOCIDADE - "Põe Aladdin no agogô, tantan nas mãos de Simbad". Após o desastroso desfile de 2016, o enredo sobre Marrocos não foi visto com bons olhos pelos torcedores da Mocidade, fora do Sábado das Campeãs desde 2003 e cansados de maus resultados. Nem o mais otimista simpatizante da verde-e-branco poderia imaginar que um tema CEP geraria um grandioso samba-enredo. Pois gerou! Com uma letra que mistura elementos do samba com cenários e personagens frequentes no país africano, e que ainda proporciona, em tempos de intolerância religiosa, uma confraternização entre Alah e Xangô, os autores construíram uma espécie de releitura do enredo, fazendo os marroquinos caírem na folia, ao invés de uma fria e esperada descrição dos costumes dos nativos planejada pela sinopse. Com compositores e integrantes envolvidos no antológico samba da Viradouro de 2016, o ótimo refrão principal que evoca o "céu de Sherazade" também cita o Cruzeiro do Sul presente na obra da escola niteroiense, que igualmente combatia a intolerância religiosa. E nessa levada irresistível, com mistura de alaúde com ganzá, Aladdin no agogô e as sereias locais sendo abençoadas por Iemanjá sob o olhar de Sinbad tocando tantan, que a Mocidade canta seu delicioso samba, de primeira parte extensa mas envolvente, um falso refrão central fantástico com variações melódicas incríveis e uma segunda parte curta, que prepara muito bem para o refrão principal. Quando menos se esperava, a Mocidade consegue seu melhor samba-enredo desde 1999, sendo também o melhor do Especial em 2017. Wander Pires, em sua quinta passagem por sua escola de coração, no CD muito mais canta do que floreia. É assim que gostamos! NOTA DO SAMBA: 10 (Marco Maciel). 11 - UNIÃO DA ILHA - "É tempo de fé, União". Sem muita tradição em enredos afro, a União da Ilha volta a cantar um samba do estilo depois de anos, exaltando o tempo na temática africana. Indiscutivelmente, é um dos melhores sambas-enredo insulanos dos últimos carnavais, senão do século para a agremiação. Ainda que seja difícil de cantar determinados trechos, devido às muitas expressões e nomes nativos do continente, a força da melodia é louvável. É um samba envolvente, que você não cansa de ouvir, com o peso característico das obras afro e tecnicamente bem distante dos últimos que a Ilha vinha apresentando. O denso enredo proporcionou uma disputa de samba como há muito não se via na Ilha do Governador, com outras ótimas obras concorrendo para contar a união entre o tempo cronológico e o tempo mítico, em que o Rei Kitembo de Angola obtém o poder de transformar o mundo, criando os elementos da natureza. A complexidade do tema não torna a letra tão compreensível, apesar dela resumir bem o texto proposto da sinopse. É mais um hino que aposta num único e pegado refrão, e fortíssimo, também utilizando o expediente do falso refrão central, que mantém a excelente coesão melódica do primeiro ao último verso. Ito Melodia tem mais um desempenho brilhante na faixa, que não apresenta bateria na primeira passada pra valorizar a grande melodia. Desde 1977, a Ilha não conquista o Estandarte de samba. O tabu pode enfim ser quebrado exatamente 40 anos depois. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Marco Maciel). 12 - PARAÍSO DO TUIUTI - "Lá no morro nasceu nosso parangolé". De volta ao Grupo Especial onde não desfilava desde 2001, ao contrário daquele Carnaval em que nos brindou com o fantástico hino sobre o mouro no quilombo, dessa vez a Tuiuti encerra o CD da forma mais pragmática possível, com um samba morno, descritivo e funcional visando abrir os desfiles no domingo. O samba-enredo sobre a Tropicália até apresenta refrães interessantes, em especial o principal, que tem uma melodia agradável, apesar da ameaça de descontos por erro de prosódia em é o segredo dessa viDÁ. As duas partes são corretas, razoáveis, sem muita inovação, cumprindo tabela na obra. Wantuir tem uma atuação segura, apesar de cometer uma leve falha no canto do verso e segue a massa pra VIVER essa aventura na segunda passada. Pra quem vem do Acesso, não é segredo pra ninguém que nos últimos tempos está praticamente impossível permanecer no Especial por todas as questões políticas que conhecemos. Com este simplório samba então, a missão da Tuiuti será ainda mais complicada. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Marco Maciel). |
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