PRINCIPAL    EQUIPE    LIVRO DE VISITAS    LINKS    ARQUIVO DE ATUALIZAÇÕES    ARQUIVO DE COLUNAS    CONTATO

A Luz de Daomé

SINOPSE ENREDO 2012

A Luz de Daomé

SINOPSE:

Apresentação:

O Grêmio Recreativo Cultura Escola de Samba Virtual Ponte Aérea apresenta como carnaval para o ano de dois mil e doze o enredo "A Luz de Daomé". Uma história de luta, envolvendo nações guerreiras lideradas por uma mulher iluminada e valente que, em prol de seus ideais revolucionários, marcou a luta dos negros muçulmanos no Brasil. Hoje, a Ponte Aérea se personifica na figura do poeta Luiz da Gama, filho da negra insubmissa e defensor dos direitos dos negros, e, em versos, conta essa saga de bravura. 

A Luz de Daomé

Era mui bela e formosa,

Era a mais linda pretinha,

Reluzida de proteção dos Voduns

Foi trazida por Dan àquelas terras

Sob uma ponte aérea avivada

Adornada, por sete cores em harmonia

A natureza noticiava sua mais nova filha

Sagrada pelo alento de uma lutadora

Em Daomé nasceu, como Candace cresceu

Na nobreza, a mina-jêje, se fez imortal, e capturada foi em Biad-Es-Sudan

Onde influência recebeu do islã

Pelos males, então a trouxeram pelos mares

E em seus punhos brotam as amarras da dor

Enraizadas aos porões doentios do negreiro

Desembarca na terra de todos os Santos

E no coração idealista o Alcorão se fazia presente

Propagou ao mundo o conhecimento de uma insubmissa

Malê- "imale"- muçulmana, escrava

Da Regência imperial, um fardo imponente

Perante à sublevação social se mostrou rainha

Em tempos que o meu Brasil não se provia de rei

Em cada quitute da então baiana, um sabor de glória

Brasileira, agora, não fugia à luta

Uma história sanguinária de amor, liberdade e resistência

Cultural, racial, social, enfim... religiosa

No entanto, Malês, contra os males não sobreveio à vitória

Setenta sonhos plainaram, então, sobre o vento

E as lágrimas que brotaram eram pérolas sentidas

Dos lindos olhos vertidos

Na terra do cativeiro

A sobrevivência a levou ao Rio de Janeiro

E em apoteose, retornou ao seu chão guerreiro

Mas a luta não tinha terminado

Uma semente havia germinado

Em um jovem e insubmisso coração mestiço

Que se fortalece em versos e se materializa em atos

Ergue a bandeira da dignidade

E, cercado pelos divinos Alabês

Toca os atabaques que anunciam os anjos negros da liberdade

Hoje, meu coração valente se rende em saudade

Saudade de seus mimosos carinhos

De seu lindo sorriso, tão belo quanto seu mártir

E tão reluzente como seu nome

A luz de um povo

A luta de uma raça

A Luz de Daomé

Luiza Mahim!