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Os sambas de 2017 - Série A por Carlos Alberto Fonseca

Os sambas de 2017 - Série A por Carlos Alberto Fonseca


As avaliações e notas referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile

A GRAVAÇÃO - Depois da bisonhice que foi o álbum de 2016, a produção do disco voltou para as mãos de Leonardo Bessa e cia. A gravação foi idêntica ao álbum de 2015 de ponta a ponta, o famoso "sem tirar, nem pôr", com a primeira passada sem bateria (recurso já conhecido pelos bambas e usado por Ivo em 2016) e a mesma entrando com toda força na segunda passada. Quanto à safra, se sobressaem as excelentes obras de Sossego, Renascer e Cubango, com Viradouro, Império Serrano e Padre Miguel vindo logo atrás. Só tenho duas ressalvas construtivas à produção do álbum: primeiro, os exagerados acordes de teclado nos sambas, não negarei que curto tal recurso, mas usar os acordes (dos mais variados efeitos) em todo o samba fica desnecessário e muito nonsense, além do mais, isso atrapalhou alguns sambas - apesar de que, curiosamente, deu um belo efeito na faixa da Renascer. Este recurso é válido, só que em partes do samba realmente necessárias - como foi nos discos do Especial entre 95 e 99. Segundo, não curto muito este lance de intérprete revezar o canto com o coral, ainda não encontrei um motivo específico, mas eu particularmente não gosto. Por fim, mais uma crítica, desta vez à LIERJ: quem foi a pessoa que contratou o responsável pelo projeto gráfico? Apesar da bonita (porém cheia de fontes) capa, tiveram a proeza de colocar as letras dos sambas em uma fonte bem pequena - fora terem esquecido os travessões de diálogo do samba da Sossego - e consequentemente, não dá pra ler ABSOLUTAMENTE NADA - só quem for bom de vista, como este escriba, consegue entender alguma coisa do que está escrito. Fora isso, o álbum de 2017 da Série A deve render mais um disco de ouro na conta da LIERJ - o que faz a entidade pedir música no Fantástico. - NOTA: 9.7

1 - UNIDOS DE PADRE MIGUEL - Mordida pelo segundo vice-campeonato consecutivo, o povo da Vila Vintém promete rasgar o chão da avenida com um samba de uma linda melodia, que na sua maioria até me lembra um pouco "Batuk" (Império da Tijuca 2014), e uma letra que é muito bem descritiva. O seu começo ("Os tambores na floresta/São clamores pela cura/A raiz se manifesta/Onde a seiva se mistura") é arrepiante, com os tambores seguindo a risca, como sugerido. O refrão central ("Êh katendê, lá na mata da Jurema/Kosi ewe kosi orisá") é muito bom, apesar de dar impressão que Pixulé quase não aguenta entoar o "Abo abo" que é bem longo melodicamente. Aliás, sua atuação não achei das mais seguras. Outro achado do samba são os versos finais da segunda parte ("O samba é o remédio da alma/O sassain que vai além/Chegou o dia, na tribo da Vila Vintém") sendo sucedido pelo ótimo refrão principal que avisa que "Hoje a Unidos de Padre Miguel/Tem o poder de curar", e realmente, "o poder de curar" rendeu uma ótima obra. - NOTA: 9.9

2 - VIRADOURO - Depois do arrasta-quarteirão de 2016, a vermelho e branco de Niterói aposta num samba-enredo bom e leve, do jeito que o enredo pedia. Teve um considerável crescimento em relação à versão concorrente. Um dos pontos altos da obra é a sequência que vem após o bis "Nessa brincadeira quero ser seu par" ("Desejo ser mais um super herói/Porque menino sonha demais/Menino sonha com coisas que nunca esquece/E quando cresce não vê jamais"). O meu único ponto de discórdia é a partir do refrão do "Erê erê erê erá" que é boa de métrica, mas a melodia é um tanto que longa, apesar de conter o belo trecho que entrega para o bom refrão principal ("No amanhã eu acredito é nessa molecada/Que não dá bola pra tristeza, não/Na proteção da Ibejada"). O grande destaque é a interpretação de Zé Paulo ao lado do grande Dominguinhos do Estácio, retornando a escola após dez anos. O diálogo de ambos no início da faixa é algo sensacional. Afinal, ter esses dois mitos cantando juntos é "coisa de pai pra filho" e "coisa de filho pra pai". - NOTA: 9.9

3 - ESTÁCIO DE SÁ - Apesar de ter uma melodia boa e que cativa o ouvinte em dado momento, é cheio de irregularidades na letra, principalmente por ser presa a muitas citações as canções de Gonzaguinha - cria do morro de São Carlos. Alguns trechos até chamam atenção, um é o único refrão da obra ("Eu vou mostrar pra vocês/Como se dança o baião") onde a bateria faz uma bossa seguindo o verso à risca. O outro, é o trecho final ("A vida é um grito de alerta/um ponto de interrogação/É bonita! O que é, diga lá meu Leão"). A citação à "O Homem Falou" na repetição do "Eô eô eá" - que originalmente era um refrão - causou um péssimo efeito, principalmente por ser colada com a cabeça ("Acreditava na vida/E na alegria de ser feliz"). O estreante Thiago Brito teve uma atuação que pode não ter sido brilhante, mas foi correta. A Medalha de Ouro foi bem. Ademais, um samba bem abaixo do que o homenageado pede - NOTA: 9.5

4 - IMPÉRIO SERRANO - Para homenagear o centenário do poeta Manoel de Barros e seu menino pantaneiro - mesmo tema que levou a Sossego ao título da Série B em 2016 - o povo da Serrinha traz uma obra que mistura emoção com valentia. O cartão de visitas é o refrão principal ("A minha história já fala por mim/Sou resistência, orgulho sem fim/Tem poesia no ar, você já sabe quem sou/Pelo toque do agogô"). Só de ter um refrão que exalte a escola, perto de completar 70 anos, com uma grandeza tamanha já vale o samba inteiro. A letra descreve muito bem o tema, destacando ótimos trechos, entre eles a abertura da segunda parte ("Menino do mato o nosso verde faz o céu emocionar/E o branco então floriu meu chão/Atento, um feroz olhar") e outra auto exaltação a escola, antes do refrão ("Reizinho... de tantas vitórias/Cantando eu declamo esse amor por você/Eu sou Império/Abra o meu livro, pois tu sabes ler") citando o samba de 1992. Marquinho Art Samba tem uma excelente interpretação, bem como a atuação da Sinfônica. O reizinho de Madureira vai vir com tudo. - NOTA: 9.9

5 - PORTO DA PEDRA - O Tigre apresenta uma obra muito agradável, entretanto poderia explorar com um pouco mais de liberdade o tema, pois o samba ficou muito lírico em diversos trechos ("Será, meu bem, que Zezé vai revelar?/O que ele é nessa avenida") quando a lógica para um enredo sobre marchinhas seria um samba mais animado. Claro que, sempre tem uma enxurrada de citações a marchinhas clássicas do carnaval brasileiro como ("Olê, olá, de noite Maria é outra/O careca está à solta e o vovô ficou pra trás/Oh! Que beleza, a cabeleira do rapaz"). Uma ótima sacada foi tecer um lado crítico em "Aqui tudo é brincadeira/Tanta sujeira no cenário nacional/Desde os tempos de Cabral/Ê ê ê me dá um dinheiro aí… se não der, pau vai comer". Mais a frente, temos o bom refrão principal que pede para abrir alas para o tigre e avisa que "Tem marchinha até o dia clarear". Curioso é que no verso "Quero ver me segurar" tenho impressão de ouvir a voz do Luizinho Andanças (que participa do coral no CD) se sobressaindo. Anderson Paz tem ótima atuação, bem como a Ritmo Feroz - agora sob o comando de Mestre Pablo, campeão em 2014 com a Viradouro. E como não poderia deixar de ser, uma sensacional participação do Cordão da Bola Preta no começo da faixa, que além de tocar um trecho de marchinhas famosas, também executa o refrão do samba. Sem dúvidas, a Porto tem (ao lado da Renascer e Viradouro) uma das melhores gravações do álbum. Por fim, nada como um verso tão feliz como este aqui: "O carnaval do povo ninguém vai calar". - NOTA: 9.8

6 - CUBANGO - Eis o primeiro sambaço do primeiro pelotão da safra. Exaltando João Nogueira e o centenário do samba, a academia niteroiense traz um samba extenso e que propõe facilmente o enredo. Tenho até um medo deste samba não funcionar na avenida justamente por este motivo - ser longo. Começa com um trecho muito forte e inspirado ("Vai minha inspiração/Com prazer sou João/Um certo Nogueira/Sou resistência a correr nas veias/E poesia feito lenha na fogueira"). Logo depois, um outro ótimo verso que particularmente gosto muito ("Quebram-se as correntes do passado/Hoje o samba é magistrado/Tem diploma de doutor/A cura da mente e do coração/É o poder da criação"). Daí em diante, temos citações à Clara Nunes, ao Clube do Samba e a paixão do cantor pela Portela. Por fim, o curto, único e ótimo refrão - que originalmente na letra dá início a obra. Em suma, letra e melodia são perfeitas, a altura dos homenageados. Hugo Junior não compromete, sendo auxiliado pelas participações de Diogo Nogueira e Thaís Macedo - que será rainha de bateria da agremiação. A Cubango provou que é nó na madeira! - NOTA: 10

7 - IMPÉRIO DA TIJUCA - Samba comum e irregular, muito abaixo do que o enredo sobre São João Batista pede. Tem passagens interessantes, como o trecho final da primeira parte ("Um ser de luz/Profeta, de muita fé no coração/Sou teu seguidor nessa missão"). A seguir, o refrão central "Deixa florescer palavras/Renascer da dor" que apesar de bonito, é burocrático melodicamente, muito pelo restante do bis ("Salve o meu sanTO/Tua mensagem é que traz acalanTO/Venho te homenageaaaaaaaaaaaaar em verde e branco"). A segunda parte é apenas descritiva, onde há citações de São João no sincretismo da umbanda (destacando o bis "Yaô, Xangô é protetor") e a sua louvação na festa junina. O refrão principal é bonito e só, apesar de ter gostado dos seus últimos versos ("Então me batizei em tuas mãos/Nas águas do rio Jordão"). Rogerinho tem dificuldades - revezando várias vezes o canto com o coral - mas não compromete a obra. - NOTA: 9.6

8 - RENASCER - Pelo quarto ano consecutivo a Renascer opta pela encomenda à dupla Moacyr Luz e Claudio Russo (desta vez, a dupla teve a adesão de Diego Nicolau e o desfalque de Teresa Cristina na parceria) e pelo quarto ano consecutivo a Renascer traz um sambaço. Para retratar um encontro fictício entre Carolina de Jesus e João Cândido, a escola traz uma obra inspirada do começo ao fim. A letra começa em primeira pessoa ("Almirante João/Sou Carolina de Jesus/Carrego papelão, você navega sua cruz/Na correnteza a sua voz foi mergulhar/Eu fiz dos versos a fortaleza pra morar") até chegar no primeiro bis ("Nós somos a liberdade/Eu sou papel, você é o mar"). Mais a frente, temos uma pequena incógnita: João Cândido não foi narrado em primeira pessoa como Carolina, mas essa vamos deixar passar. Um outro achado da letra que merece muito destaque é o trecho final da segunda parte: "Dragão dos mares/Segue a costeira ganhando lares/Nossa bandeira, Guanabara/O leme da revolução/Salve a negrura, salve a bravura/Resgatada do porão" que é sucedida pelo ES-PE-TA-CU-LAR refrão principal ("Oh mestre-sala, quem te ensinou a bailar/Um marinheiro sabe o balanço do mar/A chibata não estala mais/Quantos sonhos guarda o velho cais") que nos remete ao arranjo mais inspirado de todo o CD. Não é à toa que este samba rendeu a melhor gravação do disco com sobras, chega até a arrancar lágrimas. Diego Nicolau e Evandro Malandro, outra vez, mostrando muita competência e entrosamento. Ao lado da Sossego é O SAMBA do ano na Série A. Digo mais uma vez: QUE SAMBAÇO! - NOTA: 10

9 - INOCENTES DE BELFORD ROXO - Muito ruim! Melodia reta e uma letra paupérrima que até tenta ser irreverente. E isto logo é percebido em um refrão principal que diz "Vou virar pelo avesso de trás pra frente de baixo pra cima". A única sequência que julguei interessante é a iniciada no refrão central que tece uma crítica a atual situação do país ("Por onde andam os heróis do meu Brasil?/Ninguém sabe, ninguém viu") terminada no começo da segunda parte ("Ô seu moço!/Foi essa vida que me fez assim/Quando a máscara cair/Por favor olha pra mim"). O restante é repleto de clichês (dentre eles o famigerado "Vem desse jeito amor/Que hoje eu tô que tô") que o bamba já ouviu em muitos lugares. Nino do Milênio tem uma interpretação bem ao estilo dele, reverberando demais. O tema sobre os vilões (das telas e da vida real) foi muito mal explorado. - NOTA: 9.3

10 - ALEGRIA DA ZONA SUL - Obra até agradável sobre Beth Carvalho, mas abaixo do que se esperava. A melodia é ligeiramente típica de um pagode de mesa; e a letra, apesar de descritiva e fiel a sinopse, com várias citações à músicas, carreira e até posicionamentos da artista, tem trechos interessantes em seu começo ("É samba, tambores a contagiar/É samba... malandro, vadio, valente") e na entrega para o refrão principal ("Madrinha, "divina" dama/O povo te aclama, "não é pecado sambar"/'O show tem que continuar'"). Os refrães são funcionais, apesar de gostar muito do "Esquece a dor, entra na roda". Igor Vianna tem correta interpretação, destacando-se alguns cacos divertidos. A título de curiosidade: na gravação do disco, a bateria Show de Ritmo foi comandada por Mestre Capoeira (ex-Império da Tijuca) que acabou deixando a escola cerca de um mês depois. - NOTA: 9.7

11 - CURICICA - Sabe aquela definição de samba clichê de ponta a ponta? Então, é essa. E logo para um enredo muito interessante, sobre as lembranças que marcaram a infância - ao menos, de quem é nascido nos anos oitenta. Fruto de uma junção, a obra até é divertida, mas possui uma melodia praticamente sem variação e é um festival de citações a sucessos oitentistas. Segue a lista: "Chega a rainha em sua nave espacial/Ô Terezinha, vocês querem bacalhau"; "É o amor, meu amor, é fogo, é paixão/"Mina" veneno conquistou meu coração" (aliás, este trecho ficou péssimo de métrica); "Quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar"; Como disse anteriormente, a obra é até divertida, mas, sinceramente... Nem o competente Ronaldo Yllê - próximo de completar dez anos na tricolor de Jacarepaguá - deu jeito. - NOTA: 9.4

12 - SANTA CRUZ - Paupérrimo! Samba chato toda vida. Melodia quadrada e a letra repleta de clichês, rimas pobres e lugares comuns. Ouvindo este samba se dá a nítida impressão de que pegaram um livro infantil aqui, outro ali, juntaram umas rimas forçadas (como emoção/coração, mal/divinal, raiz/feliz, por exemplo) e deu nisso aí. E mais, esse verso "Oh Monteiro Lobato, o gênio de fato" parece que já ouvi em algum lugar e o "Ilumina Santa Cruz" que vem logo depois é mal resolvido melodicamente. Fora isso, me surpreendeu a atuação da ex-The Voice Gabby Moura, que outra vez participa da faixa - agora como intérprete da escola ao lado de Pavarotti - usou pouco as reverberações e fez até um grito de guerra curioso (Presta, preeeeeeeesta atenção), mas de todo modo, ambos não conseguiram salvar o samba. Mais uma junção mal-sucedida. - NOTA: 9.1

13 - ROCINHA - Agradável obra em homenagem ao inesquecível carnavalesco Viriato Ferreira, mas que não merecia Leléu gastando todos os decibéis possíveis e impossíveis ao entoá-lo. E logo ele, que vem de uma grande atuação no CD anterior. Mas disto vamos abordar adiante. Quanto ao samba: tem passagens muito interessantes, como no trecho ("As luzes de um sonho iluminaram meu caminho/O teatro de revista traçou meu destino/À apoteose da ilusão"). Evidentemente, a obra contém citações a enredos feitos por Viriato ou que teve participação do mesmo, como "O Mundo é Uma Bola" e "Ratos e Urubus" ("Quando a bola rolou, a chuva caiu/O mundo aplaudiu o gênio João/A arte nas asas de um beija-flor/Do lixo ao luxo o talento do professor") por exemplo. Ainda conta com uma citação bem elaborada à Rosa Magalhães ("Amor... de Ramos vi brotar a linda flor/E hoje colhe os frutos que plantou/É a “rosa” mais bela desse meu jardim…") que antecede o melhor trecho da obra: ("No “saçarico” do Marquês, a Sapucaí vai levantar/Pra aplaudir de pé, eu sou mais um freguês/Oh mestre… aonde estiver…"). O refrão principal é um oba-oba mal sucedido com versos terminados em ar ("guiar/brilhar/popular"). Como disse anteriormente, é um bonito samba que não merecia o competente Leléu praticamente o berrando, uma pena. - NOTA: 9.6

14 - SOSSEGO - Um primor! Para abrir o carnaval carioca e homenagear a atriz Zezé Motta - que já foi tema da Arrastão de Cascadura, em 1989 - a azul e branca de Niterói retorna a Sapucaí após cinco anos (a última participação foi no extinto Grupo B em 2011) trazendo mais uma inovação para o carnaval: samba-enredo em formato de diálogo. E o resultado não poderia ser outro a não ser um fantástico samba! Começando o "samba de diálogo" com um refrão exuberante "– Eu vi Mamãe Oxum clarear a cachoeira/Eu vi Mamãe Oxum clarear a cachoeira/Zezé Motta vai brilhar, nasce uma estrela/– Sossego mandou me chamar, eu vou!/Ora yê yê, Oxum, aiê iê ô!/Ora yê yê, Oxum, aiê iê ô!" que passa pela primeira parte com "– Deusa de ébano, suba ao seu templo sagrado/Dionísio embriagado de alegria te oferta a lira de Orfeu/– Ah, é uma honra! Eu já fui Conceição/Farei dessa avenida um quilombo/'Nas voltas do meu coração'" e termina num refrão central "– Volte a reinar, Xica da Silva!/Rufam os tambores por dignidade/– Pois é, "meu sangue não nega"/Trilha sonora da senhora liberdade". Com sobras é a melhor sequência de um samba-enredo não só do carnaval como também dos últimos anos. A segunda parte idem, destacando a "despedida" a Deusa de Ébano ("– Até breve diva! Axé!/– Muito prazer! Eu sou Zezé"). Leandro Santos, estreante na lira do Largo da Batalha, tem uma boa interpretação, auxiliado pela homenageada. Destaque para a Swing da Batalha, comandada agora pelo experiente Átila, que tem ótima atuação - a bossa feita na segunda parte é espetacular. Junto com a Renascer (para mim, um empate é aceitável) é O SAMBA da Série A em 2017. Sem mais. - NOTA: 10

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