Wander
Pires é considerado por muitos como um dos grandes
intérpretes do carnaval. O artista iniciou precocemente no
samba. Aos cinco anos já dava seus primeiros passos
freqüentando lugares como Bloco do Grilo e rodas de samba. Com o
apoio do pai Manoelão, Wander não perdia uma oportunidade
para soltar a voz e mostrar seu talento.
No início da década de 90, Wander começou a colher
os frutos de seu trabalho, pois conquistou o posto de segundo puxador
da Mocidade Independente de Padre Miguel. Com a saída de
Paulinho Mocidade, após o carnaval de 1993, Wander Pires assumiu
o microfone da escola.
Ainda em 1993, fez sua estreia fonográfica participando da coleção Escolas de Samba Enredo,
produzida por Rildo Hora, para a gravadora Sony. No CD dedicado
à Mocidade, colocou voz nos sambas “Vira Virou, a Mocidade
Chegou” (Tôco, Jorginho e Tiãozinho da Mocidade) e
“Chué Chuá, as Águas Vão Rolar”
(Tôco, J. Medeiros e Tiãozinho da Mocidade),
responsáveis pelo bicampeonato da verde e branco da Vila
Vintém (1990 e 1991, respectivamente).
Sua primeira gravação em um disco oficial de samba-enredo
aconteceu em 1994, por conduzir na Sapucaí “Avenida
Brasil, tudo passa, quem não viu?” (Jefinho, Dico da Viola
e Jorge Gannen). Logo depois do desfile, a convite de Neguinho da
Beija-Flor, gravou a coletânea Os Melhores Sambas Enredo, dividindo as faixas com o intérprete da escola de Nilópolis.
Aproveitando a boa fase de início de carreira, estourou com
“Celular”, sucesso de meio de ano composto por Noca da
Portela, Toninho Nascimento e Tranka. Na sequência, lançou
o CD Ai, Que Saudade Louca, com repertório formado por sambas e pagodes.
A partir daí, mesmo muito jovem, Wander Pires construiu uma
reputação de grande intérprete de samba. Dono de
uma voz grave e timbre potente, que gerou uma série de
seguidores (ou imitadores), Wander se revelou o mais talentoso puxador
de sua geração. Sagrou-se campeão com sua Mocidade
em 1996 e conquistou o Estandarte de Ouro do jornal O Globo de melhor
intérprete em 1997, com o samba-enredo “De corpo e alma na
avenida” (Chico Cabeleira, Joãozinho, Muca e J. Brito),
também premiado na categoria pelo Estandarte de Ouro.
Nesta primeira fase, Wander Pires ficou na Mocidade até 1999, se
transferindo logo em seguida para o Salgueiro, União da Ilha,
retornando para a Mocidade, até aterrissar na Grande Rio em
2003, onde defendeu a tricolor de Duque de Caxias até 2005.
Após o carnaval, voltou para a Mocidade em 2006. No entanto, o
intérprete acertou seu retorno à Grande Rio em 2007,
cantando de muletas, em função de uma
torção sofrida poucos dias antes do desfile. No ano
seguinte, Wander chegou atrasado à Marquês de
Sapucaí. A Grande Rio já estava em plena
evolução quando o intérprete apareceu, alegando
ter sofrido um acidente de carro momentos antes. Ele cantou no Desfile
das Campeãs com uma tipoia no braço esquerdo. Depois da
apresentação das campeãs, foi demitido da Grande
Rio. Chegou a negociar com a paulistana Império de Casa Verde,
mas o negócio não evoluiu. Wander teve uma terceira
passagem pela Mocidade em 2009, mas acabou demitido pelo então
presidente Paulo Vianna por não comparecimento a compromissos
oficiais. Wander Pires defendeu a Unidos do Viradouro em 2010, quando a
escola de Niterói foi rebaixada.
Após desligar-se da agremiação do bairro do
Barreto, Wander acertou com a paulistana Vai-Vai para defender a
agremiação em 2011. Realizou expediente duplo, pois
também naquele ano também cantou no carnaval de Porto
Alegre, no Estado Maior da Restinga. O intérprete ainda gravou o
samba da Lins Imperial para o CD do Grupo B 2011.
Espantando a fase de “inferno astral” que o atrapalhou,
Wander Pires foi campeão com a Vai-Vai e com a Restinga, sendo
agraciado com os títulos em São Paulo e Porto Alegre numa
única tarde de Terça-Feira Gorda. Manteve por dois anos
as jornadas nas capitais paulista e gaúcha (deixaria a Restinga
após o Carnaval de 2013), e passou a defender a Unidos da Porto
da Pedra em 2012.
Em 2013, Wander Pires dividiu o microfone oficial da Imperatriz com
Dominguinhos do Estácio (com quem não tinha bom
relacionamento) e, em 2014, foi o único intérprete da
escola de Ramos com a saída do veterano puxador. Ainda em 2014,
em São Paulo, foi contratado pela Acadêmicos de
Tatuapé, após defender o samba campeão nas
eliminatórias, desfilando no carro de som ao lado de Vaguinho.
Antes do início do desfile da Imperatriz de 2014, que
apresentara o samba-enredo “Arthur X – O Reino do Galinho
de Ouro na Corte da Imperatriz” (de Elymar Santos, Guga,
Tião Pinheiro, Gil Branco e Me Leva), Wander Pires teria se
desentendido com o cantor Elymar Santos, um dos compositores do samba e
que faria parte do carro de som. Rouco em virtude de ter desfilado na
Tatuapé na noite anterior, Wander teve um desempenho muito
abaixo do que costuma produzir e acabou dispensado logo após o
Carnaval.
Ainda em 2014, foi internado no mês de agosto para tratar de uma
hérnia de disco. Na época, chegou a ser noticiado que
estava em depressão. Mas o cantor retomou a categoria de sempre
nas disputas de samba, defendendo, entre outras obras, o samba da
parceria de Noca na Portela, Celso Lopes, Charlles André,
Vinicius Ferreira e Xandy Azevedo, para o enredo da Portela de 2015,
“ImaginaRio, 450 janeiros de uma cidade surreal”. Ao
conduzir a obra à vitória na quadra portelense, acabou
ganhando um lugar no carro de som da Águia, compondo um
respeitável time de cantores ao lado de Wantuir, Rixxa,
Rogerinho Tenório, Bico Doce e Gilson Candanda em 2015.
Para 2016, acertou seu retorno à Vai-Vai (onde ficou até
2017), além de ter pela primeira vez um samba de sua autoria
desfilando pela Mocidade Independente de Padre Miguel. Depois de
defender a Estácio no Grupo Especial, em 2017 iniciou sua quinta
passagem na Mocidade em grande estilo, ajudando sua escola de
coração a obter o campeonato encerrando um jejum de 21
anos, retornando ao Desfile das Campeãs depois de 14 anos de
ausência. Saiu da verde-e-branco da Vila Vintém
após o Carnaval de 2022. Desde 2018, vinha cantando
na Unidos de
Vila Maria, no Anhembi. Em 2023, foi intérprete oficial do
Paraíso do Tuiuti, ganhando o seu segundo Estandarte de Ouro de
melhor intérprete depois de 26 anos do primeiro prêmio.
Para 2024, retornará à Viradouro depois de 14 temporadas.
Wander Pires também é primo de Andrezinho, integrante do
Grupo Molejo e filho do falecido Mestre André, o célebre
diretor de bateria da verde-e-branco de Padre Miguel.
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INÍCIO: Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1990.
1991 a 1993 – Mocidade (apoio de Paulinho Mocidade)
1994 a 1999 – Mocidade (intérprete oficial)
2000 – Salgueiro
2001 – União da Ilha
2001 e 2003 – Acadêmicos do Campo do Galvão (Guaratinguetá-SP)
2002 – Mocidade
2003 a 2005 – Grande Rio
2006 – Mocidade
2007 e 2008 – Grande Rio
2007 – Unidos da Cova da Onça (Uruguaiana-RS)
2008 a 2012 – Embaixada do Morro (Guaratinguetá-SP)
2009 – Mocidade
2010 – Viradouro
2010 – Unidos da Cova da Onça (Uruguaiana-RS)
2010 – Grupo dos Quinze (Niterói-RJ)
2011 a 2013 – Vai-Vai (São Paulo-SP)
2011 a 2013 – Restinga (Porto Alegre-RS)
2011 – Lins Imperial (gravação do CD)
2012 – Porto da Pedra
2012 – Ilha do Marduque (Uruguaiana-RS, ao lado de Renan Ludwig)
2013 – Imperatriz Leopoldinense (junto com Dominguinhos do Estálcio)
2014 – Imperatriz (cantor principal)
2014 e 2015 – Acadêmicos de Tatuapé (São Paulo-SP, ao lado de Vaguinho)
2014 – Acadêmicos do Campo do Galvão (Guaratinguetá-SP)
2015 – Portela (ao lado de Wantuir)
2016 e 2017 – Vai-Vai (em 2017 ao lado de Grazzi Brasil)
2016 – Estácio de Sá (na gravação do
CD dividiu os vocais com Dominguinhos do Estácio e Leandro
Santos; na avenida foi cantor principal)
2017 a 2022 – Mocidade
2020 – Unidos da Tamandaré (Guaratinguetá-SP)
2018 a 2023 – Vila Maria
2023 – Paraíso do Tuiuti
Desde 2023 – Rancho Não Posso Me Amofiná (Belém-PA)
Desde 2024 - Viradouro
Desde 2025 - X-9 (Santos-SP)
GRITO DE GUERRA: Alô meu povão (nome da escola ou origem do bairro)! Vamos lá, a hora é essa!
GRITOS DE EMPOLGAÇÃO:
não tem muitos cacos de empolgação definidos.
Geralmente, faz a chamada com a primeira palavra dos versos das
estrofes dos sambas e contracantos durante a melodia. Às vezes
também aparece “alô Vila Vintém”;
“alô meu presidente de honra”; “minha bateria
Não Existe Mais Quente”; “aaaaahhhhh!”. Ao
final das interpretações ao vivo ou nas
gravações solta um “vaaaleeeuu!” solfejado e
em falsete.
Estandarte de Ouro: 1997 e 2023 (intérprete). Prêmio SRZD de melhor intérprete em 2018.
Sambas de sua
autoria:
"A Restinga Multirracial Celebra a África de Mandela na Festa do
Carnaval" (Estado Maior da Restinga/2011, com André Diniz), "Da
Mitologia à Realidade, a Tinga de Taça na Mão!
Vinhos do Brasil - Sinônimo de Qualidade, Saúde, Prazer e
Prosperidade!" (Estado Maior
da Restinga/2012, com André Diniz), "A Restinga pede passagem e se mostra em
superações. Tri felizes iremos ficar no Panteão
dos campeões" (Estado
Maior da Restinga/2013, com André Diniz) e "O Brasil De La
Mancha - Sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, sou Quixote
Cavaleiro, Pixote Brasileiro" (Mocidade/2016,
com Jefinho Rodrigues, Marquinho Índio, J. Medeiros, Domingos
Pressão, Jonas Marques, Paulo Ferraz, Lauro Silva e Lero Pires)
DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:
CD Escolas de Sambas-Enredo Mocidade – Coletânea Sony (1993)
LP/CD Sambas Enredo Grupo Especial 1994 (faixa Mocidade)
LP/CD Os Melhores Sambas Enredo – com Neguinho da Beija-Flor (coletânea, Polygram, 1994)
LP/CD Sambas Enredo Grupo Especial 1995 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 1996 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 1997 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 1998 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 1999 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2000 (faixa Salgueiro)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2001 (faixa União da Ilha)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2002 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2003 (faixa Grande Rio)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2004 (faixa Grande Rio)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2005 (faixa Grande Rio)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2006 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2007 (faixa Grande Rio)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2008 (faixa Grande Rio)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2009 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2010 (faixa Viradouro)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2011 (faixa Vai-Vai)
CD Sambas Enredo Grupo B RJ 2011 (faixa Lins Imperial)
CD Sambas Enredo Carnaval Porto Alegre 2011 (faixa Restinga)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2012 (faixa Porto da Pedra)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2012 (faixa Vai-Vai)
CD Sambas Enredo Carnaval Porto Alegre 2012 (faixa Restinga)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2013 (faixa Imperatriz Leopoldinense)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2013 (faixa Vai-Vai)
CD Sambas Enredo Carnaval Porto Alegre 2013 (faixa Restinga)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2014 (faixa Imperatriz Leopoldinense)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2015 (faixa Portela)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2016 (faixa Estácio de Sá)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2016 (faixa Vai-Vai)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2017 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2017 (faixa Vai-Vai)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2018 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2018 (faixa Vila Maria)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2019 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2019 (faixa Vila Maria)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2020 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2020 (faixa Vila Maria)
CD Sambas Enredo Grupo Especial 2022 (faixa Mocidade)
CD Sambas Enredo Grupo Especial SP 2022 (faixa Vila Maria)
DISCOGRAFIA SOLO:
single “Celular” (Polygram, 1994)
Ai, Que Saudade Louca (Polygram, 1994)
Casa de Samba 2 (coletânea Polygram, 1997)
A Discoteca do Chacrinha Vol. 5 (coletânea Universal Music, 1999)
Mulheres do Brasil – Trilha Sonora Original do Filme (coletânea Universal Music, 2005)
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