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Sinopse Rainha Negra 2010
SINOPSE ENREDO 2010


História da Beleza


Autor
Rodrigo Dula

É assim nossa arte carnavalesca: feita de sonhos!
Sonhos inspirados, esculpidos e emoldurados na beleza...

APRESENTAÇÃO

Nos olhos de quem vê... Ou, mais poeticamente, no coração de quem sente; no ar de quem respira... Ou, misticamente, na alma de quem a cultiva... Ou, mesmo de forma mais racional, na mente de quem a percebe... De um jeito ou de outro, a beleza acompanha o humano desde os primórdios. E, certamente, foi e continua sendo uma luz a guiar a evolução da humanidade.

Essa luz emoldura as coisas com uma aura mágica que seduz o humano. Levando-o a buscar e desvendar mistérios, cultuar ideais e a criar e apreciar artes e culturas. Influenciando e conduzindo sua história ao longo dos tempos.

Uma história emoldurada à luz da beleza. História que nos leva além da estética e além de simples padrões e conceitos particulares e transitivos de beleza. História que nos leva e nos conecta a essência misteriosa e fascinante do universo e da vida. A história da percepção e contemplação do belo.

É essa história que, no carnaval virtual de 2010, o G.R.E.S.V. Rainha Negra, através do canto apaixonado e sonhador de seu mais belo personagem, o seu folião, e, com o encanto de sua arte carnavalesca, apresenta – a História da Beleza.

1º CANTO - BELEZA CARNAVALESCA: ARTE E SONHO – UM CONVITE A HISTÓRIA DA BELEZA...

Oh! Minha Majestosa Musa! Minha Bela Rainha! Quando me veste com seu lindo manto... Eu, por ti, me encanto... E, por isso, eu “canto e canto e canto”!

Teu manto me transforma em fantasia... Folião encantado! Poeta apaixonado! O mais belo personagem! Sambista em estado de graça e beleza!

Oh! Minha Musa Inspiradora! Perdoe as lágrimas, se eu chorar... E a rima no meu canto a soar, ecoar e ressoar... É que tanta beleza toca fundo em meu coração! E a emoção é tão grande que me explode em mil poesias! Mil suspiros de amor!

Foliões são mesmo assim...

Somos como um bailar de estrelas. Onde cada uma ilumina um pedacinho de imensidão... Iluminamos a nós mesmos e uns aos outros nessa passarela que enfeitamos com sonhos deslumbrantes de belezas!

É assim nossa arte carnavalesca: feita de sonhos! Sonhos inspirados, esculpidos e emoldurados na beleza...

Beleza que se espalha no ar em forma de confete e serpentina... E que reluz cristalizada assim: no brilho dos meus olhos; dentro do meu coração!

Tamanho deslumbramento, hoje, é sonho que me convida a desvendar a História da Beleza em fantasias. Por isso, lá vou eu... Recriando, em minha arte carnavalesca, belezas que seduziram e conduziram o humano ao longo dos tempos e que tingiram em seu ser mais de mil cores e emoções...

2º CANTO - ERA PRIMITIVA, ENCANTOS NATURAIS E BELEZAS TRIBAIS

Beleza é encantamento! Beleza é instinto! Vejo a natureza alcança-la a cada momento... Eu a vejo e sinto: na planta, que desabrocha flores; na lagarta, que se faz borboleta num ruflar de asas coloridas; no pássaro, que decora o ninho, eriça plumas e beija a flor; nos rios, cachoeiras e cascatas; no verdejar das matas; na imensidão do mar...

Olhe ao nosso redor: a natureza inspira, ao humano, a beleza! A vida é esse sonho! Sonho que a nossa arte, um dia, quis recriar! Por isso, através dos tempos e lugares, a beleza coloriu, desde os primórdios, a história e o destino da humanidade...

Então, no meu sonhar folião, eu volto à era do primitivo ancestral para ser o homem que, um dia, quis vestir a beleza dos animais. Estar em suas peles, desbravar a natureza e depois pintar e esculpir rochas para a eternidade alcançar... Meu encanto, meu espanto, minha beleza ancestral!

É só ficar em pé, com os pés descalços no chão, para sentir a força que a terra emana... Sopro da beleza que infla a alma, que faz viver!

Beleza que está, também, na própria pele! Nuance da mais bela noite; das primitivas tribos africanas que dançam enfeitadas na savana salpicada de estrelas que pendem do céu... Tal qual luz que o espírito irradia; iluminando as lindas feições dessas faces, com a beleza que revela o mais precioso e verdadeiro tesouro! Beleza que me faz olhar para dentro e ver a herança miscigenada que colore minha própria alma e irradia em arte meu orgulho afro.

Por fim, em outras paisagens, em outras nuances, também me encontro na face de outros irmãos. Nas aldeias, eu me vejo como o próprio índio... E, assim, quero enfeitar minha fantasia! Com pinturas, plumas, pedras preciosas... Meu corpo é obra de arte! E, a mata é mito, é lenda, é encanto... Pois, nessa magia, tanta beleza fez meu lindo canto ecoar na floresta e me apaixonar...

3º CANTO - IDADE ANTIGA – A BELEZA E A FORMAÇÃO DOS POVOS

A beleza está na essência da humanidade; na formação dos povos. Nas raízes de suas culturas, em suas identidades. Do ocidente ao oriente, qual é o povo que a beleza não inspirou?
E se me inspira eu vou... Descortinar horizontes e o véu dos tempos, abordo de uma embarcação encantada. Embarcação feita com meu sonhar! Aonde, navegando, vou maravilhado nos mares da história da antiguidade...

Eu, intrépido ator, revivendo humanos que cultuaram a beleza em diferentes culturas; eu, poeta-mensageiro, a relatar e a rimar tantas inspirações, ao ver ao redor do mundo os antigos povos enlevados em suas belezas.

Povos que ficaram perdidos no passado e povos que atravessaram os tempos. Formando, assim, a civilização e suas atuais nações.

Sob a inspiração de belezas que fecundaram seus modos, costumes e tradições; suas artes, vestes e objetos; suas línguas, sentimentos e modos de pensar; suas culturas, identidades e histórias enfim.

4º CANTO - CELESTIAL E DIVINAL – A BELEZA NA AURORA DOS DEUSES

Meu Deus do céu! De onde vem tanta beleza? Como pode ser tão linda a alvorada! Como pode ser tão lindo o pôr-do-sol!

Que espetáculo se passa diante dos nossos olhos! Que espetáculo nos envolve com infinita beleza! Que nuances de cores tingindo o céu na mais perfeita harmonia...

Quem pinta o céu?

Será Deus? Foi isso que nossos ancestrais procuraram desvendar... Uma força, divinal e bela, de energia incalculável... Pois, como explicar a beleza e a grandeza do céu, suspenso e infinito sobre nossas cabeças?

Como explicar o “por que” depois do “porque”? O além do além, antes mesmo da grande explosão? A energia cósmica que está em tudo e tudo é?

Essa luz que nos transcende é beleza que o coração humano quer alcançar com a fé. Ao juntar as mãos para tocar os céus... Ao buscar ver além do que os olhos podem ver...
Somos dádivas da criação. Imagem e semelhança de Deus! Envoltos na força e na graça da beleza, criador e criatura dão as mãos...

A beleza está na essência primordial de todas as divindades. Nas indígenas, nas africanas, na islâmica, nas hinduístas, na cristã... Todas elas a trazem, de alguma forma, dentro de si. É o elo do sincretismo natural. É o elo ecumênico da aurora da fé!

Orayê yêo, Oxum! Orayê yêo, Rainha da Beleza! Venha derramar sobre nós tua benção! Banhar nosso ser nesse ouro que cintila como raio de dourado sol! Faz refletir nossa essência na imensidão! Venha nos iluminar com a luz da beleza!

Pois, nesse céu de confete, serpentina e louvação, eu, também, quero o acalanto da prece! E faço minha oração...

Que a luz divinal cubra a todos nós! Para que possamos, a cada dia, iluminar a nós mesmos e aos outros com a luz de nossas belezas mais verdadeiras!

Saravá! Axé! Om Shanti! Shalom! In sha'Allah! Aleluia! Amém!

5º CANTO - BELEZA EMOLDURANDO A HISTÓRIA, DAS ORIGENS DA FILOSOFIA AOS ATUAIS AVANÇOS DA CIÊNCIA

Deuses e Deusas... Mitologia... Poesia que o mito esculpiu na imagem mais perfeita que ao mundo antigo fascinou!

Nesse compasso eu traço a sutileza... A grandeza da perfeição! A harmonia das proporções humanas, modelo matemático da beleza, a perfeita arquitetura!

Quem dera... Da fonte da juventude poder beber! De qualquer metal fazer brilhar o mais puro ouro! Como o alquimista sonhou...

Mas, a beleza é muito mais que um simples padrão. A filosofia, enfim, decifrou e ensinou: a beleza é o bem que eleva o humano; a luz que guia o caminhar da civilização ao bem comum.

É o archote que iluminou a humanidade, através dos milênios! Nem mesmo na Idade Média se apagou... No Renascimento fez brilhar o sonhador, apaixonado pelo saber... E, o humano, então, avançou rumo à Modernidade. Para, um dia, quem sabe, ir ao infinito do tempo-espaço com a luz desse clarão.

Humano que descobriu, outra vez, que a beleza não tem fim... Ao voar como um pássaro e mergulhar como um peixe! Ao superar limites e recriar a vida, da célula ao embrião! Ao, enfim, tocar a maior beleza com a palma da mão!

6º CANTO - ESPELHO, ESPELHO MEU... REFLEXÕES SOBRE A BELEZA NO SÉCULO XXI

Será que esse aí, que me olha do outro lado do espelho... É capaz de irradiar sua beleza interior? Ou será que apenas se afoga na vaidade da imagem... Como “Narciso” um dia se afogou?

Ao recriar sorrisos para um novo amanhã, a medicina mostra que a verdadeira beleza é a verdadeira saúde: ter “o corpo são e a mente sã”! É bem mais que um simples padrão que o tempo, primeiro, transforma e, depois, apaga...

“Está nos olhos de quem vê!” No coração de quem sente! Na alma de quem a cultiva! Na mente de quem a percebe...

Num simples gesto de gentileza! É fazer o bem, sem olhar a quem, para construir a paz! Em uma nova era que virá da luz de cada olhar!

Ouça a voz do “Profeta da Beleza”:

"GENTILEZA GERA GEN-
TILEZA AMORRR BELEZA
PERFEIÇÃO BONDADE E RI-
QUEZA..." (1)

7º CANTO - ARTE: A VIDA REFLETIDA NA BELEZA... ARTE: UM BRASIL MAIS BELO!

Ouça a voz do poeta... Esse verso que nos embala é bela face de nossa alma! Esse verso inspira à vida, pois é espelho que nos reflete... Esse verso que nos embala é arte!

Arte é a vida refletida na beleza! Nas cores do pintor... Nas melodias do músico... Nas feições do ator... Nas lentes do fotógrafo e do cineasta... E em tudo quanto possa refletir beleza!

Arte é luz que ilumina a escuridão! Não apenas a escuridão do breu dos olhos... Mas, também, a escuridão do breu da mente!

Arte é beleza que traz redenção! Revela belo, o que a primeira vista parece não ter beleza... Mas, que de fato tem. Transforma em belo, o que não é... Mas, que dentro de trevas escondia sua própria beleza.

Arte é janela para o conhecimento! Cultura para mente. Excitação para as emoções. Alimento para o coração.

E, pelas ruas do meu país, para tantos brasileiros... É acalanto! É esperança! É superação! É luz que inspira à cidadania!

Oh! Meu Brasil! Nessa ópera da folia eu quero te sonhar e te decantar assim: Brasil de todas as artes, Brasil da beleza! Que teus filhos iluminem uns aos outros, nos palcos e caminhos do viver... Que a arte embale o nosso povo!

8º CANTO - A VIDA É MESMO BELA! UMA LOUVAÇÃO À LUZ BELEZA

Que a arte embale a humanidade! Emoldure na beleza seus sonhos e seus destinos... Pois, se o humano foi e é capaz de tantas belezas... A vida é mesmo bela!

A vida é a grande obra-prima! É o tão sublime existir! Viver é estar inflado pelo sopro da beleza! Como já versava um samba iluminado:

“Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita!” (2)

E, agora, essas lágrimas que brilham em meus olhos... São cristais feitos da mais pura emoção! Pois, antes de tudo se acabar em cinzas... O que nos resta? Se não, como pássaros, cantar...

“Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz (Ai meu Deus...)
Eu sei que a vida podia ser bem melhor e será
Mas isto não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita” (3)

Então, façamos de nossa voz esse sublime coro... À vida, ao Livro das Flores, louvação! Para tanta beleza nunca ter fim!

Para continuarmos, dia após dia, iluminando uns aos outros nas passarelas da vida! Fazendo, com sonhos, sabedoria e arte, a nossa História da Beleza. 

NOTAS DAS CITAÇÕES:

1) Reprodução fidedigna de um texto de um dos “Profetas da Beleza”, José Datrino, rico empresário que abandou a riqueza material para pregar a beleza da riqueza interior através de poesias e mensagens que pintava em pilastras nas ruas do Rio de Janeiro. Poesias construídas com a temática constante da beleza e da gentileza. Por isso, ficou conhecido, principalmente, como Profeta Gentileza, ou, simplesmente, Gentileza.

2) Trecho da música “O que é, o que é” do compositor Gonzaguinha, lançada em 1982 no álbum Caminhos do Coração.
3) Idem.

BIBLIOGRAFIA

Material Impresso:

BODEI, Remo. As Formas da Beleza. Bauru: EDUSC, 2005.

ECO, Umberto. A História da Beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004. 1ª Ed.

VIGARELLO, George. História da Beleza. São Paulo: Ediouro, 2006.

Material Multimídia:

GONZAGUINHA. “O Que É, O Que É” in: Caminhos do Coração. LP. Produtor Fonográfico: EMI ODEON, Fonográfica, Ind. e Eletrônica S.A. 1982.

Considerações sobre o Concurso de Samba-Enredo

- Não há limite de sambas por pessoa, nem mínimo ou máximo de componentes na parceria.

- A letra do samba-enredo deve ser enviada em formato .doc, .rtf, .txt ou mesmo no corpo do e-mail, sempre informando o nome do(s) compositor(es).

- O áudio deverá ser enviado em anexo em formato .mp3, .aac ou .wav e não deve alcançar tamanho máximo de 20mb. Também será aceito a hospedagem do arquivo em servidores.

- É permitida a divulgação dos sambas concorrentes em qualquer veículo, desde que seja mantida as regras de divulgação previstas pelo Regulamento do Carnaval 2010 da Liga Independente das Escolas de Samba Virtuais

- Os sambas concorrentes deverão ser enviados EXCLUSIVAMENTE para o e-mail rainhanegra@globo.com até as 23:59h do dia 8 de Fevereiro de 2010.

- As eliminatórias serão realizadas durante o mês de fevereiro, com datas ainda a serem agendadas.

Agradecemos desde já aos compositores que nos presentearão com a mais sublime poesia de seus sambas!