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Os sambas de 2007
A GRAVAÇÃO DO CD - A única novidade do CD de 2007 com relação aos anteriores é a mudança da gravadora, com a Universal assumindo no lugar da BMG. No mais, o estilo de gravação é o mesmo: baterias artificiais e com batidas semelhantes (à exceção apenas da Mangueira e Mocidade). O diferencial são as paradinhas, mais arrojadas e presentes. O CD tem 13 faixas, uma a menos na comparação com os últimos anos, o que permite introduções mais longas com o espaço fornecido no tempo total do disco (a introdução do Salgueiro dura mais de um minuto). Percebemos também que o arranjo de cordas está mais discreto no álbum de 2007, onde a voz do intérprete aparece com total destaque. Na primeira passada, ele canta sem nenhum acompanhamento (à exceção dos refrões), para enfim receber a companhia do coral, também mais discreto com relação aos CD's passados. A safra de 2007 me agrada bastante, pois está bastante nivelada. Tanto que é difícil escolher o melhor samba do ano em função dos níveis semelhantes de algumas obras como Mangueira, Beija-Flor, Portela, Salgueiro e Porto da Pedra (os cinco melhores, não em ordem de preferência, ao meu ver). Do Grupo Especial, apenas a Estácio, que retorna à elite do carnaval depois de dez anos, reeditará um enredo antigo (pelo terceiro ano seguido): "O Tititi do Sapoti", de 1987. NOTA DA GRAVAÇÃO: 7 (Mestre Maciel). A safra de 2007 é típica do novo milênio - é difícil apontar, entre os sambas, o pior. As escolas dificilmente escolhem sambas "trash", preferem trazer obras que causam indiferença. Os enredos são obscuros e as letras apelam para uma falsa poesia, com palavreado rebuscado. A melodia é quase sempre em tom menor, para a escola não ser acusada de ter um samba oba-oba. Enfim, uma chatice sem fim. A safra de 2007 ainda teve um novo fantasma - o cuidado para os sambas não terem cacofonia... Ninguém merece tanta babaquice. O resultado é o CD deste ano, extremamente bem produzido e extremamente sem graça. O grande erro na produção foi dar aos sambas um andamento muito semelhante, apesar dos arranjos terem uma perceptível diversidade entre si. Cadenciadas, as baterias têm peso e as cordas estão menos audíveis. Os produtores estão quase conseguindo encontrar o equilíbrio dos LPs do final dos anos 80, quando as faixas, apesar da preocupação com uma sonoridade mais próxima das baterias nos desfiles, tinham a cadência perfeita para serem escutadas em casa e tocadas nas rádios. O grande porém, entretanto, são os sambas em si. A safra é terrível e lamentável. Provavelmente, eu vou à contramão dos colegas de SAMBARIO, mas eu estou com o CD só por uma semana e já estou sem paciência de escuta-lo. Não consigo encontrar um samba que se destaque MESMO. Todos eles morrerão de forma deprimente após a quarta-feira de cinzas. O destaque da safra é o da Portela - além de ser o mais perfeito do ponto de vista técnico, é o único que foge da mesmice, com uma letra simples e uma melodia envolvente. NOTA DA GRAVAÇÃO: 5 (João Marcos). Um CD típico do século XXI. A gravadora mudou da BMG para a Universal. E só! As baterias continuam meio artificiais, mesmo com as paradinhas aparecendo mais. Elas ficaram com mais fru-frus porém não afeta o brilho em nada. Notei também que os arranjos de corda estão sumindo um pouco. O coro continua masculinizado. Nos anos 60/70/80, eram as pastoras, ou seja, praticamente todo feminino. Notei uma certa ausência de cacos. Parece até que estabeleceram um certo número de cacos para os solistas soltarem nas gravação. Deu pra ver bem que gravadora está se preocupando mais com uma cadência moderna do que na qualidade das faixas. Querem adequar o CD demais para o século XXI para parecer algo bem atual, igualando-se com as gravações de pagode e de MPB de hoje. Bem, concordo sim em atualizar as gravações, porém chega de exageros! Pelo menos parece que estão mudando o rumo das gravações, querendo modernizar mas também tentando deixar a cadência mais parecida com as gravações do anos 80. Estão se afastando do estilo de gravação de 1999, mas também ainda não é perfeita. Quanto a safra, é razoável. Possui muitos sambas medianos e o temível boi-com-abóbora da Grande Rio. O engraçado é que, graças a colocação de 2006, muitos sambas das tradicionais grandes escolas ficam no meio do CD. Imperatriz, Salgueiro, Mocidade, por exemplo, amargam o final do CD. Os melhores sambas do ano são o do Salgueiro e da Porto da Pedra. A Beija-Flor, Vila Isabel, Portela e Unidos da Tijuca também se sairam muito bem o álbum. Houve também a reedição do clássico "Ti-ti-ti no Sapoti" da Estácio de Sá, que voltou ao Grupo Especial. NOTA DA GRAVAÇÃO: 7,5 (Gabriel Carin). A gravação deste ano permanece
impecável do ponto de vista técnico, devido à mobilização de
um batalhão de produtores, músicos e engenheiros de som. A
produção foi tão boa que conseguiu tornar palatáveis sambas
medianos. A lamentar, apenas, o retorno dos dispensáveis
alusivos, que pouco acrescentam aos sambas e que só fazem perder
tempo. NOTA
DA GRAVAÇÃO: 9,5 (Rixxa Jr). André Diniz, Bocão e cia. mudaram um pouco o estilo de composição. A pareceria vinha apostando em sambas com mais explosão e versos mais longos. As letras abordavam os diversos pontos da sinopse sem muito encadeamento - os versos traduziam imagens, como quadros que se bastavam em si. Pegue, por exemplo, o samba de 2005: os versos "num cisne branco flutua, a luz do almirante em noite de lua" eram seguidos por "o Barão de Mauá, se fez pioneiro na construção naval". Este ano, esta técnica foi utilizado pela parceria de Miguel BD e cia, que foi eliminado na semifinal do concurso da escola. Diniz e cia. resolveu chutar a sinopse para o alto e fazer um samba interpretativo. É a melhor letra feita pela parceria. A melodia, no entanto, tem problemas sérios. O fato de atropelar menos o canto acabou atrapalhando o intérprete Tinga, que tem uma boa voz, mas ainda não encontrou sua personalidade e não tem grande técnica. Além disso, o samba tem uma mudança de oitava brusca no meio do verso "A mudar sua natureza" que não soa bem aos ouvidos. É um samba moderno, razoavelmente bem feito e deve funcionar no desfile, principalmente se o carnavalesco da escola apostar num trabalho mais leve do que os que ele assinava na Beija-Flor. Não é antológico, mas abre bem o CD. NOTA DO SAMBA: 8,7 (João Marcos). Me parece um samba descaradamente copiado de seu antecessor, é como se os autores (que como bem sabemos, são os mesmos dos últimos anos) se acomodacem em manter uma estrutura de composição que tem dado vitórias à parceria. Porém, torna as obras de um ano para outro quase que idênticas (tanto na estrutura da letra, na métrica, quanto na melodia). Não me parece grande coisa esse samba da Vila, porém não é de todo ruim, com uma interpretação apenas correta do Tinga. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Matheus Ávila). Um belíssimo samba abre o CD. A melodia é muito agradável de se ouvir, aoro a segunda parte do samba. Muito lindo, se não é antológico, é pelo menos um bonito samba. Um dos melhores de 2007. NOTA DO SAMBA: 10 (Deivison). Não gostei na época em que era concorrente, mas a cada dia gosto do samba no CD e espero que empolgue ao vivo e que consiga o bi. NOTA DO SAMBA: 9,7 (André Zona Sul). O samba é até legal, mas o enredo da escola para 2007, ao contrário do ano passado, é muito ruim. NOTA DO SAMBA: 8,5 (José Inácio - Zito). André Diniz, campeão de 2006 junto a escola, novamente repete sua tão reverenciada fórmula. “Metamorfoses”, como o próprio título do enredo já diz, aponta os novos rumos da escola de Noel Rosa para o futuro do carnaval carioca e demonstra com clareza suas modificações estruturais em relação ao passado. O hino para 2007 não é ruim, porém é bastante inferior a inúmeros outros clássicos da agremiação. A letra, apesar de simpleszinha, descreve o tema com coesão. A melodia é leve e funcional, características já famosas do compositor. Entretanto, numa tentativa de ousadia, o samba peca por algumas mudanças de tonalidade impetuosas e demasiadamente abruptas, falha também presente na obra do ano anterior. Além disso, o refrão central possui um andamento melódico bem enjoativo, ao contrário do que ocorre no refrão de cabeça. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Gabriel Carin). Samba que nitidamente fica devendo ao dos anos anteriores em termos de qualidade, mas cujo arranjo é ideal para o desenvolvimento de bossas e paradinhas, e nisso Mug é literalmente um Mestre. A Vila, mais uma vez promete. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho). Tinga, mesmo sem
grande ténica, mostra mais uma animada interpretação. O
samba, com uma melodia agradável e propício para as paradinhas
da bateria, tem no refrão "Samba não tem
preconceito / Brancos, negros, iguais / Um beijo da
Vila Isabel princesa / Metamorfose assim se faz"expectativa
de explodir no sambódromo. Um dos melhores sambas do ano.
NOTA DO
SAMBA: 9,2 (Vinicius Fernandes Batista). O samba da Vila deste ano foi um samba certinho. “Metamorfoses” obedece ao formato atual de samba enredo: uma composição correta, animadinha e servil ao desfile. Uma tonalidade que sustenta o samba “lá em cima”, para ter o apoio popular e facilidade do canto do componente na hora do desfile. O verso “a Vila também se modificou/ no universo do carnaval” deixa embutido o recado de que a “velha” Vila de Martinho e da simplicidade dos tempos da Kizomba (1988) cedeu lugar a uma Vila “modernosa”, suntuosa e comercial. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr). No começo era o que eu mais ouvia, hoje nem tanto. Tem uma boa melodia, mas em alguns minutos fica muito chata. O samba cresce a partir de "A mudar sua natureza/ Pouco a pouco evoluindo/ Imponente feito um humano/ Seus passos vão refletindo". Em "Remodelar o que que Deus criou/ Brincando então de criador" fica um espaço vago depois de criador. A paradinha na segunda passada do refrão principal é boa, mas muito longa. Abre bem o CD de 2007. NOTA DO SAMBA: 8 (Vitor Ferreira). O samba, apesar de ser bom, foi muito ofuscado pelos gritos do intérprete Tinga, mas as paradinhas do Mestre Mug foram o ponto positivo para que o samba se saísse bem na avenida. NOTA DO SAMBA: 9 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 2 - GRANDE RIO - Pelo segundo ano seguido, a agremiação desfilará com um samba de autoria de Márcio das Camisas. Porém, enquanto o público acompanhou bem o samba simples de fácil canto de 2006, neste ano a homenagem da Grande Rio à Duque de Caxias contará com um samba-enredo mais complexo e longo. Nos dois refrões e na imensa primeira parte, nos deparamos com uma seqüência de frases longas a serem entoadas de maneira rápida, o que pode prejudicar um pouco o canto do componente. Na segunda parte, mais curta, está presente a única parte lírica da melodia, ainda assim com versos um pouco mais compridos que o original. O samba até pode emplacar muito bem na Sapucaí ou simplesmente ser um fracasso retumbante. A letra possui versos que poderiam ser melhorados, como "Com Perácio aprendi a sambar de pé no chão", o que permite ironias sarcásticas de alguns (por exemplo, o tal de Perácio vai sambar nas nuvens). Só para esclarecer: Milton Perácio é um dos diretores da Grande Rio e um dos fundadores da escola. Continuando a falar da letra, em "Eu me chamo Grande Rio e qualquer dia chego lá" soa meio vago, pois não se explica exatamente onde a escola quer chegar. Também existem velhos clichês poéticos, como "paixão", "vou abrir meu coração", "suficiente pra alegrar seu coração", fundamentais para preencher buracos na melodia. Apontado com o pior samba do ano, no CD o hino da Grande Rio cresce muito com a interpretação de Wander Pires, que dispensou dessa vez suas conhecidas e exacerbadas reverberações em sua voz. O samba é gostoso de ouvir, mas é evidente que possui alguns probleminhas técnicos. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Mestre Maciel). A segunda vitória de Márcio das Camisas e cia. na escola novamente vem cercada de polêmica. A diferença é que o samba deste ano é muito ruim. E isso, por incrível que pareça, foi ótimo para o intérprete da escola, Wander Pires. A letra é um enorme e chato resumo de sinopse, sem qualquer poesia. Não é a toa que muitos suspeitam que o samba, na verdade, é de Arlindo Cruz - a abordagem poética é próxima ao samba do Império Serrano, de 2001, apesar de bem menos feliz. Comparando os dois sambas, falta um refrão de pegada como o excelente "Aviso aos navegantes que o Império vem aí". A melodia, no entanto é mal construída e os erros de métrica se sucedem ao longo do samba, inclusive no refrão do meio, de versos imensos, que se atropelam. O samba, em alguns momentos, é tão mal construído que é difícil de cantar. Aí entra o Wander Pires, que pela primeira vez em anos, consegue utilizar sua técnica na medida exata, sem vibrattos desnecessários (ainda tem uns aqui e ali, mas nada muito exagerado). Talvez a letra imensa tenha impedido o puxador de fazer os malabarismos vocais que costumam me irritar nas suas interpretações. A verdade é a seguinte - Wander não salvou o samba, mas brilhou como poucas vezes num CD de sambas enredo. O samba em si é péssimo e eu tenho pena dos coitados que terão de escutar 80 minutos seguidos disso no dia do desfile. É muito chato. NOTA DO SAMBA: 7,1 (João Marcos). Samba esquisito. Não é de fácil digestão um samba com a melodia deste da escola de Caxias. O samba se arrasta em alguns momentos e tem partes aceleradas em outros, porém é de se destacar a competência do Wander Pires, que conseguiu dar uma consertada numa obra que parecia-me que seria um verdadeiro fiasco no CD. Não passou muito longe, mas que podia ser bem pior... NOTA DO SAMBA: 8 (Matheus Ávila). O samba sobre Caxias tem uma letra bastante descritiva, passa muito bem a história. Talvez por isso fique um pouco pesado de informações às vezes. O refrão do meio não tem muita explosão, mas gosto do refrão final. Acabou devendo um pouco às minhas expectativas devido aos sambas que ouvi na disputa. Mas a escola não faz feio com este samba-enredo. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Deivison). Mediano indo para bom, a nota diz, hehe! É agradável de ouvir. Mas essa escola, vem trazendo sambas que não são bons, espero melhoras! Antes, prefiro que funcione bem na Avenida. NOTA DO SAMBA: 9,6 (André Zona Sul). Excelente samba. É o único samba de 2007 que obedece rigorosamente o enredo. NOTA DO SAMBA: 10 (José Inácio - Zito). Ganhei uma antipatia incomensurável a esta obra, até porque ela mesma parece querer se fazer odiada pelos bambas. A homenagem da Grande Rio a sua cidade-natal, Duque de Caxias, gerou um samba que infelizmente segue a risca a lastimável fórmula que vem sendo empregada pela escola em seus últimos anos, cujas principais características são melodias desnecessariamente melosas, letras que apelam para um romantismo barato e refrões vazios, que servem de jingle para patrocinador. Neste aqui, como de praxe, o refrão de cabeça é estranho, soa apelativo, desprovido de qualquer imagem poética em seus bizarros “Bom de bola, bom de samba, paixão”. O central é mais esquisito ainda, fazendo uma alusão esdrúxula as personalidades citadas no enredo e sendo tecnicamente bem ruim. A letra imensa amontoa uma seqüência desprezível de termos trashes, disfarçadas com inúmeras expressões rebuscadas, típicas de um falso sentimentalismo. A melodia é monótona e enjoativa. Autêntico boi-com-abóbora do novo milênio! NOTA DO SAMBA: 6 (Gabriel Carin). Ao contrário dos antecedentes,
marchinhas ou compilações de merchindising, esse samba tem um
amplo contexto histórico. Destaque também para a
interpretação de Wander Pires, que se aprimora à cada ano.
Como diz a letra, qualquer dia a Grande Rio chega lá, e a meu
ver, tudo conspira para que seja em Wander Pires se esforçou para tornar o samba, de versos
imensos em todas as suas partes e melodia
irregular, agradável. Conseguiu torná-lo menos pior. O
problema é que ele (o samba) é muito ruim. Tomara que no
Sambódromo funcione melhor. Vejamos se o nome do Zeca Pagodinho
ajudará a levantá-lo. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Vinicius Fernandes
Batista). Um samba polêmico desde sua escolha. Wander Pires valorizou bastante a obra e a gravação deixou o samba com um lustro de grande composição. O tema recorre a personagens locais do município fluminense de Duque de Caxias (berço da escola), como o deputado Tenório Cavalcanti, o babalorixá Joãozinho da Goméia, o sambista Zeca Pagodinho e o dirigente da própria escola Milton Perácio. A fase da Grande Rio é ótima e vem num crescimento, como pode-se perceber nos últimos anos. O vice-campeonato não foi nenhuma surpresa, assim como não será nenhuma surpresa se daqui a um ou dois carnavais a Grande Rio se tornar a campeã. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Rixxa Jr). A falha maior desse samba é que a primeira parte tem 16 versos e a segunda apenas sete. Os dois refrões são bons, só tenho uma pergunta aos compositores: o que Zeca Pagodinho tem a ver com o enredo? Não é um samba tão ruim como dizem, mas é mais fraco do que o da Vila Isabel. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Vitor Ferreira). O samba foi um dos que se salvou na avenida. NOTA DO SAMBA: 9.8 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 3
- VIRADOURO - Após
a derrota nas eliminatórias para 2006, a parceria de Gusttavo
Clarão voltou a triunfar na escola de Niterói. Assim, o estilo
que mistura animação com lirismo está de volta à Viradouro
após o pesadaço hino de 2006. Impressionante como o estilo de
sambas de Gusttavo são parecidos, pois todos caem como uma luva
para o experiente Dominguinhos do Estácio (cuja interpretação
no CD está mais conservadora com relação à da versão das
eliminatórias, onde Dominguinhos defendeu o mesmo samba). O
estilo também é de intenso agrado para Paulo Barros, já que o
samba-enredo é perfeito para o carnavalesco poder desenvolver
suas alas coreografadas. A letra foi feita tipicamente para o
desfile, pois com a presença do polêmico verso "no
pinball quero brincar", já não é tão difícil
imaginarmos que a Viradouro apresentará um carro alegórico
representando um jogo de pinball. O samba é valente, com os dois
refrões marcando presença. Há alguns versos vagos, como "Faço
qualquer coisa pra deixar você feliz" e "Essa
diversão é adrenalina em minha vida", mas percebemos
que o samba-enredo deverá ter uma passagem correta na Marquês
de Sapucaí, já que é típico para um bom funcionamento no
desfile, lembrando os hinos de 2004, 2005 e 2006 da Unidos da
Tijuca, onde o mesmo Paulo Barros se revelou no carnaval. NOTA DO SAMBA:
8,9 (Mestre Maciel). A sacada de
Gusttavo e cia. de dar um ar romântico ao samba foi inteligente,
mas o fato da letra ter de abordar todos os aspectos suscitados
na sinopse de Paulo Barros acabou gerando versos forçados, como
no trecho "Essa diversão é adrenalina em minha vida/A
euforia toma conta da avenida/Respiro fundo, no pinball quero
brincar". A parceria buscou colocar, no refrão final,
elementos de apelo popular, como a citação ao "com muito
orgulho, com muito amor", que, pelo menos, não parece tão
forçado quanto o "geral gritar já é, já é".
Entretanto, comparando ainda com 2005, ultima vitória da
parceria, fica claríssimo que a inspiração não se repetiu.
Apesar de ser menos apelativo, a melodia é o feijão com arroz
de sempre, com um peso à mais desnecessário que é atenuado
pela interpretação empolgada de Dominguinhos. O samba deve
passar bem, mas é um dos piores da parceria. Parece que a escola
percebeu que errou na escolha do samba em 2006 e resolveu não
arriscar este ano. Errou de novo. NOTA DO SAMBA: 8,2 (João
Marcos). Boa letra, embora se perca em alguns momentos ("pinball" não é nada poético), misturada a uma melodia um tanto capenga, uma vez que acaba tirando um pouco da força dos refrões. Interpretação apagada do Dominguinhos. Samba de comum pra baixo. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Matheus Ávila). A Viradouro pode até ter virado o jogo, mas o samba não virou o jogo para uma boa avaliação. A letra está muito boa, descreve bem a história, mas o ritmo não ficou muito bom. Achei lento e não me empolgou. Dominguinhos até que consegue melhorar o nível do samba, mas nada que fique com cara de grande samba-enredo. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Deivison). É um samba bem criticado, com certeza não dariam 9,5 para ele, mas eu dou porque não achei péssimo, é mediano indo para bom também. NOTA DO SAMBA: 9,5 (André Zona Sul). O samba é mediano. A escola merecia coisa melhor. NOTA DO SAMBA: 8,5 (José Inácio - Zito). Belo hino, muito criticado pelos bambas pelo seu demasiado coloquialismo ao enredo da escola, como no verso “Respiro fundo, no pinball quero brincar”. Tal falha de fato existe e não pode ser precocemente empurrada para debaixo do tapete. Porém, não se trata de um samba ruim e é para esse mesmo lado de beleza que devemos nos atentar, principalmente em melodia, que é bastante rica e possui algumas variações bem ousadas. Os refrões, apesar de ter um apelo popular bem grande, fato já típico dos carnavais de Paulo Barros, são bastante funcionais. O tema também é bem contado na letra da obra. Samba bem agradável! NOTA DO SAMBA: 8,8 (Gabriel Carin). Samba razoável, exceto
pelo versos “Respiro fundo/No Pinball quero brincar”,
totalmente fora de contexto e perdidos no meio da letra. Conforme
relatado acima, a escola do Barreto é forte candidata ao
título. Dessem a um Império Serrano, por exemplo, a estrutura
que ela tem, e seriam favas contadas. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Cláudio Carvalho). Dominguinhos, que me pareceu
desanimado, canta um samba com melodia no seu
"estilo" preferido. O carnavalesco Paulo Barros tem
vários motivos para ter gostado da letra: aparecerem os termos
"tabuleiro", "cassino", "cartas de
tarô", "búzios", "dama",
"xeque-mate", "pinball", além da idéia do
"quebra-cabeça" na segunda parte. O samba deve passar
sem empolgar o Sambódromo, mas não é motivo de cara feia. Um samba feito sob medida para a escola de Niterói: construções melódicas especialmente planejadas para os habituais shows da bateria de Ciça, refrões fortes e uma letra descritiva que possibilitará os delírios cênicos que o carnavalesco Paulo Barros tanto adora exibir. Uma obra “mais do mesmo” na carteira de Gusttavo Clarão & cia. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr). Bom samba, mas o mais enjoativo do CD. O refrão central é péssimo, sem explosão, praticamente apenas um bis pra se chamar de refrão, fica um espaço muito vago no final. O refrão principal é bom. Escuto esse samba, mas não ouço nem a segunda passada. Lembrando de uma escola que veio com um sambaço o ano passado, esse tá com muitas dívidas... NOTA DO SAMBA: 7,5 (Vitor Ferreira). A atuação de Dominguinhos do Estácio foi prejudicada pelos cantores de apoio que gritavam mais do que cantaram. NOTA DO SAMBA: 8.8 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 4
- MANGUEIRA - O
primeiro fato que chama atenção é, evidentemente, a ausência
de Jamelão na faixa. Impedido de gravar devido a um AVC, o
mestre foi substituído por Luizito, ex-intérprete de
Caprichosos e Villa Rica e auxiliar de Jamelão na Estação
Primeira desde 1998. Tudo bem que todos nós lamentamos a
não-presença de Jamelão no disco, pois desde 1986 o samba da
Mangueira sempre tinha o registro de sua voz. Mas que a atuação
de Luizito é impecável, isso não tenho dúvida. A gravação
é toda emocionante, a começar pela introdução com a homenagem
(meio fúnebre, convenhamos) de Alcione à Jamelão, mais o
resgate do "Minha Mangueira" do mestre, que fecha a
gravação do samba mangueirense de 2003. Sobre o samba, é um
dos melhores do ano, lírico, de bela letra, com um refrão
principal contagiante. Claro que não posso deixar de registrar a
polêmica da mudança de acentuação das palavras
"palácio" e caídas" no refrão principal e
central, respectivamente. Do jeito que os julgadores andam
inventando qualquer pretexto inusitado para tirar pontos de
samba-enredo, a correção foi fundamental, já que, na época em
que o samba era concorrente, as palavras eram assim entoadas para
se enquadrar na melodia: "pálacio" e
"caidás". Interessante também o epílogo da faixa,
com o famoso "vira" sendo tocado no cavaco, mais a
exaltação de Luizito à Mangueira acompanhado do "surdo
um" que caracteriza a mula-manca mangueirense. O samba da
Mangueira é um dos grandes momentos do CD 2007. NOTA DO SAMBA:
9,5 (Mestre Maciel). Eis um samba
difícil de comentar. Deve funcionar maravilhosamente no desfile,
mas é de uma irregularidade inacreditável. Trechos excepcionais
e extremamente inspirados se alternam com versos medíocres e
forçados. O samba muda de 'brilhante' para 'trash' e volta a ser
'brilhante' em questão de segundos. É impressionante. Por
exemplo, é difícil não se contagiar com o refrão do
"Vira da Mangueira" - é trash, é apelativo, mas não
adianta, cola no ouvido. O que mais lamento, entretanto, é que a
escola, por culpa das eufonias de Benvindo Siqueira, alterou o
samba e estragou toda a sua métrica, principalmente nos
refrões. Isto porque a métrica não diz respeito apenas a
quantidade de sílabas por verso. A acentuação é importante.
Ao mudar a acentuação de "palácio" e de
"caídas", a eufonia não existe mais, porém a
métrica foi para o espaço. Explico - na versão original, a
acentuação de "palácio" no refrão principal era na
primeira sílaba da palavra. Isto não era à toa. Ao mudar para
a segunda, as sílabas anteriores ficaram amontoadas e falta
sílaba no final do verso. No "caídas", a alteração
deixou o refrão melodicamente confuso até para os ouvidos menos
treinados. E acho difícil o componente da escola cantar como no
CD porque o ouvido obriga o sujeito a ir pela versão com
eufonia. Ou seja, é cobertor curto - a Mangueira pode ter
coberto a cabeça, mas deixou o pé descoberto. O
"tupinambrasileirou", apesar de inteligente, é de
difícil canto. Enfim, o samba se perdeu na parte técnica. Mas
tem trechos tão bonitos e é tão empolgante que será uma pena
se comprometer o julgamento da escola. Torçamos para que
Jamelão, ausente no CD, se recupere e não deixe isso acontecer
na avenida. NOTA
DO SAMBA: 9,1 (João Marcos). A empolgação é a marca desta obra. O "vira da Mangueira" tem uma pegada considerável, e embora o intérprete não ajude muito nos momentos mais líricos, é forte candidato a virar o hit comercial deste ano. Letra boa, melodia agradável, o que há de contra, contudo, é a ausência da maior voz do carnaval brasileiro: mestre Jamelão, o que, convenhamos, já é uma perda e tanto pro hino da verde-rosa. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Matheus Ávila). Todos estranharam a ausência de Jamelão na gravação desse ano. Sobre o samba, me arrisco a dizer que a Mangueira tem um ritmo único que consegue cativar a todas as idades. A letra é linda. E Luizito cantou muito bem. Não sejamos injustos em comparar Luizito com o grande mestre Jamelão. Isso é impossível! Mangueira, um dos mais bonitos sambas de 2007. NOTA DO SAMBA: 10 (Deivison). Outra obra-prima, um dos melhores sambas da Mangueira em sua história, junto ao enredo. E a gravação, com Luizito, Alcione e Jamelão foi muito bem feita! NOTA DO SAMBA: 10 (André Zona Sul). Excelente samba. NOTA DO SAMBA: 10 (José Inácio - Zito). Outro samba empolgante, bem interpretado por
Luizito e que possui algumas passagens muito bonitas em seu
decorrer, muito embora não seja essa maravilha tão exaltada por
aí. Não se trata de uma obra histórica, pois nela falta a
força presente entre tantos outros clássicos antológicos da
agremiação. O enredo é bem exposto e foi adornado com umas
sacadas poéticas bem interessantes dos compositores. Entretanto,
a letra, ao mesmo tempo em que é inteligente, possui alguns
momentos que soam significativamente apelativos, como, por
exemplo, no próprio refrão de cabeça, que apesar de
descontraído, contém os trashes e popularescos versos “Vem
no vira da Mangueira” e “É uma casa portuguesa
com certeza”. Outro erro grande está na métrica, como
no verso “Idolatrada obra-prima, te faço imortal”,
onde as sílabas se amontoam de forma irremediável. A métrica
também fica prejudicada pela exagerada rigorosidade do samba no
entoamento das sílabas tônicas, não fazendo as modificações
necessárias no canto das palavras, o que causa uma
diferenciação melódica comprometedora em muitos trechos da
obra. Porém, é belo hino, sem dúvida. NOTA DO SAMBA: 8,6
(Gabriel Carin). Antes de mais nada, é importante falar da tristeza que sinto ao ouvir a faixa da Mangueira sem Jamelão. É como ir a Roma e não ver o papa. Mas enfim, vida que segue. O samba, em si, não é ruim, mas destoa da qualidade dos hinos verde e rosa que marcaram essa década. A letra é por demais explicadinha, e a melodia não é do tipo “arrasta multidão”, como vinha se tornando marca registrada na escola. NOTA DO SAMBA; 9,1 (Cláudio Carvalho). A ausência de Jamelão, por si só, já pesa contra. Parece até que a Alcione já imaginava isso, ao dar tom fúnebre à recordação do intérprete. Luizito até que não faz feio, mas podia ser melhor porque letra e melodia são boas, apesar do sempre "Sou Mangueira...". Outro detalhe: ao pronunciar corretamente "caídas", há uma quebra de ritmo no refrão. E os componentes podem tropeçar também em "tupinambrasileirou". Se Jamelão conseguir se recuperar a tempo de ir com a escola para o Sambódromo, tudo mudo de figura. E a Mangueira poderá deslanchar. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Vinicius Fernandes Batista). Na gravação, Luizito conduziu bem este samba leve, rápido e de embalo gostoso, apesar de mostrar-se marcheado em alguns momentos. A ausência de Jamelão na gravação foi muito sentida, mas o substituto correspondeu. Samba de apelo popular, que fez sucesso junto ao povão nas arquibancadas da Sapucaí. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Rixxa Jr). Grande samba, não chega a ser o melhor do CD, mas é muito bom. Na minha opinião, é o melhor desde 2002. É o mais alegre do CD, sua única falha (por sinal muito grande) é o refrão central, que se seguisse bem o samba, seria o melhor refrão do ano. Mas não tem explosão, olhe: "Eu vou dos versos de Camões/ As folhas secas, caídas de Mangueira/ É chama eterna, dom da criação/ Que fala ao pulsar do coração", a rima por ser nos dois últimos versos não tem tanta competência... É o terceiro melhor, só perde para o da Beija-Flor e o da Porto da Pedra. NOTA DO SAMBA: 9 (Vitor Ferreira). Todos sentiram a falta de Jamelão na avenida, mas Luizito cobriu com firmeza a ausência do mestre dando um show cantando o excelente samba. NOTA DO SAMBA: 10 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 5
- BEIJA-FLOR - O samba-enredo da
Beija-Flor para 2007 não foge à regra dos últimos apresentados
pela escola. Letra extensa, poética, de melodia em tom menor. E,
mais uma vez, Neguinho da Beija-Flor tem alguma dificuldade de
acompanhar o ritmo do samba na gravação do CD, em função de
sua complexidade. Neguinho atualmente é criticado por cantar o
samba-enredo num tom mais baixo (e morto) com relação ao
utilizado por Bruno Ribas nas eliminatórias. O hino da
Beija-Flor, composto pela parceria de Cláudio Russo
(responsável pelo belíssimo Manôa de 2004), se caracteriza
pelo número excessivo de termos africanos na letra, o que para
muitos pode prejudicar o canto dos componentes. Mas levo em
consideração que tais termos contribuem ainda mais para a
beleza do samba. Na comparação das gravações distintas de
Bruno e Neguinho, ainda temos a mudança de tom no refrão
central. Alteração que, na minha opinião, foi muito bem feita,
pois Bruno Ribas, na transição da primeira parte para o
refrão, emendava o "ele é Odara" com "é
jeje" numa fração de segundo num tom reto, tornando a
audição um tanto esquisita. Neguinho subiu o tom do "é
jeje", de maneira a acarretar uma pausa rápida, mas
fundamental para o canto e a compreensão do trecho, melhorando
bastante a melodia nesta parte. Enfim, na minha opinião, mais
uma vez a Beija-Flor traz o melhor samba do ano, mesmo com a
criticada gravação de Neguinho. Criticada injustamente,
convenhamos. Porque não é devido ao intérprete anterior do
samba que o consagrado Neguinho vai mudar o tom de canto que
tanto conhecemos. NOTA DO SAMBA:
9,7 (Mestre Maciel). Apontado
quase que unanimemente como o melhor do ano durante as
eliminatórias, acabou decepcionando os mais afoitos na versão
do CD. Não consigo entender - o samba ficou bem mais redondo.
Só que nunca foi uma obra-prima. É um samba tecnicamente
admirável e a versão do CD deu uma ginga que a composição
não tinha. Entretanto, é um samba frio, que não emociona. E
isso é espantoso, uma vez que a escola, nos últimos anos,
apresenta sambas emocionantes até com enredos muito áridos,
como o de Poços de Caldas. Acredito que a grande culpada disso
é a presença de tantos africanismos desnecessários na letra.
Como definiu um colega meu, é um samba "afro de
boutique". Não é genuíno. O samba é técnico demais,
inclusive com o refrão principal entrando em tom maior e
mudando, no meio, para menor, fórmula utilizada com exaustão
pelas firmas. É tudo calculado, segundo a segundo, para causar
um efeito determinado. Ficou intelectualizado demais,
diferentemente de um "Agotime", que mesmo imperfeito,
mexia com a alma do componente e do público. Tem suas
qualidades, mas está abaixo dos últimos sambas da escola. NOTA DO SAMBA:
8,8 (João Marcos). Letra exuberante, melodia muito bem construída, tudo perfeito, e pá... eis que o grande Neguinho escorrega legal num dos, sem dúvida, melhores sambas dessa safra. Não sei o que pode ter havido, mas ele realmente não está em sintonia com a obra, "resvalando" em vários trechos e extremamente rouco em outras partes. A Beija-Flor terá trabalho pela frente para "soltar" seu intérprete até o desfile. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Matheus Ávila). A escola de Nilópolis fala sobre a África num samba descritivo e com a cara da Beija-Flor. A letra é boa, o samba é até bem lento em seu andamento, mas isso também é pela composição longa e com muitos versos. Não empolga a mim este samba, mas não o considero sonolento. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Deivison). Apesar de exaltado na época dos concorrentes, o samba da Beija-Flor recebe um bom, por não ser excelente, mas como não ouvi ao vivo ainda, pode empolgar! NOTA DO SAMBA: 9,9 (André Zona Sul). Excelente samba. Acho que a escola vai faturar o campeonato de novo. NOTA DO SAMBA: 10 (José Inácio - Zito). Mais um samba suntuoso da Beija-Flor, fruto de um
enredo forte e muito bem escrito pela Comissão de carnaval do
Rei Laíla. A exaltação as diversas influências culturais
africanas no Brasil rendeu uma obra forte, de pegada, o que não
é muito surpreendente dentre as escolas de samba, uma vez que,
no histórico do carnaval carioca, já é se tornou um hábito
constante o fato de enredos afros gerarem grandes sambas. Este
aqui não foge a regra, fazendo uma elaborada mistura de
africanismo e língua portuguesa em seus versos, o que remete
claramente a antológico “A visita de Ony de Ifé a Obá de
Oyó”. Porém, o grande destaque deste samba não é nem sua
africanização, mas sim sua estrutura fantástica, sendo um dos
sambas mais tecnicamente perfeitos deste ano, mesmo repleto das
mais complexas palavras afros. Excelente! NOTA DO SAMBA: 9,4
(Gabriel Carin). Concorre com o hino da Portela como melhor samba do ano. Mais uma prova viva de que samba e enredo afro fazem uma parceria perfeita. A letra, apesar de grande e difícil, é belíssima, e a interpretação de Neguinho abrilhanta ainda mais a faixa. A Deusa de Passarela vem novamente com um grande samba, ao contrário do que aconteceu no ano passado. Quietinha, na dela, pode surpreender. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Cláudio Carvalho). Neguinho da Beija-Flor,
por incrível que pareça, passou a impressão de não estar no
mesmo nível e ritmo do samba, que mais uma vez abusa de termos
africanos. A letra, apesar disso, é belíssima e descreve bem o
enredo. No entanto, ao contrário de outros anos, o samba pareceu
frio e dependerá muito dos componentes da escola para crescer e
empolgar no Sambódromo. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Vinicius Fernandes
Batista). Uma bela obra para a Beija-Flor, dentro dos padrões do samba enredo atual e do formato proposto pela comissão de carnaval da escola de Nilópolis em vigor desde 1998. “Áfricas – do berço real à corte brasiliana” era candidatíssimo a conquistar o Estandarte de Ouro na categoria. Deu o óbvio. O samba é bonito, bem construído tecnicamente, mas não me emocionou. A propósito, alguém sabe o que significa “dobrar o Run”? NOTA DO SAMBA: 9,5 (Rixxa Jr). Segundo melhor samba. A letra é perfeita. Esse samba tem várias expressões africanas, mas não perde com isso, só ganha. Os dois refrões são muito bons, destaque para o central. Ele precisaria ser cantado de forma um pouco mais alegre, é a única falha. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Vitor Ferreira). O melhor samba do ano cantado por Neguinho da Beija-Flor foi fundamental para a conquista do titulo. Foi o mais cantado pelo público presente no Sambódromo. NOTA DO SAMBA: 10 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 6 - UNIDOS DA TIJUCA - A escola apresenta seu melhor samba desde o extraordinário "Agudás", de 2003. O estilo é até semelhante aos sambas anteriores tijucanos: primeira parte mais simples e a segunda mais rica melodicamente. Os compositores inclusive conseguiram construir um bom samba de enredo mesmo com o tema, bastante incomum no carnaval, da fotografia. A criatividade dos autores é sintetizada no marcante refrão central "Pára, o mundo pára", que deverá causar algum impacto na avenida. A interpretação de Wantuir, um dos melhores intérpretes da atualidade, é como sempre correta. Destaque também no CD para a batida de efeito dos tamborins, que reproduz perfeitamente o som de uma câmera tirando uma fotografia (pode ser melhor notada no fim da faixa). NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). Bom
samba. A sinopse, apesar de pavorosa, deu uma liberdade que os
compositores não tinham no tempo de Paulo Barros. A maioria não
soube o que fazer com ela, mas os compositores campeões foram
inteligentes. O samba tem pegada e um refrão do meio delicioso,
uma sacada genial. "Pára... O mundo pára... O mundo
pára pra fantasia". Brilhante. Espero que nenhum
jurado imbecil tire ponto pela repetição de palavras - essa
repetição é que dá efeito ao refrão. Como nos sambas
anteriores, a primeira parte é mais simples melodicamente, com
uma segunda mais elaborada. A métrica está mais correta que nos
anos anteriores. Enfim, é o melhor samba da escola desde
"Agudas". NOTA DO SAMBA: 9
(João Marcos). Simpático. Melodia animada e letra correta, esse samba da Tijuca me surpreendeu. Muito bom trabalho do Wantuir, que deu uma cadência exelênte ao hino do Borel. Do mesmo nível que os anos anteriores (2005/2006). NOTA DO SAMBA: 9,3 (Matheus Ávila). Fiquei surpreso com este samba da Unidos da Tijuca. A era pós-Paulo Barros está sendo mais feliz pelo lado dos compositores. Destaco a letra bastante simples, mas cativante. É bastante coerente com o tema da fotografia. Adoro o refrão do meio, e isso é suficiente para retratar o enredo da escola tijucana neste ano. Belíssimo samba e melodia. NOTA DO SAMBA: 10 (Deivison). Outro samba bom, só é mais inferior do que quatro do mesmo grupo e termina bem o hino (Estrelas vão brilhar, o palco é o borel (...) Reluz o show em formas sem fim/O homem e o poder da criação...). NOTA DO SAMBA: 9,9 (André Zona Sul). O samba é legal, apesar de não ser excelente. O refrão do meio é muito bom. NOTA DO SAMBA: 9,5 (José Inácio - Zito). Outro grande samba. A escola, mesmo perdendo seu principal líder desses últimos carnavais - o elogiadíssimo Paulo Barros – soube manter as principais características do carnavalesco dentro de seus parâmetros artísticos e ganhou experiência suficiente para caminhar com seus próprios pés sem ter que se apoiar em um único nome. O samba, novamente composto pela parceria de Jorge Remédio, possui qualidades notáveis que o diferem com clareza de suas demais obras. A letra, apesar de sua simplicidade, possui alguns vultosos momentos de inspiração, adornando o enredo da escola com leveza e inteligência. A melodia é rica em variações, com destaque a segunda parte. O refrão central é extraordinário. Sambão! NOTA DO SAMBA: 9,5 (Gabriel Carin). Samba que mantém as características da safra azul e ouro na última década. Simpleszinho mas bonitinho, e funcional. Destaque para o refrão do meio, que facilita o desenvolvimento de paradinhas e coreografias. Wantuir, mas uma vez, dá um show! Na minha opinião, é o melhor intérprete do Grupo Especial na atualidade. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Cláudio Carvalho). Wantuir, um dos
melhores intérpretes da atualidade, canta com perfeição e
excelente cadência o melhor samba deste ano, mesmo com tema
complicado. O refrão "Pára, o mundo
pára / O mundo pára pra fantasia"
deve explodir no Sambódromo, principalmente se quem parar for a
bateria. NOTA
DO SAMBA: 9,5 (Vinicius Fernandes Batista). Dentro da safra de 2007, o samba da Tijuca é um dos mais destacados. Animado e com uma letra de bom gosto, ainda se salienta pela melodia animada. “De lambida em lambida” é o melhor samba da trilogia composta (?) por Jorge Remédio. O refrão “pára/o mundo pára/pra fotografia” possibilitou belas convenções de bateria e coreografias para os passistas durante o desfile e para o público na arquibancada. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Rixxa Jr). Um dos melhores do ano, seguindo a forma de samba de 2005 para cá. A segunda parte é a melhor do samba, principalmente essa: "Reluz o show em formas sem fim/ O homem e o poder da criação/ Diga quem sou, sorria pra mim/ No olhar da comunicação". Acho que no CD, Wantuir poderia ter usado o "oi, oi, oi, oi...", não o "oooooooooooooooooi", para chamar o refrão principal. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Vitor Ferreira). Excelente atuação de Wantuir na avenida que conduziu muito bem o samba. NOTA DO SAMBA: 9.8 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 7 - PORTELA - Surpreendentemente, o enredo sobre o Pan-Americano proporcionou um belíssimo samba de enredo, ao contrário da experiência mangueirense com as Olimpíadas em 1997. Composto pela parceria de Diogo Nogueira, filho do grande João Nogueira, a obra possui inspirada letra, além da melodia clássica que há muito não ouvimos nos últimos carnavais (não contando as reedições). A interpretação animada de Gilsinho contribui muito para o sucesso da faixa, além da envolvente gravação. Certamente, o Pan de 2007 a ser realizado no Rio terá um excelente jingle, um dos melhores sambas do ano. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel). O
grande barato do samba portelense não é o fato do compositor do
samba ser filho de João Nogueira. Isto é totalmente irrelevante
e só serve para o marketing junto à mídia especializada. O
legal é que o samba é diferente. A letra é super simples,
passa pelo enredo de forma descompromissada e exalta a grandeza
da Portela, que é vaidosa e gosta de cantar a si mesma. A
melodia passeia suave, com muitas variações, sem ser brusca
como nos sambas de escritório. A métrica é perfeita. Cada
sílaba é escutada com a entonação correta. O samba não é
fantástico, mas é uma delícia. E os refrões acontecem, o que
não ocorria no samba de 2006. Alguns trechos lembram o samba
"História do Carnaval Carioca", Salgueiro, 1965, o que
mostra que a obra está mais próxima dos sambas antigos do que
das porcarias atuais. É o melhor de um ano muito fraco. NOTA DO SAMBA:
9,5 (João Marcos). Enredo falando de Pan-Americano... Bah, sei lá, deve ser preconceito, mas pra mim é garantia de bomba. O samba não é de todo ruim, a própria Portela tem bem piores, mas pra considerá-lo bom tem um longo caminho a se percorrer. Com relação ao intérprete... sei lá, Gilsinho??! NOTA DO SAMBA: 8 (Matheus Ávila). Mais uma vez, a Águia de Madureira acertou a mão no seu samba. Ele tem uma melodia linda e uma letra que não caiu no lugar comum em ficar na "puxação de saco" do Pan. O que eu achava que ia ser um desastre, se tornou um samba agradável de se ouvir. NOTA DO SAMBA: 10 (Deivison). É ótimo, e emociona ao chegar ao final (Portela, de alma verde e amarela...)! Fico feliz com a velha Portela ter um samba atual tão bom quanto esse. NOTA DO SAMBA: 10 (André Zona Sul). O samba é mediano. A Portela merecia coisa melhor. NOTA DO SAMBA: 9 (José Inácio - Zito). De fato, um dos melhores sambas da Portela no
novo milênio. Aliás, chega a ser espantoso ver um enredo
árido, como este sobre o Pan, gerar um grande samba, ainda mais
quando este é fruto de uma sinopse complicada como a que fora
escrita pelos carnavalescos da escola. Trata-se de uma obra leve,
simples, de fácil canto e que não apela para floreios
exagerados e desnecessários a fim de causar algum impacto no
ouvinte, fato comum em muitos complexos sambas de firma. A letra
é, do ponto de vista técnico, praticamente perfeita e retrata
poeticamente a mensagem de união e perseverança proposta pelo
enredo da escola. A melodia transla de forma clássica no
decorrer da obra, realçando ainda mais a clareza da letra. É um
samba que tem a cara da Portela e que fala a língua do povo sem
precisar ser oba-oba ou apelativo. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Gabriel
Carin). Emociona, dá nó na garganta. Ainda mais quando lembramos que é um samba composto por garotos novos, dentre eles o filho de João Nogueira, Diogo. Mais uma vez, os compositores da Portela conseguem tirar leite de pedra e fazer de uma porcaria de sinopse, um grande samba. Perfeito em quase tudo: métrica, rima, letra, melodia, enfim... Pra mim, já ganhou o Estandarte. Salve a Portela! NOTA DO SAMBA: 10 (Cláudio Carvalho). Gilsinho, pra lá de
animado, contribui para a qualidade do samba, que apesar de
falar de Pan-americano, não podia de mencionar a própria
Portela. Letra simples, de palavras fáceis e boa melodia. Um dos
melhores de 2007 e certeza de muita cantoria no Sambódromo. NOTA DO SAMBA: 9 (Vinicius Fernandes
Batista). O samba foi composto por uma moçada que mostrou a que veio e que entende muito do riscado. Diogo Nogueira – filho do mítico bamba João Nogueira – junto com os parceiros Ciraninho e Celsinho, fizeram bonito e transformaram um limão (compor um samba para falar sobre os Jogos Pan-americanos de 2007) em uma limonada (um belo samba que mistura o clássico com a modernidade). A melodia também tem nuances inteligentes e típicas de samba de carnaval. Acredito que quem é portelense cantou a plenos pulmões e até com lágrimas nos olhos os versos “Portela, de azul e branco em aquarela/ supera todos os limites/ vem levantar sua bandeira/ o samba, de alma verde e amarela/ abençoado pelos deuses/ vem coroar Oswaldo Cruz e Madureira”. Um dos melhores sambas compostos para a azul e branco de Madureira nesta primeira década do século 21. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr). Na minha opinião, é o segundo pior samba de 2007, só melhor que o da Mocidade Independente. Todo mundo adora esse samba, não vejo graça. As variações são chatas, repetitivas, os refrões são cansativos, idênticos, tanto o central quanto o principal, nenhum se salva. Não sei como tem gente que adora esse samba... NOTA DO SAMBA: 7 (Vitor Ferreira). Bom samba que não rendeu o esperado na avenida. NOTA DO SAMBA: 9.2 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 8
- IMPÉRIO SERRANO -
O samba do
Império para 2007 é simples e competente. O enredo é um tanto
incomum no carnaval: as diferenças que ainda assim não impedem
a convivência do indivíduo possuidor de algum tipo de
deficiência com os demais. Mas a experiência de Arlindo Cruz,
Maurição, Aluísio Machado e companhia resultou em mais um
samba valente do Império Serrano, que costumeiramente apresenta
sambas de enredo deste tipo nos últimos anos. Mais uma vez,
Nêgo tem uma excelente participação no CD. A citação do
agogô no refrão central dá um grande destaque para o
instrumento, característico da escola. O som do agogô aparece
muito bem na introdução e no encerramento da faixa, enchendo de
orgulho o torcedor imperiano.
NOTA
DO SAMBA: 9 (Mestre Maciel) Como
o samba de 2005, é um samba feito por craques, que sabem o que
funciona e o que não funciona na avenida. A melodia é muito
boa. O problema é a letra - culpa da pior e mais confusa sinopse
do ano. Arlindo Cruz e cia. chutou a sinopse para o alto e quando
não entra no discurso politicamente correto do enredo, o samba
flui. Quando entra, a coisa degringola. A própria exaltação ao
Império está desconexa na letra e soa forçada. O samba não
chama o componente, como o do ano passado, e também não
emociona. A melodia é tecnicamente perfeita, mas a letra é
fraca. Não chama a atenção no CD, o que é imperdoável num
ano tão fraco. Este ano, a Serrinha ficou devendo. NOTA DO SAMBA: 8 (João Marcos). Que saudade dos grandes sambas do Império, o último já faz tempo (Verás que um Filho Teu não Foge à Luta, 1996). O Império sofre do mesmo mal que aflinge a Vila: a mesmice. Uma repetição atrás da outra, sem acrescentar nada, sem inovar nada, sem mexer em nada. Aí fica difícil. NOTA DO SAMBA: 7 (Matheus Ávila). A Serrinha, apesar de ter o enredo mais complicado desse carnaval, conseguiu fazer com que os compositores tirassem leite de pedra ao fazer um samba decente par a história do Império. A mistura da história da escola com o tema desse ano melhorou a composição, mas nem os agogôs, nem o Nêgo, e nem toda a boa vontade do Império Serrano livra a escola de ter o samba menos eficiente do carnaval do Grupo Especial. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Deivison). É inferior ao do ano passado, mas chega a ser bom e agradável de ouvir, ainda mais com os agogôs ao fundo! NOTA DO SAMBA: 9,7 (André Zona Sul). O samba é excelente, como sempre a Serrinha manda bem. NOTA DO SAMBA: 10 (José Inácio - Zito). Juntamente com a Grande Rio, o hino do Império, do grande Império Serrano, amarga o título de um dos piores bois-com-abóbora do disco. O próprio enredo, diga-se de passagem, já é um equívoco gigantesco. Por mais que eu respeite e admire a luta das pessoas com necessidades especiais contra o preconceito social no Brasil, tenho de admitir que utilizar essa temática como enredo de escola de samba já chega a ser uma idéia absurda, fora de cogitação. Daí, já não era de se esperar muito a má qualidade dos sambas apresentados pelos compositores nas eliminatórias. O Império acabou optando pelo seu hino “menos pior”, o que, infelizmente, não quer dizer muito. A obra composta por Arlindo Cruz e cia. é fraca, possui uma melodia enjoativa e uma letra repleta de senões, como o uso abusivo de gírias em seu decorrer; gírias estas que ficarão datadas para sempre, tal como aconteceu com a homenagem da escola a Oscarito, de 1978. Os refrões são longos, monótonos, apelativos e não grudam no ouvido. Sem dúvida, uma página virada na história da escola! NOTA DO SAMBA: 6,3 (Gabriel Carin). Não é o que se espera do Império Serrano. Não era o meu preferido na final. Deve muito ao samba do ano passado. Mas pensando bem, e daí? É um samba gostoso de se cantar,e cresceu muito com a interpretação do Nêgo. Apesar da letra pobre e da melodia cacofônica, vou estar lá, junto aos Imperion@utas, entoando-o à plenos pulmões. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Cláudio Carvalho). Nêgo tem mais uma boa
interpretação em um samba de melodia agradável e letra
simples. Destaque para a citação do agogô no refrão,
instrumento característico da escola da Serrinha, o
problema é que ele ganhou mais ênfase que a própria letra do
samba. Pode crescer no Sambódromo. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Vinicius
Fernandes Batista). Já escrevi que, quando anunciam que uma parceria reunindo compositores do quilate de Arlindo Cruz, Aluisio Machado, Maurição e Carlos Senna irá concorrer numa disputa de samba enredo, a minha exigência como amante de samba enredo fica muito mais aguçada. Afinal, trata-se de um pequeno dream-team não apenas do carnaval, mas da própria MPB. “Ser diferente é normal” até que não é uma música ruim. No entanto, há dez anos, as obras desta galera me parecem uma variação despreocupada daquele samba do Beto Carrero. É de se frustrar, porque sabemos que esta rapaziada pode mais. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr). No CD adoro escutar esse samba, é o que mais ouço, mas na avenida... Se o desfile fosse depois eu já tava dormindo. Esse samba é o único que a primeira parte é de longe a melhor. O refrão principal é grande e cansativo: "Eu quero ver/ O amor florescer/ Ser diferente é normal/ E o Império taí/ Pra levantar seu astral/ Se liga no meu carnaval". O refrão central já é um pouco melhor. Esse samba é um dos que tem menos variações melódicas, mas continua sendo muito bom. Desde que o Império estava no Grupo Especial (2001) é o pior samba, empatado com o de 2003. NOTA DO SAMBA: 8 (Vitor Ferreira). Samba fraco que contribuiu para o rebaixamento, só foi salvo pela bateria. NOTA DO SAMBA: 8.5 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 9
- IMPERATRIZ - O hino da Imperatriz soa
de maneira esquisita numa primeira audição. Nas seguintes,
você se acostuma de maneira contagiante. A obra apresenta
inúmeras misturas melódicas, sendo assim tão doido que acaba
se caracterizando mesmo como um "samba afrevado no chamego
arretado". Na primeira parte, a animação prolifera, sendo
uma atutêntica marchinha. Na segunda, a melodia torna-se mais
pesada, juntamente com o segundo refrão ("Quando a
água do mar secou..."). Há alguns versos bem trash,
como "Taca fogo nas cinzas", "No
fom-fom da sua buzina" e "E foi assim, tintim
por tintim", além da presença de vocábulos como
"Asgard", "Odin" e Imir", tudo em conta
da relação inusitada que a carnavalesca Rosa Magalhães faz de
Chacrinha e bacalhau com a Noruega no enredo. Enfim, seu
funcionamento no desfile será a grande incógnita na era
pré-carnaval. A volta de Preto Jóia à sua escola de coração
é um presente para os bambas, pois a sua identificação com a
Imperatriz é grandiosa. Tanto que, no encarte do CD, aparece
creditado como "Preto Jóia da Imperatriz". Sua
interpretação é a melhor do CD e a mais animada do disco (com
direito a imitação da risada do saudoso Carlinhos de Pilares).
Um bom filho à casa torna. E no caso de Preto Jóia, já não
era sem tempo! NOTA DO SAMBA:
9,3 (Mestre Maciel). Assumidamente
"trash", o samba da Imperatriz é empolgante e
divertido. Mas é ruim de dar dó. Sinceramente, como cantor de
chuveiro que sou, me senti humilhado com a interpretação
impressionante de Preto Jóia. Só que um samba que começa com o
inacreditável verso "taca fogo nas cinzas" não pode
ser levado a sério. Aliás, o samba é esquisito. O enredo não
é contado - cada parte traz um setor, sem qualquer encadeamento
e ligação com a outra. A melodia não se resolve em momento
algum. A letra é imensa. O primeiro refrão, curto e que resolve
a primeira parte, sendo conseqüência lógica do esquema
melódico, é recurso pouco utilizado nos sambas atuais. O
segundo é estapafúrdio, totalmente sem sentido e quebra a
melodia horrivelmente. O terceiro é bem realizado. O samba tem
momentos melódicos bonitos, mas parece um grande Frankenstein.
É um samba tão doido que ou vai dar muito certo, ou vai afundar
como o Titanic. NOTA DO SAMBA:
7,6 (João Marcos). O
samba se divide em dois: uma primeira parte acelerada e
descontraída, e uma segunda mais cadênciada e pesada. Há dois
pólos contrários numa mesma música. É doideira descontrolada.
Esquisito, não tenho outra definição. Em grande estilo o
retorno do Preto Jóia, ótima A volta de Preto Jóia deve ser mais levada em consideração do que o samba. Ele é muito animado, talvez uma mistura não muito elegante entre o lado satírico da primeira parte e a segunda, bastante descritiva e, de certo modo, bem correta. Mas isso afetou a qualidade desse samba que é uma grande brincadeira que envolve Chacrinha e Teresinha com Noruega, Odin, Imir... coisas tão distintas. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Deivison). Digo isso desde quando todas as escolas definiram o samba-enredo: Não existe samba ruim no Grupo Especial! Por isso, o samba da Imperatriz é o que menos agrada quanto às outras, porque gosto de ouvir, mas não é um bom samba. NOTA DO SAMBA: 9,5 (André Zona Sul). O samba não é excelente, mas o refrão “Taca fogo nas cinzas” é bem legal. NOTA DO SAMBA: 9,5 (José Inácio - Zito). Chega a ser impressionante como a Imperatriz vem
desprezando ano após ano os belíssimos sambas da dupla Eduardo
Medrado e João Estevam, substituindo-os por uma seqüência de
marcha-enredos absurdamente trashes. A obra de Bill Amizade e
cia. não é nem de longe é uma exceção, sendo muito animada e
empolgante, porém ainda cheia de senões. A primeira parte do
hino já é um grande equívoco, tanto em letra, repleta de
versos de gosto duvidoso, como em melodia, que faz uma mistura
pra lá de bizarra entre frevo e marcha. O primeiro refrão é
quase um alívio, pois complementa de forma continua e clássica
a melodia da parte anterior. A segunda parte é menos trash que a
primeira, mas, infelizmente, ainda mantém seu alto índice de
apelação, com os tosquíssimos versos “Ó Teresinha!!!”,
“No fom fom da sua buzina” e “Vocês
querem bacalhau?”. O refrão central, tal como a segunda
parte, é bem fraco, principalmente Recortem e colem o que vou lhes escrever agora. Podem cobrar depois. Esse marcha-enredo sem-vergonha vai ser um sucesso na avenida (risos). Eu, particularmente me amarro nele. É uma das faixas que mais escuto no CD. Além disso, o enfoque dado ao bacalhau foi bastante amplo, trazendo inclusive uma abordagem histórico-geográfica. Ponto para Rosa Magalhães. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho). De volta à escola que tem a sua cara, Preto Jóia, o melhor intérprete dentre os 13 do CD, fez milagre com este péssimo samba-enredo, que na verdade parecem dois: o Chacrinha (primeira parte, ótima) e o bacalhau (segunda parte, bastante arrastado), assim como não se sabe quando é samba e quando é frevo. A melodia, se não é contagiante, no mínimo é animada. Na letra destaque para o verso "Taca fogo nas cinzas" que, creio eu, deve fazer menção à quarta-feira depois do carnaval. No entanto também tem "Asgard", "Odin" e "Imir". Em suma, nesse "risoto de bacalhau" da Imperatriz (assim pode-se definir o samba-enredo), Preto Jóia, dando um show de animação, deixou o samba como coadjuvante, com direito até a um "Voltei, hein!". Sorte da escola da Leopoldina, que torce para a mesma empolgação no Sambódromo. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Vinicius Fernandes Batista). Impressionante a força e o vigor da interpretação que Preto Jóia deu ao “taca fogo nas cinzas”. A gravação ficou tão boa que o samba, que seria um autêntico pula-faixa, se tornou um dos mais bem gravados do CD (méritos para os produtores). A Imperatriz homenageou a Noruega (por força de um contrato com um patrocínio com o governo do país escandinavo) através do bacalhau, mencionou Chacrinha e fez referência ao bloco carnavalesco pernambucano Bacalhau do Batata. Apesar de muito aguardado, o desfile da Certinha de Ramos não foi empolgante. O samba, no entanto, não comprometeu. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Rixxa Jr). É o samba mais esquisito, engraçado do CD. A parte: "E foi assim tim por timtim..." não tem rima, é quando o samba cai bastante, mas tem uma construção melódica muito boa, a parte menos alegre do samba. No refrão principal, o trecho "E o Basco conservou no sal" não cai bem, pois o refrão todo é ritmado em "ou". É tudo o que tenho pra falar. NOTA DO SAMBA: 8 (Vitor Ferreira). Samba mediano,
mas com refrões empolgantes como "Taca fogo nas cinzas". NOTA DO SAMBA:
9.5 (Igor Munarim). 10
- MOCIDADE - A agremiação de Padre
Miguel, já abalada com os últimos maus resultados, ainda terá
que desfilar em 2007 com a triste e recente lembrança da perda
de seu maior poeta: o grande Tôco. O mestre, ao menos, pôde
festejar mais uma vitória nas eliminatórias da Mocidade apesar
de já debilitado. Uma pena que, como a sua morte ocorreu depois
da conclusão das gravações do CD, não pôde ser feita uma
homenagem ao grande poeta de Padre Miguel. Mas lá do céu, Tôco
verá a sua Mocidade desfilar com mais um samba de sua
característica: a riqueza melódica. O samba de 2007 se
assemelha ao do ano passado, em função da linda melodia, porém
da falta de explosão na avenida que é tão fundamental para um
bom desempenho no desfile. A qualidade da letra deste, pelo
menos, é superior. Bruno Ribas, em sua terceira agremiação
diferente em três anos, tem uma excelente atuação. Conhecido
por suas interpretações agudas, por incrível que pareça,
Bruno canta num tom um pouquinho mais abaixo com relação ao
utilizado por Wantuir nas eliminatórias. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). Bruno
Ribas será um excelente intérprete quando encontrar sua voz.
Levou bem o chatinho samba da Mocidade, que foi totalmente
engolido no CD pela empolgação da faixa da Imperatriz. Tôco e
cia. tentaram derramar poesia nos versos, mas o samba é pesado
demais para a Mocidade. Não combina. Tirando o refrão do meio
(que não tem nada demais) e a parte "Sou eu, tenho
samba no pé, sou sambista", o resto do samba causa
indiferença. Mais uma vez a escola vai desfilar sem um grande
samba, o que é preocupante. NOTA DO SAMBA: 7,4 (João
Marcos). Grande letra, melodia razoável, e estupenda interpretação de Bruno Ribas, pra mim o melhor intérprete da atualidade. Me perece que a Mocidade vem refletindo nas suas obras a decadência que atravessa há alguns carnavais. Uma pena pra uma escola que tantos momentos inesquecíveis já proporcionou a todos nós, apaixonados por sambas-enredo. interpretação. NOTA DO SAMBA: 9 (Matheus Ávila). Outro samba que se destaca pela belíssima cadência, e por uma letra muito inspirada do saudoso Tôco. Principalmente o refrão do meio, que é o melhor refrão do Grupo Especial. A escola tem dois grandes fatores para fazer um belo desfile: samba e enredo. Outra belíssima obra do CD. NOTA DO SAMBA: 10 (Deivison). O refrão do meio é o auge, mas o restante não agrada muito. Só vence Viradouro e Imperatriz por causa dos refrões. Sem desmerecer essas escolas, claro! NOTA DO SAMBA: 9,5 (André Zona Sul). A letra é bela, mas a melodia é ruim. NOTA DO SAMBA: 9 (José Inácio - Zito). Como já é de praxe, novamente a escola de Padre
Miguel vem com um hino de baixa qualidade no novo milênio. Ao
contrário da belíssima obra de 2006, Toco errou na mão feio ao
compor seu samba para 2007. Nem pela letra, que, por sinal, é
boa, possui umas sacadas poéticas interessantes e conta o enredo
com clareza, mas pela melodia, chatíssima e altamente enjoativa,
destoando completamente os diversos pontos positivos literais do
samba. Os refrões são de monotonia inacreditável. O central
então é fraquíssimo, até mesmo Samba que traz alguns momentos de puro lirismo, tanto na letra como na melodia. Na minha opinião, o melhor da escola desde 2002. Mestre Toco, que descanse em paz, deixou saudades em seu “canto do cisne”. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Cláudio Carvalho). Bruno Ribas, eleito revelação do carnaval passado, precisa repetir na gravação o seu desempenho ao vivo. Além disso ele e o samba foram "abafados" por Preto Jóia na faixa anterior. Melodia arrastada e bem chatinha, o que, infelizmente, vem sendo a cara da Mocidade. Por outro lado, a letra é belíssima e pode ser que faça o samba crescer no Sambódromo. Mestre Toco se despede com um ótimo trabalho. NOTA DO SAMBA: 8,1 (Vinicius Fernandes Batista). Os sambas do grande compositor Toco têm
como principal característica a beleza em suas melodias. O hino
deste ano ganhou em emoção e garra na voz de Bruno Ribas,
estreante O pior samba do CD. Tirando o ano passado, é para se amargurar. 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2007 é a pior crise em sambas de uma escola com certeza. Não gosto de nenhuma parte dele, falta explosão. A única parte que dá para se ouvir é o refrão central. Só para registrar, dormi no desfile da Mocidade. NOTA DO SAMBA: 6,5 (Vitor Ferreira). Samba ruim, nem Bruno Ribas salvou. NOTA DO SAMBA: 8 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba 11
- SALGUEIRO - Certamente, em termos
melódicos, o melhor samba salgueirense desde 1991. Faltava
realmente um tema afro para a Academia voltar a apresentar um
hino á altura da sua tradição. Realmente, a fórmula da
repetição de um novo Ita-Explode Coração havia se esgotado.
Quinho não compromete na sua atuação no CD, defendendo esta
obra de letra curta, mas de melodia envolvente, valente e
marcante. O refrão principal é de muita ousadia, pois é
incomum nos anos 2000 o uso inteiro, num refrão, de termos
africanos. E como ousar, nos tempos contemporâneos do nosso
carnaval, é como dar um tiro no pé, vamos torcer, portanto,
para que "Candaces" tenha um bom desempenho na avenida.
NOTA
DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel). É
muito provável que eu seja apedrejado nos fóruns de carnaval,
mas a verdade é que o samba de 2007 do Salgueiro é terrível, o
pior do ano. E não é culpa do Quinho - ele, inclusive, canta o
samba muito bem, com uma dicção superior ao seu habitual. O
problema é o samba mesmo. Extremamente infeliz e apelativo o
refrão com saudações aos orixás - é grande demais e sem
pegava e deve afundar a harmonia da escola. Talvez seja um dos
piores refrões do milênio. A primeira parte vai razoável,
apesar da melodia se arrastar pela cadência imposta pela
produção do CD. O segundo refrão tem um pouco de força no seu
início, mas, novamente, é longo demais e acaba jogando a
segunda parte no poço, quando o samba não arrasta - rasteja
lentamente. Nos versos, faltam muitas sílabas e não existe
emoção. É um samba tão ruim que eu não consigo entender como
alguém em sã consciência pode gostar disso. É um afro por ser
afro, sem pegada, sem ginga. Tem até algumas variações
melódicas, mas elas atrapalham em vez de ajudar, tornando o
samba ainda mais difícil de cantar e de escutar. O salgueirense
esperou 14 anos pelo fim do efeito Ita. Particularmente, era
melhor ter mantido a fórmula. O samba só não será um desastre
se o componente da escola o abraçar. Isso, para mim, é mais
difícil que um novo Ita. NOTA DO SAMBA:
6,1 (João Marcos). O enredo foi muito bem construído pelo Renato Lage. "Candaces" é das melhores coisas que apareceram pra 2007, já o samba... terrível, simplesmente, terrível a interpretação do Quinho pra um samba que exige muito do intérprete, tanto da entonação quanto (especialmente) da dicção, uma vez que a composição é recheada de termos africanos, quase que incompreensíveis na gravação. E olha que sou fã do Quinho, mas como cantor de refrão oba-oba, por favor. NOTA DO SAMBA: 6 (Matheus Ávila). Outro enredo difícil, mas os compositores conseguiram fazer uma bonita obra. A letra é muito boa, mas nem de longe se compara ao lindo refrão totalmente afro. Apesar disso, o andamento não é muito bom e a letra não acompanha o lindo refrão do samba de 2007 da vermelho-e-branco da Tijuca. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Deivison). Os refrões são muito bons, e o enredo ajudará muito no julgamento do samba. É o Salgueiro que tenta vencer o sonhado título seguido de 1993! NOTA DO SAMBA: 10 (André Zona Sul). O samba é muito bom. NOTA DO SAMBA: 9,5 (José Inácio - Zito). Samba grandioso, a mim, não resta dúvida.
“Candaces”, enredo genialmente desenvolvido pela dupla
Renato Lage e Márcia Lávia, gerou uma obra tocante, de melodia
emotiva e letra sem floreios exagerados. O refrão “Odoyá
Iemanjá, Saluba Nanã/Eparrei Oyá/Orayê Yêo, Oxum/Oba Xi Obá”,
que faz uma referência às orixás femininas do candomblé,
possui um gingado melódico extraordinário, fator o qual fez
aumentar ainda mais a popularidade deste hino, no geral, nos
fóruns de carnaval da internet, tamanho impacto que causa nos
sambistas. Trata-se de uma obra que, enfim, contradiz
completamente com a seqüência de sambas oba-obas que o
Salgueiro vem apresentando desde 1993, o que nem chega a ser um
elogio, já que simpatizo com muitas dessas marchas. Quinho, ao
contrário do que dizem, teve uma atuação soberba no CD. NOTA
DO SAMBA: 9,5 (Gabriel Carin). Parabéns, Salgueiro! Depois de uma década quase perdida, por dois anos seguidos a escola vem trazendo bons sambas. Parabéns também à meninada que compôs essa obra, em especial ao Dudu e ao Marcelo Motta, meus parceiros de futebol no Largo da Segunda-Feira. "Candaces" é um enredo que promete fazer um resgate histórico dentro da Academia. A escolha do samba emocionou a comunidade, e a bateria ficou na rua até umas sete horas da manhã, após o anuncio do resultado. Assim como em 1978, Beija-Flor e Salgueiro vêm com enredos afro, e assim como naquele ano, trazem excelentes sambas. De triste, apenas, as risadas totalmente fora de contexto e os gritos pueris de “Tá surdo” entoados pelo intérprete na faixa. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Cláudio Carvalho). Quinho decepciona no samba do Salgueiro. Tudo bem que o refrão é composto só de termos africanos ("Odoyá Iemanjá, Saluba Nanã/Eparrei Oyá/Orayê Yêo, Oxum/Oba Xi Obá!"), mas é impossível entender o que se canta, mesmo que já se saiba sobre seu problema de dicção. A melodia é arrastada, sem emoção e sem a participação dos componentes no Sambódromo, a escola tende a fracassar em 2007. Destaque apenas para a letra, bem desenvolvida. NOTA DO SAMBA: 7,7 (Vinicius Fernandes Batista). Há quase 20 anos, os
salgueirenses aguardavam por um novo enredo afro – É um bom samba, é pequeno, mas bom. Esse samba seria melhor cantado por Neguinho da Beija-Flor do que pelo Quinho, que está acostumado a pegar só marchas-enredo. O refrão principal "Odoyá Iemanjá, Salubá Nanã/ Eparrei Oyá/ Orayê Yêo, Oxum/ Oba Xi Obá" é muito emocionante, bem como o refrão central "Candaces mulheres, guerreiras/ Na luta... justiça e igualdade/ Rainhas soberanas/ Florescendo pra eternidade". Na primeira parte falta rimas, na segunda só tem em "ão". NOTA DO SAMBA: 8,5 (Vitor Ferreira). O samba era um dos melhores junto com o da
Beija-Flor, cairia muito bem na voz de qualquer intérprete
(principalmente na voz do Serginho do Porto, que cantou o samba
nas eliminatórias) menos na voz do Quinho (que, na minha
opinião, não é mais o mesmo dos tempos do Ita) que fez o belo
samba ficar ruim na avenida graças ao excesso de cacos e à
péssima atuação dos cantores de apoio contribuindo para que a
escola não voltasse no Sábado das Campeãs. Se o samba do
Salgueiro fosse cantado por outro intérprete, o resultado seria
outro??
NOTA DO SAMBA: 6 (Igor Munarim). 12
- PORTO DA PEDRA - Antes de comentar sobre o
samba-enredo, o que é a introdução da faixa? É alguma
macumba? Abertura do "O Rei Leão"? Simplesmente
patética e dispensável... Vamos falar de coisas boas, e o samba
do Porto da Pedra é a síntese disso. Com toda a certeza do
mundo, afirmo que o Tigre levará para 2007 o melhor samba-enredo
de sua história. Um primor de letra, aliada a uma melodia em tom
menor, em forma de clamor. "Liberdade pelo amor de
Deus/liberdade a este céu azul" representa um momento
de inspiração singular por parte dos compositores. A
interpretação de Luizinho Andanças é apontada por muitos como
a melhor do álbum. Embora eu ache que este samba poderia ser
gravado no CD num andamento um pouco mais cadenciado. Tipo a
cadência exagerada na gravação do samba de 2006 poderia estar
presente neste ano, o que valorizaria ainda mais este excelente
samba que a agremiação de São Gonçalo levará para a
Sapucaí. NOTA
DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel). E
eis que de onde menos eu esperava, vem um belo samba! A Porto da
Pedra vai apresentar o melhor samba de sua história em 2007.
Apesar da letra forçar um lado emotivo por vezes barato,
apelativo, e a melodia ser excessivamente pesada, o samba
funciona no CD. No desfile, torço para que a bateria da Porto da
Pedra não desande a receita - se vier com o andamento dos
últimos desfiles, o samba vai afundar miseravelmente, o que
seria uma pena. Os refrões são fantásticos e o enredo é bem
contado. A melodia tem ótimas variações e a interpretação de
Luizinho Andanças é excelente. Quem diria que o enredo sobre a
África do Sul iria dar um samba desses? Os cri-cris da internet
já acharam o cacófato "cornão" no verso "O
anjo invasor me deu a cor, mas cor não tenho". Se
algum jurado tirar ponto por isso, merece tiro. NOTA DO SAMBA: 9,3 (João Marcos). Boa obra. Partes líricas muito bonitas, porém a melodia poderia ter sido melhor trabalhada. O enredo também é bom, o que contribui pra que seja um samba de boa qualidade. Mas não chega a tanto. Está no patamar dos melhores sambas dessa safra, sem dúvida, o que não representa absolutamente nada, tamanha a mediocridade que se alastrou nos sambas. NOTA DO SAMBA: 9 (Matheus Ávila). A escola de São Gonçalo fez um samba bastante leve, sem perder o lado da crítica e da indignação sobre as injustiças sofridas pela África do Sul. Muito boa letra e bom ritmo, a escola ganha muito com a valentia deste samba. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Deivison). Excelente do início ao fim, a letra total, a mudança de melodia na segunda parte (Museu da favela vermelha). NOTA DO SAMBA: 10 (André Zona Sul). O samba é chato. NOTA DO SAMBA: 8 (José Inácio - Zito). De longe, o melhor samba neste fraco ano de 2007,
tal como o melhor hino da história da Porto da Pedra.
“Preto e branco à cores”, enredo desenvolvido pelo
polêmico Milton Cunha sobre a já extinta segregação racial da
África do Sul, gerou uma obra clássica, melancólica, porém
ainda sim belíssima, extraordinariamente bem explorada pelo belo
canto de Luizinho Andanças no disco. Os refrões, em especial o
de cabeça, são riquíssimos em poesia, tais como a letra do
samba num todo, e possuem uma força inacreditável em sua
estrutura melódica. A melodia, no geral, possui variações
impressionantes, com destaque a segunda parte da obra. Além
disso, o enredo é muito bem exposto pelos compositores, que
adornaram de romantismo e sagacidade todo o histórico emocional
do Apartheid no território sul-africano. Sambaço! NOTA DO
SAMBA: 9,8 (Gabriel Carin). Samba
de melodia enjoativa, triste e cheio de notas longas. A letra é
bem feita, mas a parte que fala sobre o caveirão é uma tremenda
bola fora. É importante ressaltar que o tal Yellow Melon, citado
na sinopse, era um instrumento de repressão às manifestações
políticas contra o Apartheid (isto sim, uma coisa execrável). O
tanque blindado do CORE e do BOPE, ao contrário, é um
investimento Luizinho Andanças simplesmente nos proporcionou uma belíssima interpretação num samba com cadência ideal para o seu tom de voz. Pelo menos no CD funcionou bem, tornando-se um dos melhores do ano. Os refrões são impecáveis, assim como a mudança de melodia. Resta esperar que a bateria não estrague tudo no Sambódromo (como tem feito) e que o samba "murche" logo quando não pode. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Vinicius Fernandes Batista). “Liberdade pelo amor de Deus/ liberdade a este céu azul” é dos versos mais bonitos já cantados em samba enredo, pelo menos nesta primeira década do século 21. Uma melodia bonita e melancólica, porém, valente. Obra com cara de samba de firma. Ou alguém já tinha ouvido falar antes nos nomes dos compositores David Souza, Fábio Costa, Francisco, William dos Anjos e Vagner Fonseca que, pelo menos, assinam o samba? O destaque negativo fica com a interpretação de Luizinho Andanças no CD. Sinceramente, eu esperava mais do cantor, que só depois de três carnavais na Porto da Pedra é que pegou um samba em que poderia mostrar todo seu potencial. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Rixxa Jr). O melhor samba do ano, emocionante do começo ao fim. Os dois refrões são ótimos, a primeira parte excelente e a segunda boa. Só é um saco escutar a introdução. Acho que Luizinho Andanças poderia ter puxado o samba melhor. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Vitor Ferreira). Samba muito bem
cantado por Luizinho Andanças, mas teve problemas com a melodia. NOTA DO SAMBA:
9.1 (Igor Munarim). 13
- ESTÁCIO - O samba já é conhecido
até por quem não é bamba. Levado para a Sapucaí originalmente
em 1987, "O Tititi do Sapoti" é uma dos mais genuínas
"marchas-enredo" conhecidas. É um hino cuja animação
acima do normal é a tônica para o sucesso. Temo porém que,
pelo fato da Estácio ter a ingrata missão de ser a primeira
escola a desfilar, o público não dê à Estácio e ao alto
astral de seu samba a energia que tanto necessita a fim de
cativar os truculentos jurados a lhe darem a tão sonhada
permanência na elite. Quanto à atuação de Anderson Paz, em
nada deve a do experiente Dominguinhos do Estácio, também autor
do samba. Que o berço do samba tenha uma feliz retorno ao Grupo
Especial, depois de dez anos ausente. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). É
lamentável que a Estácio tenha que se valer de reedição pela
terceira vez seguida. É um desrespeito com o sambista, seja o
torcedor, seja o público, seja o compositor da escola. É uma
vergonha e a amostra clara que a escola não confia nas armas que
possui hoje. Mas que se dane - quando o tititi passar, eu vou
junto. O samba é empolgante e um dos mais conhecidos da escola.
Tem refrões brilhantes e foi interpretado muito bem por Anderson
Paz no CD. A interpretação é pouca coisa inferior à original
de Dominguinhos. O samba tem um ar ingênuo e uma leveza que não
são mais encontradas nos sambas atuais. É provável que a
Estácio se dê bem por ter um samba tão popular - é uma arma e
tanto. Mas espero que isso acabe em 2008. Ninguém merece
reedição por quatro anos seguidos... NOTA DO SAMBA: 8,9 (João Marcos). Dizer o quê do Tititi? É animado, empolgante, divertido, mas me soa estranho, por ser de um outro contexto, uma outra época. Talvez só eu tenha essa sensação (que pode até ser birra, uma vez que eu acho que reedição é como repetir a piada pra mesma pessoa), mas que tenho, tenho. Boa performance do Anderson Paz, que segurou tranquilo a responsabilidade de gravar um samba que foi consagrado pelo Dominguinhos. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Matheus Ávila). Terceira reedição que a Estácio faz, dessa vez com o samba que a consolidou como uma das grandes escolas do Grupo Especial. Ele não chega a ser antológico, mas tem uma letra muito animada e que favorece o alto astral de todos que ouvirem. Com certeza, esse samba vai ser o mais cantado de todos nesse CD. NOTA DO SAMBA: 10 (Deivison). É uma reedição que eu gosto desde a primeira vez que ouvi, mas é um pouco inferior a outros do grupo, mesmo sendo inéditos, mas é um samba que pode empolgar ao vivo. NOTA DO SAMBA: 9,8 (André Zona Sul). O samba é muito bom. NOTA DO SAMBA: 9,5 (José Inácio - Zito). Uma reedição. Como não se trata de um samba de
2007, sou obrigado a não considerá-lo parte da safra desse ano,
o que, diga-se de passagem, acaba beirando nada a mais que o
óbvio. “Tititi no sapoti”, marcha-enredo da Estácio
entoada no carnaval de 1987, gerou um desfile empolgante, muito
animado e esse samba, que é simples, porém divertidíssimo,
colaborou de forma altamente significativa para a realização de
tal feito. Trata-se de uma bela obra, bastante agradável aos
ouvidos dos bambas e que, na época, passou com clareza ao
público a mensagem de irreverência e bom humor apresentada
pelas carnavalescas Rosa Magalhães e Lícia Lacerda no enredo da
agremiação. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Gabriel Carin). Eu, na condição de admirador da primeira escola na qual desfilei, acho que ela deveria dar um tempo nas reedições. Todavia, devo admitir que vai ser muito legal vê-la desfilar com esse belíssimo e nostálgico samba. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Cláudio Carvalho). Anderson Paz conduz bem o
samba gravado na voz de Dominguinhos do Estácio. A escola, de
volta à elite do carnaval carioca, preferiu não arriscar e faz
mais uma reedição. O samba, empolgante, bastante conhecido, é
o mais famoso da Estácio. Resta torcer para empolgar o
Sambódromo, já que a escola é a primeira a desfilar. NOTA DO SAMBA:
9,1 (Vinicius Fernandes Batista). Única reedição do Grupo Especial em 2007, o “Tititi do Sapoti” retornou 20 anos depois de provocar um tremendo sacode na Sapucaí e consagrar o estilo da carnavalesca Rosa Magalhães, na época, fazendo dobradinha com Lícia Lacerda. O samba não perdeu o frescor nestas duas décadas e foi sucesso garantido em virtude da sua imediata comunicação com o público. Quem não sentiu vontade de cantar e dançar novamente “que tititi é esse/ que vem da Sapucaí/ Tá que tá danado/ tá cheirando a sapoti”? Aliás, sambas deste tipo fazem uma falta danada na passarela do Sambódromo atualmente. No entanto, o “tititi” não foi suficiente para salvar a Estácio do rebaixamento. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Rixxa Jr). Uma verdadeira marcha-enredo. Não conta nada sobre o enredo. Não teve o resultado na avenida que precisava, por ser a primeira escola a desfilar. Quanto a Anderson Paz, ele puxou bem esse samba, apesar da responsabilidade que tinha. Dos três refrões, todos me agradam bastante, principalmente o primeiro e o último. NOTA: 8,5 (Vitor Ferreira). A única reedição do Grupo Especial. O samba se saiu bem na avenida, apesar da queda para o Grupo de Acesso. NOTA DO SAMBA: 9.8 (Igor Munarim). Clique aqui para ver a letra do samba |
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