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Os sambas de 1996

Os sambas de 1996

A GRAVAÇÃO DO CD - Os sambas no CD de 1996 são apresentados com uma bateria muito envolvente e um coro para lá de numeroso, deixando os sambas barulhentos (principalmente nas faixas da Imperatriz, do Salgueiro e da Viradouro), e ainda contando com o teclado ao som de violino para fornecer uma pitada de lirismo aos sambas. Talvez o seu estilo de gravação tenha inspirado o CD de 2003, onde quem se destaca é o coro (ou melhor, coral). Já no disco de 1996, aparecem com grande destaque o coral e a bateria. O CD não só inspirou o disco de 2003 como também o de 2004, pois em quatro faixas (Salgueiro, Estácio, Porto da Pedra e Beija-Flor) a bateria só surge com toda a força do mundo a partir da segunda passada. As 18 faixas (número imenso) foram divididas em dois LP's, vendidos separadamente. Ou seja, aquele que ainda não possuía aparelho de CD (o que já era quase impossível naquela época) teria de comprar dois discos para poder ouvir todos os sambas do ano. Isso também ocorreu nos anos de 1994 e 1995. No CD do ano anterior, deixaram de fora os sambas da São Clemente e da Villa Rica, totalizando 16 faixas. Já no CD de 1996, resolveram incluir as faixas das 18 escolas (número astronômico) do Grupo Especial. O que aconteceu? Para elas caberem num CD de 80 minutos, condensaram-as bastante, fazendo com que durassem no máximo quatro minutos cravadinhos. O problema é que, no disco de vinil, a maioria das faixas tem uma duração bem maior. Querem um exemplo? No CD, a faixa da Unidos da Ponte possui 4 minutos e 3 segundinhos. Já no vinil, a mesma tem quase seis minutos. Inclusive, na coletânea de dois volumes Sambas Enredo Inesquecíveis, colocaram os sambas na íntegra da Império Serrano (com um show dos agogôs na segunda passada da segunda parte do samba, um show lamentavelmente ausente no CD de 1996) e da Estácio. Na coletânea Focus - Escolas de Samba, dá para se ouvir na faixa da Mocidade de 1996 o coro cantando ao som de palmas, durante a paradinha da bateria, enquanto o volume da música diminui anunciando o fim da faixa. Essas palmas também não constam no disco de 1996, onde a faixa da Mocidade é encerrada segundos antes. Ou seja, ambos os discos utilizaram as versões do vinil e não a cortada do CD. O incrível é que geralmente ocorre o contrário. A versão completa sempre foi a do CD e a do vinil era cortada. Talvez o disco de samba-enredo de 1996 seja o único em que tenha ocorrido o fenômeno inverso. Mas a LIESA resolveu o problema, diminuindo gradativamente o número de escolas no Grupo Especial para 16 escolas em 1997, até chegar às 14 desde 1998 até hoje. Sobre a safra de 1996, ela é interessante, pois os sambas médios quase que inexistem. Há somente sambas MUITO bons e PÉSSIMOS. NOTA DA GRAVAÇÃO: 8 (Mestre Maciel).

Apesar de algumas exceções, 1996 contém uma quantidade absurda de sambas ruins. Ao contrário de 1989, quando o desfile também teve 18 escolas, desta vez muita coisa de qualidade duvidosa passou pela Marquês de Sapucaí. Apesar de ter muito fru-fru desnecessário, a produção dos LP é uma das melhores dos anos da gravação ao vivo no Teatro de Lona. A bateria não é tão violenta quanto a do CD de 1998, por exemplo, e, na primeira passada, a cadência é aceitável, dando para sentir a melodia dos sambas. Na segunda passada, a poluição sonora típica dos LPs da época se apresenta, mas não chega a prejudicar as faixas. A safra é típica dos anos 90 - fraca, com três ou quatro sambas se destacando. NOTA DA GRAVAÇÃO: 5,5 (João Marcos).

O CD das escolas de samba do Grupo Especial de 1996 foi bem gravado, embora a presença das baterias só se dê ao final de algumas faixas, o que prejudica o layout da obra. Como destaque, as faixas de Imperatriz, Salgueiro, Estácio, Vila Isabel, Porto da Pedra, União da Ilha e Império Serrano. Os tempos eram outros, e todas as agremiações tinham seu lugar ao sol. O funil não era tão apertado, mas mesmo assim, teve gente que não segurou o rojão. Caprichosos de Pilares e Tradição, com seus sambas pífios, que o digam! NOTA DA GRAVAÇÃO: 9,0 (Cláudio Carvalho).

Gravado ao vivo, repetindo os anos anteriores, esse é mais um daqueles CDs que deixaram saudades aos sambistas. Muito próximo do que aconteceriam meses depois na Avenida, a gravação é muito boa. Um coro muito forte acompanha cada intérprete depois da primeira passada, deixando cada samba com cara de ao vivo. As baterias são bem postadas, com destaques para as caixas de guerra e paradinhas de cada uma delas. Nas gravações de Salgueiro, Estácio, Porto da Pedra e Beija Flor, as baterias entram na segunda passada do samba. Como tínhamos no Grupo Especial 18 escolas, no CD entraram apenas duas passadas de cada samba, sendo estendidas no LP. No geral, é uma das melhores gravações, em minha opinião. NOTA DA GRAVAÇÃO: 9,8 (Bruno Guedes).

Comparada com a tenebrosa safra de 1997, o LP de 1996 é bom, mas nós não podemos nos iludir: a grande maioria das escolas colocou sambas ruins na avenida. Ao contrário de 1989 (18 escolas), muita coisa ridícula passou pela Marquês de Sapucaí. A produção do LP é uma das melhores do Teatro de Lona. O destaque é na primeira passada onde o ouvinte consegue sentir a melodia dos sambas. Infelizmente, o LP é prejudicado pelo fru-fru desnecessário e pela poluição sonora na segunda passada do samba. NOTA DA GRAVAÇÃO: 5,8 (Daniel Benfica).

1 - IMPERATRIZ - Sensacional! O segundo melhor samba do ano, só perdendo para o da Império Serrano. Todo envolvente, com um refrão principal maravilhoso, a melodia sem dúvida é cativante. Uma excelente interpretação de Preto Jóia, que contou com a ajuda de Dominguinhos da Estácio (também o autor do samba). Um dos melhores sambas da história da escola, que já possui hinos fantásticos. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Mestre Maciel).

Um dos grandes sambas da história da escola - na década de 90, só é inferior ao do ano anterior. Letra bem construída, com momentos belíssimos e refrões memoráveis. Na minha opinião, o mais belo samba do LP e o melhor desfile do ano. Entretanto, a escola terminou com o vice-campeonato e o estandarte de melhor samba foi para o Império. A Imperatriz consolidava um estilo de carnaval baseado na perfeição técnica que chegou ao ápice no final da década de 90 e teve uma influência negativa no carnaval carioca porque as demais escolas resolveram fazer o contrário da escola da Leopoldina - abandonaram seus estilos para fazer carnaval para jurado. A Imperatriz fez o que sabia, não se violentou para agradar ninguém. O resultado - belos sambas, como este. NOTA DO SAMBA: 10 (João Marcos).

Embalada pelo bicampeonato obtido (sem méritos, diga-se de passagem) no ano anterior, a escola de Ramos entrou rasgando em 96, com um excelente samba. ''Imperatriz Leopoldina'' é de um lirismo sem par no disco. Mais uma das grandes obras de Dominguinhos do Estácio, em quem, aliás, Preto Jóia parece se inspirar ao interpretar a faixa (reparem na semelhança de timbre). Destaque também para a participação dos ritmistas da escola, que dão um espetáculo à parte na paradinha do refrão de baixo. Enfim, parecia que o tri era pule de dez, mas justamente quando mais mereceu, a Imperatriz ficou a ver navios. Vai entender... NOTA DO SAMBA: 9,6 (Cláudio Carvalho).

Um sambaço. Assim defino o que considero o melhor samba da escola na década de 90, que foi recheada de belas obras pras bandas de Ramos. Uma melodia muito gostosa de ouvir, aliada a uma letra de muito bom gosto, acabou resultando no segundo melhor samba do ano. Destaque para a segunda parte que tem uma passagem melódica lindíssima, deixando o samba mais “leve”, preparando-o para entrada do refrão principal, que é maravilhoso por sinal. Preto Jóia e a bateria do Mestre Beto dão um show que vale repetir a faixa. NOTA DO SAMBA: 10 (Bruno Guedes).

No Galeria do Samba, o Aranha (compositor campeão em 93 e 94) falou que achava esse um sambaço. Realmente é um sambaço com S maiúsculo. Uma letra bem construída com momentos belíssimos e refrões sensacionais. Samba que faz falta hoje em dia onde cada vez mais as escolas levam muita porcaria na avenida. Concordo com o João Marcos quando ele fala que foi o melhor desfile do ano e também o grande momento do LP. Obrigado compositores por esse hino fantástico. Os meus ouvidos agradecem por esse grande momento. NOTA DO SAMBA: 10 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

2 - SALGUEIRO - Um samba-enredo com a cara de Quinho e da história contemporânea da escola: um refrão principal oba-oba, onde todos os versos possuem rimas terminadas em "ar" (e claro, não poderia faltar o clichê "meu amor"). O refrão central também não foge à regra: oba-oba e com rimas terminadas em "em". Ou seja, os refrões estão repletos de lugares-comuns. Já a parte restante não possui nada de original na melodia, que chega a ser quase reta (embora a interpretação de Quinho seja boa e envolvente). E não é só os refrões que possuem clichês, pois também podemos encontrar "Me acabar nessa canção", "Pra delírio da nação", "Carnaval é alegria, sacode meu povão"... Era a maldição pós-Ita no seu auge. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Mestre Maciel).

Mais uma marcha simpática, porém insossa do Salgueiro. Mais um samba que todos diziam que ia "explodir o coração", e não explodiu. Existem certas coisas que são óbvias, mas difíceis de entender - nunca mais o Salgueiro vai repetir "Peguei um Ita". Pode ter desfiles tão empolgantes quanto, mas a mesma fórmula não vai funcionar da mesma forma. A razão é simples - "Ita" foi um fenômeno único. Imagine se a Beija-Flor fizesse desfile de mendigo todo ano, tentando repetir "Ratos e Urubus"? O Salgueiro escolhe o mesmo tipo de samba há 13 anos, ora com mais sucesso, ora com menos. Além do andamento marcheado, a obra já apresenta aquele tipo de letra que é regra dos sambas dos anos 2000, com versos embolados, misturados com clichês de samba oba-oba. NOTA DO SAMBA: 8,5 (João Marcos).

Esse é um dos poucos sambas do Salgueiro que se salva na década de 90, embora na avenida tenha sido um fracasso. Com dez minutos de desfile, a arquibancada já estava em silêncio, contrastando com a euforia geral no inÍcio da apresentação. Apesar dos refrões ''oba-oba'', que foram a tônica nos anos seguintes, trata-se de um samba de letra fácil e melodia bem elaborada, mantendo o bom nível do disco. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho).

Um samba que repete a fórmula adotada em anos seguintes ao Ita. De refrão explosivo e melodia “pra cima”, o samba é apenas mediano. O refrão do meio destoa do restante da obra. Na segunda parte, a melodia parece “subir”. A letra é apenas simples, mas no conjunto o samba não é ruim, pelo contrário fica até bem interessante. Quinho sempre muito bem na defesa do samba. NOTA DO SAMBA: 9 (Bruno Guedes).

Falar o que dessa obra? Um samba com versos embolados e cheios de clichês de samba oba-oba? Sem dúvida. Mais um hino que não pega o que tem de melhor “Explode Coração”, mas sim apenas o estilo de refrão? Sem dúvida. Uma pergunta: Por que o Salgueiro gosta de escolher esse tipo de samba em quase todos os anos? Sinceramente, eu não consigo entender. O “Ita” foi um memento único assim que nem muitas coisas na vida. A repetição até pode ir bem, mas não será a mesma coisa que foi o primeiro. No caso do Salgueiro, o samba de 96 não consegue nem isso. Uma marcha insossa e excelente pula-faixa. NOTA DO SAMBA: 8,2 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

3 - ESTÁCIO - Excelente samba! O eficiente (embora problemático) David do Pandeiro tem uma boa estréia como intérprete oficial no Grupo Especial. Um samba com a melodia toda envolvente, e a segunda parte bem interessante, com versos longos. O refrão principal homenageia o Teleporto, apontado por muitos como o principal responsável pela decadência que viria a ocorrer com a Estácio, que chegou a cair para o Grupo B em 2004. A escola, felizmente, está conseguindo se reerguer e já irá desfilar no Especial em 2007. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel).

O refrão deste samba, apesar de bisonho, pegou. Não sei por qual motivo, talvez por ter sido usado nas chamadas da TV Globo. O resultado é que, apesar de ser muito ruim, o samba é popular, talvez o último samba popular da história da escola. Engraçado é que o do ano seguinte, trilha sonora do rebaixamento da escola, é bem superior e está quase esquecido. Enfim, o refrão ficou e o resto do samba, não. É uma marcha sem graça e engrossa a fila de sambas fracos do ano. NOTA DO SAMBA: 7,6 (João Marcos).

A escola do São Carlos resolveu, em 1996, homenagear o Teleporto, responsável direto pela desapropriação de sua antiga quadra, até então uma das mais garbosas da cidade. Apesar disso, Arnaldo Gavião, Déo, Orlando Landão (atual presidente da ala dos compositores) e o finado Caruso fizeram um samba nostálgico, que virou até propaganda do Telecurso Segundo Grau. Ainda hoje, o samba é cantado na quadra e tido como um dos melhores da agremiação. De ruim, apenas a pequena participação da Bateria Medalha de Ouro, no CD. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Cláudio Carvalho).

O Teleporto está no ar/É nessa que eu vou me ligar”. Um refrão que ficou muito famoso por ser tema do Telecurso 2000 deu o tom de um samba que aprecio bastante. A Estácio homenageara aquele que depois viria ser o seu calvário, o Teleporto (que causou sua saída da Cidade Nova e sua pior crise da história). David do Pandeiro estréia com um samba bem pra cima, de melodia fácil, simples e sem estardalhaço. A letra se não é uma poesia parnasiana, é de muito bom nível. Bom samba. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Bruno Guedes).

Um samba popular (ou melhor, o refrão)  mas sinceramente muito ruim. Uma marcha sem sal e açúcar que tem um refrão esdrúxulo. Enfim, é um samba que foi usado nas chamadas da TV Globo, mas muito longe de ser bom e engrossa a lista de sambas fracos de 96. NOTA DO SAMBA: 7,7 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

4 - VILA ISABEL - A letra do samba é belíssima, sem clichês e que retrata bem o enredo. Vindo da Vila Isabel, não é nenhuma novidade. Porém, a melodia é quase toda reta, pois as variações praticamente inexistem. Suas melhores partes são o refrão central "Epopéia Farroupilha, clamor de voz" e os versos "Brilha no ar a Senhora Liberdade/E no rincão um canto de felicidade", por sinal o alusivo do samba. Resumindo: o samba é uma boa letra que merecia uma melodia melhor. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Mestre Maciel).

O samba tenta repetir a fórmula do de 1994, sem o mesmo sucesso. A letra é muito boa e a melodia até tem algumas variações interessantes. O refrão do meio é bacana. Mas falta alguma coisa neste samba. É mais uma obra admirável da escola, mas que gera certa indiferença porque não toca na alma. NOTA DO SAMBA: 8,8 (João Marcos).

Samba bem ao estilo dos poetas do Boulevard, com uma linha melódica dolente e letra rica. A Vila, na minha opinião (já disse uma vez e vou repetir), tem a melhor safra de sambas-enredo dentre as escolas do Grupo Especial, e em 96 fez valer sua fama. A dupla Gera e Jorge Tropical (que só se deram bem juntos), junto à bateria nota 10 de Mestre Mug, dão a tônica nesse relicário de poesia e bom gosto musical. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Cláudio Carvalho).

Outro samba que devagarzinho, vai ganhando destaque no CD. A bateria da Vila como sempre, muito boa. Gera e Jorge Tropical, uma dupla que fez o nome na escola do bairro de Noel, canta muito bem um samba que retrata em sua letra o Rio Grande do Sul, muito bem. A melodia é leve e sem muitas variações, mas correta, o que proporciona um conjunto muito bom. A lembrança de Lupicínio Rodrigues, o mais famoso compositor gaúcho, com o Noel Rosa, o mais famoso do local de origem da escola, foi uma grande sacada no refrão de baixo. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Bruno Guedes).

Os dois compositores desse samba fizeram uma obra cujo ponto forte é a letra, que é muito boa. O refrão do meio é legal e a melodia tem algumas variações melódicas interessantes. Falta algum momento que faça esse samba ganhar uma nota maior. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

5 - PORTELA - Um samba elogiado por uns, mas duramente criticado por outros. É que, um ano depois da obra-prima "Gosto que me Enrosco", os torcedores portelenses e também das outras escolas esperam algo melhor ou do mesmo nível de um grande samba feito no ano anterior. O hino portelense de 1996 é, por sinal, muito bonito, com melodia cativante e um show da bateria. Mas é óbvio que é inferior ao samba de 1995, até porque possui um refrão principal oba-oba, mas de boa melodia. Sem contar que o célebre yeah yeah dos Beatles, antes "traduzido" para o português como ié ié ié, virou iê iê iê no samba só para rimar com você. Aí já é coisa de compositor sem criatividade. Mas isso não tira em nada a beleza do samba, que é constantemente repetido aqui em casa a cada vez em que ele é tocado. Rixxa, com sempre, acima da média. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel).

Se esse samba não fosse conduzido por Rixxa, que sempre dá um tom classudo para o samba, seria considerado uma marchinha sem graça. Mas na cadência certa e com o Pavarotti do Samba utilizando sua técnica, as imperfeições do samba ficam meio escondidas. Só o ouvido atento percebe de cara a pobreza da letra e o péssimo refrão de cabeça. A melodia é bem genérica. Enfim, Rixxa salvou o samba de ser um desastre, mas a obra não chega aos pés do grande momento portelense da década, ocorrido no ano anterior. NOTA DO SAMBA: 7,8 (João Marcos).

Samba que deu fim à ''trilogia Jorge Felix'' na Portela: em 94, a origem do samba; em 95, o carnaval antigo; e em 96, a MPB. Está entre as faixas de menos destaque do disco, a começar pelo refrão com gírias que remetem ao funk. Além disso, a letra é pobre e a melodia simples, apesar de valente. Samba pra passar desapercebido, a não ser para nós, portelenses, é claro. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Cláudio Carvalho).

A escola acabara de ser vice-campeã no ano anterior, perdendo o título para a Imperatriz por apenas meio ponto, mesmo sendo apontada como a campeã moral de 1995. Daí surge o refrão principal de 1996: “A Portela demorou, mas abalou/E o povo canta novamente, já ganhou”. Porém, o samba não faz jus ao hall de belíssimos sambas da agremiação. É cansativo, apesar do esforço do excelente Rixa (ainda com apenas um ‘x’) e da bateria da escola de Madureira. A segunda parte faz um jogo de palavras com as obras musicais, tema do enredo daquele ano. A melodia é muito simples e a letra também. Passou despercebido, justamente quando achavam que a Portela tinha reencontrado seu caminho glorioso. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Bruno Guedes).

Outro pula-faixa. Falar o que de um samba que tem esse refrão: Canta iaiá pra ioiô, canta ioiô pra iaiá, um samba quente, um chorinho de amor (eu vou), na onda do iê-iê-iê, eu sou o rei pra você, fazendo a festa até o dia amanhecer. Muito ruim. Uma melodia genérica, uma letra horrível e um refrão com esse nível de bizarrice. Isso sem falar do palavreado rebuscado que não diz nada. Enfim, Rixxa salvou a obra de um desastre ainda maior. Não é samba para a Portela.  NOTA DO SAMBA: 7,5 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

6 - CAPRICHOSOS - O começo da faixa é engraçada, com o saudoso Carlinhos de Pilares (no seu último ano na escola) gritando "Vai começar a festa" e, ao som do aquecimento da bateria (numa batida para descontrair), ele pede "Lambuza! Lambuza!". E o coro, empolgado, chama: "Caprichoooooooooosooos". Mais engraçado ainda é o stéreo durante a risadinha de Carlinhos. O "Vem, Paulo Renato" anuncia o show da bateria da escola de Pilares durante o samba, que embora possua uma boa letra, sua melodia não é lá essas coisas. Ah, e o "Arranca Luizito" de Carlinhos também é inesquecível, até porque, pelo menos no CD, Luizito é o encarregado de puxar o samba. Já Carlinhos fica apenas com os cacos. Tem gente que acha que Carlinhos de Pilares era melhor como inventor de cacos do que intérprete, o que é uma senhora mentira... O animado samba não conseguiu evitar a queda da Caprichosos para o Grupo de Acesso. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Mestre Maciel).

Uma das marchinhas mais simpáticas da escola na década de 90. Carlinhos, nos cacos, e o competente Luizito como intérprete principal, fizeram uma dupla afinadíssima na gravação da escola no LP de 96. A faixa é hilária, Carlinhos está inspiradíssimo. Evidente que não dá para tecer grandes elogios - o samba é genérico, a letra é fraca... mas o samba não irrita, diferente da maioria das obras que seguem a mesma fórmula. NOTA DO SAMBA: 8,4 (João Marcos).

Maldito chocolate! Assim como em 2006, a escola de Pilares falou dele e se deu mal. Assim como em 2006, veio com um samba fraco para a avenida e acabou rebaixada. Parece que o tal ''fruto dos deuses'' não traz boa sorte à Caprichosos, e sim uma azia, e das brabas. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Cláudio Carvalho).

Uma das faixas que “valem” ouvir o CD. Carlinhos de Pilares dá um show como nunca. A risada típica e característica do puxador foi colocada logo no início do samba com a entrada maravilhosa da bateria de Pilares. Apesar disso tudo, o samba é apenas mediano. O mesmo chocolate que a derrubaria em 2006, também aprontou 10 anos antes. Uma letra que até identifica muito bem o enredo, acompanha uma melodia apenas simples. O refrão do meio é a melhor parte do samba, valente, forte, puxando a escola pelo brio. Infelizmente não serviu muito bem a escola na avenida. NOTA DO SAMBA: 9 (Bruno Guedes).

Sem dúvida, uma faixa hilária. Carlinhos e Luizito fizeram uma dupla bem afinada na gravação do LP. Talvez seja por isso que a faixa é interessante e não irrita. O samba está longe de ser bom. A letra é fraca e o hino segue o mesmo nível, mas a animação dos cantores faz a faixa valer alguma coisa. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

7 - GRANDE RIO - Samba fantástico, e com uma atuação extraordinária da bateria, fazendo justiça ao Estandarte de Ouro que ganharia depois do desfile. Melodia envolvente para um samba de bela letra. No CD, porém, dá a impressão de que Nêgo, entre o "E lá vou eu" e "Desfolhando um livro de memórias" na primeira parte do samba, dá uma pausa maior do que o necessário. Durante a pausa ficou um "Eu voooou" do Nêgo como caco de maneira longa demais. Na segunda passada, quando a voz do puxador é abafada pelo coro, dá a impressão de que a pausa se torna um pouco menor. Mas isso não tira o brilho deste sambaço da escola de Duque de Caxias e seus dois refrões fantásticos, sendo que um deles, o principal, viraria alusivo da escola nos dois anos seguintes (além de já ser o alusivo do próprio ano de 1996): "Imponho, sou Grande Rio, amor/Dando um banho de cultura, eu vou/Pro abraço da galera, me leva/Lindo como o pôr-do-sol eu sou". Um refrão com um quê de oba-oba, né? NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel).

Na minha opinião, o melhor samba da Grande Rio no Grupo Especial. Com Nêgo como intérprete, a escola escolhia hinos poderosos e este é o mais belo exemplo disso. O refrão chegou a ser usado como alusivo nas faixas dos CDs dos anos seguintes. A escola prometia muito, sempre trazendo bons sambas, enredos interessantes, desenvolvendo um estilo próprio de fazer carnaval. Infelizmente, talvez por ser uma das escolas com menos tradição no Grupo Especial, foi uma das primeiras a conseguir se adaptar ao carnaval business objetivado pela Liga, jogando fora todo o belo arcabouço de sambas construído nos anos 90. NOTA DO SAMBA: 9,5 (João Marcos).

Samba que ajudou a escola de Caxias a se tornar famosa, com o refrão ''Imponho, sou Grande Rio'', que acabou se tornando alusivo. É uma das boas faixas do disco, embalada pela belas belas participações de Nêgo e da bateria da escola, ambos colecionadores de Estandarte de Ouro. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Cláudio Carvalho).

Um dos grandes sambas do ano e da escola. O refrão principal é o famoso alusivo usado até hoje pela escola de Caxias. Nego e a bateria do Mestre Maurício faz a festa nessa faixa que é uma das melhores do disco. O arranjo de cordas no início do samba é muito legal. A letra é de um nível tão bom e rico no conteúdo histórico, que foi usada numa prova do Colégio Naval, anos depois. A melodia é valente, com uma variação rara, porém excelente no refrão do meio. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Bruno Guedes).

O Carnaval de hoje é prejudicial em muita coisa e uma delas pode ser inserida aqui: muitas escolas que levavam sambas excelentes na avenida com suas características próprias passaram a fazer carnaval para jurado e com hinos de qualidade lamentável. A Grande Rio é um exemplo: O samba de 1996 é um hino muito bom com um refrão histórico aliado a um enredo interessante. Essa era a escola nos anos 90. Hoje com raras exceções, os sambas da Grande Rio são fracos como quase todos os hinos do carnaval atual. Em 1996, os tempos ainda eram outros e a Grande Rio apresentou uma grande obra na Sapucaí. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

8 - UNIDOS DA PONTE - Um enredo patético! A gloriosa Unidos da Ponte resolveu mostrar para o povo no Sambódromo a história do guarda-chuva. Com um sol quente, a escola pisou numa fria Marquês de Sapucaí já exausta com tantos desfiles desde às seis da tarde. E um enredo ruim geralmente proporciona um samba ruim. No caso da Ponte, o samba de 1996 da escola se encaixou perfeitamente nesta proporção direta, pois o samba-enredo é um dos piores que já passaram pelo Sambódromo. Eu não culpo o eficiente Serginho do Porto, o considerado "azarado" pelos bambas. Autor do samba e intérprete da escola na ocasião, ele não poderia fazer coisa melhor. A letra, dentro da proposta do enredo, é até boa, pois descreve o guarda-chuva misturando poesia com coloquialismo. Afinal, Serginho do Porto não é um poeta simbolista do fim do Século XIX daqueles que descrevem um vaso chinês. Porque descrever um guarda-chuva... Imagina as outras pérolas que surgiram no concurso de sambas-enredo da escola em 1995. Ah, e a melodia do samba é horrorosa e cansativa, embora seja um pouco animadinha. O resultado da escola em 1996 não poderia ter sido outro: rebaixada em último lugar. Nunca mais a escola desfilou no Grupo Especial até hoje. NOTA DO SAMBA: 7 (Mestre Maciel).

Samba impressionantemente ruim da Ponte. Falando de "guarda-chuva", a escola conseguiu unir uma letra ridícula a uma melodia genérica, gerando um dos sambas mais citados nas pesquisas sobre sambas "trash". Lamentável como a Ponte perdeu o rumo nos anos 90. Hoje, sofre as conseqüências destas péssimas escolhas da época e tenta se reencontrar através de reedições de seus sambas mais populares. NOTA DO SAMBA: 5,8 (João Marcos).

Samba chato, de letra previsível e melodia quadrada, que não empolga em momento nenhum. Destaque apenas para a boa interpretação de Serginho do Porto (que em 2006 tentou, em vão, ajudar sua escola de coração) e, assim como na faixa anterior, para a "cozinha" da escola. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Cláudio Carvalho).

Apontado por muitos como trash por causa do seu enredo, o Guarda Chuva, o samba da escola de São Mateus é mediano. Particularmente, gosto muito dele. Talvez seja pela bela interpretação do Serginho do Porto, que é um puxador excelente e apontado como pé-frio injustamente, claro. A bateria Estandarte de Ouro do ano anterior mostra porque levou o título e dá um show particular. A letra não é muito boa, até porque o enredo não proporciona algo novo. A melodia é toda em tom maior, jogando o samba pra cima. Mas fica abaixo dos grandes sambas da Ponte. NOTA DO SAMBA: 9 (Bruno Guedes).

Horrível. Não chega a ser que nem o da Rocinha de 1997 ou Mocidade 2004, mas o samba é muito ruim. É triste ver o nível da obra que a Unidos da Ponte apresentou em 1996. Sinceramente, eu não culpo Serginho do Porto e André Fullgaz por essa porcaria, afinal, falar de guarda-chuva é dose para elefante. Sobre o samba, uma letra ridícula aliada à melodia genérica é a tônica dessa coisa. NOTA DO SAMBA: 5,5 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

9 - PORTO DA PEDRA - Uma estréia em grande estilo no Grupo Especial. A novata escola na época, até então a grande favorita ao descenso, empolgou a Sapucaí com um samba totalmente poético e de melodia que mesclava animação com lirismo, ou seja, bem envolvente. É considerado pela ampla maioria dos bambas como o melhor samba da história da escola (embora eu prefira o de 2002). Com a Porto da Pedra, começou a despontar um intérprete até então quase que desconhecido no mundo do samba: Wantuir. Hoje, ele é um dos melhores do carnaval carioca na atualidade. Desfilando pela primeira vez entre as grandes, a escola de São Gonçalo alcançou um honroso nono lugar, ficando na frente de muitas agremiações tradicionalíssimas como Estácio e União da Ilha. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel).

A escola, a grande beneficiada pelas inúmeras confusões dos grupos de acesso dos anos 90, chegou ao Especial pouco depois de iniciar seus desfiles no carnaval carioca. Confesso que seu primeiro desfile foi uma grande surpresa. O samba funcionou, muito em função do competente Wantuir, e a escola teve um bom desempenho, fazendo uma belíssima apresentação. Infelizmente, é isso. Depois, pouco contribuiu para o Grupo Especial, fazendo mais dois ou três sambas medianos. De resto, desfiles medíocres para se manter no Grupo Especial. NOTA DO SAMBA: 8,6 (João Marcos).

Dispensa comentários. ''Um carnaval dos carnavais'' é, sem dúvida, o melhor samba da escola. Quando se fala em Porto, é esse hino que nos vem à mente, assim como acontece com o ''Orfeu'' da Viradouro. Nostalgia pura, sobretudo ao ouvirmos um Wantuir ainda iniciante no microfone principal. Na avenida, a escola debutou com estilo, conquistando um honroso nono lugar. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Cláudio Carvalho).

Em minha opinião, o melhor samba da história da escola. Melodia maravilhosa, principalmente na segunda parte que fica um pouco mais lírica. O refrão principal seja talvez o maior destaque. A letra retrata o enredo de cabo a rabo. Wantuir estreava no Grupo Especial de grande forma. Há três refrões, sendo o do meio, curto e muito bonito. Samba muito bonito e gostoso de ouvir. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Bruno Guedes).

Uma belíssima apresentação da Porto da Pedra na avenida e grande surpresa para muitas pessoas. Essa pode ser a melhor definição do resumo do que a escola representou em 1996. Wantuir teve um grande desempenho desse samba mediano. Até 2006, a agremiação de São Gonçalo apresentou mais dois hinos quase do mesmo nível (a exceção de Festa Profana, samba que não é da escola) e desfiles péssimos para continuar no Grupo Especial. Em 2007 e 08, os sambas foram melhores, mas os desfiles não. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

10 - BEIJA-FLOR - Esse samba é interesantíssimo! Primeiro, possui uma melodia extraordinária, vibrante e cativante, e com uma grande interpretação de Neguinho (fazendo jus ao coro que grita o seu nome no começo da faixa). Entre todos esses adjetivos, é possível apontar mais um para caracterizar a melodia do hino da escola de Nilópolis de 1996: pesado. Na minha opinião, é o samba com a melodia mais pesada de todos os tempos. No refrão principal, o destaque é um grito ecoado pelo negro. No mais, a melodia salva uma letra sem dúvida esquisita. Da mesma maneira que o samba tem a melodia mais pesada, sua letra também está na lista das piores de todos os tempos. Logo a Beija-Flor, que tem como característica fazer sambas com poesia (a melodia pesada é normalíssima)... Do samba despontam pérolas como "É carnaval, que tal falarmos da evolução (que bom, que bom)", "Meu ancestral é um barato", "Ai, que coisa sensual", "Mim quem fala é índio" e "Que dia, ai que emoção". É um samba-enredo que é salvo por sua excelente melodia. A letra é coloquial demais. E mesmo com tantos clichês, não é considerado um samba oba-oba. Este hino possui mil fenômenos interessantes... NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel).

Este samba é o elo perdido entre a Beija-Flor dos anos 80 e início dos anos 90 e a da era pós-Caruanas. A melodia é em tom menor, pesadona, com variações esquisitas, bem experimentais. A letra, no entanto, tem aqueles coloquialismos forçados, que a escola utilizava para tentar ter comunicação com o público, quase sempre sem grande sucesso. O refrão de cabeça é impactante, mas o resto do samba é estranho. A história do "macaco excitando o pessoal" ainda não está bem explicada... NOTA DO SAMBA: 8 (João Marcos).

Faixa que começa bem, mas termina perdendo o rumo, embora ''Aurora do Povo Brasileiro'' tenha rendido à Beija-Flor, pela segunda vez consecutiva, o terceiro lugar. Era a ''retomada do crescimento'' da escola, que passou a reinar nas capas e contra-capas dos CD's a partir de 1998, dois anos depois, portanto. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Cláudio Carvalho).

Eu não sei o que é mais confuso, esse samba ou o enredo. A melodia dele não é ruim, mas muito arrastada. A letra é complicada pra entender o enredo. Uma vez a Maria Augusta, grande carnavalesca, disse algo que resume o que quero dizer: “As alegorias e fantasias devem conter o enredo para que um surdo entenda apenas com elas, e o Samba Enredo, narrar o mesmo só que com palavras, para um cego.” Sempre que vou analisar um samba uso essa teoria. E nesse samba até hoje não entendi. Não é um samba ruim, mas peca pela confusão de idéias. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Bruno Guedes).

Um samba experimental e estranho. O destaque é o refrão de cabeça que causa impacto, mas o resto da obra é de difícil entendimento. Eu diria que é razoável, longe de ser uma obra-prima, mas também não é um boi-com-abobora. Fora “A criação do mundo na tradição nagô" (melhor samba da escola) e uns dois ou três sambas bonzinhos, a Beija-Flor era muito fraca de samba até então. Não é preciso dizer que a coisa melhorou a partir de 98 com sambas excepcionais como o daquele ano, o de 04 e o de 05. NOTA DO SAMBA: 8 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

11 - MOCIDADE - O refrão é um dos mais famosos da atualidade: "A mão que faz a bomba, faz o samba...". É mais um daqueles sambas que é conhecido unicamente por seu refrão principal e que quase ninguém se lembra de sua parte restante. É claro que neste patamar não estamos incuíndo nossos amigos bambas. A partir daí que Wander Pires começou a despontar como um dos maiores intérpretes do carnaval carioca. A até então revelação começa a se tornar uma afirmação. Sobre o samba, fora o belo e cativante refrão, sua parte restante também é de intenso agrado. Wander leva com naturalidade um samba de excelente letra e melodia muito empolgante. Este sambaço foi impescindível para ajudar a agremiação a, debaixo do sol brilhante da manhã, conquistar o seu último título no carnaval. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel).

Bom samba da Mocidade, um dos poucos que embalaram um campeonato da escola sem ter a assinatura de Tôco. É um samba com a cara da escola, com um belíssimo refrão de cabeça, fortíssimo. Wander Pires ainda não tinha descoberto o vibratto e tem uma performance excelente, valorizando as nuances da melodia. É um samba moderno, que funciona mesmo não trazendo nenhuma surpresa. NOTA DO SAMBA: 9,2 (João Marcos).

O samba campeão de 1996 não é nem de longe um dos melhores do LP/CD, embora tenha uma melodia interessante, apesar da letra fraquinha. ''Criador e Criatura'' marcou a terceira conquista de Renato Lage como carnavalesco da escola, com a qual ele conseguiu criar uma identidade sem par. Tal qual Jorge Tropical e Gera: os dois, separados, não deram mais caldo. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho).

A escola de Padre Miguel era sempre a temida pelas adversárias. E nesse ano não foi diferente. A começar pelo samba, que é muito bom, talvez o terceiro melhor do ano, perdendo pro Império e Imperatriz. A melodia é muito envolvente, com uma variação excelente. A segunda parte é muito boa, jogando o samba pra um tom mais “da antiga”. A letra é do mesmo nível. Excelente. Destaque para os dois refrões, sendo o do meio de uma inspiração fora de série. Sambão que ajudou a escola a levantar a taça naquele ano, onde ela esperou por quase uma hora na concentração por causa de atrasos da Portela e Viradouro. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Bruno Guedes).

Dos sambas que a Mocidade apresentou de 96 até 2008, esse é um dos poucos que prestam. O refrão de cabeça é bonito e muito forte. A performance de Wander Pires é excelente e ajuda a valorizar as nuances da melodia. Longe de ser uma obra-prima, o samba é bom, mais não é excepcional. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

12 - UNIÃO DA ILHA - Numa emocionante parceria entre pai e filho, Aroldo Melodia e o estreante Ito levaram este belíssimo samba da Ilha de 1996 na avenida. Ao mesmo tempo em que foi a estréia de Ito, aquele seria o último ano de Aroldo como intérprete oficial. No mesmo ano, ele sofreria um derrame que o afastaria do posto. Aroldo, no CD, já se mostra um pouco debilitado, até porque a voz que se sobressai é a de Ito. Só ouvimos a voz do imortal Aroldo no caco "Minha Ilha, vamos caminhando", no "Tá certo, tá certo" e, claro, no "Segura a marimba", três cacos. No mais, o enredo é bem exótico: sobre a galinha d'angola. A letra, em nenhum momento, parece que fala do animal, a não ser na parte "bicho feito que espanta a morte". Um detalhe que o "na cultura" que abre a segunda parte do samba é totalmente semelhante ao hino da Império Serrano de 1994. Mas é um excelente samba, totalmente envolvente, com um refrão central extraordinário e uma atuação espetacular da bateria. Não entendo porque tem gente que critica este sambaço! Em 1998, serviria de esquenta para Rixxa, que o tornou a oitava maravilha do mundo. Quem tem o CD de Esquentas de 1998 sabe do que eu estou falando. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel).

Belo samba, que tem um estilo que se assemelha aos dos sambas paulistas dos últimos anos, apesar de não ter aquele ranço de pagode mauricinho que se encontra no carnaval da terra da garoa. É um samba meio estranho para a escola, mas é interessante porque quebrava a seqüência de sambas "animadinhos", que já não vinham dando muito certo. O ápice desta fase se daria em 98, com "Fatumbi", mas este aqui também é bacana. NOTA DO SAMBA: 9 (João Marcos).

Beleza de samba, de bateria e de interpretação (pai e filho dão um show de gogó). ''A viagem da pintada encantada'' conta a história da galinha d'angola, consagrada pelo orixá Obaluaê como a primeira Yaô (mãe pequena do candomblé). Reza a lenda que muitas senhoras ''viraram santo'' quando a escola entrou na avenida, tamanho o impacto provocado pelo samba. Dizem ainda que as mesmas haviam sido avisadas para se prevenirem, mas não o fizeram, e deu no que deu. Por fim, outra brilhante interpretação desse samba pode ser encontrada no CD ''Esquenta na Sapucaí'', onde Rixxa também dá seu espetáculo. NOTA DO SAMBA: 10 (Cláudio Carvalho).

Outro grande momento do CD. No ano de despedida do eterno Aroldo Melodia das gravações de Samba Enredo, a escola caprichou no samba. Melodia soberba, variando do início ao fim, com predominância menor. O show da bateria de Mestre Paulão há que se ressaltar. Ito Melodia, filho do Aroldo, estreava como interprete oficial da escola. Um primor de samba. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Bruno Guedes).

Um samba muito bom e bacana de se ouvir. Como foi dito, a obra ajudou a quebrar a seqüência de hinos animadinhos que não geravam mais resultados para a escola. O melhor desta fase é Fatumbi, mas esse vale a pena escutar no LP. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Daniel Benfica).Clique aqui para ver a letra do samba

13 - IMPÉRIO SERRANO - Um dos melhores sambas-enredo de todos os tempos! O samba da Império Serrano de 1996 me emociona só de pensar nele. Uma melodia emocionante aliada a uma letra linda e a uma singular interpretação de Jorginho do Império faz de "Verás que um Filho teu não Foge à Luta" um dos cinco melhores da história da Império. E classificar um samba-enredo recente neste patamar é mais difícil do que tirar leite de pedra. Observe esta parte (a receita): "Junte um sorriso meu, um abraço teu, vamos temperar/ Uma porção de fé, sei qe vai dar pé, não vai desandar/Amasse o que é ruim, e a massa enfim, vai se libertar/Sirva um prato cheio de amor/Pro Brasil se alimentar". Quando cantarolo essa parte, vou às lágrimas. É muito lindo! Eu aprendi a ouvir este samba a partir da versão da coletânea Sambas Enredo Inesquecíveis, onde está completo com 5 minutos e 16 segundos. A versão do CD de 1996 é de quatro minutos e os mesmos três segundinhos de enfeite presentes em quase todas as faixas. Ou seja, no CD de 96, quando o samba começa a esquentar de vez, a faixa acaba... Ele até foi incluído no CD Bônus de 2002, porém com a versão cortada... Muito obrigado, Serrinha, por fazer eu me emocionar tanto ao ouvir esta obra-prima. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel).

O grande momento imperiano nos anos 90, a homenagem a Betinho rendeu um samba emocionante, de letra tocante e melodia inspirada. O andamento cadenciado valorizou ainda mais a faixa. Só faltou Quinzinho cantando e agogôs mais audíveis. De resto, um dos grandes sambas da década... mas é difícil compará-lo com as obras da fase de ouro de Silas de Oliveira (64 a 69). Poucas escolas podem se dar ao luxo de dizer que um samba deste nível não está entre os melhores de sua história... NOTA DO SAMBA: 10 (João Marcos).

''Verás que um filho teu não foge a luta'' é a homenagem da escola da Serrinha a Herbert de Souza, o grande Betinho, e sua luta pela cidadania. Tal qual seu ''moderno Dom Quixote'', a rapaziada arroz-com-couve também travava sua luta particular, nesse caso, para resgatar a velha dignidade, arranhada por carnavais pífios, desmandos e asfixia financeira. Esse grande samba, cantado na avenida por gente do porte de Jorginho do Império e Carlinhos da Paz, embalado pelo som da bateria, que deu mais um show, mostrou que o Império ainda estava vivo e fez a escola ficar à frente de muita gente tida como favorita. NOTA DO SAMBA: 10 (Cláudio Carvalho).

O samba do ano. Emocionante. Não se pode falar desse samba, sem se emocionar. O tom dramático do enredo e da causa do Betinho foi absorvido de forma magnífica pelos compositores. A melodia é de fazer chorar até quem odeia carnaval. A letra é sem dúvidas o maior destaque desse samba, sendo a parte da receita, na segunda parte do samba, emocionante e linda. Samba antológico... NOTA DO SAMBA: 10 (Bruno Guedes).

Obrigado aos compositores por esse samba sensacional. Fantástico. O Império que teve o gênio Silas de Oliveira ganhou mais uma obra para entrar na sua coleção de hinos fantásticos. Uma letra tocante aliado a uma melodia inspirada dá à tônica dessa beleza. O andamento cadenciado valorizou ainda mais a faixa. Como foi dito pelo João Marcos, é difícil comparar com as obras de Silas, mas esse samba é lindíssimo. Adivinhem a nota? NOTA DO SAMBA: 10 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

14 - MANGUEIRA - Demais o alusivo cantado por Jamelão: "Sou amor/sou esperança/Sou Mangueira até morrer". A partir de 1996, estava estabelecida a campanha "Muda Mangueira", ecoada por Jamelão como seu grito de guerra (coisa rara ele dar grito...), que objetivava acabar com a fase de modorrentos e medianos desfiles que a verde-e-rosa vinha apresentando. A campanha, de fato, daria certo, pois impulsionaria a escola a despontar anualmente como favorita ao título anualmente (a consagração viria em 1998 e em 2002). Sobre o hino mangueirense de 1996, é um samba que, embora poético, é bem animadinho. Sua melodia apresenta boas variações, sendo bem qualificada. É um bom samba, mas é óbvio que a verde-e-rosa possui sambas mais qualificados. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel).

"Muda Mangueira". Apesar da ordem de Jamelão, a escola optou por mais uma marchinha, desta vez um pouco menos insossa. Os refrões são muito fortes, a marcha tem boas variações melódicas e uma letra poeticamente respeitável. Está longe de ser sensacional, mas não faz feio num LP fraquinho com o de 1996. NOTA DO SAMBA: 8,3 (João Marcos).

Nem a letra nem a melodia são ruins, mas esse samba passaria facilmente desapercebido, a não ser pelo belíssimo solo de Jamelão, no início da faixa. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Cláudio Carvalho).

Gosto bastante desse samba. Repete a fórmula de anos anteriores, onde a melodia é em tom maior e uma letra animadinha. Conta-se muito bem as lendas maranhenses, assim como tem um refrão muito legal. É um samba que se não é o melhor do ano, está muito longe de ser ruim! Ouço sempre essa faixa. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Bruno Guedes).

Depois do Império, eis que surge a Mangueira com uma marchinha razoável, mas longe de ser fantástico. Sinceramente, eu queria escutar outro sambaço, mas fazer o que.... Sobre a obra, o hino tem refrões de impacto e algumas boas variações melódicas. A letra é razoável. A mesma coisa que eu já falei para outras escolas eu digo para a Mangueira: não é samba para a agremiação. A melhor coisa da faixa é o belíssimo solo de Jamelão no começo.  NOTA DO SAMBA: 8,2 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

15 - UNIDOS DA TIJUCA - Samba que exalta a cultura africana de outrora geralmente é uma obra-prima. O hino da Unidos da Tijuca de 1996 não fica tão atrás, não. Mas é evidente que faltou Paulinho Mocidade e a bateria se soltarem bem mais na gravação do samba. Paulinho, no ano anterior, junto com a bateria, acrescentou animação ao samba e ele se tornou um dos melhores do CD de 95. Já em 1996, ambos estão tímidos. É um bom samba, mas se tivesse mais vibração no CD, seria um dos melhores do ano. É um samba-enredo muito elogiado pela crítica. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel).

Samba surpreendente, com bastante pegada. Paulinho Mocidade rende melhor com sambas mais leves, mas conseguiu dar um tom interessante ao hino tijucano. Os refrões grudam no ouvido, mas talvez com um andamento mais lento e com os tambores mais audíveis, a faixa ficasse mais valorizada. É um belo samba, um dos melhores da escola na década. NOTA DO SAMBA: 8,9 (João Marcos).

Samba a moda anos 80, de melodia arrastada, cheia de notas longas e com três refrões curtos. Fica claro que não se adequou aos tempos contemporâneos, tanto é que nem a interpretação de Paulinho Mocidade, nem a participação dos ritmistas de Mestre Silvão, conseguiram lhe dar lugar de destaque no disco. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Cláudio Carvalho).

O samba é uma bela obra. Tem um refrão que lembra os sambas da década de 70 e uma melodia moderna, porém na segunda parte fica lírica, tornando-o muito bonito. Paulinho Mocidade faz um alusivo muito bonito também. Na avenida, infelizmente o samba não aconteceu. Mas ele é muito bonito. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Bruno Guedes).

Um dos melhores da escola da década. Os refrões são os destaques de um hino que não é antológico, mas pelo menos é diferente de muita coisa igual e insossa do carnaval atual. Num andamento mais cadenciado, a obra poderia ficar mais valorizada, mas o samba é bonito mesmo assim. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

16 - VIRADOURO O samba não é ruim, mas ficou marcado pelo pior desfile da Viradouro e, conseqüentemente, de Joãosinho Trinta. Também ficou marcado pela atuação opaca de Nêgo Martins, que provou ser um intérprete limitado. Para os bambas, é considerado um excelente segundo intérprete, mas um fraquíssimo intérprete oficial. No CD, a bateria se solta bastante, assim como Nêgo Martins e o coral, que chega a abafar a voz do puxador. É um samba que tem uma melodia super-animada e uma bela letra. É um samba-enredo razoável. NOTA DO SAMBA: 8,4 (Mestre Maciel).

O pior samba da escola no Grupo Especial. Limitado, mal interpretado, letra sem inspiração e melodia genérica. Para piorar, o desfile foi um dos piores momentos de Joãosinho Trinta como carnavalesco. Enfim, nada funcionou e a faixa é difícil de engolir. NOTA DO SAMBA: 7,2 (João Marcos).

''Aquarela do Brasil ano 2000'', samba de Heraldo, Jorge Baiano, Mocotó e Flavinho, campeoníssimos nas escolas de Niterói e São Gonçalo, traz a proeza de abranger todas as riquezas naturais e culturais do nosso país, do Oiapoque ao Chuí. Outro destaque é a participação dos ritmistas de Mestre Jorjão, que ajudou a transformar uma bateria até então obscura numa das melhores do Grupo Especial (em terra de cego, quem tem um olho é rei). Na avenida, porém, a Viradouro atravessou e quase foi rebaixada, recuperando-se apenas em 97, com o inédito título. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Cláudio Carvalho).

Acho essa melodia bastante animada, não pejorativamente, mas positivamente. A letra já é um caso contrário, deixa a desejar e muito. O refrão do meio ouço várias vezes, principalmente por causa do swing da bateria do Mestre Jorjão, na gravação. Além disso, ele tenha talvez a melhor passagem do samba inteiro, seja na melodia, seja na letra. A segunda parte é um resumozinho da sinopse e o refrão principal não é muito inspirador. É de se estranhar o resultado desse samba, justamente por causa da parceria que o assinou, Heraldo Faria e Cia., craques em sambas na escola do Barreto e na co-irmã, Cubango. Nego Martins não atrapalhou, mas também não salvou o samba. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Bruno Guedes).

Pessoal preparem os ouvidos, a faixa da Viradouro é muito ruim. Para começo de papo, Nego Martins não é interprete para microfone oficial de escola. Para ser segundo, tudo bem, mas primeiro não. O resultado disso é que o hino que já é muito ruim ficou ainda pior com a interpretação dele. Fora isso, o samba tem uma letra sem inspiração, uma melodia genérica e muito limitada. Mais um para se jogar no lixo em 96. NOTA DO SAMBA: 7 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

17 - TRADIÇÃO - Horrível! O hino da Tradição de 1996 inaugurou a safra dos sambas da escola massacrados pela crítica. E este é pisado com justiça. De melodia chata e cansativa e de dois refrões péssimos, o samba afundou a Tradição na Sapucaí. O rebaixamento foi inevitável. O competentíssimo Edmilton de Bem (na época, Edmilton da Tradição) não pôde fazer nada. NOTA DO SAMBA: 7,2 (Mestre Maciel).

E pensar que esta era a Escola que ia resgatar o melhor da Portela... E pensar que apenas oito anos antes, a Tradição chegava ao Grupo Especial com um dos melhores sambas da década de 80, deixando "meio mundo" impressionado... De repente, recebemos isto, um dos piores sambas da história, sem graça, apelativo e o pior - tecnicamente, muito ruim. A melodia não se resolve e quebra no reinicio do samba. A letra é clichê atrás de clichê. O samba é uma catástrofe e matou a escola, rebaixada com inteira justiça. NOTA DO SAMBA: 4,9 (João Marcos).

Sabe aquele samba que você compõe para o seu bloco desfilar na véspera do carnaval, já meio doidão (olha a cerveja aí), e cheio de gente à sua volta dando palpite? Pois é, esse parece ter sido feito nessas condições. Não sei como Moisés Santiago e Luizinho Professor conseguiram ir tão longe com essa história de fazer samba. Talvez as diretorias de Tradição e Salgueiro tenham alguma explicação para isso, porque, sinceramente, nem o velho Freud teria. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Cláudio Carvalho).

Muito fraco. O pior samba do Especial em 1996. A letra é paupérrima e a melodia ultrapassada, genérica, muito usada em diversos sambas. O refrão do meio é o pior momento do samba, faltou inspiração aos compositores, que rimaram “Vem que eu vô" com "tô que tô”. A melodia na segunda parte parece “perdida” e deságua num refrão fraquíssimo. Não teve jeito, Tradição rebaixada. Uma pena que quem tenha defendido esse samba tenha sido um dos melhores intérpretes em atividade, Edmilton de Bem. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Bruno Guedes).

Ridículo, sem graça, horrível, um lixo. Tudo isso e muito mais pode ser dito desse hino, um dos piores sambas da história. Não tem nada que possa ser dito de bom desse samba. Apenas vamos lamentar que uma escola que já teve hinos tão geniais com a dupla João Nogueira e Paulo César Pinheiro, dois gênios da MPB, virou uma escola que escolheu samba ruim atrás de samba ruim, com raras exceções. Esse aqui é sem graça, apelativo, uma letra ridícula com muitos clichês e para completar, uma melodia péssima. Uma catástrofe. NOTA DO SAMBA: 4,5 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba

18 - IMPÉRIO DA TIJUCA - Em sua última passagem pelo Grupo Especial, a tradicional e queridíssima Império da Tijuca levou para a Sapucaí um bom samba, mas daqueles que não gera tantas críticas e tampouco elogios. Possui dois refrões interessantes. A letra é muito boa, mas a melodia apresenta variações escassas. Talvez isto tenha atrapalhado o desempenho do samba-enredo na avenida. Rebaixada em penúltimo lugar! NOTA DO SAMBA: 8,5 (Mestre Maciel).

O samba não é ruim, mas é bem sem graça. A letra é interessante, até porque o enredo da escola era muito bom, mas a melodia é aquela mesmice que dá dó. Não ajudou a escola a se manter no Grupo Especial, apesar do desfile correto. NOTA DO SAMBA: 8 (João Marcos).

''O Reino Unido Independente do Nordeste'', carnaval assinado pelo ator Miguel Falabella, conta a história de um suposto pais formado pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Apesar da proposta interessante e do samba razoável, composto por Carlinhos Melodia e cia, a escola não teve fôlego suficiente para se manter entre as grandes e acabou rebaixada. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Cláudio Carvalho).

Um samba gostoso de ouvir. Não é nenhuma obra-prima, mas é de agradável melodia, principalmente na cabeça do samba e nos dois refrões. A letra é muito inteligente em alguns momentos, como: “O sol que alumia esta bandeira/Qual fogueira de São João/Cabra da peste, cantadô, muié rendeira/Vão pro senado, parlamento do sertão”. Faixa para se repetir várias vezes, principalmente por causa do belíssimo alusivo no início da mesma. Infelizmente o Imperinho foi rebaixado e nunca mais voltou ao Especial. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Bruno Guedes).

Um enredo muito bom da escola que não gerou um samba da mesma categoria. Essa é a definição do que ocorreu com a escola em 1996. O hino não é ruim e a letra é interessante, mas a melodia é de um marasmo sem igual. NOTA DO SAMBA: 8 (Daniel Benfica). Clique aqui para ver a letra do samba