PRINCIPAL    EQUIPE    LIVRO DE VISITAS    LINKS    ARQUIVO DE ATUALIZAÇÕES    ARQUIVO DE COLUNAS    CONTATO

TANTINHO DA MANGUEIRA

TANTINHO DA MANGUEIRA

       

    

            

    '    

'

          Nome completo: Devanir Ferreira



          Ano de nascimento: 1947


          Ano de falecimento: 2020        


Poucas pessoas podem se orgulhar de conhecer tão bem o Morro de Mangueira quanto Tantinho. Negro, baixo, forte, de voz imponente e bom humor contagiante, ele é considerado por muitos a memória viva do morro. Formado musicalmente sob a atenção de personagens emblemáticas da localidade, como Cartola, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e Padeirinho, Tantinho é cria da Mangueira, onde já desfilou na bateria, ganhou samba-enredo e até “puxou” samba na quadra.

Aos seis anos de idade, a mãe, dona Mendes, lavadeira e baiana da escola, sem ter onde deixá-lo, arrumou uma maneira de incluí-lo na bateria da Estação Primeira de Mangueira. Ainda menino sua diversão era cantar e acompanhar os mais velhos nas rodas de partido alto. Para conseguir seu espaço, começou a compor sambas aos 11 anos.

Aos 13 anos de idade foi apresentado por Dona Neuma a Cartola. O menino fez um teste e o velho Angenor de Oliveira o aprovou para a ala de compositores da verde e rosa. Como naquela época não era possível viver só de música, Tantinho teve que trabalhar como office-boy, laboratorista e em agência de publicidade. Aposentou-se como funcionário da Funarte em 1996.

No final da década de 60 foi convidado por um amigo ritmista da Mangueira, chamado Antônio Carlos, a ingressar em um grupo de samba que iria acompanhar cantores famosos da MPB, participar de festivais musicais e programas de TV, além de excursionar por todo o Brasil. Tantinho, que na época não era muito afeito a viagens, ficou poucos meses no conjunto (que viria a ser batizado como Os Originais do Samba), para tristeza de seu amigo, que tempos depois ganhou o apelido de Mussum.

Mesmo assim, Tantinho nunca abandonou as rodas de samba e era presença certa nos pagodes nas favelas de Tengo-Tengo, Santo Antônio e Chalé, as comunidades que formavam o morro de Mangueira.

Tantinho também participou de Partido Alto, documentário escrito e dirigido por Leon Hirszman, filmado em 1976 e lançado em 1982. Tantinho aparece “tocando” prato e faca e mostrando passos de dança de samba na primeira parte da película, comandada por Candeia.

Em 1977, ganhou seu primeiro e até agora único samba-enredo pela Mangueira, “Panapanã, o segredo do amor”, em parceria com Jajá. No entanto, sempre apresenta sambas concorrentes fortes que na maioria das vezes chega às finais das disputas.

Tantinho substituiu várias vezes Jamelão na quadra da Mangueira, quando o mestre viajava para fazer shows e Tantinho segurava as pontas cantando sambas enredos antigos e principalmente sambas de terreiro.

Lançou seu primeiro disco solo aos 60 anos de idade, o CD duplo “Tantinho Memória em Verde e Rosa”, uma reunião de pérolas escondidas (muitas delas jamais antes gravadas), de compositores mangueirenses da mais alta estirpe, como Enéas Brites, Moreira da Silva, Geraldo Pereira, Manoel Ramos, Padeirinho, Pelado, Babaú, Hélio Turco, entre outros. No álbum, o cantor também fez dueto em duas faixas com dois nobres baluartes, Nelson Sargento e Xangô da Mangueira. O trabalho ganhou o Prêmio TIM de melhor CD de samba. Em 2010, lançou o tributo musical ao compositor Padeirinho no disco “Tantinho Canta Padeirinho da Mangueira”, vencendo o Prêmio da Música Brasileira de Melhor CD e arrebatando ainda na categoria de Melhor Cantor de Samba. Tantinho é considerado no meio musical referência indiscutível da história da verde e rosa. No disco lançado por Maria Bethânia em 2019, "Mangueira - A Menina dos meus Olhos", Tantinho gravou seu samba-enredo concorrente derrotado para a disputa de 2016, para muitos superior ao samba que embalou a vitória da verde-e-rosa na avenida.

Faleceu em 12 de abril de 2020, vítima de diabetes.

 
TRAJETÓRIA: Início: Aos cinco anos de idade, na bateria da Estação Primeira de Mangueira. Aos 13 anos ingressou na ala de compositores da verde e rosa.

GRITO DE GUERRA: Não tem

GRITOS DE EMPOLGAÇÃO: Não tem.

SAMBA DE SUA AUTORIA: “Panapanã, o segredo do amor” (Mangueira/1977, com Jajá).

DISCOGRAFIA:
Tantinho, memória em verde e rosa (2006)
Tantinho canta Padeirinho da Mangueira (2009)

PRÊMIOS:
- Prêmio TIM na categoria Melhor CD de Samba pelo disco “Tantinho, memória em verde e rosa (2007)
- Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor CD pelo disco “Tantinho canta Padeirinho da Mangueira” e Melhor Cantor de Samba (2009).

PARTICIPAÇÕES EM OUTROS DISCOS:
- Velha-Guarda da Mangueira e convidados (1999)
- Mangueira, sambas de terreiro e outros sambas (2000)
- Um ser de luz - saudação à Clara Nunes (2003)
- Nei Lopes - Partido ao cubo (2004)
- Xangô da Mangueira - Recordações de um velho batuqueiro (2005)
- O samba carioca de Wilson Baptista (2011)
- Sambas para a Mangueira (2015)
-
Maria Bethânia - Mangueira - A Menina dos meus Olhos (2019)

FILMOGRAFIA:
- Partido Alto (1976-1982).


MAIS FOTOS DE TANTINHO

Tantinho tocando faca e prato (E) em cena do filme Partido Alto, junto com Candeia.


Tantinho em dueto com o amigo Nelson Sargento (E)


Tantinho em foto da capa do disco premiado "Tantinho canta Padeirinho da Mangueira"



Negro, baixo, forte, de voz imponente e bom humor contagiante, Tantinho é considerado a "memória viva" da verde e rosa


Tantinho desfila na Mangueira desde os cinco anos de idade


Melhor cantor de samba, segundo o Prêmio da Música Brasileira em 2010


Muitas vezes Tantinho substituiu Jamelão na quadra e "puxou" sambas enredo e sambas de terreiro


Tantinho, Bira Show (C) e Jamelão


Capa de seu primeiro disco, lançado aos 60 anos de idade.


Tantinho em show com seu amigo e parceiro Nei Lopes (D)

Voltar à seção Intérpretes