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Os sambas de 1995 A GRAVAÇÃO DO CD - A gravação é parecida com a do disco de 1994, porém um pouco mais comportada (embora os sambas da Unidos da Tijuca, do Salgueiro e, principalmente, o da Mangueira estejam bem mais soltos). O coro tem uma participação discreta, sempre acompanhando o puxador nas duas passadas do samba. E pela primeira vez o teclado ao som de violino desponta nas partes líricas dos sambas. A grande falha do CD de 1995 sem sombra de dúvida foi a exclusão das faixas da São Clemente e da Villa Rica, as duas escolas promovidas do Acesso. Como no ano anterior ficou decidido que nenhuma escola cairia, aumentaram o número de escolas no Grupo Especial de 16 para 18. E, por falta de espaço no disco, não incluíram no CD os sambas dessas duas escolas. Aliás, São Clemente e Villa Rica não conseguiram incluir seus sambas de 1995 nem nos discos de Acesso. Um relevante absurdo, algo lamentável, uma falha que jamais deveria ter sido cometida pela Gravadora Escola de Samba, nem pela LIESA, nem pela BMG, nem por ninguém. Assim como em 1994, para vender em LP's os sambas de 1995, as 16 faixas foram divididas em dois LP's com oito cada. E a safra de 1995 é muito boa, composta por sambas muito qualificados e um ou outro que não é de muito agrado ao bamba. NOTA DA GRAVAÇÃO: 9 (Mestre Maciel). 1995 foi um ano de grandes desfiles, mas medíocre em matéria de samba. Com 18 escolas no Grupo Especial, os bois com abóbora se avolumaram de forma até natural. Os melhores sambas também não são grande coisa. A gravação, apesar de menos barulhenta do que a de 1994, nivela tudo por baixo, fazendo com que o ouvinte não sinta a diferença gritante entre os melhores e os piores sambas. Apesar do sambista querer sempre o registro de todas as escolas, a ausência dos sambas de São Clemente e Villa Rica não fazem a menor falta - pelo que me lembro dos desfiles, eram tenebrosos. O estandarte de ouro foi para a Portela, apesar de eu considerar o samba da Imperatriz, a grande campeã do carnaval, o melhor do ano. O disco é meio chato e um prenuncio do que viria pela frente - uma década que começou razoável e terminou medíocre. NOTA DA GRAVAÇÃO: 6 (João Marcos). 1 - IMPERATRIZ - Belo samba, uma unanimidade entre os bambas. Seu ponto forte é a melodia, cujas variações são bem qualificadas. Preto Jóia afirma com todas as letras que este samba lhe consagrou definitivamente como intérprete de escola de samba, embora eu ache que isto tenha ocorrido já em 1993. Deu ajuda decisiva para o bicampeonato da escola. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). O enredo, uma sacada brilhante de Rosa Magalhães, não pedia uma samba emocionante, mas cerebral. Por isso, nada melhor do que um samba de Eduardo Medrado e cia. Com uma melodia ousada e uma letra que passa a mensagem do enredo com clareza, mas sem se chocar com o estilo barroco dos desfiles de Rosa Magalhães, a Imperatriz apresentou o samba-enredo mais perfeito da década do ponto de vista técnico. Não é um samba para "sacudir" e nem chama muito a atenção do ouvinte médio, que não consegue perceber as sutilizas da composição. É samba para quem sabe, feito por quem sabe de samba. Perfeito. NOTA DO SAMBA: 10 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 2 - VILA ISABEL - Um samba cuja letra é típica dos hinos da Vila Isabel: qualificada e sem clichês. Inclusive a dupla Gera e Jorge Tropical, descontraída, conseguiu misturar bem animação com lirismo. A animação compõe a primeira parte do samba e o lirismo (onde se sobressai Tropical) a segunda. É outro samba que, assim como a maioria dos de 1995, possui imensa aceitação entre os bambas. Demais o alusivo de Martinho da Vila cantado por Gera ("Minha Vila tá legal/Tá legal/Simplificando pra ganhar o carnaval"). NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel). Samba tecnicamente muito bom, que conta o enredo com simplicidade, apresentando algumas variações interessantes de melodia. O refrão de cabeça lembra muito a melodia do samba da Rocinha de 2005, o que me levou a desconfiar que a escola, campeã do acesso daquele ano, teria levado um samba do escritório do André Diniz para a avenida - fontes me disseram que tal fato não corresponde à verdade. Quanto ao samba da Vila de 1995, é bom tecnicamente, mas passa despercebido no CD, o que é imperdoável diante das obras primas dos anos anteriores. NOTA DO SAMBA: 8,9 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 3 - CAPRICHOSOS - Excelente samba, apesar do formato marcha-enredo devido à aceleração da bateria (que dá show na faixa) e à seus versos curtos. O refrão principal, como contém rimas com magia e energia, é considerado oba-oba. O refrão central (mareja, vem mareja...) é disparado a melhor parte do hino da agremiação de Pilares de 1995. Luizito conduz bem um samba bastante animado. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel). Mais uma marchinha simpática da escola, feito em primeira pessoa - o que segue o espírito do título do enredo. A melodia é simples, da mesma forma que a letra, mas o samba consegue ser animado o suficiente para não causar sonolência no ouvinte. NOTA DO SAMBA: 8 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 4 - BEIJA-FLOR - Até hoje muitos exaltam este samba que homenageou Bidu Sayão como o melhor da história da escola (embora eu ache que não é pra tanto). Possui uma melodia maravilhosa e, por incrível que pareça, leve, algo que é raridade nos sambas da agremiação de Nilópolis. O samba ditou muito bem o ritmo da escola na avenida. Inclusive a gravação deste samba que inaugurou a moda de destacar o samba-enredo na primeira passada, fazendo com que a bateria se ausente nesta parte (isso inspirou quatro escolas a utilizarem o mesmo procedimento no disco de 1996, mais todo o de 2004). Na segunda passada, a bateria vem com tudo, vibrante e com uma paradinha empolgante no excelente refrão central (que, na avenida, enquanto era cantado por Neguinho e sua equipe, uma soprano de fundo soltava o gogó, transformando o refrão numa autêntica ópera). Um samba bem fácil de ser cantado e que até hoje faz com que muitos bambas protestem o terceiro lugar tirado pela escola em 1995. Ah, e o tradicional alusivo Deusa da Passarela cantado por Neguinho juntamente com as sopranos Maria Lúcia Godoy e Neti Szpilman soa meio esquisito... NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). Samba bom, apesar de não ser grande coisa. O fato é que samba bom na escola era fato raro - ainda não tínhamos a Comissão de Carnaval e os sambas tipo "Mundo Místico dos Caruanas". Mesmo com um enredo poético, uma bela sacada do polêmico Milton Cunha, o samba ainda teve os popularismos que visavam comunicação com o público e não funcionavam. Eles ficaram mais presentes no refrão principal, onde Neguinho pede que a bateria "swingue" e ,também, no trecho "tô nesta ópera extravasando alegria". NOTA DO SAMBA: 9,3 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 5 - VIRADOURO - Muitos consideram este samba um dos piores da escola, talvez mais pela voz de Rico Medeiros, que não agrada a muitos bambas. Mas, na minha opinião, trata-se de um belo samba, com uma melodia bem variada (embora os refrões não sejam lá essas coisas). Até hoje, porém, não compreendo muito o "Brasil, Brasil, Brasil, ôô é campeão". Para mim, o tetracampeonato conquistado pela Seleção Brasileira de Futebol não tem muito a ver com o enredo. Mas é um bom samba. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Mestre Maciel). Joãosinho Trinta tem a capacidade de elevar o moral de uma escola, fazendo com que ela ganhe respeito. Mas é impressionante como, aos poucos, os sambas destas escolas vão ficando cada vez piores. "Os Três Espantos de Debret" é um samba estranho, fruto de um enredo estranho, e que fica muito estranho na voz de Rico Medeiros. É um dos piores sambas da história da escola. A menção ao título da Copa do Mundo de 1994 deixa o samba com um ar muito "trash". Bem ruim. NOTA DO SAMBA: 7,4 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 6 - IMPÉRIO SERRANO - Tenho uma verdadeira adoração por este samba-enredo. Embora Roger da Fazenda não me agrade muito (fica estranho na sua voz o alusivo "Meu verde-e-branco é tradição/Império meu eterno campeão"), ele não consegue apagar o brilho deste hino espetacular da Império Serrano de 1995. Uma pena que o desfile da escola tenha sido péssimo (a Império vivia um mau momento na época), ficando em 15º entre 18 escolas. Também, fazer um enredo sobre o tempo é difícil. Um bom samba, então? Pior ainda. Mas a Império, apesar da fraca passagem pela Sapucaí, levou para a avenida um envolvente samba. No CD, os agogôs na segunda passada fazem um som mais agudo do que o normal. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Mestre Maciel). Um samba bonito, simples, fruto de um enredo abstrato e interessante, porém mal desenvolvido. Roger da Fazenda consegue dar o tom perfeito para a interpretação, cantando com o ar de inocência e leveza que a faixa pedia. O Império Serrano vivia uma fase complicada nos anos 90, tentando se adequar ao modelo de desfile que começava a ser implantado de forma feroz pela LIESA, sem grande sucesso, enfrentando diversos rebaixamentos. Citando aquele desenho famoso do Pica-Pau, se a escola tivesse seguido o alusivo, entendido que o "verde e branco é tradição", nada disso teria acontecido. NOTA DO SAMBA: 8,9 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 7 - UNIDOS DA TIJUCA - Está sempre presente no hall dos melhores sambas da escola. Sua melodia mistura vibração com animação, o que ajuda muito o samba-enredo. Paulinho Mocidade, de volta após a ausência no carnaval anterior, tem uma brilhante interpretação, sendo o grande responsável pela animação do samba. A letra é muito bem feita, sem clichês, o que é mais um ponto positivo. Destaque para a extraordinária atuação da bateria no CD (e na avenida, naturalmente), pois fez o samba se soltar, o que é mais importante ainda. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel). Samba bacana, fruto de um enredo interessante de Oswaldo Jardim. É um dos melhores da história da escola, apesar de um pequeno probleminha no final, quando o samba não se resolve, tendo de "comer" alguns compassos para iniciar a passada seguinte. NOTA DO SAMBA: 9 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 8 - MANGUEIRA - Talvez a mais animada gravação de todos os tempos. No CD, o samba da Mangueira soa como se estivesse na própria Marquês de Sapucaí, tamanha é a animação da Mula-Manca, o popular nome da bateria da verde-e-rosa e a tradicional ausência do surdo de segunda. Jamelão canta acompanhado por um vibrante e numeroso coral, que chega a (pasmem!) abafar a voz do intérprete dos intérpretes (puxador, não!). Ivo Meirelles, assim como em 1993, mais uma vez aparece bem nos cacos. Uma gravação totalmente incomum para um CD comportado como o de 1995. Sobre o samba, os refrões e sua primeira parte têm características de marcha-enredo. A segunda parte é a que se destaca mais em termos de melodia. É um samba animadíssimo, totalmente diferente dos demais hinos mangueirenses. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Mestre Maciel). A faixa é um equívoco total. Para iniciar a conversa, abafar a voz de Jamelão é um crime hediondo, mesmo que o objetivo seja dar um ar de animação ao samba. Quanto à obra, é fraquíssima, uma marchinha sem vergonha, que tenta remeter à melodia de alguns sambas antigos da escola. Enfim, é tudo um desastre do ponto de vista artístico, apesar da escola ter conseguido uma boa colocação na classificação geral. No ano seguinte, o grito de guerra "Muda Mangueira" determinou uma mudança de mentalidade que tornou a escola mais competitiva, gerando frutos nos anos seguintes. NOTA DO SAMBA: 7,1 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 9 - SALGUEIRO - Mais um samba que tenta repetir o fenômeno do Ita. Com Quinho de volta à escola depois de uma passagem pela União da Ilha, o hino salgueirense de 1995 cai com uma luva para o irreverente intérprete: refrão oba-oba, com todos os chavões que tem direito: "Me leva que eu também vou", "A festa já vai começar", "Vou me acabar", "Quero ver você sorrir", "A galera sacudir"... e as demais partes bem animadas. Apenas o refrão principal possui essas características que geram turbilhões de críticas dos bambas. O refrão central é interessante, pois sua melodia se enquadra ao estilo oba-oba de Quinho e, tirando o amor, amor, a letra é até bem feita. Aliás, nas duas partes do samba, não contando os refrões, a letra é boa. Se no CD Quinho é um show à parte, imagina como foi seu desempenho na avenida... No geral, a melodia do samba do Salgueiro é bem vibrante. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel). Me dá vontade de copiar e colar todos os comentários que eu faço aos sambas do Salgueiro pós-Ita. É tudo a mesma coisa. Samba oba-oba, que parece que vai sacudir e gera desfiles frios, apesar da escola sempre vir muito bem no aspecto visual. Enquanto a mentalidade da escola não mudar, o Salgueiro vai desfilar só para "cumprir tabela", o que é lastimável. NOTA DO SAMBA: 8,3 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 10 - ESTÁCIO - A escola, em seu último grande momento no carnaval, fez uma bela homenagem ao centenário do Flamengo. Só acho que o samba tinha que estar um pouco mais à altura da grandeza do homenageado. É uma típica marcha-enredo, aliada a uma letra precária. O refrão principal não é tão ruim, mas o central não tem melodia nenhuma. Pô, nem parece que foi feita pelo inigualável David Corrêa... E é um dos últimos sambas animados que Dominguinhos da Estácio, em seu último ano na sua escola de coração, cantou antes de partir para a fase romântica que perdura até os dias de hoje. NOTA DO SAMBA: 8,4 (Mestre Maciel). Muito ruim a homenagem ao Flamengo, com uma melodia sem grandes variações. Quando inicia a parte "Só amor na alegria e na dor", você pensa que o samba vai começar a melhorar e falar do clube, do amor de seus torcedores... aí o samba acaba... É uma pena que o samba siga o aspecto do "popularesco", com seu "uh tererê", "não tem pra ninguém", etc. Os fatos do enredo são citados na letra como se fosse uma lista de supermercado. Apesar de não torcer para o clube, acho que as escolas de samba sempre erram nos enredos sobre clubes de futebol, que têm tantas histórias interessantes a serem contadas na avenida... Uma pena. NOTA DO SAMBA: 6,2 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 11 - UNIDOS DA PONTE - O grande destaque da faixa da Ponte no CD é a bateria que, empolgadíssima, dá um verdadeiro show. Serginho do Porto, na média, também conduz bem o samba (quer dizer, marcha-enredo), que é fraco. A melodia não tem nada de original e os refrões (principalmente o central, onde rimam chimarrão com bom) não me agradam nem um pouco. Apenas a excelente bateria se salva. NOTA DO SAMBA: 7,7 (Mestre Maciel). A volta da Ponte para o Grupo de Especial não deu bons frutos, muito pelo contrário. A escola, que se descaracterizou após a chegada de Aroldo Melodia em 1989, retornou ao Especial depois do vice-campeonato de 1992. Entretanto, durante esta nova passagem pelo grupo principal, fez samba trash atrás de samba trash, culminando com o samba do guarda-chuva, de 1996. O de 1995 também é péssimo, com versos de gosto duvidosos do tipo "Eu vou sambar, a muamba vai passar" para falar do Paraná... Pavoroso. NOTA DO SAMBA: 6 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 12 - MOCIDADE - Wander Pires começava a se afirmar conduzindo este belíssimo samba com naturalidade e categoria. A letra é divinal e sua melodia, melhor ainda. Mesmo longo, o hino da Mocidade de 1995 em nenhum momento se torna cansativo. Pelo contrário, dá mais prazer em ouvi-lo. A melodia possui boas variações e um refrão principal vibrante. Até hoje muitos se lembram deste samba pela "oração" "Padre Miguel, Padre Miguel, olhai por nós, olhai por nós...". Muito bonito, mesmo! Ainda mais com a sensacional bateria dos Herdeiros de André. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). Depois da seqüência de sambas ruins do CD, ouvir o samba da Mocidade é um alívio. Apesar de ser um típico samba dos anos 90, com a fórmula de se fazer letra que é usada pela maioria dos compositores da atualidade, é um samba com bons momentos, principalmente nos refrões. Interessante é que a primeira parte é bem mais longa do que a segunda, um recurso que funciona bem, pois não deixa o samba cansativo como quando ocorre o inverso. Enfim, é um bom samba, mas não chega a ser uma obra-prima. NOTA DO SAMBA: 9,2 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 13 - UNIÃO DA ILHA - O começo da faixa é de arrepiar, com a bateria arrebentando ao som do "Canta minha Ilha, hahai, segura a Marimba" do inigualável Aroldo Melodia. Este samba tornou-se bastante conhecido devido à sua divulgação na novela "Quatro por Quatro", já que a União da Ilha era a escola de coração dos personagens Babalu (Letícia Spiller) e Raí (Marcello Novaes), que viviam cantarolando este samba-enredo. No mais, o hino da União da Ilha de 1995 não me agrada, até porque possui, na sua primeira parte, versos longos que necessitam de ser cantados rapidamente. E a dicção de Aroldo, que aparentemente não é mais o mesmo de antes, não lhe ajuda muito nessa hora, até porque não entendemos nada do que ele canta. Só mesmo consultando a letra que, por sinal, possui muitos termos coloquiais, como "quizumbar", "sou ruim de aturar", "mim só qué brasilidade"... Resumindo: é mais uma marcha-enredo mal-sucedida. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Mestre Maciel). Marcha simpática, descompromissada, mas que peca por tentar ter, de forma forçada, um ar popularesco. É animada, mas tecnicamente fraquíssima. Não é samba para uma escola que já apresentou obras como "É hoje", "Amanhã" e "Domingo". NOTA DO SAMBA: 7,5 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 14 - TRADIÇÃO - Marcha-enredo que possui uma excelente melodia, mas uma letra meio esquisita para descrever a roda. Melhor dizendo, ela é um pouco coloquial, pois possui termos como "Trazendo facilidade pra toda humanidade" que sem dúvida identificam o compositor do samba. Quem mais poderia ser? Claro, Lourenço! O mesmo que "levantaria poeira" para Ivete Sangalo nove anos depois. Outra parte meio sem nexo é a do refrão central "Roda babá o carrinho do bebê". Hehe, rara lembrança a do carrinho do bebê... A melodia e o excelente intérprete Edmilton de Bem (na época, Edmilton da Tradição), salvam este samba. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Mestre Maciel). A fórmula que deu muito certo em 1994, não foi tão bem em 1995. O samba é aminadinho e longo, como o do ano anterior. Tenta ter algumas variações melódicas, mas não prende a atenção. A verdade é que o enredo, sobre "a roda", não ajuda nem um pouquinho. O refrão de cabeça é apelação pura e de gosto duvidoso. Mais um samba ruim de 1995. NOTA DO SAMBA: 7,3 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 15 - GRANDE RIO - O refrão principal "Embala eu, embala eu, Pátria mãe gentil/No despertar deste sono encontrei/Encontrei meu sonhado Brasil" é um dos mais patriotas da história. E também é disparada a melhor parte do samba-enredo. Porque se trata de um samba longo, com as demais partes de melodia retíssima. Não há variações melódicas neste samba, sempre cantado no mesmo tom. Isso o torna chato e cansativo, apesar da atuação de Nêgo e a gravação do CD serem qualificadas. Aliás, a faixa é a mais longa do CD de 1995 (5 minutos e 50 segundos) e isso torna o samba-enredo da Grande Rio de 1995 mais chato ainda. Obviamente, se arrastou na avenida e foi um dos responsáveis pela péssima colocação da escola (16º entre 18 escolas). Ainda bem que, naquela ocasião, caíam apenas duas escolas... NOTA DO SAMBA: 7,8 (Mestre Maciel). A escola errou a mão. Mas pelo menos, tentou. Querendo fazer um samba mais clássico, os compositores deixaram o samba muito pesado, longo e sem variações melódicas suficientes. Além disso, o refrão do meio é muito fraco. NOTA DO SAMBA: 7,6 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba 16 - PORTELA - Embora eu ache que a escola tem sambas melhores, o samba é justamente aclamado com um dos melhores dos últimos tempos. Pra começar, qualquer samba na voz de Rixxa vira obra-prima. O "Pavarotti do Samba" ainda contou com a ajuda de Carlinhos de Pilares e seus cacos criativos e do competente Dedé da Portela, rebaixado a intérprete auxiliar. O samba possui uma letra extraordinária e uma melodia vibrante, emocionante, animada... Uma unanimidade entre os bambas. Mas, na minha opinião, Gosto que me Enrosco não supera outras obras-de-arte portelenses como Treze Naus, Lendas e Mistérios da Amazônia, Ilu Ayê, Pizidim, Macunaíma, O Homem do Pacoval, Incrível Fantástico Extraordinário, A Ressurreição das Coroas, Contos de Areia... NOTA DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel). O desfile mais emocionante do ano foi ao som deste samba. Portela com cara de Portela é sempre arrebatadora. O samba tem uma bela letra e uma melodia muito bonita, que com a interpretação de Rixxa, ficou ainda mais classuda, imponente. Noca e cia. arrebentaram a boca do balão de novo e conseguiram trazer mais um Estandarte de Ouro para a escola. Um dos melhores momentos em matéria de samba-enredo dos anos 90. NOTA DO SAMBA: 9,9 (João Marcos). Clique aqui para ver a letra do samba SÃO CLEMENTE - Um samba que mantém a característica crítica da escola, com uma melodia animada e uma vibrante interpretação de Vaguinho. Bom samba-enredo aliado a uma letra bem feita, que sem dúvida fizeram falta no CD de 1995. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba VILLA RICA - Embora seja um samba-enredo bem agradável de se ouvir, ficou marcado por ser a trilha sonora daquele que é considerado o pior desfile que uma escola de samba do Grupo Especial já fez na Marquês de Sapucaí. E o trecho do refrão "Na teia da aranha eu tô/Na lã que te dá calor..." até hoje serve de chacota para muitos bambas. Mas a melodia do hino da Villa Rica de 1995 é muito boa. Pena que não foi incluído no CD de 1995. NOTA DO SAMBA: 9 (Mestre Maciel). Clique aqui para ver a letra do samba |
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