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Diz mata! Digo verde. A natureza veste a incerteza. E o amanhã? (Santa Cruz - 2016)
Diz mata! Digo verde. A natureza veste a incerteza. E o amanhã? (Santa Cruz - 2016)

Tupã! Levanta as folhas e, dos deuses, a cura.

Anhangá! protege tua fauna das emboscadas.

Vem de longe Caipora, vai cruzando a capoeira!

Curupira vai ou vem?

Curumim, traz o mirim? Para o tempo do bem.

O amanhã começa agora!

Queremos ver de perto a mudança!

Vida verde para as crianças.

Mãe Terra! apresenta a nós a verdadeira verde esperança.

E se alguém me perguntar pela mata nativa, pelo resto da vida no chão...

Eu posso dizer:

Diz Mata? Digo verde

A natureza vestida de incerteza, sob o clamor da floresta, te questiona:

E o amanhã?

Autor: Cláudio Russo

SINOPSE DO ENREDO PARA OS COMPOSITORES

No princípio e deveria ser por todo o sempre, um mosaico de tonalidade do verde original, matizes e mais matizes desta infinita matriz.

No princípio antes de ser Brasil, este chão criado por Nhandevuruçu foi quintal de curumins.

Esta terra nasceu vestida de esmeralda, samambaia, florestas, musgo, lima, limão...

Era brilhante, parecia um mar, pinho e selva, essencialmente esverdeado.

Nessas matas floresceu a vida, em cada manancial uma tribo sob proteção de Jaci, Guaraci e Tupã, vindo de Iapada- o Olimpo das nações tupi, brotou no solo dos corações. Se fez Senhor! E Caupe encheu de beleza as mulheres da terra.

Oh, Deus do trovão! Quantas bocas de mato, quantas copas rasgando o céu, quanta beleza na imensidão...

Tantos eram os bosques! Tantas várzeas e capões deste mundão sem fim, onde corria curumim...

A floresta que amamentou o índio, certo dia, abraçou o povo negro e seduziu o branco estendendo a sua liberdade como refúgio e proteção. Nos confins desse gigante, na grandeza destes sertões, surgiram quilombos, encontraram-se nações, diferentes culturas e o mesmo respeito à vida, a mesma luta contra a invasão da cobiça e da devastação.

Nos caminhos desenfiados da selva, Tupã encontrou outros deuses e os cultos indígenas adormeceram entre o sagrado, o profano e o sincrético.

Mas o progresso é voraz e o cinza da fumaça corta o ar. Abaçaí habita a alma barbárie do devastador - é a visão do apocalipse tupi.

O dia certo, para começar a plantar o amanhã, é hoje. Dizer não à devastação e repintar de verde o manto que escureceu feito carvão - uma necessidade.

Flores em vida! Flores à vida.

Oh, Tupã! Não adormeças! Não deixe este verde chegar ao fim! O teu reino místico há de brotar da Sumaúma em meio a floresta e há de se levantar e replantar novas cores. Deuses, seres da mata, atendam ao chamar da floresta. É chegada a hora.