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Os sambas de 2004 A GRAVAÇÃO DO CD: No geral, os sambas inéditos deste ano foram bem fraquinhos. A Beija-Flor foi a única escola que fez um samba fora-de-série. A novidade ficou por conta dos sambas antigos. Com a reedição de enredos por algumas escolas, o CD de 2004 trouxe maravilhas como os sambas da Império Serrano de 1964, da Portela de 1970 e 1984, e da São Carlos (hoje Estácio) de 1975. O estilo da gravação de 2004 sem dúvida privilegiou o samba, deixando a bateria num total segundo plano. Totalmente semelhante ao disco de 1996, quando algumas escolas deixaram a bateria ausente durante toda a primeira passada do samba, no disco de 2004 todas as escolas, sem exceção, gravaram seus sambas sem a bateria na primeira passada, com a dita cuja surgindo a partir da segunda. Os sambas, no CD, estão muito cadenciados (ao contrário dos dois discos anteriores), a ponto de muitas vezes as músicas despertarem uma certa monotonia para quem está ouvindo. Durante a primeira passada (sem a bateria), apenas o bumbo e o cavaquinho fazem o fundo e apenas a voz do puxador (ou intérprete) é escutada, sem a ajuda do coro. Os tamborins aparecem em alguns refrões centrais. A partir da segunda passada, quando a bateria entra, o estilo é o mesmo dos discos anteriores (parece que só escutamos as caixas, com os demais instrumentos ficando de lado), porém com um som bem mais baixo e com o chocalho se destacando em todas as faixas. Muitos consideram essa a melhor gravação de disco de samba-enredo desde a volta ao estúdio, ocorrida em 1999. Mas esse estilo realmente não me agrada. A cadência dos sambas é semelhante ao disco de 1999, ou seja, um samba gravado e cantado de uma forma tão lenta que se torna um pouco mais chato de se ouvir. Se acelerassem só mais um pouquinho o ritmo, melhoraria muito. Mas para um samba ficar bem audível, não é necessário acelerar tanto o samba da maneira de como ele é escutado na avenida, em forma de marcha. NOTA DA GRAVAÇÃO: 5,0 (Mestre Maciel) No ano em que quatro escolas optaram pela reedição de sambas antigos, tivemos também uma ponta de nostalgia na gravação do CD. Quem tem o privilégio de possuir LP's de samba-enredo do final da década de 60 e início dos anos 70 sabe bem o que estou dizendo. A gravação naquela época, tal qual a de 2004, privilegiava o samba, em detrimento a bateria. Devo confessar que gostei da iniciativa, pois o ''oba-oba'' estava tomando conta das gravações e isso não é nada bom. Acho, porém, que houve uma certa dose de exagero em determinadas faixas, cujo ritmo tornou-se por demais cadenciado. Na faixa do Império Serrano, por exemplo, acho que a bateria ficou muito relegada a segundo plano, a ponto de não conseguirmos identificar a escola pelo tradicional naipe de agogôs que sempre mostra sua força a cada CD. Enfim, acredito que a gravação tem seus méritos, e um deles é não ter feito um produto ''pra inglês ver'' (e ouvir). Caso queiram seguir esse modelo, porém, alguns conceitos devem ser revistos, conforme mencionados acima. NOTA DA GRAVAÇÃO: 8,0 (Cláudio Portela) 1 - BEIJA-FLOR - Um samba da cara da escola. Dos sambas novos, o único fora-de-série, unanimidade entre praticamente todos os amantes do samba. Uma melodia fantástica, sobretudo na parte "Água que lava minh'alma ao matar a sede da população/Caboclo ê, a homenagem hoje é/A todo o povo da floresta um canto de fé" (que combinou com o clima, pois uma forte chuva caiu durante o desfile que deu o bi à escola). Uma bela letra, um refrão central fantástico, e aliados a uma boa interpretação de Neguinho da Beija-Flor (embora muitos considerem que o samba ficou pesado em sua voz), fizeram do hino de 2004 da Beija-Flor o melhor samba inédito do ano, um dos melhores do novo século e um dos melhores da história da escola. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). Apesar de longo, é um samba que narra muito bem o enredo, com ótima letra e com boa melodia, um dos melhores sambas da história da Beija Flor, destaque para a segunda parte do samba. NOTA DO SAMBA: 10 (Marco). Laíla dizia, após a conquista do bi-campeonato
da escola, que um dos segredos para uma conquista é fazer um bom
samba. Está coberto de razão. Dizem as más línguas que ele
já tinha esse samba pronto, e que o enredo teria sido
construído em cima dele. A disputa teria sido feita unicamente
para acrescentar mais um refrão ou coisa que o valha. Se é
verdade ou não, só podemos especular. Até porque a boataria
que toma conta das mentes no período pré-carnavalesco é
qualquer coisa de insana. Pode-se dizer, no entanto, que a escola
de Nilópolis teve em 2004 o melhor samba dentre os inéditos. Um
samba valente, de letra e melodia ricas, que ajudou a escola a
empurrar a barriga com chuva e tudo e conquistar o bi. Comparado
as reedições, é obvio que ''Manõa-Manaus'' fica devendo. Mas
como o critério não é comparativo, merece a nota máxima. NOTA
DO SAMBA: 10 (Cláudio Portela). Este samba será lembrado daqui há alguns anos como uma antologia. Quando o Neguinho comentou que este era o melhor samba que ele já tinha cantado na Beija-Flor, não era exagero. Melodia rica, com belas variações. Letra recheada de poesia. Um sambaço que na avenida foi defendido muito bem pela comunidade. NOTA DO SAMBA: 10 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 2 - MANGUEIRA - Inferior aos sambas da escola dos anos anteriores, o samba tem tanto a cara da Estação Primeira que muitos ficaram com a impressão de já ter ouvido algo parecido antes. Pra começar, o caipira com voz de pinguço feito por Elmo José dos Santos que abre e fecha a faixa gritando "Ô, cumpadre! É gente que não acaba mais! Todo mundo escrevendo a história da minha Minas Gerais" é totalmente dispensável. Jamelão, que gravou o samba em São Paulo devido a um problema de saúde (estava hospitalizado lá), dá a impressão no disco de que está com a voz cansada. Se compararmos a sua voz de 2004 com a mesma cantando o samba de 1986, por exemplo, percebemos que a coisa mudou muito, apesar de que, na avenida, Jamelão mostrou a mesma potência de voz de sempre (praticamente ausente no disco). Sobre o samba, o refrão principal sem dúvida foi um sucesso, apesar das críticas pré-carnavalescas quanto ao "Ê trem bão!". O refrão central também é de muito boa qualidade. No mais, a melodia parece não ser muito original. O hino mangueirense de 2004 realmente me agrada, teve uma boa passagem pela avenida, mas mesmo assim, na minha opinião, a Mangueira já cantou sambas melhores. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel). Esse samba não é dos melhores da Mangueira e é inferior ao dos últimos 4 anos, narra bem o enredo, mas é um pouco apelativo nos refrões. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Marco). O samba tem a cara da escola. Letra simples e
melodia fácil nos davam a impressão de que seria um sucesso na
avenida. Infelizmente isso não se concretizou, pois foi cantado
de uma maneira muito mais acelerada do que no CD, o que acabou
prejudicando seu andamento ao longo da Sapucaí. A voz de Elmo
José dos Santos, imitando um caipira no início da faixa, é
desnecessária por assim dizer, e a meu ver compromete o
resultado final da obra. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Cláudio
Portela). Diferentemente de algumas pessoas, acho o samba da Mangueira de boa qualidade. Nesta década, perde apenas para o hino de 2002. Samba que descreve com clareza e objetividade o enredo, sem perder a poesia de seus versos. É um samba valente. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 3 - GRANDE RIO - Sem dúvida, o pior samba da história da escola. Há quem diga que parece mais axé music do que samba-enredo. A melodia é até bem animadinha, e a letra é a melhor coisa que poderia se tirar de um enredo totalmente mal planejado por Joãosinho Trinta. Wander Pires mantém a técnica e o carisma de sempre, porém nem a sua voz afinada e tampouco a sua grande potência salvaram essa marchinha sem-vergonha. Aliás, nem Jamelão conseguiria um resultado mais positivo. O samba possui dois refrões bem animados. E só! Apesar que o hino da Grande Rio de 2004 agradou a maior parte daqueles que não são especialistas em samba (como o pessoal presente nas arquibancadas), até porque levou duas inexplicáveis notas 10 dos jurados no quesito samba-enredo. Na minha opinião, qualquer outro samba que a escola de Caxias fizer pode ser melhor do que este insucesso. NOTA DO SAMBA: 7 (Mestre Maciel). Não gosto desse samba, a letra é fraca e apelativa em vários momentos, além de uma melodia fraca e cansativa. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Marco). Falar sobre camisinha não é um bom atrativo para que se faça um bom samba. Levando-se em conta tal afirmação, pode-se dizer que o resultado não foi dos piores, afinal não se pode tirar leite de pedra. Na avenida, o samba surpreendeu e a comunidade de Duque de Caxias deu um show. Esse hino tinha tudo para ser o pior do CD, mas conseguiu se safar de tal ''façanha''. Contribuíram para isso os fatores citados acima e a boa performance de Wander Pires no Sambódromo. Mas que o samba é bem fraquinho, disso eu não tenho a menor dúvida. NOTA DO SAMBA: 7,4 (Cláudio Portela). Melodia interessante, apesar de rebuscada em outros sambas mais antigos. Letra bastante pobre, em decorrrência principalmente do enredo proposto. Além disso tem o Wander Pires... NOTA DO SAMBA: 8 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 4 - IMPERATRIZ - Um dos melhores sambas da escola dos últimos anos. Conta com uma primeira parte excepcional, principalmente na letra ("Vermelho é vida/É sangue é coração/Coloriu a história de paixão de vitória/De vibração...), dois refrões belos (principalmente o central) e um trecho maravilhoso ("Quem dera a paz e a harmonia/Ver meu país cantar feliz/Na sombra de um Pau-Brasil/Um samba da Imperatriz"). Uma bela letra, e uma melodia boa, não perfeita (longe disso), mas boa. O samba, no CD, parece bem lírico devido ao estilo de gravação e conta com alguns efeitos sonoros até bem feitos como o caldeirão borbulhando. David do Pandeiro nos premia com uma espetacular atuação, qualificando ainda mais o samba. Fico ainda mais agradecido por ele ter voltado a cantar o alusivo "O meu sonho de ser feliz/Vem de lá sou Imperatriz" do samba de 1991, ausente dos discos desde 1998. Uma pena que, a vinte dias do desfile, uma briga com o patrono Luizinho Drummond o tirou do desfile. Ronaldo Ylê, segundo intérprete (e cantor do belo samba Orun Ayê, Boi da Ilha 2001), assumiu o posto de intérprete oficial em 2004 e não comprometeu, apesar do samba ter se arrastado um pouco na avenida (o que até já era esperado) e o intérprete ter cantado durante o desfile inteiro "Brazail" ao invés do "Breazail" entoado por David. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel). Mais um samba cansativo com um refrão inicial: Hoje eu quero ver caldeirão ferver..., apelativo, deixa a desejar em letra em alguns momentos. Boa melodia. NOTA DO SAMBA: 9 (Marco). Depois do fracasso no ano anterior, quando trouxe para a avenida um dos piores sambas de sua história, a Imperatriz acertou a mão. O samba traz letra e melodia bem engajadas e o primeiro refrão é qualquer coisa de empolgante. David do Pandeiro dá mais um show de interpretação no CD, mas os cantores que o substituíram não fizeram feio na avenida. Depois do hino da Beija-Flor, esse é o melhor dentre os inéditos. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Cláudio Portela). Para a sinopse e o enredo proposto, esperava mais. Melodia repetitiva com poucos momentos de brilhantismo, assim como a letra. Mas apresenta méritos como o refrão principal, encorpado, forte, e a segunda parte do samba, com melodia interessante. NOTA DO SAMBA: 9 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 5 - MOCIDADE - Realmente samba bom com enredo de conscientização parece que não formam um bom casamento. O hino da escola de Padre Miguel de 2004 certamente será lembrado pela comunidade como o pior samba da história da gloriosa agremiação (apesar de eu achar o samba de 2003 pior ainda). O refrão principal (aquele do "Pare... Pense...") foi um fracasso de crítica e ridicularizado pelos amantes do samba. No ano anterior, a escola gravou o samba com a bateria a mil e o resultado foi patético. Na avenida, a bateria entrou totalmente cadenciada e o fraco samba de 2003 até agradou. A Mocidade então veio para a gravação do samba de 2004 com um ritmo bem lento, lembrando o bom desfile de 2003 da escola. O samba, na minha opinião, é até legal de ouvir no CD, pois o ritmo cadenciado colaborou para melhorá-lo um pouco. A melhor parte do samba para mim é a primeira, que começa com "Brilhou um novo dia/Pegue carona com a Mocidade...". Até hoje o trecho "Traiu em cena o orgulho brasileiro" (era para ser "Traiu o Senna") não consegui engolir muito bem. Os refrões são de médios para fracos. E a segunda parte do samba realmente não é do meu agrado. A dupla Santana/Ricardo Simpatia (cujos nomes a torcida da Mocidade já não quer mais nem ouvir falar) até fez uma boa letra se vermos a intenção do enredo de conscientizar as pessoas quanto aos perigos do trânsito, mas expressões coloquiais como "Sai desse pega moleque, pisa no breque" e "Dirijo o meu carro, se tomo um pileque dou a vez na direção" não foram bem digeridos pelos críticos e fãs de samba. O desempenho de Paulinho Mocidade no disco é até bom, porém na avenida ele foi simplesmente ridículo. O samba possui alguns trechos bem agudos que a voz rouca do intérprete não conseguiu assimilar bem. Resultado: Paulinho desafinou durante o desfile inteiro, atravessando o samba que já era muito fraco. Com a eleição do oposicionista Paulo Vianna, Paulinho deixou a escola. A Mocidade em 2004 foi a última escola a desfilar (por isso o trecho "É manhã de carnaval") e o samba mal cantado foi praticamente um convite para o público se retirar do Sambódromo, fazendo os espectadores presentes nas arquibancadas saírem muito antes do péssimo desfile da escola terminar. Um ano para a torcida da escola esquecer. NOTA DO SAMBA: 7,2 (Mestre Maciel). Um samba fraco em todos os sentidos, de letra, de melodia além de narrar muito mal o enredo proposto, a letra mistura muitas coisas sem muito sentido. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Marco). Disparado o pior samba do CD. A coisa já começa
feia no primeiro refrão (''...Pare, pense/Olhe a
sinalização...''), segue durante a primeira parte (''...
Traiu em cena o orgulho brasileiro...''), o refrão do meio
(''...Se tomo um pileque/Dou a vez na direção ...'') e
fecha com chave de ouro na segunda parte (''...Sai desse pega
moleque/Pisa no breque...''). A melodia também é muito
fraquinha. Paulinho Mocidade, que viveu bons tempos da escola,
parecia mais perdido do que cego em tiroteio na avenida.
Resumindo, um fracasso total. NOTA DO SAMBA: 7,0 (Cláudio
Portela) Samba pra esquecer. Letra paupérrima descrevendo um enredo muito fraco. Melodia de pobreza quase indescritível. Na avenida, naufragou como se esperava. NOTA DO SAMBA: 6 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 6 - VIRADOURO - A única vez na minha vida em que chorei ao ouvir um samba de enredo. Na primeira vez em que coloquei o CD no meu som para ouvir o clássico da São Carlos (hoje Estácio) de 1975 "A Festa do Círio de Nazaré", a emoção tomou conta, pois sou paraense de Abaetetuba e realmente ouvir o meu Pará ser exaltado daquela maneira e ainda com um ritmo para lá de cadenciado realmente me deixaram num estado atípico. Claro que eu já conhecia o samba. A gravação o deixou muito lento, lírico e arrastado, de maneira a valorizar cada um de seus versos, mas também o deixando cansativo no disco. Dominguinhos do Estácio atuo da maneira de sempre: com maestria. E ainda cantou com o coração, pois o intérprete é devoto de Nazaré. Inesquecíveis suas lágrimas enquanto entoava o samba na avenida. Deve ter chorado mais ainda ao cantá-lo para o disco. Considero-o um samba maravilhoso, pois exalta o Pará com simplicidade e, ao mesmo tempo, beleza. Conta com riquezas de detalhes como o Círio é realizado, com um refrão do meio de arrepiar os corações. A cultura do estado ainda é exaltada na também bela segunda parte. A letra é fantástica e a melodia, emocionante. Se o samba é lírico no disco, na avenida ficou mais pop. Apesar de tantos predicados, o samba não ganhou a unanimidade da crítica. Colaborou muito o fato da Viradouro ter reeditado um samba de outra escola, o que não foi muito bem aceito. O coro das pastoras entoando "Vois Sois o Lírio Mimoso", sempre cantada durante o Círio, não agradou. Seria melhor se Dominguinhos o cantasse como alusivo no começo do samba. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). Mais um belo samba, o único momento em que não gosto é o último refrão: Tem pato no tucupi, muçuã e tacacá, etc...., no mais é um belo samba, bem cadenciado e de ótima melodia. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Marco). Antes de mais nada, é preciso dizer que é muito esquisito ouvir o clássico ''A Festa do Círio de Nazaré'', da gloriosa Unidos de São Carlos (hoje Estácio de Sá), com alusivos do tipo ''Alô Niterói'', "Alô São Gonçalo'', ou ''Olha a Viradouro chegando''. Nada contra as cidades ou a agremiação acima citadas, mas não acho certo um samba de uma escola, de uma comunidade, ser cantando por outra. Como será, por exemplo, quando a Porto da Pedra cantar ''...O sol que brilha, essa noite vem da Ilha...'', caso se confirme a reedição de ''Festa Profana'' para 2005? No mínimo estranho, né? Mas voltando aos comentários, do samba em si não é necessário que se diga muita coisa. É um dos dez melhores de todos os tempos e obrigatoriamente tem de estar em qualquer lista que se faça sobre o tema. A música incidental ''Vós sois o lírio mimoso'' aumenta o clima de emoção da faixa, que é uma das melhores do CD. Os ensaios da Viradouro na Av. Amaral Peixoto lotavam e o samba vinha sendo muito bem interpretado, mas na Sapucaí o resultado não foi o esperado. Cadenciaram demais a melodia e o hino não ''pegou'', talvez por causa da chuva também, que prejudicou bastante a escola. De qualquer forma, foi emocionante ouvir essa obra-prima na avenida. Nada que se compare, porém, ao que senti ao ouvi-la no esquenta da Estácio esse ano. A mesma coisa que sinto, aliás, quando a ouço na Rua Salvador de Sá, 206, Cidade Nova (endereço da escola). NOTA DO SAMBA: 9,9 (Cláudio Portela). Ainda não consegui entender o "endeusamento" desse samba. É um samba que tem suas qualidades como o refrão "Oh, Virgem santa", que realmente é maravilhoso. De resto, tem letra até simples e melodia que não empolga. prima mais pela emoção mas não no seu ápice. Não é uma antologia. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 7 - SALGUEIRO - Um samba elogiado por alguns, duramente criticado por outros. Resultado: um samba razoável, nem tão ruim, mas também longe de ser fora-de-série. A melodia é gostosa, com boa letra e dois refrões agradabilíssimos em letra e melodia (sobretudo o central). O restante do samba não tem nada de excepcional, com a exceção da excelente melodia em "Nem mesmo sem destronar o ouro negro". Quinho provou na gravação do disco que o coro pode ser dispensável para ele na hora de gravar o samba, porque o entoou muito bem na primeira passada (onde apenas a voz do intérprete aparece). Como sempre, animou mais um bonito samba com sua irreverência, embora combinasse mais com o hino salgueirense de 2004 uma gravação mais descontraída e solta, pois no disco o samba parece tímido e acanhado demais. Na avenida, o eficiente Quinho e sua boa equipe de puxadores arrebentaram. Faltou no disco seu novo caco "se joga", que fez sucesso durante a passagem da Academia na Sapucaí em 2004. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel). Um samba cansativo, de refrões também apelativos, apesar de narrar bem o enredo da escola. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Marco). Este samba, de gosto duvidoso, é na minha opinião um dos piores do disco. A letra é pobre e a melodia não tem cadência de samba. Além disso, existem erros gritantes, como a melodia cacofônica de um dos versos do primeiro refrão ('' ...A cana que aqui se planta...'') e a desnecessária inclusão da palavra ''Caminha'' por duas vezes na letra. Não é a toa que o samba não emplacou na avenida, apesar de todo o esforço do intérprete Quinho, que fazia de tudo para levantar a platéia sem obter sucesso. NOTA DO SAMBA: 7,6 (Cláudio Portela). Devido muito ao enredo, o samba não consegue fugir das limitações que o patrocínio coloca. O Salgueiro vem tentando desde 93 repetir o que não conseguirá nunca: o fenômeno de 93. Isto porque a fórmula já cansou, assim como está cansando os sambas da escola, cheio de jargões batidos. Este samba de 2004 não foge à regra, infelizmente, e tem poucos momentos de brilho. Cairá no esquecimento rapidamente. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 8 - PORTELA - Mais uma obra-prima esteve presente na Sapucaí em 2004: o samba de 1970 que deu o último título à Águia sozinha (a escola dividiria os de 1980 e 1984). Lendas e Mistérios da Amazônia é um samba típico daqueles bons tempos de outrora: curto, de letra riquíssima e melodia esplendorosa. Todas as partes do samba são de intenso agrado, dá gosto ouvir um samba-enredo desta qualidade tão ausente nos dias de hoje. Se na versão de 1970 o samba é romântico, Gera (que melhora a cada ano, tanto na avenida quanto na gravação) o injetou uma agradável animação na gravação do disco. Sua falha, no entanto, foi começar o samba a partir do excelente refrão principal "Ô esquindo lalá...". Para o começo do samba combina muito mais "Nesta avenida colorida/A Portela faz seu carnaval...". Só lamento que a escola, na Sapucaí, o tenha transformado num frevo, tamanha a aceleração em que foi executado. Quando ouvíamos "Ô esquindô lalá/Ô esquindô lelê...", dava a legítima impressão de que estávamos num arrasta-pé. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). Lendas e Mistérios da Amazonia é um dos meus sambas preferidos da azul e branco de Madureira, um outro clássico, com excelente letra e melodia. NOTA DO SAMBA: 10 (Marco). ''Ô skindô lalá/Ô skindô lelê/Olha só quem vem lá/É o saci-pererê''. Lendas e Mistérios da Amazônia, samba de Catoni, Jabolô e Waltenir, que deu a Portela seu último título sozinha, é uma espécie de ''marselhesa portelense''. Todos os torcedores da escola sabem da importância histórica que essa reedição teve num momento em que a Águia busca o reencontro com suas raízes. A gravação, na minha opinião, é a melhor do CD. Gera mais uma vez se superou e fez a sua parte. Na concentração, enquanto a escola entrava, viam-se lágrimas escorrendo no rosto dos componentes, que cantaram a letra a plenos pulmões, sem parar. São momentos como esses que nos fazem analisar o quanto uma reedição pode fazer bem não só a uma escola, mas ao samba em si. Valeu, Portela! NOTA DO SAMBA: 10 (Cláudio Portela). Conta o folclore do Amazonas de forma singular. Samba singelo, de poesia puríssima. Um dos grandes sambas da história da Portela. NOTA DO SAMBA: 10 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 9 - UNIDOS DA TIJUCA - "Sonhei amor e vou lutar/Para o meu sonho ser real/Com a Tijuca campeã do carnaval". Tal refrão foi ridicularizado pelos amantes do samba por se tratar de algo utópico... pelo menos até ocorrer o fantástico desfile da escola que deu a ela o vice-campeonato, sua melhor colocação desde o título de 1936. O samba possui uma letra marcada por rimas pobres, onde prevalecem verbos no infinitivo. Mas a letra é salva pela excelente melodia que a cerca. Os dois refrões (principalmente o central) são extraordinários. E, sem dúvida, o samba e a magistral atuação de Wantuir (tanto na avenida quanto no disco) contribuíram para ajudar a escola a conseguir esta excelente colocação. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel). Gosto também da melodia desse samba, mas em alguns momentos a letra não deixa claro a pretensão da escola. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Marco). ''...Sonhei amor e vou lutar/Para o meu sonho ser real/Com a Tijuca campeã do carnaval...''. Muitos ridicularizaram esse refrão assim que o CD chegou nas lojas e queimaram a língua. A Tijuca era uma das cotadas para cair. Quem ia ao barracão, surpreendia-se ao ver carros ''na madeira'' e cobertos de garrafas plásticas. Ninguém esperava que a escola chegasse ao vice-campeonato graças ao brilhante trabalho de seu carnavalesco. Mas falemos do samba, que tem uma letra razoável e uma boa melodia. Wantuir, que tem a cara da escola (assim como Nêgo), mais uma vez deu conta do recado e a bateria de Mestre Celinho deu show na avenida. Tudo de bom. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Cláudio Portela). Samba feijão-com-arroz. Estilo o da Imperatriz, com poucos momentos interessantes e de melodia quase reta. A letra também não empolga. NOTA DO SAMBA: 9 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 10 - CAPRICHOSOS - O samba da agremiação de Pilares se resume numa palavra: Lamentável! A começar pelo refrão super apelativo, sem poesia nenhuma e tampouco melodia, recorrendo a um triste oba-oba que não convenceu o público. A segunda parte do samba possui qualidade razoável, podemos considerá-la "a menos pior" (sic). O resto... Bom, beira o patético para se dizer a verdade. O samba contribuiu para o fracasso do desfile, pois se arrastou (esperadíssimo) e ninguém o cantou (até no refrão oba-oba todos permaneciam caladinhos). Jackson Martins manteve a regularidade de sempre, pois o samba se enquadra no mesma patamar do péssimo hino da Grande Rio de 2004: nem Jamelão o salvaria. E a gravação então? Lenta, arrastadíssima, chatíssima... Seis minutos de doer. Sobretudo as partes inicial e final do samba. Quem ouve o nauseante coro infantil gritando "Xuxa, eu te amo" ao som dos acordes de "Doce Mel" e "Ilariê" no cavaco pensa da seguinte maneira: a que extremo chegou o samba-enredo atual... Sem contar que, ao ouvir as músicas da Xuxa serem tiradas do cavaco, imaginamos Jackson Martins saindo da nave espacial do Xou da Xuxa todo empiriquitado e sendo paparicado pelas crianças ao invés da própria Rainha dos Baixinhos. Acabou? Pior que não... Jackson cantou no esquenta na avenida "Lua de Cristal". Como Jackson diz em um de seus cacos, dá vontade até de chorar... de desgosto! NOTA DO SAMBA: 6,5 (Mestre Maciel). A letra é muito ruim, o samba é cansativo demais e tende em alguns momentos a se tornar apelativo, sendo os refrões fracos demais. NOTA DO SAMBA: 8,2 (Marco). Falar o que de um samba cujo refrão principal traz o verso ''...Xuxa eu te amo, eu te amo meu amor...''? A melodia até que não é das piores, mas a letra... Tá certo que Xuxa não é fonte de inspiração que se preze, mas isso não serve como desculpa. Uma pergunta: o que é a Xuxa afinal? Amor, flor, menina, princesa, modelo ou rainha? Dessa vez, nem o Jackson Martins deu jeito... NOTA DO SAMBA: 7,2 (Cláudio Portela). Apesar da maioria dos sambistas não gostarem do samba, acho que ele tem algumas qualidades. Consegue transformar a historinha muito chata da sinopse em algo aprazível de se escutar. E principalmente, a letra lembra sempre de unir a homenagem à Xuxa ao carnaval, como no trecho "Xuxa, Caprichosos, carnaval". E na parte "se vestir de azul e branco e caprichar, na fantaisa..." Além disso tem um refrão principal valente. O refrão do meio é seu maior ponto fraco. Enfim, para o enredo e a homenagem proposta, o samba ficou acima da média. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 11 - PORTO DA PEDRA - Um samba que, na minha opinião, é agradável de se ouvir no CD, apesar de lento, arrastado e comprido. Quando ouvi o dito cujo pela primeira vez, logo imaginei: vai se arrastar na avenida. E, de fato, foi o que aconteceu. O começo da faixa é cômico. Um tigre ruge e em seguida Preto Jóia desponta dizendo "Iiiiiiihh, geeeentee". Parece que o tigre está mordendo o traseiro do cara. No mais, a voz de Preto Jóia parece meio diferente na gravação, um pouco semelhante a de Luizito. O samba possui uma letra irregular, com uma melodia um pouco reta, duvidosa. A primeira parte é boa, e os dois refrões (principalmente o principal, de qualidade melódica magistral) são excelentes. Porém, a segunda parte é bastante irregular e peca pela pobreza melódica. Na avenida, Preto Jóia não conseguiu salvar o samba e acabou dispensado pela escola. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Mestre Maciel). Um samba cansativo e fraco como um todo, deixa a desejar em letra e melodia. NOTA DO SAMBA: 8 (Marco). Mais um dos grandes equívocos de 2004. É um samba imenso, com letra confusa e melodia arrastada. Chegou a dar sono na avenida. NOTA DO SAMBA: 8,2 (Cláudio Portela). O samba da Porto da Pedra é uma tentativa frustrada de se compor um samba à moda antiga. Adoro sambas de letra longa, mas este foi um tiro que saiu pela culatra. Melodia que em nenhum momento se encaixa e chega a agredir os ouvidos com variações de mau gosto. Letra igualmente péssima. Prá piorar Preto Jóia muito mal, tanto no CD como na avenida. Esquecível. NOTA DO SAMBA: 7 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 12 - IMPÉRIO SERRANO - O que dizer de Aquarela Brasileira? Simplesmente um dos melhores sambas de enredo de todos os tempos esteve presente no Sambódromo em 2004, exatamente 40 anos depois de sua apresentação original no carnaval. Foi um presente para o povo brasileiro recordarmos desta obra-prima feita por um compositor só, mas que vale por todos os atuais: Silas de Oliveira. A letra é fantástica (embora contestada por não falar na Região Sul), toda a melodia é emocionante e possui uma característica totalmente ausente nos dias de hoje: a ausência do refrão, que no samba se reume em um belo e hoje ultrapassado lalalalaiá. Nêgo, desacreditado após uma jornada fracassada no ano anterior pela Unidos da Tijuca, teve a imensa responsabilidade de ser a voz do esplendoroso samba de 1964 da escola. Na avenida, com uma atuação explosiva, animada e inspirada, conduziu a música com maestria e arrematou merecidamente o Estandarte de Ouro de melhor intérprete, fazendo os amantes do samba esquecerem o desastre de 2003. O ceticismo quanto à atuação de Nêgo na Sapucaí aumentou com a tímida interpretação no CD. O irmão de Neguinho da Beija-Flor o cantou bem, sem erros, mas de forma tímida. Poderia ter se soltado mais na gravação como se soltou na Sapucaí. E belíssima a introdução da faixa com a locução da presidente da escola Neide Coimbra. Na Sapucaí, não precisa nem dizer que o samba emocionou e encantou o Brasil inteiro. Assisti o desfile inteiro com lágrimas nos olhos ouvindo Aquarela Brasileira. Obrigado, Silas, por nos presentear com essa e outras obras-primas! E pensar que tinha gente pensando que o samba se arrastaria por ser comprido... NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). Aquarela Brasileira é um clássico em termos de samba-enredo, uma letra fantástica e uma ótima melodia, um samba perfeito, sendo considerado por mim um dos melhores de todos os tempos. NOTA DO SAMBA: 10 (Marco). É o Brasil brasileiro, terra de samba e
pandeiro como diz a presidente Neide Coimbra em seu discurso
(totalmente desnecessário, diga-se de passagem) no inicio da
faixa do CD. Aquarela Brasileira é um dos melhores e mais
gravados sambas-enredo de todos os tempos. A gravação oficial,
porém, não é das melhores. Nos dias de ensaios na quadra do
Império, formavam-se engarrafamentos de mais de um quilômetro
nas imediações de Madureira. Tudo isso graças a obra-prima de
Silas de Oliveira. Muitos seca-pimenteiras de plantão apostavam
que o samba não iria dar pé na avenida, mas Nêgo se superou e
o Império emocionou a todos em seu desfile. Era o menino de 47
abalando as estruturas mais uma vez. Um deslumbramento! NOTA
DO SAMBA: 10 (Cláudio Portela) Uma antologia. Um samba perfeito. Uma obra de arte. Precisa mais? NOTA DO SAMBA: 10 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 13 - TRADIÇÃO - Contos de Areia, samba que deu à Portela seu último título há exatos vinte anos, foi cantado pelo Condor na Sapucaí. Belíssimo samba, uma singela homenagem aos baluartes portelenses Paulo da Portela, Natal e Clara Nunes, foi cantado por Alcione no disco. Ela o cantou com a técnica de sempre, porém a gravação do samba foi tão lenta que muitos acharam o samba na voz de Marrom muito parecido com as demais músicas cantadas nos discos da cantora. Mesmo assim, achei a gravação linda, embelezou ainda mais esta extraordinária homenagem feita pela Tradição à sua madrinha Portela. O samba possui uma melodia leve, agradável e letra irreverente, assim como suas personalidades envolvidas na mesma. Alcione, mangueirense fanática, aceitou o convite para gravar o samba devido a sua intensa e eterna amizade com a saudosa "Claridade" e seus vinte anos de saudade. Mas não o cantou na avenida, cuja responsabilidade foi reservada a Lourenço, compositor vencedor dos últimos quatro concursos de samba-enredo da escola (ao lado de Adalto Magalha) e autor daquela musiquinha da Ivete Sangalo que diz "Levantou poeira" e levanta os estádios de futebol, que fez sua estréia como intérprete oficial de escola de samba. Achei que Lourenço não comprometeu, embora não tenha gostado muito do samba na sua voz. Se pensarmos, por exemplo, que Rixxa poderia despontar na escola... NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). Mais um belo samba da Portela reeditado pela Tradição, um samba bem cadenciado, com dois belos refrões, ótima melodia e de fácil aprendizado. NOTA DO SAMBA: 10 (Marco). A gravação parece mais uma obra ''mediana'' do que propriamente um samba-enredo. Na avenida, embora bem cantado, também não empolgou. Por que não? A resposta é muito simples. Esse samba, um dos melhores da Portela em todos os tempos, não é digno de ser cantado por outra escola. Valeu a reedição, mas não da forma de como ela foi feita. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Cláudio Portela). Samba de variações melódicas perfeitas, com uma letra forte, contundente, que convida a cantar com a escola. Clara Nunes teve ter adorado, aonde ela esteja. Grande momento da Portela, bem escolhido pela Tradição. NOTA DO SAMBA: 10 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba 14 - SÃO CLEMENTE - Um caso semelhante ao do samba do Salgueiro de 2003. Um dos maiores sucessos do período pré-carnavalesco, o samba, com um refrão central empolgante, tinha de tudo para explodir na avenida. Mas isso ficou muito longe de acontecer. Infelizmente este belo samba, de letra irreverente, muito bem feita, resgatando a veia crítica da escola, acabou por se arrastar. O extasiante "Todo mundo pelado" acabou passando despercebido pela Sapucaí. Mas eu, particularmente, o considero um dos melhores sambas de 2004, já que não só a letra, mas também a melodia, são de excelentes qualidades. Considero o samba contagiante, mas achei que o dito cujo merecia um intérprete melhor qualificado. Anderson Paz foi tímido tanto no disco quanto na avenida. A gravação poderia ser mais explosiva e animada. Já imaginaram este samba na voz de Izaías de Paula, antigo intérprete da São Clemente? Mesmo assim, Anderson Paz, cuja principal característica é uma interpretação pura e técnica, se valoriza cada vez mais. Ele deixou a escola, e seu passe (segundo boatos) é disputado por algumas escolas de porte. Destaque positivo: a volta do clássico "Olha a crítica", um dos bordões da escola eternizado por Izaías de Paula. Destaque negativo: o começo da faixa com a galhofada gritando "Olha o boi", "O boi voador", "O boi vai voar gente" e o mugido do boi era desnecessário. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). Um samba bem humorado que narra bem a pretensão do enredo da escola, letra bastante fácil e boa melodia, um samba muito gostoso de se ouvir e de cantar. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Marco). É um dos melhores sambas dentre os inéditos. Tem uma letra fácil, refrãos empolgantes e melodia envolvente. Jorge Melodia, mestre no gênero, mais uma vez acertou a mão. Na avenida, porém, o hino foi muito mal cantado por Ânderson Paz. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Cláudio Portela). Se a melodia não chega a arrancar suspiros já que é cheia de "lugares comuns" a letra é muito inteligente, instigante e de interpretação fácil. O trecho "que no Brasil o que é sério é carnaval" é de uma felicidade muito grande. Samba que trouxe de volta as raízes críticas da escola. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Franclim). Clique aqui e veja a letra do samba |
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