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Os sambas de 1993 - Acesso A A GRAVAÇÃO DO
LP – O desfile do Grupo I de 1993, realizado nos dias 19
e 20 de fevereiro, no Sambódromo, contou com a participação de
16 escolas. Subiram Tradição e Império Serrano, fazendo
Madureira sorrir. Em contrapartida, caiu para o Grupo II a
Mocidade Unida de Jacarepaguá, que não teve seu hino
("D.Zica e D.Neuma, enredo de verdade") incluído no
disco. Outra escola que ficou de fora da gravação foi a
Acadêmicos do Cubango, que com o enredo "Do fogo as águas
recriando a terra", alcançou um modesto 11º lugar. A
gravação dessa obra não é a oitava maravilha do mundo, mas é
infinitamente melhor que a de 1994, o que não quer dizer muita
coisa. NOTA
DA GRAVAÇÃO: 8,0 (Cláudio Carvalho). O Galo da Leopoldina abre o disco com um samba sobre o vinho. Letra descritiva com três refrões fortes e uma competente interpretação de David do Pandeiro. Belo momento da Unidos de Lucas, numa época em que era sempre favorita a uma vaga no Grupo Especial. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Rixxa Jr). Este samba da Unidos de Lucas nem de longe lembra
os seus grandes momentos, mas não faz feio. O ponto fraco do
samba é o refrão principal, que não tem rimas e acaba soando
esquisito. David do Pandeiro dá conta do recado em um samba
simples, mas que agrada. A curiosidade é que o tema que o Galo
de Ouro levou pra avenida é o mesmo do Império da Tijuca: O
Vinho. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Raphazacka).
Clique aqui para ver a letra do samba Simplesmente magistral. Pelo segundo ano consecutivo amargando a permanência no Grupo A, com “Império, um ato de amor”, a escola da Serrinha, fez uma espécie de seqüência do ano anterior contando sua história de glórias. Na letra do belo hino, o “menino de 47” centrou forças principalmente na recordação de três sambas: “Aquarela Brasileira”, “Alô, alô, taí Carmem Miranda” e “Bumbum paticumbum prugurundum”. O samba foi merecedor – com justiça – de mais um Estandarte de Ouro em sua história. Detalhe: a interpretação do samba no CD ficou a cargo de Rixxa, que estava acertado com a escola, mas desentendimentos com a diretoria afastaram o cantor do carro de som naquele ano. NOTA DO SAMBA: 10 (Rixxa Jr). No seu segundo ano no grupo de acesso, o Império
nos brinda mais uma vez com um samba primoroso, destaque para a
fantástica melodia. É o tipo de hino que emociona não só aos
torcedores da escola, mas como todo sambista. Foi importante para
a escola se voltar para si nesse momento difícil, e esse samba a
ajudou no retorno para o grupo especial. O lamento fica por conta
do desentendimento da direção com o intérprete Rixa, que só
defendeu o samba no disco. NOTA DO
SAMBA: 10 (Raphazacka). Clique aqui para ver a letra do samba Pelo menos na primeira década de existência, a Tradição apresentava ótimos sambas enredos, antes das recentes obras compostas por Lourenço “Poeira” e Adalto Magalha. Na primeira fase 85-89, eram compostos pela genial dupla João Nogueira/Paulo César Pinheiro. Na fase intermediária, se encontram sambas como “O espetáculo maior...as flores”(92), “Passarinho, passarola” (94) e este “Não me leve a mal, é carnaval”. O samba é bom, com passagens melódicas interessantes e a interpretação de Moisés Santiago, antes de se bandear para o carnaval paulistano. Naquele mesmo ano, a Unidos da Ponte apresentou um tema parecido no Especial. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Rixxa Jr). Na minha opinião, o último grande samba da
escola de Campinho. Belíssima melodia e uma letra poética
ajudam a contar um enredo muito parecido com o que a Ponte levou
no grupo especial. Só que a Tradição abocanhou o título, e a
Ponte ficou em último lugar, apesar de não descer. A
curiosidade fica por conta do samba não ter refrão do meio, tem
um principal na cabeça do samba e outro no final. Belo momento
da Tradição, cantado pelo hoje “paulistano” Moisés
Santiago que foi muito mal no desfile, e acabou demitido. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Raphazacka). "Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar" remete ao sempre recorrente enredo das lembranças infantis. O samba não é de todo ruim, tem letra e melodia simples e corretas, porém, não repete os melhores momentos da escola. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr). O refrão é muito bonito, mas não salva a obra,
não. Extremamente marcheado, o hino do Engenho da Rainha é um
dos piores da boa safra de 93, cujo enredo, geralmente resulta em
bons sambas. O carnavalesco da escola era o então iniciante
Jaime Cezário. NOTA DO SAMBA: 8,6
(Raphazacka). Clique aqui para ver a
letra do samba A Santa Cruz usou um artifício pouco comum no carnaval até então: o enredo patrocinado. Com “Quo vadis meu negro de ouro”, a escola teve o apoio do Sindicato dos Petroleiros para levar a história do petróleo na Sapucaí. Um samba redondinho e correto, nada mais que isso. Bela interpretação do sumido Sobrinho. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Rixxa Jr). O bom intérprete Sobrinho defende um samba de
estilo clássico que conta a história do petróleo. O conjunto
pode ser considerado bom, mas não chega a brilhar. Se existe um
ponto fraco é o refrão do meio com todas as frases terminando
em “im”. O carnavalesco da escola nesse ano foi o hoje
também “paulistano” Lucas Pinto. NOTA
DO SAMBA: 9,0 (Raphazacka). Clique aqui para ver a
letra do samba A simpática escola do Engenho de Dentro que se destacou nos anos 70 e 80 em apresentar belos hinos, começa a viver uma fase de sambas enredos pouco inspirados, que se inicia com este “Acredite, se quiser”. O tema, que remete ao grande “O amanhã”, que a União da Ilha apresentou em 1978, é rico, porém o samba não ajudou muito. A ausência da voz do cantor Sylvio Paulo (gogó característico da escola) também foi bastante sentida. NOTA DO SAMBA: 7,7 (Rixxa Jr). O Arranco é uma escola que tem uma regularidade
de bons sambas, mas nesse errou a mão, e feio. Melodia e letra
pobres para um enredo até interessante, mas que não foi bem
contado em versos. NOTA DO SAMBA: 8,2
(Raphazacka). Esse samba até que começa bem, mas na hora do refrão “Ê, ô, bebum/ no gogó sem vacilar...”, tudo vai por água abaixo. Sidney Moreno não teve uma interpretação feliz com cacos pouco inspirados, principalmente na hora do “chuá-chuá”. NOTA DO SAMBA: 7,5 (Rixxa Jr). O enredo que a escola de Cascadura levou pra
avenida é bastante original, e resultou num samba razoável,
onde o humor é a tônica, com uma letra de fácil assimilação
e uma razoável melodia. A parte negativa fica por conta do
intérprete Sidney Moreno, que não foi feliz nessa gravação. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Raphazacka).
Clique aqui para ver a letra do samba O desenhista Maurício de Sousa foi o próximo da fila das homenagens da Cabuçu. A escola que já levara para a Sapucaí celebridades como Beth Carvalho, Roberto Carlos, Os Trapalhões, Milton Nascimento, Adolpho Bloch e Xuxa retornou ao mundo infantil com o “pai da Mônica”. O samba é bom e simpático, ao listar personagens como Cebolinha, Pelezinho, Magali e outros mais. A escola conquistou o terceiro lugar e quase subiu ao Especial. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Rixxa Jr). Gosto muito desse samba em homenagem ao Maurício
de Souza. Ele segue muito bem o que o enredo pede, diversão e
inocência. Uma melodia redondinha e uma letra que brinca bem com
o universo dos personagens criados por Maurício. Na minha
opinião o melhor samba-homenagem dos muitos que a Cabuçu levou
pra avenida. NOTA DO SAMBA: 9,5
(Raphazacka). Com este “O pão nosso de cada dia”, a
São Clemente começava a se afastar dos ferinos enredos
críticos e de denúncia social que levaram a escola à
consagração nos anos 80. Quinho (já sinônimo de enterteiner
de avenida) emprestou sua voz a um eficiente samba. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Rixxa Jr). Levando em conta o difícil tema dado para os
compositores, até que esse samba sobre o pão não faz tão
feio, mas não deixa de ser uma obra menor se comprado a outras
da escola de Botafogo. Pode parecer animado nas primeiras
audições, mas logo enjoa. É como um pão sem miolo. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Raphazacka).
Clique aqui para ver a letra do samba Bonita homenagem à Estação Primeira, com a boa
condução do veterano Eliezer Rodrigues. Samba à altura das
tradições do Jacaré, com uma bela poesia. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Rixxa Jr). Cantado pelo sempre competente Eliezer, esse
samba que homenageia a Estação Primeira é o famoso samba de
duas caras. A primeira parte, até o refrão do meio é
excelente, com belos momentos de poesia e uma melodia rebuscada.
Depois temos uma segunda com apenas quatro linhas e um refrão
muito ruim, apesar de não consegue tirar todo o brilho da obra.
O samba ia pro 10, mas como aquele famoso personagem, escorregou
no final NOTA DO SAMBA: 9,4
(Raphazacka). Clique aqui para ver a
letra do samba Escola que apareceu e subiu meteoricamente, com
esse samba a Leão de Nova Iguaçu contou a história da Baixada
Fluminense e deu uma demonstração de simpatia, ao citar, no
refrão, o carnaval feito pelas escolas conterrâneas:
“Balança a ‘Ponte’ no sacolejar do trem/ Olha a
Beija-Flor aí/ Grande Rio e Leão também”. O veterano
puxador iguaçuense Jairo Bráulio valoriza muito a gravação. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Rixxa Jr). Depois de passar pelo grupo especial em 92, a
Leão voltou ao grupo de acesso falando sobre sua
“área”, a Baixada Fluminense. Belo momento da escola
de Nova Iguaçu, principalmente na primeira parte do samba e no
refrão principal, quando cita as outras escolas da Baixada. Ah,
o carnavalesco da escola em 93 é outro hoje,
“paulistano”, Fábio Borges. NOTA
DO SAMBA: 9,4 (Raphazacka). Clique aqui para ver a
letra do samba A escola do Morro da Formiga também apresentou um samba sobre vinho. Um pouco acelerado, meio marcheado, mas de muita animação e que chama o componente da escola para o embalo. Algumas expressões contidas nesse samba já foram usadas em outros carnavais, como “nesta festa que é profana”, “ê ê ê Deus Baco”, “a pura do barril”, “eu vou tomar um porre”. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Rixxa Jr). Os compositores do Imperinho fizeram um samba com
um toque muito interessante de humor também falando sobre o
vinho. É impossível não morrer de rir com o refrão do meio:
“Ecoou evoé / o primeiro porre não foi me / foi de
Nóe”. O samba é sim um pouco marcheado, mas tem qualidades
como a boa letra. A interpretação do Edson Bombeiro também é
excelente. NOTA DO SAMBA: 9,0
(Raphazacka). Levar para a avenida uma adaptação da ópera wagneriana “Tristão e Isolda” não deve ter sido uma tarefa fácil, mas os compositores da Rocinha se saíram bem. O samba não foi tão popular quanto o do ano anterior, mas possui uma bela poesia e descreve bem o enredo. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Rixxa Jr). Um ano depois da obra-prima “Pra não dizer
que não falei de flores”, esperava-se muito mais da jovem
Rocinha em matéria de samba enredo. “Tristão e
Isolda” chega a dar sono. A melodia é praticamente em tom
menor, mas há muito poucas variações melódicas, passa reta.
Sem contar que o intérprete Zezé da Rocinha não ajuda muito
também. NOTA DO SAMBA: 8,0
(Raphazacka). Clique aqui para ver a letra do samba E Beto Carrero deu enredo! Aliás, volta e meia,
o cowboy brasileiro aparece nos desfiles de carnaval, como este
da Lins. Já aparecera no ano anterior, na Beija-Flor. Logo
depois, foi novamente homenageado pelo Império Serrano (97) e
pela X-9 Paulistana (98). O samba até que é animadinho,
descreve o parque temático do empresário, não soa apelativo e
cumpre o papel de animar um desfile de carnaval. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Rixxa Jr). A partir desse desfile da Lins, começou a saga
de Beto Carrero pelo Carnaval, que depois passou pelo Império
Serrano em 97, e pela Acadêmicos do Tucuruvi em São Paulo, em
99, sempre pelas mãos do carnavalesco Jerônimo Guimarães. E o
samba em questão não tem muitos méritos, não consegue ser nem
pra cima, nem dolente. Um dos piores da safra. NOTA DO SAMBA: 8,0 (Raphazacka). Cubango - Foi a primeira participação de Wantuir como intérprete principal em um desfile, e o primeiro ano da escola de Niterói no grupo de acesso A. E o resultado é um belo samba de temática afro, como é de característica da Cubango. Uma sinuosa melodia, aliada a um letra de pegada forte, garantem o nível da obra. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Raphazacka). Clique aqui para ver a letra do samba
Mocidade Unida de Jacarepaguá - A escola da Cidade de Deus veio com um tema em homenagem à duas grandes figuras mangueirenses: D. Zica e D. Neuma. E o samba é interessante, soa redondinho aos ouvidos, com uma letra que conta bem o enredo. Pena que não ajudou a escola a conseguir uma melhor posição. Ficou em 16º, ou seja, em último. NOTA DO SAMBA: 9,0 (Raphazacka). Clique aqui para ver a letra do samba |
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