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Os sambas de 2014 por Cláudio Carvalho
As avaliações e notas referidas apresentam critérios distintos dos utilizados pelo júri oficial, em nada relacionados aos referidos desempenhos que as obras virão a ter no desfile Vila Isabel: Compor um samba para a
Vila não deve ter sido tarefa fácil após o
estrondoso sucesso do hino cantado em 2013 pela escola. André
Diniz, no entanto, não deixou a peteca cair e nos brindou com
uma obra sólida, concisa em letra e melodia. Apesar da crise
financeira e política, no quesito samba-enredo, a escola de Noel
continua bem. 9,8
Beija-Flor: Por mais que o enredo não ajude, ou Neguinho no microfone sirva de atenuante, este samba da escola de Nilópolis está muito aquém de sua safra recente, e remete aos fiascos dos tempos da Ditadura, como PIS, PASEP e MOBRAL. 9,5 Tijuca: A escola do Borel se especializou em sambas “animadinhos”, que funcionam de forma razoável na boca de uma comunidade que canta sem cessar. Este não foge à regra, e ainda tem um refrão do meio engraçado e irreverente. 9,7 Imperatriz: Um “oba-oba” que funciona. Elymar Santos foi extremamente feliz em seu debut como compositor da escola de coração. O samba, que remete aos cantos de arquibancada, deve fazer sucesso na avenida, a despeito da (ou talvez pela) letra e melodia “chicletes”. 9,7 Salgueiro: Samba que faz valer o lema da escola: “nem melhor, nem pior: apenas diferente”. Faixa para se ouvir várias vezes no CD, embora a junção de vários intérpretes de características tão diferentes prejudique o conjunto da obra. 9,8 Grande Rio: Maricá também não é um enredo que ajude muito, mas a Grande Rio conseguiu sem um pouco mais feliz do que a co-irmã da Baixada na escolha do samba, que, no entanto, nos deixa com saudades das obras da escola na década de 1990. 9,6 Portela: O mais lírico e cadenciado samba da trilogia iniciada em 2012. A azul e branco acertou em cheio na escolha de seu hino, e tem tudo para abocanhar mais um Estandarte de Ouro no quesito. 9,9 Mangueira: A primeira expressão já diz tudo: oba-oba. Colcha de retalho de palavras e frases oriundas de grandes sambas mangueirenses, e que deve ser cantada à plenos pulmões na avenida, sobretudo pela performance solo de Luizito e pelo momento da escola. 9,7 União da Ilha: É certo que falar sobre brinquedo não inspira, mas sempre se espera algo mais da Ilha, o que, infelizmente, não vem faz tempo. 9,7 São Clemente: Outro samba “animadinho”, no mesmo estilo Tijuca, e que deve ser bem cantado na avenida. O enredo, no entanto, pedia muito mais. 9,7 Mocidade: Muito se falou de bom e de ruim deste samba, que, a meu ver, é o melhor da escola desde 1999. Um samba que foi abraçado pela comunidade, e que ao lado dos hinos de Salgueiro e Portela, se destaca no CD. 9,8 Império da Tijuca: Azarão na disputa que pode ser considerada a melhor de uma escola nos últimos tempos, este samba cresceu muito na voz de Pixulé. A força dos refrãos e a letra envolvente colaboram para isso. Resta saber se conseguirá levantar a fria plateia do primeiro desfile da noite. 9,8 |
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