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Sinopse Santa Cruz 2008

Da abertura dos Portos à cidade do porto, Itaguaí - uma história real (Santa Cruz - 2008)

JUSTIFICATIVA DO ENREDO

Divulgando feitos e fatos do passado, o GRES Acadêmicos de Santa Cruz veste a "fantasia real" para exaltar a monarquia que escreveu na História o futuro do nosso país.

Através do enredo "Da Abertura dos Portos à cidade do porto, Itaguaí - uma história real", a Santa Cruz comemora, com a alegria do carnaval, os duzentos anos da chegada da majestosa família ao Brasil, apresentando as grandes realizações de D.João VI, sua contribuição política e cultural e a trajetória de um município que, desde a colonização de nossas terras, esteve entrelaçado nesse contexto histórico e participou do seu desenvolvimento, abrigando hoje o Porto de Itaguaí - o maior da América Latina.

INTRODUÇÃO

No início do século XIX a Europa foi sacudida por uma longa e violenta guerra. Napoleão, imperador da França e temido general, organizou um poderoso exército, invadiu vários países e colecionou vitórias. Bom estrategista, Napoleão, para derrotar os ingleses, obrigou outras nações a fecharem os portos à Inglaterra, que ficaria isolada e enfraquecida comercialmente. Entretanto, Portugal e Inglaterra eram velhos aliados e realizavam muitos negócios. Os portugueses, então, decidiram contrariar tal ordem, enfurecendo Napoleão, que ordenou a seu exército a conquista de Portugal.

Houve pânico em Lisboa quando se soube da notícia de uma invasão francesa. Naquele momento, os portugueses não estavam em condições de enfrentar um inimigo tão forte.

Depois de muitas discussões e debates, ficou estabelecido que a família real, liderada pelo príncipe regente Dom João, deveria partir imediatamente para o Brasil, que nessa época era uma colônia portuguesa.

A Corte, a salvo do outro lado do oceano, asseguraria a independência de Portugal

BRASIL - O DESTINO REAL

No dia 29 de novembro de 1807, dezenas de embarcações zarparam de Portugal, repletas de nobres, funcionários do palácio, burgueses, bagagens, animais, recordações, sonhos...

A incerteza do futuro, o temor aos mistérios do mar, a desolação de deixar a terra natal e o alívio de escapar dos exércitos napoleônicos embarcaram com os quinze mil portugueses que cruzariam os mares a caminho do Brasil.

A grande esquadra real, numa viagem difícil, enfrentou tormentas, avarias, perigos e calmarias durante o trajeto. O episódio é considerado até hoje uma das maiores epopéias da história lusitana.

Finalmente, depois de quase dois meses no mar, as naus que conduziam a rainha D. Maria I, seu filho, o príncipe D.João, a esposa Carlota Joaquina e os descendentes reais chegaram a Salvador em 22 de janeiro de 1808, embora o destino original fosse o Rio de Janeiro.

Durante sua breve estada entre os baianos, a família real foi acolhida com alegria e muito festejada pela população. A admiração cresceu ainda mais quando, em 28 de janeiro de 1808, Dom João assinou a Carta Régia, decretando a abertura dos portos do Brasil ao comércio direto com todas as nações amigas, quebrando o monopólio português.

A Abertura dos portos, além da importância histórica, representa um dos momentos marcantes para as relações estrangeiras. A partir desse período, o Brasil passou a ocupar espaço entre os países desenvolvidos, tornando-se uma voz relevante na esfera internacional.

ATOS E FATOS

A chegada da família real ao Rio de Janeiro deu-se em 7 de março de 1808, causando curiosidade e euforia.

A população se espremia nas ruas estreitas, ovacionando os novos ilustres moradores, que transformaram a cidade no centro das atenções políticas da época, pois passou a ser a capital do reino português. Apesar dos transtornos causados pela transferência de tantos portugueses, o Brasil e especialmente o Rio de Janeiro se beneficiaram bastante com a vinda da família real e as providências tomadas por D. João VI. Os bailes e festas coloriam os salões; as ruas foram alargadas e iluminadas; indústrias foram implantadas; foram criados o Banco do Brasil, o Jardim Botânico, Escolas de Ensino Superior, A Biblioteca Real, Academias Militar e Naval e a Real Academia de Belas Artes.

D.João VI lançou as sementes do nosso desenvolvimento político, social e cultural, erguendo os alicerces para uma futura emancipação e administração independente do Brasil.

Mas nem só de trabalho vivia a Realeza. Em seus períodos de descanso e lazer, a família real desfrutava da beleza e da tranqüilidade da imensa Fazenda de Santa Cruz, onde realizava festejos dançantes e saraus, além de passear pelas aldeias das cercanias. Dentre essas aldeias, Itaguaí, que também pertencia à fazenda, destacou-se por sua exuberante paisagem e por ser ponto de passagem obrigatória para todos os que se dirigiam às províncias de Minas Gerais e São Paulo, transformando-se num cenário importante para as mudanças no país. Pelas terras de Itaguaí, cientistas estrangeiros buscavam mais conhecimento; nobres ilustravam seus diários com a pitoresca natureza e aventureiros se lançavam, sonhando com ouro e riquezas. A aldeia foi elevada à Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí em 5 de julho de 1818 e sua crescente trajetória faz parte do engrandecimento do país.

No decorrer da História, a família real enfrentou momentos de crise, incertezas, lutas, alegrias e glórias que tornaram maior o desejo de permanecer no Brasil. Porém, Portugal exigia a volta de D.João VI, coroado rei após a morte de sua mãe, D. Maria I. O retorno era inevitável. Então, a realeza entristecida despediu-se das terras brasileiras e do povo hospitaleiro que tão calorosamente a acolheu, mas deixou o príncipe regente, D.Pedro I, como Imperador do Brasil, para conduzir os interesses da Coroa. D. Pedro I esteve com freqüência em Itaguaí, já que somente passando pela localidade se chegava a Minas Gerais e a São Paulo, através do histórico Caminho das Calçadas, trecho construído pelo trabalho escravo, que cruzava as serras e ainda hoje é existente.

Numa das viagens a São Paulo, em 1822, acompanhado pelos dragões, guardas da cavalaria Real, D.Pedro seguiu decidido para o ato da Independência do Brasil, tornando-se o referido caminho conhecido como Estrada da Independência. Neste Caminho existia uma fonte, onde D.Pedro I saciava a sede da tropa e dos cavalos. No local foi erguido um chafariz, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico.

Ao abdicar do trono, D.Pedro deixou gravado no coração dos seus filhos o amor a terra. D.Pedro II e as princesas usufruíam das paisagens itaguaienses, onde se sentiam seguros e tranqüilos. Semeando cultura, D. Pedro II fundou em Itaguaí, em 1880, uma das bibliotecas mais antigas do Brasil, onde inúmeros exemplares, preservados até hoje, atestam sua inestimável doação de livros.

Berço de vultos históricos como Quintino Bocaiúva, Barão de Teffé, Luis Murat e tantos outros, Itaguaí foi administrada por nobres influentes que a fizeram prosperar. Progressivamente, foi se transformando em cidade, com estabelecimentos comerciais, solares, ruas e logradouros.

DO SOLO FÉRTIL BROTA A RIQUEZA

Desde que o Brasil foi descoberto, o governo português tinha a preocupação de colonizar as terras brasileiras para protegê-las de outros invasores. Ao mesmo tempo, pretendia que essas terras gerassem riqueza.

Com a chegada da família real e a abertura dos portos, o açúcar, um dos produtos mais caros e apreciados na Europa, pôde ser comercializado com mais sucesso.

O plantio da cana-de-açúcar foi incentivado e encontrou, nas várzeas de Itaguaí, o solo fértil onde esta cultura se transformou na principal atividade econômica. Na região foi instalado um grande engenho que também produzia e exportava café, farinha e aguardente, conferindo prosperidade e divisas às terras de Itaguaí.

Depois da Independência do Brasil, a cidade desenvolveu enormemente sua agricultura, atraindo imigrantes japoneses que se especializaram no plantio de milho, quiabo, goiaba, tomate, laranja e banana. A produção era tão extensa que abastecia todo o Rio de Janeiro e boa parte do país.

Ainda hoje a cidade de Itaguaí é famosa por seus produtos agrícolas e alimenta a população carioca.

O FUTURO É AGORA

Pouco a pouco, Itaguaí foi crescendo e se desenvolvendo.
Até a década de 60, viveu um período de estabilidade econômica e demográfica motivada pela economia agrícola.

A passagem da antiga Rodovia Rio - São Paulo por seu território, as obras de saneamento e a implantação de indústrias pela Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, trouxeram a aceleração do progresso ao município. A taxa de urbanização disparou, impulsionada pelo forte incremento populacional.

A expectativa da construção de um pólo siderúrgico nas proximidades da cidade, composto principalmente pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) fará de Itaguaí o maior agregador econômico e de empregos da região sudeste.

Ao mesmo tempo em que caminha em direção ao futuro, o Município trabalha em prol de melhores condições de vida para a população, dando a crianças e adolescentes uma educação de qualidade e uma cultura mais ampla.

Conservando suas tradições, Itaguaí comemora com entusiasmo as datas cívicas, religiosas e os festejos populares.

Integrando o calendário oficial da cidade, a EXPO - Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Itaguaí é hoje um dos maiores acontecimentos do Brasil, atraindo produtores rurais, companhias de rodeio e expositores industriais e comerciais de todo o território nacional.

Os concorridos Jogos de Verão abrem a temporada de calor incentivando a saudável prática esportiva.

Também não pedem ser esquecidos os animados carnavais, herança da monarquia portuguesa, que trazem ao município foliões das cidades próximas e turistas em busca da alegria e diversão locais.

Com um passado escrito nas páginas da História, hoje, Itaguaí - a cidade do porto vive dias de glória e progresso.

Com implantação do Complexo Portuário, o maior da América Latina, a gigantesca circulação de navios, mercadorias e divisas tornará o município conhecido internacionalmente e fará de Itaguaí a cidade onde o futuro é agora.

Rosele Nicolau Jorge Coutinho, autora do enredo