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Os sambas de 2005 - Acesso A A GRAVAÇÃO DO CD – Confesso
que me decepcionei com a safra do Grupo A esse ano, na qual só
destaco os sambas de Cubango, Ilha e, com um pouco de esforço,
os de Rocinha e Alegria. A própria gravação também não ficou
muito católica, já que o disco parece mais uma compilação de
marchinhas, e não de sambas–enredo. Acho que os sambas
poderiam vir mais cadenciados. Além disso, o samba exaltação e
a faixa de bateria (Curicica de novo?) não caíram bem. NOTA
DA GRAVAÇÃO: 6,8 (Cláudio Carvalho). Leonardo Bessa vem se destacando como um belo produtor de discos de sambas enredo. Não inventa e faz o arroz-com-feijão que os apreciadores do gênero adoram. De vez em quanto ainda aplica na panela do feijão uma folhinha de louro ou boldo para caprichar no tempero. Não se perde com sintetizadores que poluem os arranjos nem com desnecessários e enjoativos corais de contracanto (os indesejáveis “ô ô os” e “lalaiás”). Dá ênfase às cordas (dá pra ouvir muito bem os agudos dos cavaquinhos e a baixaria dos violões 7) e os instrumentos de percussão aparecem de maneira uniforme. A safra, como um todo, não é das melhores. A maioria das faixas do disco é composta por sambas medianos e previsíveis mas, ainda sim, dá para pinçar algumas pérolas. Os sambas foram gravados com duas passagens e meia, o que dá uma média de 5 minutos de duração. O CD traz duas faixas-bônus: o samba-exaltação aos 60 anos da AESCRJ (escolhido em concurso) e o virtuosismo dos componentes da bateria da emergente União do Parque Curicica. NOTA DA GRAVAÇÃO: 8 (Rixxa Jr). 1 - Rocinha – A letra é muito boa, mas a melodia não é nada criativa. Curioso nessa faixa é ouvir o pesado surdo de marcação ao fundo, marca registrada da escola de São Conrado, que mais uma vez promete um belo desfile. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho). O samba até que é bonito, mas se prestarmos bem a atenção, os refrões são “muito parecidos” com o samba que o Salgueiro apresentou em 2001. A faixa foi gravada por Alexandre D’Mendes, que foi dispensado pela escola logo após o lançamento do CD e substituído por Anderson Paz. Alexandre manda muito bem e prova que merece novas chances como voz principal nas agremiações. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Rixxa Jr). A escola resolveu simplificar. Se em 2004
um samba mais elaborado teve certa dificuldade de passar na
avenida, para 2005 a abastada escola de São Conrado trouxe um
samba de letra simples e melodia já conhecida. O que a escola
procurava mesmo era trazer um samba curto, de fácil
assimilação dos componentes, e que, baseado nestas
características fluísse bem na avenida. E foi o que conseguiu.
O samba por si só é bem limitado. NOTA DO SAMBA: 8,7
(Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 2 - Cubango – Não seria exagero nenhum da minha parte dizer que esse é o melhor samba de 2005. Trata–se de mais uma obra–prima de Flavinho Machado, autor de sambas como "Afoxé", ‘’Fruto do amor proibido’’ e ‘’Verde que te quero rosa’’, dentre outras preciosidades. É bom ouvir a segunda faixa desse CD e ver que nem tudo está perdido, e que aquele tempo onde apenas um ou dois sambas de um LP eram esquecidos após o desfile podem voltar. Esse hino é a cara da Cubango, escola que tem uma história muito bonita, e que pode se orgulhar de ter em seus quadros Tiãozinho Cruz e Mestre Jorjão. Esse desfile vem sendo aguardado ansiosamente, e promete ser uma das atrações do Grupo A em 2005. NOTA DO SAMBA: 10 (Cláudio Carvalho). Uma pequena obra-prima de Flavinho Machado, célebre compositor niteroiense, mostrando que sambas com temática afro são sua especialidade. A composição é bem tradicional e tem um quê daqueles sambas dos anos 80 e deve fazer sucesso no desfile da escola, apesar de ter gerado protestos na quadra no dia da escolha. Destaque para os atabaques que fizeram o acompanhamento ditando o “batuque” na faixa. Tiãozinho Cruz se mostrou bem à vontade nesse samba. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr). Seguindo já uma tradição, a Cubango
sempre traz sambas belos quanto seu tema é afro. Pra 2005 a
escola não fugiu a regra. Depois de temas que originaram sambas
apagados, a escola resolveu apostar no que ela sabe fazer. Está
na sua raíz. O samba tem um refrão principal fortíssimo, de
melodia absurdamente envolvente, e com uma letra empolgante. Se
segue com uma melodia bem trabalhada e uma letra bem descritiva e
ao mesmo tempo com poesia. O refrão de apoio talvez seja o
único percalço desta obra, pois neste momento o samba perde
fôlego, através da melodia. Depois deste refrão o samba ganha
força novamente até explodir no refrão principal. Mais um
grande samba afro da Cubango. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Franclim). Clique
aqui para ver a letra do samba 3 - Vizinha Faladeira – Bateria show de bola! O mesmo, porém, não pode ser dito do samba. Ao que parece, a sinopse não abordou os aspectos mais importantes da vida do Ministro da Cultura, ou então os compositores não souberam dar–lhes a devida ênfase. O resultado é uma letra fraca e melodia pouco consistente, além de enjoativa. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Cláudio Carvalho). A faixa abre com uma bela convenção de bateria e logo em seguida o cavaco imita os acordes de “Expresso 2222”, de autoria do homenageado da escola, Gilberto Gil. A fraca interpretação de Marcelinho comprometeu a gravação desse samba. A idéia melódica do hino é muito interessante, mas todo o trabalho da composição vai por água abaixo se o intérprete for limitado. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr). Se a vida e obra do homenageado Gilberto
Gil tem sua riqueza, a mesma não foi passada através do samba
da escola. A melodia até exibe momentos de valentia, como no
refrão principal, mas o samba põe tudo a perder com expressões
mais que batidas como "emoção" rimando com
"coração". A homenagem é até merecida, mas feita
logo quando o cantor é o atual ministro, soou um pouco piegas. O
"intérprete" nada ajuda. NOTA DO SAMBA: 7,9
(Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 4 - Renascer – Esse samba marca o retorno de Rogerinho aos holofotes, após um período no ostracismo. Tanto a letra quanto a melodia soam como mais do mesmo. É desse que se ouve aos lotes por ai, com todo respeito. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Cláudio Carvalho). Um enredo sobre o espelho gerou um samba cuja letra é muito boa, uma das melhores do ano. Poética, lírica e muito inspirada, a composição gerou uma melodia leve, “redondinha”, em tom maior, para ser cantada com animação. O intérprete Rogerinho (ex-Em Cima da Hora e ex-Portela) conduz o samba com correção. O primeiro refrão é muito bom e a passagem da letra que fala: “hoje, a vaidade não tem idade/ é o “Renascer” da felicidade/ a alegria é geral” é muito boa. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Rixxa Jr). A escola estréia no Acesso A em grande estilo. Um tema difícil mas instigante como o espelho foi retratado com brilho por seu samba. A melodia usa o artifício básico que nunca falha. Uma primeira parte em alta, com uma segunda começando em tom bastante grave e subindo gradativamente, até explodir no refrão principal. Bom momento da Renascer. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 5 - Santa Cruz - Outro que segue a mesma linha do anterior, até porque ninguém agüenta mais enredo sobre o Rio de Janeiro no Grupo A. Além disso, lembra muito o hino da mesma Santa Cruz em 2004. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Cláudio Carvalho). Há alguns anos a Santa Cruz vem apresentando sambas muito parecidos entre um carnaval e outro. Enredos sobre o Rio de Janeiro também já estão bastante manjados. Parece que a escola está apelando para o “patriotismo” do carioca e jogando para a torcida, com receio de ousar. Este “Rio – Conquistas e glórias de uma cidade de histórias” é uma fusão de dois sambas-enredos, mas nem parece, porque são tão poucas as variantes harmônicas que deixam o hino monótono, sem explosão. A exceção está nos versos “Rio, berço de tantas fantasias/ Leva meu samba à poesia/ Tu és o palco universal/ Brinda no meu carnaval” em que a melodia fica leve e bastante agradável. A voz do interprete, Daniel Silva, é magistral. Esse rapaz é a melhor revelação de cantor de samba enredo desde o surgimento de Wander Pires. Se for bem orientado, logo será um puxador top de linha. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr). Mais um samba parecido com os últimos
que a escola vem trazendo desde 2002. A diferença é que desta
vez a letra dele escorrega em vários momentos, como no trecho
"sou contente, competente, sou legal" onde faltou
capricho e uma certa dose de poesia. Na avenida, o samba se
arrastou um pouco. De positivo, fica a bela interpretação do
jovem Daniel, novo intérprete da escola, que foi bem tanto na
gravação quanto na Sapucaí. A Santa Cruz deve rever sua
escolha de sambas, a fim de alterar o estilo de suas
composições. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Franclim). Clique
aqui para ver a letra do samba 6 - São Clemente – A melodia é boa, mas a letra é meio sem pé nem cabeça. O que os orixás tem a ver com o enredo até agora não ficou claro pra mim. Versos como "A princesinha virou a vovozinha do mar’’, "Eu sassarico, tomo uma e vou bingar’’, e expressões como "INSOS’’ são de gosto pra lá de duvidoso. Confesso que esperava mais da São Clemente para 2005. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Cláudio Carvalho). Com este “Velho é a vovozinha”, a simpática escola da Zona Sul tenta reviver seu estilo de enredos críticos e bem-humorados que lhe consagraram na década de 80 e início dos anos 90. Só que o samba não ajuda. A melodia é pesada e acelerada, o que resultou num samba difícil para o componente cantar. E ainda é por cima é puxado pelo limitado Clóvis Pê. Apesar disso, a letra tem boas sacadas como os versos “sou aposentado, tô desesperado/ desboto na fila, só levo um trocado/ I.N.S.O.S. descaso e confusão, vem do Estatuto a solução”. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr). Com um tema que é a cara da escola, a
São Clemente trouxe um samba alegre, com momentos inteligentes
como o poder de síntese e as boas tiradas do refrão do meio,
além de momentos interessantes, como o já referido INSOS. A
melodia é o ponto fraco, com momentos bastante corridos. Por
esta característica, as duas primeiras frases do refrão
principal são difíceis de serem cantadas. Enfim, a letra é
interessante, mas a melodia tem momentos desconexos e corridos,
que atrapalham o conjunto. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Franclim).
Clique aqui para ver a letra do samba 7 - União da Ilha – Esse é outro dos êxitos contidos nesse CD. O enredo fala de um cartão–postal do Rio, ao invés de se ater a cidade, como parece ter virado rotina. O primeiro refrão é emocionante, e tanto letra como melodia são excelentes. É um samba que mostra que a Ilha jamais deixou de ser uma grande escola, mesmo no Acesso. E que 2005 seja o ano da virada! NOTA DO SAMBA: 9,6 (Cláudio Carvalho). Beleza
de samba-enredo, apesar de não ser bem o estilo da azul,
vermelho e branco da Ilha do Governador. Lirismo e poesia para
falar sobre o Corcovado. Uma verdadeira oração. Candidatíssimo
para conquistar o Estandarte de Ouro do Grupo A. A
interpretação de Ito Melodia é correta, mas não acompanhou a
inspiração da obra. NOTA DO
SAMBA: 10 (Rixxa Jr). A Ilha
volta a boa fase depois de anos com sambas sem muita
inspiração. A escola deixou os sambas mais valentes e menos
elaborados de lado e trouxe uma poesia prá avenida. Letra
absolutamente bela. com requintes poéticos únicos. Na
gravação faltou um pouco mais de cadência, assim como na
avenida, além de um intérprete à altura da obra. Mesmo assim,
o samba merece a nota máxima. O refrão principal é o ápice do
bom gosto. NOTA DO SAMBA: 10
(Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 8 - União de Jacarepaguá - Tá certo que a União é uma escola tradicional, que seus desfiles nos remetem aos tempos antigos, seja pelo figurino ou pelo andamento, mas não vejo porque sambas tão gigantescos como esse. Na boa, parece até uma sinopse resumida. Não é ruim, mas detalhista por demais. Acho que não é pra tanto! NOTA DO SAMBA: 8,8 (Cláudio Carvalho). Com um
samba de letra gigantesca, a União de Jacarepaguá deu uma
conotação épica ao tema “Iriruama – Arara-O-Ama por
toda a eternidade”. O intérprete Rhichah deverá baixar o
tom do hino para poder levá-lo com fôlego nos 60 minutos de
desfile, assim como fez na gravação. Um samba bonito, apesar de
ter sido composto desnecessariamente com uma letra deste tamanho.
Talvez para a agremiação ficar com a pecha de ser uma escola
que mantém a tradição de fazer sambas longos. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Rixxa Jr). Que a escola gosta de sambas longos, todos nós sabemos. E eu como fã deste tipo de samba, longo, de letra bem elaborada e melodia com variações de bom gosto, fico feliz por este caminho que a escola segue. Mas em 2005 a escola extrapolou no tamanho do samba, e colocou pelo menos umas seis linhas a mais do que podemos afirmar como necessário para um samba longo. Um exagero que se reflete na dificuldade do canto do samba, que pede momentos de explosão que parece que nunca chegam, como na segunda parte, de tamanho exagerado. Tirando o tamanho, letra e melodia de qualidade acima da média continuam sendo a tônica dos sambas da escola. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 9 - Alegria da Zona Sul – Taí um exemplo do que eu estou querendo dizer. Um samba que, mesmo pequeno, não deixa de dar o seu recado. E com uma bela melodia, diga–se de passagem. Com relação ao Pixulé, esse ai dispensa comentários. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Cláudio Carvalho). Dez anos depois de ter sido homenageado pela Unidos da Cabuçu, o Teatro Rival volta a ser tema na Marquês de Sapucaí. A Alegria da Zona Sul canta os 70 anos do teatro com um samba mediano, com melodia pesada e em tom menor. A letra retrata bem o enredo, mas o samba, a meu ver, não empolga nem deslancha. NOTA DO SAMBA: 8 (Rixxa Jr). Diferentemente da Cabuçu em 1995, a
Alegria não traduziu num bom samba o Teatro Rival e sua
história. A letra é apenas simples e uma melodia funcional, mas
sem qualquer brilho dão o tom do samba da escola. O competente
Pixulé tenta em vão, salvar a obra. NOTA DO SAMBA: 8,0
(Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 10 - Tuiuti – Alguém sabe me explicar o que é "o cravo carioca com C de índio’’? Nem Ciganerey pra salvar esse samba de letra e melodia obscuras, um dos mais fracos do CD. NOTA DO SAMBA: 8,4 (Cláudio Carvalho). Um
samba fraco, mas que ganhou força na gravação e, sobretudo,
graças à interpretação do excelente Ciganerey. A polêmica da
letra está no verso “o cravo carioca com ‘C’
de índio’’, aparentemente sem pé nem cabeça.
Poucas pessoas sabem, mas o homenageado da escola, o pesquisador
Ricardo Cravo Albin, foi o idealizador do disco dos sambas
enredos das escolas de samba. NOTA
DO SAMBA: 8,7 (Rixxa Jr). Outro samba de pouca inspiração e muita transpiração. Tem na valentia de seus dois refrões seus pontos positivos. De resto, uma melodia que se atrapalha várias vezes, com variações pobres. A letra é apenas mediana. Ciganerey, o ótimo intérprete da escola simpática de São Cristóvão, consegue dar um certo brilho a obra da escola. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba |
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