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Os sambas de 1983 A GRAVAÇÃO DO DISCO - Para mim, a melhor safra de sambas dos anos 80 e uma das melhores de todos os tempos. Os doze sambas são, na minha opinião, esplendorosos, sem exceção! O som da bateria, no disco, é destacado pela atuação dos tamborins, das cuícas e, principalmente, dos agogôs, que dão um toque de beleza no arranjo. O som é limpo, delicioso e cadenciado, com uma gravação objetivando enfatizar o samba-enredo. Na primeira passada do samba, se sobressai a voz do intérprete, com o coro participando da segunda passada do refrão. O coral entra pra valer a partir da segunda passada do samba, que geralmente não é cantada inteira devido ao tempo estabelecido de três minutos e meio para cada faixa. O mesmo estilo de gravação foi utilizado no disco do Acesso-83 e também no ano seguinte. O disco do Especial-83 trata-se de um dos melhores do gênero samba da história. Podemos tocá-lo inteiramente por várias vezes ininterruptas que não nos cansaremos de ouvir doze primores de samba-enredo, onde se sobressaem melodias clássicas, líricas e, sobretudo, adoráveis. NOTA DA GRAVAÇÃO: 10 (Mestre Maciel). Tudo neste LP é excepcional. Sua gravação é deslumbrante! A bateria é autêntica, ousada e faz de tudo para roubar o coração do ouvinte. Ela tenta a todo momento ser o mais audível possível, para que o sambista possa identificar a mais profunda e deliciosa cadência existente em seu ritmo. Os arranjos tem um som leve, aumentando o lirismo dos sambas e não atrapalhando em momento algum a suavidade presente na interligação coro-bateria-intérprete. O destaque da percussão do vinil fica por conta das cuícas, tamborins e caixas-de-guerra, além dos pratos, sempre presentes nas entradas de qualquer refrão existente no disco, salientando ainda mais as variações melódicas dos sambas. O cavaco, extremamente cadenciado por sinal, é outro grande responsável pela bela harmonia das faixas. Todos os intérpretes tem uma atuação muito segura e o coro, quase todo feminino, valoriza exuberantemente bem os sambas, cantando-os com uma afinação singular. Quanto a safra, considero a melhor dos anos 80 e a terceira melhor da história do carnaval carioca, atrás apenas das de 1969 e de 1999. Nela vemos nada menos que QUATRO sambas-enredo dignos de nota 10: Império Serrano, Unidos da Tijuca, Salgueiro e Unidos da Ponte. Além destes, o disco também possui outros belos clássicos, como os da Portela, Mangueira, União da Ilha, Mocidade e Beija-Flor. NOTA DA GRAVAÇÃO: 10 (Gabriel Carin). Sem sombras de dúvidas o melhor LP de sambas enredos da história. Falo isso no aspecto geral. A começar pela belíssima capa, com a imagem da velha-guarda do império serrano campeã de 82. Os interpretes dando um show. E os arranjos?? Cuíca, cavaco, atabaques... e os compositores também estavam inspiradíssimos, contribuindo com a melhor safra de sambas desde 1968. O melhor samba do ano??? Prefiro ficar em cima do muro. Acho que o júri do prêmio estandarte de ouro deve ter coçado a cabeça pra escolher o melhor samba (que foi entregue ao Império Serrano). Até eu, que gosto de preservar a nota máxima para o samba antológico, tive que abrir essa exceção. Vou até fazer um jabazinho: você que ainda não tem este LP vá ao sebo mais próximo e garante o seu. Ahhh...e aprecie sem moderação. Lembramos também que é o ultimo ano da "velha" Marques de Sapucaí. NOTA DA GRAVAÇÃO: 10 (Luiz Carlos Rosa). 1A - IMPÉRIO SERRANO - A faixa de abertura simplesmente é a dona do Estandarte de melhor samba num ano em que tivemos doze dos melhores sambas de todos os tempos. Um Estandarte que de maneira nenhuma podemos contestar, pois o maravilhoso intérprete Quinzinho - em fase extraordinária na época - cantou com maestria uma das obras-primas da agremiação da Serrinha. De melodia fantástica, linda e envolvente e letra de fácil canto, a Império Serrano em nada ficou devendo em relação ao samba do ano anterior (Bumbum Paticumbum Prugurundum) com o esplendoroso "Mãe Baiana Mãe". NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). "Okolofé mamãe/Kolofé-lorum/Aieieu, aieieu mamãe oxum". Tal como o primoroso samba do ano anterior, "Mãe baiana mãe", enredo sugerido por Fernando Pamplona e carnavalizado por Renato Lage, gerou mais um riquíssimo clássico imperiano para o carnaval carioca. Trata-se de um samba magistral, considerado nas temporadas pré-carnavalescos como o melhor do ano e que tinha tudo para explodir na avenida - a letra é complexa, mas deslumbrante, a melodia emociona, aliando de lirismo e animação, o refrão central causa um impacto gigantesco. É uma verdadeira obra-prima com a cara de Aluísio Machado e Beto Sem Braço, que nos proporcionaram vários hinos majestosos durante a década de 80. Lindíssimo samba dessa escola, que na minha singela opinião, possui a melhor safra de sambas-enredo da história. NOTA DO SAMBA: 10 (Gabriel Carin). Um dos melhores sambas da história do carnaval. A letra faz a diferença. cada verso desse sambão é magnífico. A melodia é envolvente até o talo. "Mãe baiana mãe" marca a segunda vitória consecutiva da dupla Aluízio Machado/Beto Sem Braço que conseqüentemente consolidam de vez seus nomes na história do nosso carnaval. Com toda a justiça do mundo. NOTA DO SAMBA: 10 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 2A - UNIDOS DA TIJUCA - Para mim, o melhor samba da história da escola! O que não é pouco, se tratando da Unidos da Tijuca e seus primores de sambas-enredo. Com mais uma interpretação magistral de Sobrinho (o que não é novidade), o samba de 83 da escola possui uma melodia de tom um pouco mais baixo, mas ao mesmo tempo envolvente e de canto e audição adoráveis. Obra-prima! NOTA DO SAMBA: 9,7 (Mestre Maciel). Na minha singela opinião, o
melhor samba do ano e o melhor samba da história da Unidos da
Tijuca! "Brasil: devagar com o ardor que o santo é de
barro" é uma obra, acima de tudo, emocionante. Sua letra é
realmente excepcional, um das mais poéticas que conheço. Ao
mesmo tempo que é delicada, passando o interessante enredo com
uma simplicidade sem fim, além de conseguir ser envolvente, pois
nota-se de longe o nível de inteligência utilizada em sua
construção. O que dizer de trechos como "A imagem do
santo/Foi feita para quem tem devoção/Este santo faz
milagre/Lá se vai a procissão/Deste barro se faz tudo/Neste
barro piso o chão", que para mim, poderiam espantar
até o próprio Silas de Oliveira? Sensacional! A melodia é
intensamente encantadora, pois é lírica, transla suavemente
pelos ouvidos dos bambas, ainda que consiga ser competente,
crescendo incansavelmente a cada verso, a cada um de suas ricas
variações. O refrão central é marcante, pois une de forma
magistral a poesia de sua letra com o impacto de sua melodia. Já
o refrão principal é, sem dúvida, inacreditável, pois os
compositores mostram toda força emocional proporcionanda pela
beleza do artesaneto nordestino, mas, ao mesmo tempo, também
apresentam justamente o maior pecado existente na arte cerâmica:
sua fragilidade física. Enfim, um primor de samba! Uma
verdadeira obra-prima! Um dos melhores sambas-enredo de todos os
tempos! Até hoje, os tijucanos se emocionam ao ouvir os
seguintes versos: "Brasil, devagar com o andor/Porque o
santo é de barro/A natureza e a matéria Deus criou/Na bela
arte, o homem o valorizou...". NOTA DO SAMBA: 10
(Gabriel Carin). 3A - SALGUEIRO - De melodia lírica e clássica, a voz rouca e grave de Rico Medeiros se encaixa perfeitamente na melodia de mais uma obra-prima salgueirense e do ano de 1983. Os dois refrões são extraordinários e o canto e a audição das demais partes traz satisfações e bom astral até para quem não é tão bamba assim. Se a faixa já é perfeita com um samba-enredo fantástico como "Traços e Troças", imagina com o seu apoteótico final, quando a voz do coral baixa durante a execução do refrão "O carnaval é a maior caricatura..." e os instrumentos de corda são interrompidos para que a bateria, sozinha, a feche com chave de ouro, acompanhada da cuíca. É DE ARREPIAR!!! NOTA DO SAMBA: 9,5 (Mestre Maciel). "Traços e
Troças", samba cujo o enredo fala sobre o caricaturismo,
até hoje divide opiniões. Muitos sambistas não vão muito com
a cara dessa animada obra, enquanto outros endeusam esse samba ao
ponto de o considerarem um dos melhores sambas-enredo da
história do Salgueiro, sendo que é deste último time do qual
eu faço parte. Eu até respeito os colegas que não o
simpatizam, entretanto vim defender minha opinião e portanto
trata-se do que é, para mim, um dos melhores sambas do ano. É
um samba de melodia pra lá de envolvente, pois possui um alto
astral sem fim, alternando entre passagens líricas e animadas. A
letra está repleta de momentos inteligentíssimos,
principalmente durante a primeira parte, onde o samba insiste em
cutucar a famigerada política do regime militar, ainda presente
no Brasil na época. A segunda parte do samba é menos
impactante, sendo mais suave aos ouvidos, mas ainda sim é
extremamente agradável. Além disso, o samba possui dois
refrões geniais, feitos para explodir na avenida sem serem
oba-oba, trashes ou apelativos. Por fim, excelente hino
salgueirense está aliado uma singular interpretação de Rico
Medeiros e uma performace mágica da bateria de Mestre Louro. Um
grande clássico da escola e com certeza, a melhor coisa de um
dos desfiles mais pífios que o Salgueiro já realizara durante
toda sua trajetória. NOTA DO SAMBA: 10 (Gabriel
Carin). Depois de dois sambaços antológicos uma pausa para animação. "Traços e troças" é um dos sambas mais irreverentes do nosso carnaval. Letra sarcástica, cheia de trocadilhos - estilo que a coirmã Caprichosos adotaria a partir de 1985 - e minuciosamente bem elaborada, aliada a uma melodia que empolga o sambista. O verso "a minha pena/não tem pena e não perdoa/mexe com qualquer pessoa/ela quer se divertir" é uma graça. Enfim, o sambão salgueirense não foi e nunca será censurado. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 4A - UNIDOS DA PONTE - Outra obra-prima! O samba-enredo da Ponte de 1983 possui uma das melhores melodias da história. Lírica, fantástica e bela, juntamente com uma letra que é uma autêntica poesia. A escola, que debutava no Grupo Especial em 1983, de cara emocionou os bambas e os foliões. O intérprete Grillo estreou no carnaval em grande estilo, até porque o samba ajudou mesmo. E pensar que, no carnaval de 2005, a escola reeditará o enredo "E Eles Verão a Deus" e cantará este samba fantástico. Vale a pena conferir o desempenho das escolas do Grupo B na terça-feira de carnaval para conferirmos este samba novamente sendo entoado e abrilhantando o desfile da Ponte. Uma pena que as arquibancadas da Marquês de Sapucaí, evidentemente, estarão mais vazias. NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). A quarta obra-prima seguida do LP! "E eles verão a Deus", enredo sobre grandes artistas brasileiros como Djanira, Portinari, Di Cavalcante e Aleijadinho, gerou um primor de samba-enredo, contendo uma melodia extremamente envolvente e uma das melhores letras da história do carnaval carioca. O que me impressiona nessa impactante letra é como os compositores não falaram absolutamente nada sobre os homenageados do enredo e suas respectivas obras. Ela insiste em apenas utilizar uma rica poesia retratando todo o encanto existente nas artes pictóricas e na magia do ato de pintar. Em nenhum momento a letra tenta abordar de forma rigorosa e definitiva as passagens constadas no enredo da escola, chutando qualquer tipo de apelação para o escanteio. Além de uma belíssima letra, o samba possui uma melodia fascinante, incrivelmente lírica e repleta de variações da mais alta qualidade. Da primeira parte do samba ao refrão central, ela é toda em tom baixo, deixando o hino mais triste, o que passa um altíssimo teor de emoção ao ouvinte. A partir da segunda parte, a obra passa a ter um tom mais alto, fazendo a melodia ter um astral mais forte, porém sem perder a emoção presente no início do samba. Por fim, ouvimos o refrão principal, que até hoje, consegue arrancar lágrimas dos sambista. Tudo nesta obra é mágico, principalmente a letra, a qual torno a repetir: uma das melhores já feitas para o carnaval carioca, tal como o resto do samba em si. NOTA DO SAMBA: 10 (Gabriel Carin). A agremiação de São João de Meriti
estreava na elite do carnaval carioca com um senhor samba. Sem
dúvida o melhor do seu repertório. O trio de compositores
Ambrósio/Mazinho/Renatinho transformaram a letra deste sambão
numa autêntica poesia. Pra se ter uma idéia da qualidade da
composição, observe este refrão: "e um alguém/que
sorriu pra ela/bordou a paz e foi feliz/e viu o mundo assim/ uma
aquarela". Nossa!!! Que primazia!!! Isso que é letra de
samba e não aquele burocrático jogo de rimas ou versos que só
servem pra encher lingüiça nos sambas. 5A - MANGUEIRA - Mais um clássico! Dá gosto comentar os sambas de 1983! O samba da Mangueira possui uma melodia clássica e lírica que é a cara da verde-e-rosa. A homenagem à Cartola no samba é emocionante. A parte "Desperta Cartola/Vem pra avenida/Se a Mangueira é uma porta aberta/Você é a razão da sua vida/Você plantou, viu germinar/E a semente cresceu formosa/Deu Mangueira verde de manga-rosa" é um primor, deve ter levado os mangueirenses às lágrimas devido ao elevadíssimo teor de emoção que este trecho carrega. Só acho que a última parte do samba, que começa a partir de "Para reviver de novo..." (que relembra os últimos títulos da escola na ocasião), não combina tanto com as demais em termos de melodia, sendo que nesta ela até se perde. Mas não compromete de forma alguma este delicioso samba mangueirense, cantado no disco por Flavinho Machado e sua voz aguda. NOTA DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel). Maravilhoso! "Verde que te quero rosa... Semente viva do samba", enredo com a mesma denominação de um LP de Cartola lançado em 1977, é outro samba fantástico desse disco sensacional. É hino que tenta apelar infinitamente para o grande ponto fraco dos mangueirenses: a emoção. A obra possui uma letra singular, poesia pura do início ao fim, abordando de forma simples e correta toda glória e prestígio que a Estação Primeira aderiu ao decorrer de sua história. Sua melodia é empolgante, aliando os divertidíssimos refrões, pra lá de animados, às deliciosas doses de lirismo existentes nas demais parte. Um dos trechos que mais recebe minha adimiração é como o último verso do samba, "Lendas do Abaeté", que sozinho soa quase reto, é unido magicamente ao refrão de cabeça, não quebrando assim a corrente melódica da obra. Não é de impressionar muito a beleza deste samba tendo como compositores os geniais Heraldo Faria e Flavinho Machado (que canta no LP). Até hoje, os mangueirenses se esvaem em lágrimas ao recordarem esta auto-homenagem. NOTA DO SAMBA: 9,8 (Gabriel Carin). Depois do estupendo "No reino da mãe do ouro" de6A - UNIÃO DA ILHA - Um samba simples e gostoso de se ouvir, daqueles que você repete por inúmeras vezes consecutivas e de maneira nenhuma se cansa de escutá-lo! A melodia leve, o andamento perfeito e o fácil canto - com mais uma interpretação maravilhosa do estupendo Aroldo Melodia - fazem da faixa uma das melhores do disco. Não é um samba tão aclamado nem comentado como "É Hoje", "Domingo", "O Amanhã" e outros da escola, mas está, sem dúvida, isento de qualquer crítica! NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel). Ótimo samba, com a cara de Aroldo Melodia. O enredo sobre as mãos gerou um samba fantástico, com dois refrões adoráveis. A melodia é leve, ousada, descompromisada e passa um alto astral extraordinário ao ouvinte. A letra é simples, correta, empolgante e remete impressionante bem o enredo, que é, digamos, inusitado. É um mais um desses deliciosos sambas da Ilha que fazem questão de mostrar uma infinita alegria de seus componentes e que são feitos para, acima de tudo, se brincar carnaval. NOTA DO SAMBA: 9,5 (Gabriel Carin). Mais uma vez, a Ilha faz um samba em primeira pessoa, característica marcante e que caiu no gosto popular. "Toma lá da cá" é um samba de letra bastante criativa, aliada a uma melodia de boa qualidade com relevantes variações. O samba é bem inferior ao do ano anterior, mas com toda certeza está na galeria dos melhores sambas da história da tricolor insulana. NOTA DO SAMBA: 9,4 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 1B - PORTELA - Depois de quatro carnavais consecutivos de vitórias de David Corrêa na disputa interna de samba-enredo na Portela, finalmente o grande compositor era desbancado. E com um samba extraordinário! Ele não é aclamado como outras obras portelenses, mas a beleza da melodia deste samba, aliada a uma interpretação de Silvinho da Portela que dispensa elogios (o Estandarte para Silvinho foi uma das maiores justiças da história do carnaval), faz de "A Ressurreição das Coroas" uma das maiores obras-primas dos anos 80 e um dos melhores sambas da história da Portela (se bem que a lista dos melhores da Portela é extensa). NOTA DO SAMBA: 10 (Mestre Maciel). O começo da faixa é demais! É fantástico
ouvir o grito de guerra do saudoso Silvinho do Pandeiro, surgindo
baixinho de uma das caixas acústicas (do computador ou do
próprio aparelho de som), ir aumentando de volume até despontar
abaixando na outra caixa. Sensacional! O samba em si também é
daqueles que emociona até quem não simpatiza muito com o
gênero de samba-enredo. A melodia, muitíssimo bem-explorada por
Silvinho, é o grande destaque deste samba, pois ela possui
variações melódicas mágicas, capaz de empolgar até o mais
exigente folião. A letra é perfeita em todos os sentidos, pois
trata o interessantíssimo enredo com uma genialidade
idescritível. Até hoje, não consegui decidir qual dos três
refrões é melhor, pois me parece que os três brigam
acirradamente para ver qual deles causa o maior impacto no
ouvinte. Samba magistral, sem dúvida alguma! Para terminar,
funcionou divinamente bem no belíssimo desfile da Portela. Um
clássico! NOTA DO SAMBA: 9,9 (Gabriel Carin). Virando o bolachão, mais um grande samba surge à minha audição. "A ressureição das coroas" ajuda a continuar a extraordinária seqüência de sambas antológicos portelenses que se deu início em 1969 (exceção apenas do horroroso samba de 1978). Apesar da letra simplória, mas sem rodeios, a qualidade melódica deste sambão é fantástica. Os refrões também são maravilhosos. E com a belíssima interpretação de Silvinho do Pandeiro, que mais uma vez deu aula de interpretação, o samba ganhou muito mais emoção. NOTA DO SAMBA: 9,7 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 2B - VILA ISABEL - Com melodia leve, lírica e emocionante, a Vila Isabel enriquece ainda mais, com "Os Imortais", a safra de 1983. A bela voz do excelente Marcos Moran garante ao bamba mais satisfação, aumentando o seu amor pelo carnaval e suas obras-primas de sambas-enredo. O samba de 1983, sem dúvida, faz parte da galeria dos grandes sambas da Vila (outra lista extensa). NOTA DO SAMBA: 9,6 (Mestre Maciel). Quando o vinil está em seu ápice, ocorre uma
pequena queda de qualidade. A razão? O samba da Vila Isabel!
"Os imortais", obra tão elogiada no universo
carnavalesco, para mim, não tem muita graça. A letra é bem
interessante, mas na maior parte do samba, ela não possui
absolutamente ligação alguma com a melodia, que alterna entre
belas variações e outras que, infelizmente, não funcionam nada
bem, soando estranho e quebrando as outras levadas melódicas de
qualidade. Destaque absoluto da faixa é o refrão "Jandaia
conta na Jurema/O arco-íris borda o céu da Iracema",
que é bem bonito. De resto, nada mais chama muita atenção.
Enfim, o samba da escola do Boulevard possui uma letra chamativa
e um belo refrão central, mas peca, no geral, em melodia. Passa
em branco no disco! NOTA DO SAMBA: 8 (Gabriel Carin). Anestesiado pela seqüência excelente dos sambas de 83, surge o primeiro samba mediano do LP. Em "Os imortais", embora tenha uma letra competente, falta ao samba uma melodia mais original daquelas que faz a gente se emocionar. As suas variações não impressionam. Num todo, o samba não é ruim, mas me pergunte se eu gostaria de escutá-lo de novo??????? NOTA DO SAMBA: 8,4 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 3B - MOCIDADE - Outro clássico, o que não é novidade! Um dos melhores sambas da história da agremiação de Padre Miguel, muito bem interpretado pelo saudoso Ney Vianna, é embelezado por uma melodia clássica e bem variada. O canto deste samba por Paulinho Mocidade (um dos autores) no Esquenta de 2004 foi, sem dúvida, o melhor momento musical da escola no ano, porque o samba da Mocidade de 2004 e a desafinação do Paulinho... NOTA DO SAMBA: 9,4 (Mestre Maciel). "Ó morená/Morada do Sol e da Lua/Ó
morená/O paraíso onde a vida continua!". Esse refrão
é, para mim, além da melhor parte do samba, um dos melhores da
história do carnaval e ficou mais lindo ainda cantado pelo
excepcional Ney Vianna e ao som da cuíca e do atabaques, que
dão um tempero especial a faixa. O samba segue uma fórmula já
consagrada pelo genial Fernando Pinto desde quando ele ainda
estava no Império Serrano: letra simples, melodia de fácil
canto e refrões feitos para explodirem na avenida. No caso do
hino de 1983, houve um sucesso bem maior dos compositores, que
conseguiram colocar algum sentimento no estilo proposto pelo
carnavalesco, onde o samba seria apenas uma trilha sonora feita
para funcionar num desfile carnavalesco. "Como era verde meu
Xingu" é um samba de letra interessante, que traduz numa
liguagem clara o belo enredo da escola, e de melodia rica em
variações, onde muitas delas aparecem de forma inesperada.
Além disso, o samba passa uma bela mensagem de preservação
natural e indígena ("Deixe nossa mata sempre verde/Deixe
nosso índio ter seu chão"). NOTA DO SAMBA: 9,5
(Gabriel Carin). Mais uma pedrada do LP!!! "Como era verde meu xingu"
só perde para o soberano "Rapsódia de saudade" de
1971, "Festa do divino" de 1974, e "Sonhar não
custa nada ou quase nada" de 4B - BEIJA-FLOR - Com um samba alegre e "pra cima", aliado (é claro) ao luxo que é marca registrada de Joãosinho Trinta, a agremiação de Nilópolis levou o caneco de forma incontestável. É um samba de canto fácil e de satisfatória audição. Não está no nível de muitos sambas de 1983, mas ainda assim é um dos clássicos da escola sempre lembrados pela comunidade nilopolitana. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel). Depois de uma colocação pífia no ano anterior
em decorrência a desobediência (justa, diga-se de passagem) de
Joãosinho Trinta ao estranho regulamento de 1982, a Beija-Flor
novamente sagra-se campeã, conseguindo seu quinto título em sua
trajetória no carnaval carioca. Depois desse campeonato, o
último do João na escola de Nilópolis, demoraria cerca de 15
anos para a escola voltar a faturar outro título, até a
Comissão de Carnaval do Rei Laíla levantar novamente o caneco
para a agremiação em 1998. Quanto ao samba de 1983, possui uma
letra simples, mas também possui uma melodia extremamente
divertida, repleta de variações adoráveis. O refrão "Ô
ô Yaôs, quanto amor/Quanto amor/As pretas velhas Yaôs/Vêm
cantando em seu louvor" é super-empolgante. Outro belo
samba do LP! NOTA DO SAMBA: 9,4 (Gabriel Carin). A campeã do carnaval de 1983 apresentou um samba agradabilíssimo, empolgante da raiz do cabelo até a sola do pé. “A grande constelação das estrelas negras" tem uma energia incrível. É um samba curto de fácil canto e memorização e de refrões com pegada considerável. O melhor trecho do samba está no verso "Clementina de Jesus/eleva seu cantar feliz...”. É nessa parte que há um naipe de atabaques pra ficar na história das gravações de samba. Sensacional!!! NOTA DO SAMBA: 9,5 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 5B - CAPRICHOSOS - Belo samba, com boas variações melódicas e uma letra bem construída. Uma pena que a escola, que voltava ao desfile principal depois de 22 anos (a última vez havia sido em 1961), não conseguiu concluir sua apresentação devido a uma queda de energia elétrica na Sapucaí. Por causa deste acontecimento, não ocorreu descenso no ano de 1983, elevando assim o número de agremiações de 12 para 14 no ano seguinte, o que motivou a divisão dos desfiles em dois dias. Curiosidade: foi a estréia do excelente intérprete Carlinhos de Pilares no Grupo Especial. NOTA DO SAMBA: 9,1 (Mestre Maciel).O pior samba do disco! A Caprichosos, depois de
22 anos no Acesso, tenta se manter no primeiro grupo com um
irreverente enredo sobre a culinária brasileira. Sem querer ser
chato com os "torcedores" (se é que eles existem de
fato...) da escola, no entanto acho que a agremiação só
conseguiu permanecer no Grupo 1A graças ao apagão ocorrido
durante desfile da Caprichosos devido uma pane no sistema
elétrico da Sapucaí, que anulou todas as notas da escola e a
deixou continuar entre as grandes. Um dos maiores pecados da
agremiação em 1983 vem justamente quesito samba-enredo. A
marcha escolhida pela escola começa bem, possuindo até um
melodia bonita, mas isso limita-se apenas a primeira estrofe do
samba. A segunda parte é terrível em termos melódicos, pois
ela soa muito forçada aos ouvidos. Os refrões são
incrivelmente trashes, contendo barbaridades como "Arrepia,
arrepia" ou "Ai meu Deus". A letra
também é pra lá de bizarra, visto que insiste em fazer
repetitivas citações às passagens existentes no enredo da
escola, o que sinônimo de pobreza. Samba fraco! NOTA DO
SAMBA: 7,1 (Gabriel Carin). A partir dessa faixa, há uma vontade insana de retornar ao sambão do Império e começar novamente a ouvir o LP. É até covardia colocar o samba da agremiação de Pilares (isso vale também pra Vila e Imperatriz) juntamente com essas "pedradas". Digo isso pelo simples fato do samba ser bem mediano. A letra é bastante simples e a melodia retíssima. Carlinhos de Pilares ainda dá um empurrão para o samba não ficar pior. Não sou muito fã deste "cardápio á brasileira". NOTA DO SAMBA: 8 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba 6B - IMPERATRIZ - Um samba onde a atuação do lendário conjunto vocal As Gatas o enriquece mais. Um fato curioso é que Gera (que se encontrava em início de carreira), intérprete conhecido por se dedicar mais à interpretação do samba, participa da faixa do disco apenas soltando cacos (coisa a que, posteriormente, não seria muito habitual para o ex-intérprete da Vila Isabel e da Portela). Sobre o samba, ele não possui uma melodia muito original e, embora seja bonito, passa despercebido numa safra de sambas memoráveis que foi o ano de 1983. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Mestre Maciel). Foi ao som deste samba que Arlindo Rodrigues fez
um dos desfiles mais lindos da história do carnaval, de longe o
mais bonito do ano. Que emoção sentiram os leopoldinenses ao
ver sua escola desfilar com um conjunto de alegorias e adereços
realmente irrepreensível, digno de ser classificado como uma
verdadeira exposição de obras-de-arte! O enredo, que é
inteligentíssimo, se baseia na reedição de dois outros
carnavais já confeccionados pelo carnavalesco: "Chica da
Silva" (Salgueiro-1963) e "Festa para um rei
negro" (Salgueiro-1971). Quanto ao samba, possui um gingado
extraordinário, contendo uma letra rica e uma melodia bastante
variada, aliada a dois belos refrões. A estréia de Gera é
correta, embora o hoje consagrado puxador limitar-se a apenas
soltar cacos durante a faixa. Quem canta o samba, na verdade, é
o conjunto vocal As Gatas, que fazem o hino ficar mais bonito do
que ele já é. Curiosidade: um dos compositores do samba é o
genial Mathias de Freitas, também autor de "Brasil, flor
amorosa de três raças" (1969) e "Oropa, França e
Bahia" (1970). Daí, já se sabe de onde vem toda a força
dessa bela obra. NOTA DO SAMBA: 9,3 (Gabriel Carin). Com a saída do intérprete Dominguinhos do Estácio (como fez falta no LP), curiosamente, a Imperatriz começou a fazer sambas de mediano pra horroroso que se estenderiam até 1989. O samba em si não é fraco, mas também não empolga. A letra é bem elaborada, mas a melodia alterna bons e maus momentos. É um samba que, na minha opinião, passa despercebido do LP. NOTA DO SAMBA: 8,3 (Luiz Carlos Rosa). Clique aqui para ver a letra do samba |
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