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O Orgulho Negro! Luiza Mahin e seus Tambores de Crioula (Mocidade de Vicente de Carvalho - 2014)

O Orgulho Negro! Luiza Mahin e seus Tambores de Crioula (Mocidade de Vicente de Carvalho - 2014)

Através do vôo livre e com gritos de liberdade! Nossa águia guerreira, símbolo do nosso pavilhão, conduz nossa Nova Mocidade de Vicente de Carvalho no Carnaval de 2014 a viajar na história que nos livros escolares não contam; esquecida, um mito, Luiza Mahin; sempre baseado na narrativa presente do abolicionista e poeta, Luiz Gama filho de Luiza Mahin.

Ao despontar uns fechos de luz surge como o sol aos fracos, uma negra africana, livre, de nação nagô, de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Sempre carregando em seu caráter o orgulho de sua raça.

Radicada no Brasil, especialmente na Bahia, vindos do noroeste da África colonizada por muçulmanos, conhecidos como negros, islamizados de tribo Malês.

Luiza Mahin, quituteira de profissão, esse oficio servia para os seus propósitos revolucionários, batia de porta em porta pelas ruas de Salvador; do seu tabuleiro eram distribuídas as mensagens entre um quitute e outro para os seus companheiros que pretensamente adquiriam, pois os Malês sabiam ler e escrever em Árabe.

Unindo se a um fidalgo português, por quem deixou-se enamorar, nasceu Luís Gama, que ficou aos cuidados do pai, dissipador, a criança, então com dez anos de idade, acabou sendo vendido ilegalmente como escravo, para quitar uma dívida de jogo.

O desejo de liberdade e de praticar o islamismo, unem os pensamentos e executam seus ideais custe o que custar. Está formada aí a grande rebelião. A grande marcha rumo à liberdade. O levante dos Malês.

Andando em linhas cuidadosas, nos deparamos com nomes que fizeram a história acontecer. Deixando de lado suas fraquezas em prol de um todo. Nomes esses que história nenhuma conseguiu apagar, pois foram certamente verdades que o tempo não destruiu.

Ouve-se nos cantos a conspiração, vozes baixas sussurram frases precisas escorre nos becos a lâmina das adagas, multidão tropeça nas pedras, há revoada de pássaros, sussurro, sussurro: “é amanhã, é amanhã, Mahin falou, é amanhã” . A cidade toda se prepara Malês, Bantus, Jêjes, Nagôs, vestes coloridas resguardam esperanças.

O poder era o fim e a rainha esquecida Luiza Mahin que temperou na revolta no tempo da memória; Em nome de Allah ser o dono da terra, só quem tem patuá não tem medo da guerra.

Não logrou êxito neste levante contra os portugueses, houve traição e foi descoberta, perseguida, detida e, possivelmente, degradada para Angola, na África. Ao fugir e retornar ao Brasil, vindo a instalar-se no Maranhão, refugiou-se nas casas da Mina onde possivelmente, com a sua influência, desenvolveu-se o chamado tambor de crioula.

Ao rufar os tambores, mesmo camuflado em louvor a São Benedito, o santo dos cristãos que também é considerado o protetor dos negros, o som de liberdade entoa nos terreiros do Maranhão; ressoa no coro do majestoso ilê cante! Aê,aê Vibre! Aê,eá.

O som afinado a fogo tocado a murro, dançado a coice e chão? Crioula, crioula.

No entanto o desejo de viver sem senhor na terra e no céu continua mais forte do que nunca!

“Sou negra Mina, sou Nagô, sou Jêje, sou Pagã e Libertária.

Sou Luiza Mahin de Alma guerreira, escrava por todos!”

Claudio Fontes
Carnavalesco