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Os sambas de 1991

Os sambas de 1991

A GRAVAÇÃO DO CD - Os sambas-enredo de 1991 foram gravados no disco de uma maneira bem diferente dos anos anteriores. No álbum, os tamborins se sobressaem na bateria. Na primeira passada de cada samba, ele é acompanhado apenas pelo som feito por dois ou três tamborins, que entoam uma seqüência de batidas um pouco diferenciada da comum. Aí, a voz do intérprete aparece mais, com um coro praticamente inexistente o acompanhando. A partir da segunda passada, a bateria entrava com bem mais balanço, com todos os seus instrumentos, mas ainda assim com o tamborim se destacando bem mais. Ao mesmo tempo, o coral passava a abafar a voz do intérprete. Pela segunda vez consecutiva, o álbum dos sambas seria produzido também para CD, que disponibilizou as 16 faixas na íntegra. Já para o LP, depois de uma experiência desprezível em 1990, foi novamente produzido um álbum duplo depois de dois anos. Os 16 sambas vinham completos, divididos em dois discos com oito cada (quatro pra cada lado). E a ordem das faixas no disco, depois de três anos, deixou de ser conforme a ordem de entrada das escolas no desfile, voltando a ser aleatória. 1991 foi um ano de excelentes sambas. Aliás, vivíamos uma época de sambas-enredo de excelente qualidade, embora inferior aos da década de 60 e 70, mas, ainda assim, proporcionavam muitos elogios por parte dos bambas e da crítica. Afinal, sambas como os da Mocidade, da Estácio, da União da Ilha, do Salgueiro, da Portela, da Imperatriz e da na época estreante Viradouro são verdadeiros clássicos do carnaval. NOTA DA GRAVAÇÃO: 7 (Mestre Maciel).

A gravação dos sambas não foi nenhum primor, porém bem melhor que a do ano anterior (1990) e que a do ano seguinte (1992). A safra conta com excelentes sambas, uma das melhores da década de 1990. O bonequinho aplaude timidamente, mas aplaude. Destaque para as faixas Salgueiro, Viradouro, Imperatriz, Mocidade, União da Ilha e Estácio de Sá. NOTA DA GRAVAÇÃO: 7,7 (Felipe Souza).

1 - MOCIDADE - Em excelente fase no quesito samba-enredo na época, a Mocidade, a cada ano, produzia verdadeiros clássicos. Chuê... Chuá... As Águas vão Rolar! é um dos sambas mais lembrados e cantados da história da escola. Excelente samba, foi levado com muita categoria por Paulinho Mocidade (em seu segundo ano como intérprete oficial) e sua excelente equipe de auxiliares (entre eles, os jovens Wander Pires e Nego Martins). O hino da agremiação de Padre Miguel de 1991 sem dúvida foi um dos grandes responsáveis pelo bicampeonato conquistado naquele ano, pois sua melodia é envolvente e cativante. O refrão central é inesquecível. Samba que até hoje está na memória inclusive daqueles que não são tão bambas assim. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel).

Letra e melodia de altíssima qualidade. Toco em sua melhor forma. Um dos melhores hinos da escola de Padre Miguel. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Felipe Souza).

Um clássico do carnaval carioca. Tendo como um de seus compositores o grande Tôco e como intérprete Paulinho Mocidade, que vivia seu melhor momento, "Chuê, chuá, as Águas vão rolar" tem melodia e letra brilhantes, que contam com precisão o enredo, responsável pelo quarto título da agremiação, o segundo consecutivo. O trecho "Quem dera.../Um mar de rosas esta vida/Lavando as mentes poluídas/Taí o nosso carnaval" é extraordinário. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Fred Sabino).

Samba gostoso de cantar, de melodia cativante. A letra é quase perfeita - só não gosto do refrão principal. Está no hall das grandes obras-primas da escola e também do carnaval carioca. Muito bom. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

2 -  ESTÁCIO - O melhor samba da Estácio, na minha opinião. O desfile da escola foi animadaço, graças a esta obra-prima irreverente do carnaval, levado com a categoria de sempre do excepcional Rixxa. De melodia envolvente, dois refrões sensacionais e letra muito criativa, o samba-enredo da Estácio de 1991 até hoje é celebrado pelos bambas, que sentem muito a falta da escola no Grupo Especial (eu que o diga). NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel).

Enredo criativo geralmente resulta em bom samba. Com a Estácio em 1991 não foi diferente. Rixxa dá um show na faixa. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Felipe Souza).

Logo na segunda faixa, outro excelente samba, maravilhosamente interpretado por Rixxa. Costumo dizer que um enredo bem sacado é quase garantia de um bom samba e desta vez não foi diferente. Os dois refrões são perfeitos e permitem uma leitura genial do enredo "Brasil Brega e Kitsch". As atuações da bateria tanto no disco como na avenida são excelentes e valorizam ainda mais o samba. NOTA DO SAMBA: 10 (Fred Sabino).

Bom samba, mas não acho grande coisa não. Tem uma melodia boa principalmente na segunda parte. Acho que, na letra, "Hello my baby" não precisaria aparecer num samba-enredo. A segunda parte é boa, e o refrão do meio é a melhor passagem do samba. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

3 - UNIDOS DA TIJUCA - O último samba irreverente da escola, que produziu sambas-enredo desta característica também em 1986 e 1988. Um samba de qualidade, que combinou muito com a voz de Nêgo. Tem uma boa melodia, mas a Unidos da Tijuca possui sambas melhores. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Mestre Maciel).

Samba de qualidade no mínimo duvidosa. Não é nenhuma porcaria, como não é obra-prima como dizem. O refrão principal é uma palhaçada. NOTA DO SAMBA: 5,9 (Felipe Souza).

Bem conduzido por Nêgo no seu penúltimo ano no Borel, o samba da Unidos da Tijuca é descontraído e tem bons momentos. Apenas acho o refrão bem "oba-oba", mas de resto é um samba agradável, com letra e melodia interessantes. NOTA DO SAMBA: 9 (Fred Sabino).

Fraco, a letra até que é boa, tirando versos como “De bem com a vida a cantar, lararaiá...”, “O Rock'n roll entrou no Carnaval”. A melodia é chata. Pior do ano. NOTA DO SAMBA: 6,5 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

4 - CAPRICHOSOS - Um samba que, na minha opinião, é muito limitado. É salvo pela irreverência e simpatia de Carlinhos de Pilares, cujos cacos criativos ganharam até ecos cômicos no disco. Não gosto muito da principal parte do samba, quando é repetida a frase "Na cabeça o juízo afinal". O samba dá uma considerável melhorada a partir do bom refrão central. A segunda parte também é de boa qualidade. Mas este samba não tem nada de especial. NOTA DO SAMBA: 8,6 (Mestre Maciel).

Enredo esquisito dá nisso... Um samba bem equívocado que se não fosse o saudoso Carlinhos de Pilares iria para o espaço. NOTA DO SAMBA: 5,2 (Felipe Souza).

O saudoso Carlinhos de Pilares dá um grande gás neste samba, que, a meu ver, é apenas razoável. A melodia tem altos (principalmente na segunda parte) e baixos. Concordo com o Mestre Maciel sobre a repetição desnecessária do "Na cabeça o juízo afinal". O que mais gosto no samba é a ótima atuação da bateria na segunda passada, com uma batida muito firme e (corretamente) acelerada. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Fred Sabino).

Outro samba fraco, mas me agrada mais por ser leve, sendo gostoso de cantar - tipo o refrão do meio. A primeira parte é muito fraca, a segunda é melhorzinha, Carlinhos de Pilares tem boa atuação. NOTA DO SAMBA: 7 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

5 - SALGUEIRO - Um clássico! Um dos melhores sambas da escola e também de todos os tempos. De letra simples e melodia emocionante e sensacional, o samba-enredo de 1991 do Salgueiro, na minha opinião, é quem merecia levar o Estandarte de Ouro de melhor samba do ano (prêmio concedido à Portela). Ao mesmo tempo em que a Academia fez a Sapucaí inteira cantar este verdadeiro hino, ela também revelava a estréia de Quinho, de grande sucesso na União da Ilha, no principal microfone da escola. O intérprete, no auge da carreira, cantou o samba (que não combina tanto com o seu estilo serelepe) com maestria na Sapucaí. Aliás, eu prefiro ouvir a versão ao vivo do que a do CD. No disco, o samba poderia ser cantado de maneira mais cadenciada. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel).

Fantástico! O melhor samba da Academia na década de 1990, disparado! A Letra não é fantástica, mas tem boas sacadas como "...Da 1° de março, falta um passo pra Ouvidor..." Melhor samba do ano. NOTA DO SAMBA: 10 (Felipe Souza).

O grande samba do ano! Na estréia de Quinho, o Salgueiro quase levou o título com uma belíssima obra, repleta de passagens melódicas brilhantes e letra excelente, como por exemplo no refrão central. O trecho "E hoje, eu sei/Da velha rua que não esqueci/Meu Salgueiro faz Enredo na Sapucaí" é perfeito, pois, além de ter letra e melodia ótimas, se conecta ao refrão de forma impecável. Hoje em dia, com ou sem fusões, nos deparamos com trechos que parecem blocos que não têm ligação alguma. NOTA DO SAMBA: 10 (Fred Sabino).

Pra mim, o melhor samba do Salgueiro nos anos 90. É muito bonito, simples, mas deixa claro o seu enredo. A melodia também é cativante. Melhor samba do ano e nada mais a falar. NOTA DO SAMBA: 10 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

6 - UNIÃO DA ILHA - "Hoje eu vou tomar um porre/Não me socorre/Que eu tô feliz...". Quem não conhece este samba, um dos mais famosos e animados de todos os tempos? De Bar em Bar, Didi um Poeta fez um sucesso estrondoso e, até hoje, quando programas reproduzem famosos sambas-enredos na época de carnaval, o hino da Ilha de 1991 nunca fica de fora. É um samba adorável, gostoso, que sem dúvida faz cair no samba até aqueles que não são tão bambas assim. Destaque para Aroldo Melodia, que utiliza uma cômica voz de bêbado na interpretação do samba para o disco. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel).

Samba com a cara da tricolor insulana: despojado e irreverente, mas sem deixar de ser inteligente. Gente, o quê é Aroldo Melodia ?! Gênio! NOTA DO SAMBA: 9,5 (Felipe Souza). 

Animado toda a vida! Assim pode ser descrito o samba da União da Ilha em homenagem ao compositor Didi. Não à toa, é um samba até hoje entoado nas mesas de bar ou nas festas. O grande e saudoso Aroldo Melodia ajudou ainda mais a colocar o samba na boca do povo ao interpretar a obra de forma muito irreverente, como só ele sabia fazer. O samba de Franco tem uma melodia "pra frente", característica marcante de suas obras, e trechos bem populares (e não popularescos, como alguns sambas fazem hoje em dia) como "Não me socorre/Que eu tô feliz!", "Beber a vida/Que eu sempre quis" e o engraçadíssimo refrão central. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Fred Sabino).

Um dos sambas mais famosos da União. A letra é muito boa, inteligente e até engraçada. Samba muito gostoso. Bela atuação de Aroldo Melodia. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

7 - IMPÉRIO SERRANO - A escola, que, com um enredo sobre os caminhoneiros, fez um dos piores desfiles de sua história em 1991, trouxe para a Sapucaí um samba que agrada alguns e desagrada outros. Sinceramente, não sou muito adepto a estes samba-enredo não. Deve ter se arrastado facilmente no desfile. O intérprete Tico do Gato não comprometeu, mas também não conseguiu salvar o samba. A Império Serrano acabou rebaixada para o Grupo de Acesso, de onde só sairia dois carnavais depois. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Mestre Maciel).

Esse é um daqueles sambas em que associam-se aos desfiles - que por sinal foi uma tragédia - "É por aí que eu vou" não é uma porcaria como falam, mas em se tratando de Império Serrano dá para entender as queixas dos imperianos. NOTA DO SAMBA: 5,3 (Felipe Souza).

Com um enredo ruim e um desfile pior ainda, o Império acabou rebaixado. Também não gosto do samba, mas imagino que não foi possível produzir uma obra melhor para falar sobre os caminhoneiros... (nada contra eles, pelo amor de Deus, mas é um tema que não tem a ver com Carnaval, convenhamos). O intérprete Tico do Gato tem atuação correta e o ponto positivo da faixa é o showzaço da bateria no final, com o inconfundível naipe de agogôs. NOTA DO SAMBA: 8 (Fred Sabino).

A melodia é um desastre, a letra é fraca mas salva um pouco o samba. O refrão “Roda Rodei” é uma palhaçada. Samba muito ruim. NOTA DO SAMBA: 6,6 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

8 - VILA ISABEL - Demais o alusivo "Vila quero vê-la linda/Quero vê-la ainda/Muito mais feliz", cantado por Gera no começo da faixa. É um samba-enredo de muito bom gosto, cujo estilo é um pouco semelhante ao samba de 1999 da escola. Suas variações melódicas são interessantes, mas os refrões são fracos. O samba é bom, mas nem se compara com os anteriores da escola. Infelizmente, apenas três anos depois da apoteose do Kizomba, a Vila começava a mergulhar numa crise que, no ano seguinte, provocaria seu quase rebaixamento. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Mestre Maciel).

Melodia e enredo envolventes, porém refrões de qualidade ruim dão o tom ao simpático samba da Vila. NOTA DO SAMBA: 7,2 (Felipe Souza).

Gosto da melodia e do andamento deste samba, que, entretanto, ficou abaixo dos excelentes quatro anteriores. Isto principalmente porque os refrões não foram lá muito felizes. Gera conduz o samba corretamente. NOTA DO SAMBA: 9 (Fred Sabino).

Melodia muito boa, já a letra não é tanto. O verso “Até o "M" de Maria, na palma da sua mão” é muito fraco. Mas é um samba razoável. NOTA DO SAMBA: 8,5 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

9 - BEIJA-FLOR - Um dos mais fracos sambas da escola. Realmente, os compositores da agremiação de Nilópolis não conseguem uma boa sintonia ao compor sambas leves. O mesmo problema ocorreria no ano seguinte. Realmente, samba-enredo de melodia pesada é uma indefectível característica da escola. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Mestre Maciel).

Samba de péssimo gosto. Mais uma "viagem" louca de Joãozinho Trinta. Não dá para ouvir isso. NOTA DO SAMBA: 2,8 (Felipe Souza).

Um samba muito chato, fruto de um enredo chato. Há passagens que podemos até chamar de trash, como o último refrão e o verso "Entre licores e pudins". Só Neguinho, como sempre, e a bateria se salvam. NOTA DO SAMBA: 8,1 (Fred Sabino).

Samba que não tem nada de mais. Não é bom, nem é ruim... é apenas mediano. A melodia é boa, mas a letra é muito pobre em vários versos, mas eu não tenho nada contra nem a favor desse samba. Dificilmente escuto. NOTA DO SAMBA: 8 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

10 - SÃO CLEMENTE - Um samba com a cara da escola e seu lema "Olha a Crítica". A letra totalmente irônica e irreverente é o ponto forte. Só acho que a melodia poderia ser um pouco mais qualificada. Sidnei Moreno cantou o samba. Realmente, o extraordinário Izaías de Paula desapareceu depois do histórico carnaval de 1990 da São Clemente. A escola, sexta colocada em 1990, caiu depois do desfile. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Mestre Maciel).

Letra fantástica e inteligentíssima engrandece esse ousado enredo da escola de Botafogo. Uma pena a escola ter caído. NOTA DO SAMBA: 8,7 (Felipe Souza).

Depois do antológico "E o samba sambou", a escola da Zona Sul apresentou um samba inferior, mas longe de ser horroroso. O refrão principal, mesmo com um "quá, quá, quá" (expressão péssima já usada pela União da Ilha e pela Imperatriz em anos anteriores), é de uma grande inteligência, já que o Brasil realmente já começou errado como a História mostra. Se a melodia não é espetacular, a letra tem sacadas muito boas. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Fred Sabino).

Mais um samba mediano, não vejo nada de espetacular nele. A letra tem algumas sacadas inteligentes, mas a melodia é reta na primeira parte. Mesmo assim me agrada. Sidnei Moreno não comprometeu, mas é bem limitado. NOTA DO SAMBA: 8,8 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

11 - PORTELA - Samba mágico da escola. Uma letra super criativa, sensacional, de primeira pessoa (é a própria escola quem exalta seus feitos na letra) e contando com uma melodia emocionante, de extrema qualidade. O samba-enredo da Águia de 1991 realmente emociona qualquer bamba que tenha a Portela no coração. Não questiono nem um pouco o Estandarte de melhor samba ganho pelo samba, embora eu ache o do Salgueiro e da Estácio um pouco melhores. Ah, e uma pena que o verso "vinte e uma vezes campeã do carnaval" do refrão principal continue bem atual... NOTA DO SAMBA: 9,5 (Mestre Maciel).

Não acho esse samba maravilhoso, inclusive questiono o Estandarte de samba-enredo dado à escola, mas a letra é supercriativa e nem um pouco modesta, também pudera, Portela é Portela. NOTA DO SAMBA: 8,2 (Felipe Souza).

Gosto muito deste samba, apesar de preferir os do Salgueiro, Estácio e Mocidade. Minha única restrição é ao fato de que a obra acabou se tornando um tributo à própria Portela, fugindo um pouco da proposta de falar da vaidade como um todo. Mesmo assim, é um samba delicioso, com letra inspiradíssima e melodia lírica, típicos da agremiação mais vitoriosa do nosso Carnaval. Dedé da Portela cantou muito bem o samba no disco e muito mal na avenida, quando usou um tom acima e acabou ficando rouco. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Fred Sabino).

Fazendo uma homenagem a si mesma, a Portela apresenta um belo samba. Pra mim a letra é uma das belas do ano. A melodia já não acho muito boa não. Os versos “O meu azul veio lá do infinito/ o meu canto é mais bonito” representam a melhor passagem do samba. Dizem que Dedé não foi muito bem na avenida não. Grande samba da Portela. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

12 - LINS IMPERIAL - Samba com um quê de marcha-enredo: letra diminuta, simples, e de melodia animadinha. É um samba gostosinho, muito bem conduzido pelo eternamente (e injustamente) criticado Celino Dias. Mas não livrou a escola do rebaixamento. Em compensação, o samba, ao ser reeditado em 2007, deu o título do Acesso B à Lins. Grande volta por cima! NOTA DO SAMBA: 9 (Mestre Maciel).

Não entendo o oba-oba que fazem quando falam deste samba! Samba simplório, infinitamente inferior ao do ano passado (1990) que tinha uma letra didática e uma melodia gostosa. Esse aí não tem nada. NOTA DO SAMBA: 3,2 (Felipe Souza).

Na sua última participação no Grupo Especial, a escola apresentou um samba bem abaixo da obra do ano anterior. Primeiro, por ser muito curto. Segundo pela sua melodia, sem nada especial. Apenas a letra e a interpretação de Celino Dias me agradam. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Fred Sabino).

Marcha-enredo (reeditada em 2007) muito boa, me agrada bastante sua melodia, principalmente nos versos “Os invasores, por ambição/ Mataram Chico/ Dando seqüência à destruição”. Bom samba. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

13 - IMPERATRIZ - Mais um clássico em um ano de sambas-enredo históricos. Este samba contém o eterno alusivo "O meu sonho de ser feliz/Vem de lá sou Imperatriz". Realmente, tenho um amor profundo por este que é um dos melhores sambas da história desta agremiação, riquíssima em sambas-enredo. O hino de 1991 da Imperatriz é extraordinário. Conduzido muito bem por Preto Jóia, um dos autores do samba e efetivado como intérprete oficial da escola depois de uma estréia não muito bem sucedida em 1985, sua letra possui algumas coloquialidades e sua melodia, maravilhosa, mescla partes emocionantes (como a segunda parte, de onde o alusivo faz parte) com animadas (como o envolvente refrão central, que dava show no desfile, principalmente com a paradinha da bateria na hora do "ai, ai, que maldade"). Um samba sensacional, que sem dúvida marcou a minha infância (tinha recém completado sete anos na época). NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel).

Melodia singular e uma letra razoável casam perfeitamente neste samba adorável e adorado da escola de Ramos. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Felipe Souza).

Samba excelente! Teve ainda o mérito de proporcionar um dos mais conhecidos alusivos, senão o mais conhecido, da escola de Ramos: "O meu sonho de ser feliz/Vem de lá sou Imperatriz". A história da banana foi contada em uma obra com momentos líricos e leves. E tudo na voz de Preto Jóia, que voltava à agremiação. Aliás, que fim deu Melissa Benson, aquela morenaça que tomou banho de topless em um dos carros alegóricos da escola? NOTA DO SAMBA: 9,7 (Fred Sabino).

Samba muito bom, um dos melhores do ano. A Interpretação de Preto Jóia é muito boa. Só não gosto dos refrões, mas é um belíssimo samba. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

14 - MANGUEIRA - Ao som deste samba-enredo, a verde-e-rosa realizou o pior desfile de sua história. Se classificou em 12º lugar entre 16 escolas. E a zona de rebaixamento estava situada a partir da 13ª colocada. Ou seja, a Manga escapou por muito pouco do rebaixamento. Mas eu não culpo o samba, que é muito bom, de melodia qualificada, mas sem muita originalidade nela. Destaque para Jamelão, que até grito de guerra ecoa no começo do samba (parece que o Mestre irá ter um ataque cardíaco, já que ele forçou demais o "Caaaaaaaaanta Mangueeeeeeeeeiraaa..."). Mas sensacional mesmo é o show da mula-manca no fim da faixa, acompanhado por uma marcante frase de Jamelão: "Tem que respeitar meu tamborim". Caro Mestre, e quem não o respeita? NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel).

Samba simples, até demais. Não há fru-fru, nem oba-oba, é samba puro, mas não há nada de especial. NOTA DO SAMBA: 6,2 (Felipe Souza).

O pior resultado da Mangueira na história do Carnaval saiu com este samba, que considero bom, embora bem abaixo da obra de 1990. A melodia é correta e a letra conta o difícil enredo até bem. Jamelão canta maravilhosamente como de costume e o andamento da bateria é brilhante. Aliás, a então bateria Estandarte de Ouro dá um show no fim da faixa, com Jamelão gritando "Tem que respeitar meu tamborim!". Apesar do samba, o desfile foi muito sem graça e a Manga quase foi rebaixada... NOTA DO SAMBA: 9,3 (Fred Sabino).

Samba simpático, gosto muito do refrão do meio - a melhor parte do samba. A primeira parte é boa, a segunda é mediana, mas não gosto do refrão inicial. Jamelão manda muito bem. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

15 - VIRADOURO - Um dos clássicos da Viradouro, até hoje um samba-enredo bastante aclamado pelos bambas. Na estréia da agremiação niteroiense no desfile principal, o público ficou surpreso com a grande apresentação da emergente escola, que fez uma grande e inesquecível homenagem à Dercy Gonçalves (que desfilou com os seios de fora, e ela já tinha 83 anos na época). Sobre o samba, ele recebe muitos elogios, mas eu não vejo muita coisa nele. Longo e sem refrão central, não possui muitas variações melódicas. O samba varia apenas a partir da parte "Mas quem pensou que a luz se apagou...", mais pro final. Mas a sua letra é muito bem feita e conta perfeitamente a história desta grande artista tupiniquim que, atualmente com 97 anos de idade, anda bem "arteira", soltando palavrões para todo o lado. Hehehehe... Ah, e o eficiente Quinzinho, que já havia defendido a Viradouro na conquista do título do Acesso-90, deu o seu show de sempre. A Viradouro, a partir daquele carnaval (onde, em sua estréia, acabou numa honrosa sétima colocação, a frente de escolas como Vila Isabel e Mangueira), daria uma grande guinada que faria com que se tornasse uma das grandes escolas de samba do carnaval. NOTA DO SAMBA: 9,2 (Mestre Maciel).

Muito melhor que Orfeu! Que letra, que melodia!! Os compositores absorveram a linda história de Dercy com extrema exatidão e sensibilidade. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Felipe Souza).

Outro bom samba! Irreverente como a homenageada Dercy Gonçalves e com letra bacana, o samba de estréia da escola de Niterói no Grupo Especial a conduziu a um excelente sétimo lugar. Apesar de ser um samba longo e sem refrão central, Quinzinho o conduziu muito bem. Gosto muito do trecho "Mas quem pensou que a luz se apagou/Se enganou, ela voltou/Ela voltou, com mais garra e inspiração..." e do refrão "Bravo, bravíssimo!". NOTA DO SAMBA: 9,4 (Fred Sabino).

Melodia maravilhosa, incrivelmente gostosa, acho magistral a ideia usar apenas um refrão. A letra também é muito boa. Sambaço. NOTA DO SAMBA: 9,9 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

16 - GRANDE RIO - Outra agremiação emergente, agora oriunda de Duque de Caxias. A Grande Rio tinha como intérprete ninguém menos do que Dominguinhos do Estácio, que já havia defendido a escola no ano anterior, quando o vice-campeonato no Acesso lhe deu a vaga no desfile principal. O samba-enredo é bonitinho, de melodia correta e sem originalidades. A falta de experiência fez com que a agremiação amargasse o último lugar, resultando na queda para o Acesso no ano seguinte. Mas a Grande Rio voltaria para o Especial em 1993 e dali não sairia mais. Uma brincadeirinha: o samba também é conhecido como uma ode à "Miss Gafanhoto" no trecho "Gafanhotos virão mísseis", onde Dominguinhos canta "misses". NOTA DO SAMBA: 9,1 (Mestre Maciel).

A Grande Rio apresentou um samba legal, apesar do enredo delirante, mantendo-se fiel à proposta inicial. Não tem um quê de especial, mas não é, de longe, o pior do ano, que, aliás, foi a classificação (16° e último lugar) dada ao seu desfile. Também, desfilar às 18:00h do domingo é brincadeira! NOTA DO SAMBA: 6,2 (Felipe Souza).

Apesar da boa interpretação de Dominguinhos, não sou muito fã deste samba, fruto de um enredo confuso. Até que o refrão principal me agrada e a melodia é razoável, mas o samba como um todo é mediano. NOTA DO SAMBA: 8,2 (Fred Sabino).

Samba correto, bonitinho, mas passa bem o enredo. Gosto muito dos refrões, alias o refrão inicial é muito parecido com o da Unidos da Ponte 1987 (GRES Saudade). Boa interpretação de Dominguinhos. NOTA DO SAMBA: 8,9 (Luiz Henrique). Clique aqui para ver a letra do samba

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