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Os sambas de 1995 - Acesso A

Os sambas de 1995 - Acesso A

 

CONTEXTO HISTÓRICO: Após o carnaval de 1994, houve um descontentamento geral com o resultado do Grupo 1 – vencido pela Unidos de Villa Rica de Copacabana (1º lugar) e São Clemente (2º). As escolas desta categoria criaram então a Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (Liesga), uma dissidência da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (AESCRJ). O Grupo 1 passou a se chamar Grupo de Acesso A (ou simplesmente Grupo A). O Grupo 2 passou a ser Grupo B e assim por diante. Para o carnaval de 1995, ficou definido que nenhuma agremiação que desfilou no Grupo 1 em 94 cairia. Foram mantidas as 14 escolas que desfilaram no Grupo 1 em 94 e acrescentadas as três primeiras do Grupo 2 (Difícil é o Nome, Vizinha Faladeira e Em Cima da Hora). Também foram convidadas a Mocidade Unida de Jacarepaguá – última colocada do Grupo 1 em 1993 e 8ª colocada do Grupo 2 em 94 – e a Unidos do Porto da Pedra que, em 94, foi vice-campeã do Grupo de Acesso (Avaliação). Há alguns anos, a Porto da Pedra vinha se destacando nas suas apresentações em São Gonçalo. No entanto, a agremiação pulou dois grupos para participar do Grupo A em 95. Seu presidente, Paulo Almeida, foi eleito presidente da Liesga. O desfile do Grupo A teve que ser dividido em dois dias (sexta-feira e sábado de carnaval), em virtude de 19 escolas estarem participando da disputa. Em 96, o Grupo A foi composto por 12 escolas (as duas rebaixadas do Especial, mais a campeã do Grupo B e as entidades que chegaram entre o 3º e o 10º lugar em 95) e o desfile passou a ocorrer no sábado. A AESCRJ voltou a administrar os grupos no ano seguinte.

GRAVAÇÃO DO CD: Todas as 19 escolas tiveram seus sambas gravados num LP duplo lançado de forma independente pela Liesga. As bases e os instrumentos de percussão foram gravados em estúdio, com o formato clássico: o puxador canta sozinho a primeira passagem da música, com o coral entrando no bis dos refrões e reforçando a segunda passagem da letra. As baterias demonstraram no disco, algumas convenções típicas que cada escola executa na avenida, como as paradinhas. A safra, apesar de extensa, é muito boa e com um nível homogêneo, mesclando desde temas históricos a homenagens a celebridades e logradouros. Praticamente não há sambas ruins no disco. NOTA PARA A GRAVAÇÃO: 9,5 (Rixxa Jr).

 

1995 foi um ano atípico na história dos desfiles do Acesso. Pela primeira vez, depois de muito tempo, a organização do carnaval saiu das mãos da AESCRJ, e foi parar nas da recém criada LIESGA – Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (cujo logotipo aparece na capa do disco), dissolvida logo depois. As razões para o acontecido ainda permanecem obscuras, o que logicamente dá luz a uma série de boatos. Um deles diz que os diretores da LIESA queria comemorar o carnaval de 1994 (dez anos de Liga) com as presenças de Império da Tijuca e Unidos do Cabuçu, escolas presentes quando da sua fundação. Para tanto, teria havido uma espécie de ‘’pressão’’ para que ambas fossem promovidas. Como todo mundo sabe, as que subiram foram São Clemente e Villa Rica, que não gravaram suas faixas no CD do Grupo Especial 95. A Liga, portanto, teria assumido o controle dos desfiles do Grupo I após essa incompatibilidade com a Associação, criando a nova entidade. As coisas que esse povo inventa... Quanta maldade para com a LIESA, né não? No que se refere ao disco, tenho pouco a falar da gravação, que não é das melhores. A safra, definitivamente, também não. A qualidade da maioria dos sambas é sofrível, e o número excessivo de escolas (19) faz com que ouvir ou comentar os sambas desse disco não seja programa dos mais agradáveis. Mas já que estou aqui, vamos ao trabalho. (Cláudio Carvalho)

MOCIDADE UNIDA DE JACAREPAGUÁ: “Domingo é dia de Quinta” é a homenagem da escola da Cidade de Deus à Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O estilo de samba, com melodia pesada e em tom menor, era predominante nesta época. Apesar de ter sido gravado com animação, a escola se arrastou na avenida. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr).

O samba do galo azul e branco da Cidade de Deus é um tanto quanto inocente, mas nem por isso ruim. Há dez anos atrás, sobretudo no Grupo de Acesso, uma escola poderia se dar ao luxo de cantar um samba de letra fácil e melodia redondinha (o que não é exatamente o caso aqui). NOTA DO SAMBA: 8,8 (Cláudio Carvalho).

Simplesinho, mas bonitinho. Com esta frase podemos resumir o samba da Mocidade Unida para o carnaval 95. Com um tema bem carioca, a Quinta da Boa Vista, a letra do samba consegue brincar com o tema e remeter com categoria a este ponto turístico carioca. A melodia poderia ser menos grave, mas é um samba que não compromete. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba 

ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ: Um samba enredo com temática afro é como um vestido preto numa mulher: não tem como não dar certo. A escola, que já tinha enveredado por este tema 10 anos antes, levou para a avenida o belo e infalível “Deuses e costumes nas terras de Santa Cruz”, que abocanhou o Estandarte de Ouro de melhor samba do Grupo A. Na avenida, foi defendido por Leci Brandão. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr).

É um samba de letra manjada e melodia chinfrin, sem falar dos refrões no melhor estilo oba–oba. O enredo afro, fonte inesgotável de inspiração, foi muito mal aproveitado aqui. Resumindo: é um pecado de samba. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Cláudio Carvalho).

Belo momento da Santa Cruz. Um samba afro que não se apega a clichês tão usados em enredos afros que conhecemos. Ótimos refrões e uma deliciosa melodia fazem par com uma letra que descreve com competência o tema. Na avenida, o samba faz sua parte. Lecy Brandão, estreando como intérprete principal, dá conta do recado. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba

UNIDOS DO JACAREZINHO: Um tema que resgata os belos momentos da chanchada no cinema nacional gerou um musculoso samba enredo. Clóvis Pê estreava como compositor vencedor e cantou o hino da rosa e branco na gravação, já com seu famoso bordão “sorria, cavaco, sorria”. O samba, “Atlântida, a tela perdida”, é em tom menor, melódico e facilita o canto. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Rixxa Jr).

Outro samba esquisito, de letra pobre e melodia remendada, cheia de notas longas. Como no caso anterior, é mais um belo enredo desperdiçado. NOTA DO SAMBA: 8,0 (Cláudio Carvalho).

Uma belíssima letra que conta com maestria os tempos das chanchadas da Atlântida. Na minha opinião apenas a melodia tem alguns deslizes, onde a letra não se encaixa com os compassos melódicos em alguns pequenos momentos. Os refrões também ficam devendo um pouco mais de fôlego, principalmente o de apoio. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

LEÃO DE NOVA IGUAÇU: Desde que surgiu nos discos de samba enredo, em 1989, a Leão de Nova Iguaçu sempre apresentou belos hinos. “Arautos do Brasil mulato” é um samba lírico e poético que, no entanto, não se preocupa em descrever através da letra o enredo proposto, o que dificulta o entendimento do tema. Competente interpretação do veterano Jairo Bráulio. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr).

Samba de letra inteligente e melodia bem elaborada, algo raro nos tempos atuais, quando um samba dá origem a vários outros de melodia parecida, ou seja, canibalizada, na maior cara de pau. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Cláudio Carvalho).

"É muita habilidade"! Um samba que possui uma belíssima melodia, que começa em tom menor e vai crescendo aos poucos, com suavidade. Não possui letra descritiva, mas prima pela visão poética do tema, e "acerta a mão". Apesar dos problemas da escola no desfile, fica de lembrança esta bela obra, um dos grandes sambas da história do Leão. NOTA DO SAMBA: 10,0 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

IMPÉRIO DA TIJUCA: Um samba leve e animado, quase beirando a marcha, mas que levou a escola do Morro da Formiga a conquistar o vice-campeonato no Grupo A. O tema lembrava a Confeitaria Colombo, estabelecimento inspirador da marchinha “Sassaricando” e retrata o Rio Antigo até os dias atuais. O intérprete Edson Bombeiro tem uma voz muito semelhante à de Neguinho da Beija-Flor. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr).

A letra é pobrinha, mas, por ser fácil (tal qual a melodia), torna–se contagiante. A prova é que a Império subiu para o Especial com esse samba, que se não é um primor, também não pode ser considerado um boi. Falar sobre a Confeitaria Colombo, ao contrário do que parece, não deve ser fácil. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Cláudio Carvalho).

O samba da Império tem uma melodia de simples construção, mas bastante agradável, sem agredir os ouvidos. O grande problema desta obra está na letra, bastante pobre e pouco poética, quase sem nenhuma criatividade. Na avenida funcionou bem, mas é inexplicável o acesso da escola ao Grupo Especial naquele ano. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba

LINS IMPERIAL: “Uma festa em verde e rosa” cantou a trajetória da cantora e atriz carioca Maria Helena. A letra retrata até o time do coração da homenageada. Junto com o samba do Arranco, é um dos mais fracos do disco. O refrão afro “Odoiê, odoyá/ Meu Pai Ogum/ Salve, salve/ Saravá” apesar de belo, parece um pouco deslocado do contexto. Nem o vozeirão lubrificado de Tiãozinho Cruz salva o samba. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr).

Apesar de dizer o time e o santo da homenageada, esse samba tem uma letra bem feita e melodia que emociona. A nota triste fica por conta dos versos ‘’A minha escola tão querida/apresenta na avenida’’, cujas notas parecem ter sido rigorosamente copiadas de ‘’África encanto e magia/Berço da sabedoria’’ (Quando o samba era samba – Portela 94). Fora isso, não é mal. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Cláudio Carvalho).

O refrão principal, forte, bem construído, que chama pra cantar, é o ponto realmente forte e marcante deste samba. De resto, a história da cantora Maria Helena é contada de maneira bastante simplória pela letra e melodia. NOTA DO SAMBA: 8,0 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba

VIZINHA FALADEIRA: “Ginga, Vizinha... Ai, ai que emoção!” era o grito de guerra do puxador Carlinhos Cantor (mais tarde rebatizado Carlinhos Emoção) que anunciava “O Relicário do Samba”, mais um tema que resgata a história dos velhos carnavais desde os tempos da Praça Onze e de personagens marcantes da folia, como Tia Ciata, Maria Lata d’Água, diretores de bateria, mestres salas e portas-bandeiras. O samba é animado, com dois refrões simples e eficiente. Andamento um pouco rápido, quase marcheando o samba. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr).

Esse é mais um dos bons hinos do disco. Nele, a Vizinha conta um pouco da história do samba, que também ajudou a construir. Pra quem não sabe, essa escola já foi campeã do Grupo Especial em 1937, e, até então, era tida como a mais luxuosa das agremiações, sendo alvo de críticas por parte das co–irmãs (algo parecido com o  que acontece hoje à Beija–Flor). Muitos de seus componentes, inclusive, reivindicam para a Vizinha o título de primeira escola de samba, mas isso já é outra conversa. Voltando ao assunto do samba, não quero ser chato, mas o que dizer de um intérprete fanho? Quero deixar claro que não tenho nada contra esse rapaz, senão pode ser até que ele queira me dar uma porrada ao encontrar comigo na rua. Sou da paz. Nem sei que fim ele levou, e acho até que ele não tem culpa de nada. Quem tem são as pessoas que chegaram no ouvido dele e disseram que ele canta bem. Fazer o que? NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho).

Outro samba que tem na alegria e espontaneidade seu ponto alto. Não existe um cuidado maior quanto à letra, e nem um trabalho mais rebuscado em relação à melodia. Vale pela alegria que o samba remete, através também de seus refrões simples, mas de efeito. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba

INDEPENDENTE DE CORDOVIL: Um bonito samba em homenagem à cantora Sandra de Sá. A Independente de Cordovil foi muito feliz na escolha de seu hino, que recorta trechos e títulos das músicas de maior sucesso da artista. Melodia inspirada e complexa que resultou num dos melhores sambas do ano na categoria, como era praxe da finada agremiação de Cordovil. A escola da Cidade Alta deixou saudades. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Rixxa Jr).

O já extinto dragão da Leopoldina (eita nome feio), ex–Independente do Leblon (a escola mudou de endereço, pois os moradores foram removidos, pela prefeitura, de um bairro para o outro), tem um dos sambas mais feios desse disco, que por si só já não é lá essas coisas. Tal como o Cazuza da Santa Cruz, esse é um hino que intercala versos de antigos sucessos da homenageada Sandra de Sá com outros de péssima inspiração. Fraco. NOTA DO SAMBA: 7,7 (Cláudio Carvalho).

Que saudades do Dragão da Leopoldina! A infelizmente extinta Independentes de Cordovil nos brindou com uma bela obra no ano de 95. Enaltecendo Sandra de Sá, o samba da escola tem a competência de contar com categoria o que significa (ou significava?) para a MPB as canções de Sandra de Sá. A letra é bastante intimista e peca em pequenos detalhes, onde falta um pouco de capricho. Mas, na melodia, não existem reparos a fazer. Belíssimas passagens. Vale a pena transcrever "Porta-Voz da esperança espalha o amor / Me leva em seus braços me dá seu calor / E na ciência o caminho pra mostrar / Que o sucesso é você Sandra de Sá". Resumindo, o samba consegue achar atributos na cantora homenageada que a maioria nem enxergava. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

ACADÊMICOS DO CUBANGO: Samba de estrutura simples e retilínea, sem grandes nuances, mas que foi eficiente para a verde e branco do Morro do Abacaxi narrar a história da cidade de Niterói. Destaque para o verso que homenageia o carnaval niteroiense e a cordialidade da Cubango em incluir na letra do samba o nome da arqui-rival Viradouro. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Rixxa Jr).

Samba bom. Apesar da melodia comum, retrata bem a história da cidade de Niterói, berço da escola e tema da minha última coluna neste site. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Cláudio Carvalho).

Samba que começa de maneira avassaladora. Os primeiro quatro versos, todos em menor, crescendo aos poucos, são uma maravilha. Mas depois disso a melodia infelizmente cai em vários pontos comuns a outros sambas. A letra é irregular, mesclando belos momentos como no começo do samba, com outros bastante simplórios. O refrão principal merecia maior capricho. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

DIFÍCIL É O NOME: “A grande estrela, o Sol” é um samba animado desta escola de Pilares. A letra narra a presença do sol na história, na astrologia e todas as possibilidades do Astro-rei no cotidiano das pessoas. Dois refrões fortes e uma correta interpretação de Dida Inspiração, que mais tarde defendeu sambas na Ponte. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Rixxa Jr).

Esse samba é do Serginho do Porto, um dos maiores vencedores de samba–enredo da atualidade, injustamente tachado por alguns de pé–frio. Ele, inclusive, gravou o alusivo da escola nessa faixa, que dá a impressão de ser fraca no início, mas vai ganhando corpo daí em diante. Mesmice à parte, dá pra ouvir na boa. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Cláudio Carvalho).

Não é um samba marcante. A letra poderia fazer uma leitura menos intimista do Sol, já que em alguns momentos beira à vulgaridade. A melodia tem bons momentos e salva a obra de um naufrágio maior. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba

ARRASTÃO DE CASCADURA: Um samba classudo, com uma das manifestações mais fortes do Nordeste – o frevo. No disco, o samba foi gravado por Rixxa, que não permaneceu na escola para conduzi-lo na avenida. Edmilson Villas cantou o samba na avenida. Um dos mais belos sambas desta simpática escola que precisa reaprender a ser grande e competitiva. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr).

Esse samba pode parecer bom, mas se dado a um cantor pé de chinelo, resulta num fracasso. A presença de Rhichah (ainda é assim que se escreve?) é o que salva essa faixa, cheia de versos esquisitos. NOTA DO SAMBA: 8,2 (Cláudio Carvalho).

Pra mim este samba só peca em seus refrões, onde merecia mais capricho em sua letra. Ficou muito clichê. De resto o samba é encorpado, com uma belíssima melodia e uma letra caprichadíssima. No disco, Rixxa dá show, e na avenida, o já falecido Edmílson Villas também canta muito bem. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

ACADÊMICOS DA ROCINHA: A gravação privilegiou este samba. No entanto, na avenida, a escola se arrastou na avenida. O tema mostra as maneiras e as possibilidades de se encontrar a felicidade. O samba, de autoria de André Luiz e Marquinhos, consagrou um estilo de composição na Rocinha. Samba em tom menor, com a segunda parte e o refrão principal numa tonalidade leve. Os versos “igualdade para cada cidadão/ mais que um país, uma nação/ com a natureza sempre a preservar/ feliz, eu vou cantar/ esperando o amanhã chegar são poesia pura. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Rixxa Jr).

Samba de letra manjada e melodia repetitiva, além de mal interpretado por Niltinho de Oliveira. NOTA DO SAMBA: 8,0 (Cláudio Carvalho).

Um dos grandes sambas da Rocinha, infelizmente pouco lembrado. Tem uma letra forte, rica em detalhes e mensagens de otimismo, que é a tônica do enredo. A melodia é envolvente, cativante e competente quase sempre. Na avenida, passou com cadência perfeita. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba  

ACADÊMICOS DO ENGENHO DA RAINHA: Mais um excelente samba enredo desta simpática escola e que possui uma boa coleção de hinos. “Youlhesman Crisbelles” fala sobre a Banda de Ipanema e trata da trajetória desta verdadeira instituição do carnaval carioca. O enredo relata o período histórico-social-cultural do Rio de Janeiro entre os anos 50 até a década de 90. Uma bela interpretação de Ciganerey. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Rixxa Jr).

Essa escola viveu seus melhores dias entre meados das décadas de 80 e 90, quando chegou a ganhar dois Estandartes de Ouro em samba–enredo. Durante esse período, teve belos hinos, interpretados pelo competente Ciganerey, melhor que muito puxador do Grupo Especial. Esse samba é um retrato fiel do que estou falando. Um dos melhores, se não for o melhor do LP. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Cláudio Carvalho).

Samba muito feliz ao cantar a Banda de Ipanema com muita alegria e uma letra irreverente e inteligente. A melodia não perde o pique nunca, sempre pra cima. A letra do refrão do meio é irreverente e picante no ponto certo. Os compositores não tiveram medo de ousar. Só achei que poderiam ter evitado repetir a palavra "banda" dentro do mesmo refrão, ainda mais sendo este o refrão principal. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

ARRANCO DO ENGENHO DE DENTRO: A escola vivia um período não tão inspirado de samba enredo, ao contrário dos belos hinos dos anos 70 e 80. O samba “Ria, se puder” tem melodia pesada e é difícil de ser cantado por ter a tonalidade menor. Um dos mais fracos do ano. NOTA DO SAMBA: 7,8 (Rixxa Jr).

Esse hino, interpretado pelo simpático Dedêco, presidente da ala dos compositores da escola, e que muito bem me recebeu quando lá estive, tem um estilo interessante. É bastante irônico, e a participação de Juan Espanhol (fazendo cacos ao fundo) lhe dá um tempero todo especial. Uma das raras faixas que vale a pena ouvir. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho).

Um dos momentos menos inspirados da escola. O tema "Ria se Puder", que pede crítica com bastante irreverência, e por isso, uma melodia suave, pra cima, ganhou como "presente de grego" um samba de melodia muito grave para o tema, com uma letra bastante pobre, sem nenhuma criatividade. Os refrões infelizmente são de chorar, assim como foi o desfile da simpática Arranco. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

UNIDOS DO CABUÇU: A Cabuçu parabenizou o Teatro Rival pelos 60 anos de existência (em 2005 – 10 anos depois – Alegria da Zona Sul repete a homenagem aos agora 70 anos do teatro). Um samba mediano, valorizado pelo sumido Sidney Moreno. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Rixxa Jr).

Outro samba de letra pobre e melodia cheia de notas desnecessariamente longas. Falar sobe a Cinelândia não é só citar as suas atrações, como numa aula mal dada de historia. Um dos bairros mais tradicionais do Rio pede bem mais que isso. NOTA DO SAMBA: 7,8 (Cláudio Carvalho).

Um samba apenas simples, com melodia usual. Sua letra tem a competência de transmitir com clareza o tema. É o ponto alto do samba. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

UNIDOS DO PORTO DA PEDRA: Um bonito samba enredo, na estréia da escola na Marquês de Sapucaí e ao conhecimento do grande público. A primeira parte e o primeiro refrão são em tom maior e narram a maravilha que é viver no campo. Ao passar para a segunda parte, o tom muda para menor ao relatar o cotidiano de uma cidade grande. Destaque para a voz de Wantuir, que a partir deste ano, entrou para o seleto grupo de intérpretes de primeiro nível. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr).

Quem diria que Porto da Pedra e Difícil é o Nome freqüentaram o mesmo Grupo A há tão pouco tempo atrás? Pois é, vivendo e aprendendo. No ano seguinte, a escola já estaria entre as grandes do carnaval carioca, com as quais convive atualmente, após o sobe e desce dos primeiros anos. Desde essa época, já se notava que ela tinha futuro, pois seu samba destoa da maioria dos outros desse LP. Pelo hino, percebe–se que seus diretores não estavam pra brincadeira. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Cláudio Carvalho).

Um samba que, de tão sublime, ficou bonito. Tem uma melodia bem suave, com a primeira em alta, e a segunda em tom mais grave (clássica estrutura) e uma letra muito bem composta, com refrões bem construídos. Um dos belos sambas de 95. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

CANÁRIOS DAS LARANJEIRAS: a escola vinha valorizada por ter conquistado o Estandarte de Ouro no ano anterior. “Seu conductor, din, din, seu conductor” é um bom samba, mas que no entanto não teve sucesso na avenida. Graças ao atraso na confecção das fantasias, a roupa da bateria não ficou pronta e a escola entrou na Sapucaí sem seus batuqueiros, o que resultou no seu automático rebaixamento. O samba foi conduzido por Márcio Souto (ex-Caprichosos de Pilares). NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr).

“Os canários sou?’’. Que alusivo é esse? O samba da amarelo e branco (nunca vi uma combinação de cores tão estranha), que se não me engano desfilou sem bateria, é a antítese do que eu falei no tópico anterior. Como uma escola pode almejar alguma coisa com um hino que mais parece uma daquelas marchinhas da década de 30? Inocência não é ruim, mas não precisava exagerar, né? NOTA DO SAMBA: 7,6 (Cláudio Carvalho).

Belo samba. Melodia suave e agradável, facilitando o canto, com belíssimas variáveis. A letra é descritiva, clara e tem pitadas certas de irreverência. O refrão "Seu condutor, din din, seu condutor" é simples e de ótimo efeito. Os outros refrões são de menor intensidade e qualidade. Mesmo que a escola tenha desfilado sem bateria, fica de lembrança o bonito samba da escola em 95. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Franclim). Clique aqui para ver a letra do samba

UNIDOS DE LUCAS: Mesmo com um tema manjado – falando sobre a Bahia –, a Unidos de Lucas apresentou um samba cheio de ginga e animação, com jeito de anos 70. O refrão é simples, mas é definitivo: “Tem capoeira/ tem berimbau/ é samba quente/ é carnaval”. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr).

Mais do mesmo. Sobretudo no que se refere ao enredo. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Cláudio Carvalho).

O samba do Galo de Ouro não apresenta grandes novidades em relação à melodia e letra do que já foi falado sobre o estado da Bahia, o mais decantado dos estados brasileiros. Apesar de não inovar, a melodia é correta e bastante coesa, facilitando a harmonia. No desfile, o samba passou quase sem ser percebido, assim como o desfile de Lucas. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

EM CIMA DA HORA: A escola resolveu falar da dança como mote para homenagear um dos seus filhos mais célebres do bairro de Cavalcanti, o dançarino Carlinhos de Jesus. Na gravação, a bateria está tão rápida quanto uma locomotiva. A letra contempla desde ritmos clássicos como o balê, até as danças de salão até ritmos mais modernos como o funk. NOTA DO SAMBA: 9 (Rixxa Jr).

Fala sobre Carlinhos de Jesus, cria da escola, sem apelar pra velhos jargões já conhecidos (e por mim excessivamente mencionados) quando um enredo se destina a falar de uma personalidade. Nem por isso, a letra e a melodia deixam de ser pobres. Como eu sempre digo: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Cláudio Carvalho).

Fugindo da linha clássica que possui a maioria dos sambas da escola, o samba de 95 que homenageava a dança e, por conseqüência, Carlinhos de Jesus, uma das crias de Cavalcante, é bem menos. Tanto letra quanto melodia se mostram irregulares em vários momentos. Não deixa saudades. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Franclim) . Clique aqui para ver a letra do samba

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