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Do Despertar do Grande Artista ao seu Último Espetáculo: Arrelia, o Palhaço Porta-Voz da Alegria
ENREDO 2014

Do Despertar do Grande Artista ao seu Último Espetáculo: Arrelia, o Palhaço Porta-Voz da Alegria
Cada circo tem uma alma

Que move a magia, o sonho, a ilusão...

Que faz do ambiente contagiante

Um lugar de encanto, maravilha e sedução.

Tal espírito circense

Que bate no peito dos artistas

Vai despertar do sono o gênio

Com sua travessura infinita.

Desperta, Arrelia, para o teu último espetáculo!

E deixa minha iluminada águia

Guiar-te pela imensidão do fascinante espaço

Misterioso e onírico.

E deste despertar divinal

Vamos ao encontro da passarela virtual,

Onde tua consagrada existência

Há de transformar-se em Carnaval.

Então pinta o rosto que te liberta,

Monta o personagem que te completa.

Faz, também, da lona o teu céu,

E do picadeiro, a eterna morada fiel.

Para enfim contar tuas recordações

E conquistar o coração de todos os foliões.

Quero ver o brilho nos olhos da pequenina criança,

Assim como um dia os teus, luziram na lúdica infância.

Infância esta colorida e bela

Que se compara a um hipnotizante carrossel

E a memória daquele menino Waldemar revela

Cenários com doces sabores de mel...

Lembra com nostalgia

Da arte e dos primeiros passos,

O talento que vinha de família

Presente sempre ao teu lado.

Possuidor de habilidades mil,

No circo fazias de tudo um pouco,

Até que além do trapézio descobriste

O poder de mais um talento novo.

E Quem diria?

Seria de doer o lombo

Através de um grande tombo.

O escarcéu foi de tremendo sucesso,

De humor e riso inevitável

Surgiu assim no legado dos Seyssel

Um desengonçado jovem palhaço.

Antes de ser estrela principal

Buscaste a identidade que te faltava

Mesmo purista e tradicional, apostaste no teatral

Escrevendo peças que inventava.

Eram as "comedinhas" de picadeiro

Sempre curtas e engraçadas,

Com falas difíceis e erros

No povo simples inspiradas.

Vinha do palco essa emoção

Quando se abriam as cortinas da imaginação

E entrava em cena o inaudito show

Que tantas vezes a plateia empolgou.

Pela procura de alcançar novos ares,

Trocaste o "respeitável público" pela telinha

Alegrando pessoas de todas as partes,

Juntamente com a dupla Aleluia e Pimentinha...

Nas manhãs um "Como vai, como vai, como vai, vai, vai?"

Virou momento que da cabeça de muitos não sai

Marcando de um canto a outro do Brasil,

Era o circo de uma forma como jamais se viu.

Assumindo cada vez mais espaço na TV,

Criticaste o futuro da arte circense com ousadia.

Incomodando o governo que não queria reconhecer

Uma nova geração de artistas que até ali mostrava-se perdida...

O programa foi retirado do ar

Houve a despedida da televisão

Feita a partir de uma grande apresentação,

Com direito a tudo que o picadeiro pode mostrar

Porém com o cinema já a esperar

Iniciaste no filme "O Palhaço Atormentado"

Depois de vários outros, veio o derradeiro trabalho,

Com a famosa obra de Maria Clara Machado.

E hoje, teu último espetáculo será aqui,

Entre colombinas cibernéticas e arlequins digitais

Imortalizado pelos sonhos virtuais

Na passarela deste mundo feliz.

E o palhaço porta voz da alegria

Vem vestir a fantasia do jeito que sempre quis.

 

"Sou o último que ainda quer o picadeiro de terra batida, a arquibancada circular, envolvendo o pavilhão, os camarins sem luxo, o pipoqueiro na porta e na marquise do circo..."

(Palavras do palhaço Arrelia)

 

By Maurício Ferreira