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Os sambas de 2012 - Acesso B por André Mariz
1 - Curicica
- Um samba de letra enorme e de versos pobres. Sem nenhum tratamento
poético, a obra da promissora escola de Jacarepaguá deixa
muito a desejar em comparação aos demais de sua safra
particular. "Mas todo cuidado é pouco quando rola um carteado"
é um exemplo da pobreza da letra. Os dois refrões
são os melhores trechos melódicos, assim como a primeira
parte, que também tem algumas variações
interessantes. Na segunda não há nenhum desenho marcante,
o que, aliado à extensão da estrofe, pode causar certo
arrastamento no desfile. Até por ser mais pra baixo, como
é costume da escola. Mesmo assim, ainda consegue ser melhor que
muitos outros sambas do grupo. NOTA: 9,5
2 - Unidos de Padre Miguel - O samba mais sem graça do grupo. Longe de ser bom, também não é ruim o suficiente para atiçar a curiosidade. Burocrático do início ao fim, não faz lembrar da escola que até ano retrasado estava no Grupo A como promessa de ser a rival da Mocidade em Padre Miguel. Samba chato. NOTA: 9,3 3 - Arranco - Mais uma vez, a escola do Engenho de Dentro apresenta um dos melhores sambas do no ano no Grupo B. Novamente falando sobre a dança, assim como em 2008, o Arranco tem uma composição de melodia forte e ao mesmo tempo suave. O refrão do meio e o final da segunda e primeira partes se destacam. A letra aborda bem o enredo apesar de não ser muito inspirada. Agradável de ouvir, pode ajudar a escola a conseguir o desejado retorno ao Acesso A. NOTA: 9,9 4 - Sereno - O enredo sobre a noite proporciona possibilidades poéticas melhores do que as que foram utilizadas no samba do Sereno. A letra é pobre, bem abaixo do padrão da escola. "Seja no luxo ou na roça, é pra curtir" demonstra a falta de criatividade da composição. E assim o samba segue repleto de expressões "tapa-buraco" e versos superficiais. Ao menos a assimilação do enredo é fácil. A melodia é boa e pra cima, apesar de não possuir trechos marcantes. NOTA: 9,5 5 - União de Jacarepaguá - Grata surpresa. A arriscada fusão de três concorrentes deu certo e a verde e branco tem um dos melhores sambas do grupo. A melodia é ótima, aliando trechos mais dolentes com outros mais animados e fortes. A letra é uma das mais poéticas do grupo. O detalhe que talvez possa prejudicar o samba, já que é algo com o que os jurados adora implicar, é a mudança de sílaba tônica da palavra "real", no refrão principal. Mas, no geral, muito bom samba. NOTA: 9,9 6 - Tradição - A escola mais uma vez optou por encomendar seu samba. Se o de 2011 foi um dos melhores dentre todos os grupos, o de 2012 é um dos piores da Tradição nos últimos tempos. Todos os versos têm praticamente a mesma melodia, tornando a audição chatíssima. A segunda parte tem uma letra até interessante, mas a ausência de variação é insuportável. Expressões como "ziraldar" e "comequieto" e o refrão principal paupérrimo terminam de destruir o samba. Bola fora da escola de Campinho. NOTA: 9,4 7 - Difícil é o Nome - A vermelha e branca de Pilares vai encerrar o Carnaval 2012 na Sapucaí. O samba segue o estilo do da Unidos de Padre Miguel: chato e sem graça. O enredo é abordado com clareza mas falta poesia e uma melodia interessante. Passa em branco. NOTA: 9,3 8 - Mocidade de Vicente de Carvalho - O pior do grupo. Letra confusa, pouco desenvolvida e que não faz uma abordagem satisfatória do enredo. Melodia chata e linear. Não há nada de bom nesse samba e a Mocidade vai precisar se garantir nos quesitos plásticos se não quiser ser rebaixada. NOTA: 9,1 9 - Alegria da Zona Sul - Segundo melhor do grupo, a Alegria tem um samba muito interessante. A letra é bem poética e foi toda feita em primeira pessoa. Passa a bela mensagem do enredo e transmite o sentimento da própria escola, de superação e força de vontade para superar forças obscuras do Carnaval. A melodia é muito forte e possui expressivas variações. Belo samba da escola de Copacabana. NOTA: 10,0 10 - Caprichosos - O melhor do grupo. Se o samba da Alegria pode conter indiretas, o da Caprichosos manda mensagens explícitas. "Quem comeu, comeu, que não comeu, não come mais". A letra mexe com os brios do torcedor, misturando nostalgia, irreverência e a vontade de dar a volta por cima. O começo da segunda parte se destaca em melodia, assim como o excelente refrão principal. Grande samba da Caprichosos. NOTA: 10,0 11 - Vila Santa Tereza - Um samba fraco para um enredo simples: brinquedos. Uma clara intenção de fazer um desfile leve e de fácil compreensão. O samba, fruto de fusão, leva a assinatura de Cláudio Russo. Mas a letra é pobre e possui versos sem nexo, soltos, como no refrão principal: "Hoje eu quero brincar, amor/ Sou Santa Tereza/ Encantar seu coração/ Aperte o play da diversão". De interessante, a ótima melodia do refrão do meio. NOTA: 9,4 |
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