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Os sambas de 2015 por Cláudio Carvalho
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As avaliações e notas referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile
UNIDOS DA TIJUCA: A atual
campeã do carnaval carioca escolheu um tema árduo para
seus compositores em 2015. Falar sobre a encantadora
Suíça, em ritmo de samba, é dose pra javali
enfurecido. O resultado não é dos piores. Juntaram dois
sambas medianos e montaram outro mediano, de letra e melodia
razoáveis, apenas isso. NOTA DO SAMBA: 9.7
SALGUEIRO: Depois de emplacar bons sambas, a vermelho e branco fica devendo, com uma obra de qualidade duvidosa. Letra e melodia manjadas, com refrão repetitivo. Resta saber se funcionará na avenida, o que é pouco provável. NOTA DO SAMBA: 9,6
PORTELA: O samba de Celso Lopes e Noca da Portela, que perderam a disputa para Luís Carlos Máximo ano passado, foi comparado aos deste, mas é importante que se diga: trata-se do melhor hino da Portela nos últimos vinte anos, desde "Gosto que me enrosco". A letra parece um poema lírico, e encaixa-se adequadamente à melodia, em tom maior, ufanista. Samba pra quebrar o jejum de 31 anos sem título em Oswaldo Cruz e Madureira! NOTA DO SAMBA: 10
UNIÃO DA ILHA: Muito se falou de ruim sobre este samba, que, de fato, tem uma letra pobre e uma melodia razoável, mas que agrada. Na gravação do CD, a faixa, com Ito Melodia ao microfone, prova o que pode fazer um grande intérprete. A bateria do Mestre Ciça é outro destaque. NOTA DO SAMBA: 9,7
IMPERATRIZ: Outro samba que, na minha opinião, foi injustamente avaliado. Trata-se de um bom samba, digno de entrar na galeria dos grandes da escola, mas trechos como “Axé-Nkenda/acenda/entenda”, "arder/dendê/canjerê/vem ver/ferver/maculelê" e "respeito/direito/preconceito", tornam a letra difícil e repetitiva. O verso “Eu sou Madiba”, se ouvido de forma desatenta, soa “Eu sou uma diva”, além da “banana para o preconceito” destoar do conjunto poético. A melodia, em tom menor, teve perdas na voz de Nêgo. NOTA DO SAMBA: 9,8
GRANDE RIO: O enredo sobre baralho pedia um samba mais encorpado, mais valente. Este é irreverente, tem trechos interessantes, mas deixa a desejar no conjunto da obra. NOTA DO SAMBA: 9,7
BEIJA-FLOR: Depois do desastre de 2014, a Beija-Flor se recupera com um enredo e um samba que são suas marcas registradas. Letra e melodia valentes, rebuscadas, sem perder o gingado. Preparem-se, pois o rolo compressor da Baixada está de volta! NOTA DO SAMBA: 9,9
MANGUEIRA: A verde e rosa, mais uma vez, traz um samba fiel as suas raízes. Letra e melodia simples, com os lugares comuns de sempre, mas nem por isso menos empolgantes. A expectativa gira muito mais em torno do desfile, após os fracassos recentes. NOTA DO SAMBA: 9,8
MOCIDADE: Fim do mundo não é exatamente um tema inspirador para um samba-enredo. Está mais para uma banda de punk ou metal do que para uma agremiação carnavalesca. Mas o samba da Mocidade para 2015 não chega a soar como uma trombeta do apocalipse. A letra e a melodia deixam bastante a desejar, mas há momentos agradáveis, sobretudo nos refrões. NOTA DO SAMBA: 9.7
VILA ISABEL: Samba valente, que descreve bem o enredo. A introdução do refrão do meio soou um pouco forçada, mas deu mais corpo à obra. A Vila, como de praxe, mantém sua qualidade de bons sambas-enredo. NOTA DO SAMBA: 9.8
SÃO CLEMENTE: Talvez o melhor samba da escola no Grupo Especial desde 2004. Irreverente, como a própria São Clemente e seu homenageado, vai fazer muito salgueirense sentir orgulho e dor de cotovelo quando ecoar na avenida. NOTA DO SAMBA: 9.8
VIRADOURO: A polêmica transformação de uma obra de Luís Carlos da Vila em samba-enredo gerou uma obra que, vista sem preconceito, é no mínimo interessante. Talvez a Viradouro, com sua bela ala de compositores, não precisasse recorrer a tal expediente, muito menos tratando-se de um compositor que não é da casa, mas com certeza ele estará muito feliz lá em cima, quando ouvir seu samba na avenida. NOTA DO SAMBA: 9,8
SALGUEIRO: Depois de emplacar bons sambas, a vermelho e branco fica devendo, com uma obra de qualidade duvidosa. Letra e melodia manjadas, com refrão repetitivo. Resta saber se funcionará na avenida, o que é pouco provável. NOTA DO SAMBA: 9,6
PORTELA: O samba de Celso Lopes e Noca da Portela, que perderam a disputa para Luís Carlos Máximo ano passado, foi comparado aos deste, mas é importante que se diga: trata-se do melhor hino da Portela nos últimos vinte anos, desde "Gosto que me enrosco". A letra parece um poema lírico, e encaixa-se adequadamente à melodia, em tom maior, ufanista. Samba pra quebrar o jejum de 31 anos sem título em Oswaldo Cruz e Madureira! NOTA DO SAMBA: 10
UNIÃO DA ILHA: Muito se falou de ruim sobre este samba, que, de fato, tem uma letra pobre e uma melodia razoável, mas que agrada. Na gravação do CD, a faixa, com Ito Melodia ao microfone, prova o que pode fazer um grande intérprete. A bateria do Mestre Ciça é outro destaque. NOTA DO SAMBA: 9,7
IMPERATRIZ: Outro samba que, na minha opinião, foi injustamente avaliado. Trata-se de um bom samba, digno de entrar na galeria dos grandes da escola, mas trechos como “Axé-Nkenda/acenda/entenda”, "arder/dendê/canjerê/vem ver/ferver/maculelê" e "respeito/direito/preconceito", tornam a letra difícil e repetitiva. O verso “Eu sou Madiba”, se ouvido de forma desatenta, soa “Eu sou uma diva”, além da “banana para o preconceito” destoar do conjunto poético. A melodia, em tom menor, teve perdas na voz de Nêgo. NOTA DO SAMBA: 9,8
GRANDE RIO: O enredo sobre baralho pedia um samba mais encorpado, mais valente. Este é irreverente, tem trechos interessantes, mas deixa a desejar no conjunto da obra. NOTA DO SAMBA: 9,7
BEIJA-FLOR: Depois do desastre de 2014, a Beija-Flor se recupera com um enredo e um samba que são suas marcas registradas. Letra e melodia valentes, rebuscadas, sem perder o gingado. Preparem-se, pois o rolo compressor da Baixada está de volta! NOTA DO SAMBA: 9,9
MANGUEIRA: A verde e rosa, mais uma vez, traz um samba fiel as suas raízes. Letra e melodia simples, com os lugares comuns de sempre, mas nem por isso menos empolgantes. A expectativa gira muito mais em torno do desfile, após os fracassos recentes. NOTA DO SAMBA: 9,8
MOCIDADE: Fim do mundo não é exatamente um tema inspirador para um samba-enredo. Está mais para uma banda de punk ou metal do que para uma agremiação carnavalesca. Mas o samba da Mocidade para 2015 não chega a soar como uma trombeta do apocalipse. A letra e a melodia deixam bastante a desejar, mas há momentos agradáveis, sobretudo nos refrões. NOTA DO SAMBA: 9.7
VILA ISABEL: Samba valente, que descreve bem o enredo. A introdução do refrão do meio soou um pouco forçada, mas deu mais corpo à obra. A Vila, como de praxe, mantém sua qualidade de bons sambas-enredo. NOTA DO SAMBA: 9.8
SÃO CLEMENTE: Talvez o melhor samba da escola no Grupo Especial desde 2004. Irreverente, como a própria São Clemente e seu homenageado, vai fazer muito salgueirense sentir orgulho e dor de cotovelo quando ecoar na avenida. NOTA DO SAMBA: 9.8
VIRADOURO: A polêmica transformação de uma obra de Luís Carlos da Vila em samba-enredo gerou uma obra que, vista sem preconceito, é no mínimo interessante. Talvez a Viradouro, com sua bela ala de compositores, não precisasse recorrer a tal expediente, muito menos tratando-se de um compositor que não é da casa, mas com certeza ele estará muito feliz lá em cima, quando ouvir seu samba na avenida. NOTA DO SAMBA: 9,8