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Roberto Ribeiro, o Menino Rei (Unidos da Ponte - 2017)

Roberto Ribeiro, o Menino Rei (Unidos da Ponte - 2017)

Sinopse:

A coroação do menino rei

“Todo menino é um rei,

eu também já fui rei…” [i]

Desperta, saudoso menino sonhador que hoje “mora nos braços da paz” [ii]! Traga junto o povo da Serrinha e da Ponte para festejar! Nas caminhadas com ou sem pedras da vida, você também já foi rei, e hoje é dia de te coroar!

“Hoje vamos prestar nossa homenagem

A que toda malandragem

Homenageia e respeita também”[iii]

Nos seus tempos de menino, lá pelas bandas de Campos dos Goytacazes, se encantava com o boi pintadinho na cidade e sonhava ser jogador de futebol. Mas não quis assim o destino, e, muito frustrado, ouvia de seu pai,: “Não fique triste que esse mundo é todo seu…” [iv]  e lá se foi o menino em busca desse mundo…

“Tempo êrerererê

Tempo Arararará

Tempo me disse que só com tempo a gente chega lá” [v]

O tempo passou e o menino chegou “lá”, agora já “homem formado”, deu um drible na tristeza, e correu pelos campos da vida… até que marcou um golaço “No ar”. E se não era sonho de criança, virou vocação incontestável.Afinal de contas, “essa vida é um jogo e cada um joga o que tem”.

O menino rei se tornou imperador no Império Serrano, com a ajuda do Santo Guerreiro e da luz de Santa Clara, que clareou seus caminhos. Onde defendeu tantos sambas imortais. Hoje é  a Ponte “engalanada que vê o Império enamorado chegar à morada do amor” [vi]

O menino rei junto dos bambas e dos “malandros maneiros”  animou muito samba de roda, batido “na palma da mão ou no rala pé” [vii] e marcado de “sangue, suor e raça” de um povo que se fez ouvir de” palmares ao tamborim”.

“Lelê abre a roda, olalá

Que eu quero ver tia Eulália dançar” [viii]

Já coroado, menino rei, chega a hora do trem de luxo partir. Já “sinto abalada a minha calma” [ix]. Vá, na certeza de que:

 “Mesmo com o palco apagado

Apoteose é o infinito

 Continua estrela/ Brilhando no céu…” [x]

* Autor da Sinopse: Felipe Costa

[i] “Todo menino é um rei”

[ii] “Acreditar”

[iii] “Malandros maneiros”

[iv] “Jardineira”

[v] “Tempo eh”

[vi] “Lenda das Sereias, rainhas do mar”

[vii] “Roda de Samba”

[viii] “Tia Eulália na Xiba”

[ix] “Senhora Tentação”

[x] “Estrela de Madureira”

Justificativa:

Fala meu povo! Toquem esse pandeiro que o samba vai começar!

No carnaval de 2017, a Unidos da Ponte convida a todos para conhecerem a história fascinante de Roberto Ribeiro,”o menino rei”, que cantou e contou a história de nossa gente!

Nosso desfile será uma deliciosa roda de samba, em homenagem a Roberto Ribeiro, um dos mais importantes bambas da nossa música popular. Um artista excepcional, engajado e bem humorado. O palco dessa história será a “Avenida do Povo”, a Intendente de Magalhães.

De onde vem a inspiração? Da alegria do nosso povo, que festeja nos bares, nas ruas, nas feijoadas, quadras das escolas de samba, nos desfiles das Escolas de samba. Vem também do jeito carioca de ser, até dos cariocas de coração, do passo cadenciado da malandragem, do girar das baianas, do requebrar das passistas, do ritmo batido na palma da mão ou  nas caixas de fósforo. Tanta beleza que representa o samba, o maior símbolo da cultura nacional.

Nosso show será dividido em três atos. No primeiro conheceremos um pouco de sua infância em Campos de Goytacaz. Tempo em que o menino sonhava ser rei do futebol. O segundo ato conheceremos quando seu reino se transforma em um grandioso império, os seus anos dedicados ao GRES. Império Serrano, e para encerrar o show em alto astral, o terceiro ato será sobre seus grandes sucessos musicais.

1º Ato – Sonhos do “menino rei”

Roberto Ribeiro nasceu na cidade de Campos dos Goytacazes no dia 20 de julho de 1940, Foi batizado Demerval Miranda Maciel. Sua mãe Júlia, era dona de casa, seu pai, Antônio, era dono de uma lavanderia. “Seu Antônio” gostava de sambas, e sempre lhe cantava a marchinha “Ô jardineira”, sua primeira ligação com o carnaval. Aos nove anos, já trabalhava como entregador de leite e jogava futebol na intenção de ser profissional. Frequentava o samba da cidade e as festas locais como “O boi pintadinho”, o “Tambor” e o “Fado”. Ah, como se divertia. Nos seus sonhos de menino, foi o rei do futebol, e do samba.

Em 1955 o G. R. E. S. Império Serrano fez um desfile na cidade de Campos, encantado pela escola Roberto e outros amigos fundaram o bloco “Amigos da Farra” com as cores verde e branco,  em homenagem ao pavilhão da Serrinha.

Após jogar em equipes amadoras, se tornou goleiro do Goytacaz Futebol Clube, era conhecido pelo apelido de “Pneu”.  No ano de 61 partiu para o Rio de Janeiro. Onde chegou a treinar pelo Fluminense, porém, seu coração era alvi-negro, torcia para o Botafogo! Nessa época percebeu que o que tocava sua alma era a música. Como Roberto dizia: “Entre o futebol e a música, fiquei com a última. Porque minha sorte não estava nos pés, nem nas mãos, e sim no gogó”.  Passou a se apresentar em programas de calouros, e também na saudosa Rádio Mauá, no programa “A hora do trabalhador”. Lá, no ano de 1969, encontrou mais do que esperava, encontrou sua musa, a compositora Liette de Souza, que mais tarde se tornou sua esposa, sua “nega do peito” [1].

2º Ato – O Glorioso Império Serrano!

Foi  justamente Liette quem o conduziu às rodas de samba e o apresentou aos bambas da Serrinha, dentre eles, seu irmão Jorge Lucas e a saudosa Tia Eulália. Lá em Madureira reencontrou. o glorioso G. R. E. S. Império Serrano, sua outra paixão que entrava em definitivo na sua trajetória.

Logo após esse encontro, a diretoria da escola lhe deu a honra de ser puxador do Império, onde permaneceu por muitos carnavais entre os anos de 70 até 81. Defendeu grandes sambas enredos como o inesquecível: “A lenda das sereias, rainhas do mar”. Destacamos ainda, os sambas-enredos “Nordeste seu povo, seu canto, sua gente”, “Brasil, berço dos imigrantes” e “Municipal Maravilhoso, 70 anos de Glórias”, dos quais também foi co-autor. Sem nos  esquecermos do imortal “Estrela de Madureira” que não foi escolhido como o samba de 1975, mas acabou por se tornar um sucesso maior que o escolhido, um hino, sempre cantado na quadra do Império e que até hoje, encanta os foliões da Serrinha ou não. Nos seus shows, além de seus sucessos, sempre entoava sambas do Império Serrano como, “Aquarela Brasileira” [2], “Heróis da Liberdade” [3] e “Alô, alô, tai Carmem Miranda” [4].  Nada representa melhor seu amor e respeito pelo Império que sua carta de despedida:

“Para mim sempre causou orgulho o fato de pertencer ao seio desta que é a maior de todas as agremiações de samba do Brasil: o Império Serrano.(…)Foi através desta grande agremiação que iniciei e desenvolvi  minha carreira de puxador de samba-enredo, e cantor de samba. No Império Serrano, conheci grandes mestres e pude com eles aprender o que é samba em seu maior esplendor.”

3º Ato – A vida nos Palcos

Sua trajetória como cantor cresceu a partir de 72, ao gravar com Elza Soares, com quem interpretou entre outros grande sucessos, “Brasil Pandeiro” [5]. Rodou o mundo cantando nossa cultura, gravou com muitos outros amigos como a cantora Simone, com quem no LP “Simone et Roberto Ribeiro- Brasil Export 73” gravou “Berimbal” [6] e “Manhã de carnaval” [7]. Com Gonzaguinha no especial Grandes Nomes, cantou “Fala Brasil” [8] e “E vamos à luta” [9]. Dentre outras participações deliciosas de se ouvir figuram, como por exemplo: Aniceto do Império, Chico Buarque, Alcione, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Adoniram Barbosa e Ivan Lins.

O ano de 1978 foi um marco em sua carreira, Roberto lança seu maior sucesso: “Todo menino é um rei!” [10]. Música que o colocou no topo das paradas e entre os mais vendidos.

Em sua trajetória ficaram marcadas grandes canções suas e de grandes amigos, que lhe brindaram com belas criações. Dentre esses amigos compositores estão: a grande dama do Império, Dona Ivone Lara; o imortal Silas de Oliveira; o querido Portelense Monarco; Acyr Pimentel; Ney Lopes; Nelson Rufino; Cardoso; Delcio Carvalho; Zé Luiz; Toninho Nascimento e tantos outros gênios do samba. Com esse time, construiu sua história de sucesso, com sambas como: “Estrela de Madureira” [11], “Proposta amorosa” [12], “Tempo ê” [13], “Acreditar” [14] “Resto de Esperança” [15] e “Liberdade” [16],“Meu drama”, [17] “Vazio” [18] (conhecida como “Está faltando uma coisa em mim”), “Partilha” [19], “Vem” [20], “Santa Clara Clareou” [21], “Algemas” [22], “Lágrimas morenas” [23], “Sorri pra vida” [24], “Tia Eulália na xiba” [25] e “Quitandeiro”.[26]

Participou de shows e momentos importantes da nossa história musical. Por exemplo, foi um dos fundadores do Clube do Samba, e da escola de samba Tradição. Participou de inúmeros programas de TV, suas canções foram temas de personagens de novelas, cantou no show “Zicartola” no teatro Opinião, no Olympia de Paris, estava também presente no fatídico Show de 30 de abril de 1981 no RIOCENTRO, conhecido como “show da bomba”. Outro show memorável foi o lançamento do LP “Massa, raça e emoção” de 1981, que o cantor lançou com seus próprios recursos no Morro da Serrinha.

Infelizmente, partiu vítima de um acidente no ano de 1996, deixou muitas saudades. Mas sempre estará presente, através de sua obra, em uma boa roda de samba, certamente, lá emergirá a sua memória e sua presença.

Roberto Ribeiro é um dos maiores nomes do samba carioca. Afinal, cantou o amor, a boemia, o Brasil, suas raças, suas religiões. Foi cantando seus sambas, nas mesas de bares, palcos, e avenida que Roberto se tornou rei. E as emoções suscitadas por suas canções nos tornaram seus súditos. E sua coroação será na avenida!

* Justificativa do Carnavalesco André Wonder

[1] “A nega do peito” compositores: Sérgio Cabral e Rildo Hora

[2] Compositor: Silas de Oliveira

[3] Compositores: Mano Décio, Silas de oliveira e Manoel Ferreira

[4] Compositores: Wilson Diabo, Heitor Rocha e Maneco

[5] Compositor: Assis Valente

[6] Compositores: Badem Powell e Vinicios de Moraes

[7] Compositores: Luiz Bonfá e Antonio Maria

[8] Compositor: Gonzaguinha

[9] Compositor: Gonzaguinha

[10] Compositores: Nelson Rufino e Zé Luiz.

[11] Compositores: Cardoso e Acyr Pimentel

[12] Compositor: Monarco

[13] Compositores: Nelson Rufino e Zé Luiz

[14] Compositora: Dona Ivone Lara

[15] Composisores: Jorge Aragão e Dedé da Portela

[16] Compositores: Dona Ivone Lara e Delcio Carvalho

[17] Compositores: Silas de Oliveira e J. Harindo

[18] Compositor: Nelson Rufino

[19] Compositores: Romildo e Sérgio Fonseca

[20] Compositores: Roberto Ribeiro e Toninho Nascimento

[21] Compositor: Zé Baiano do Salgueiro

[22] Compositores: Roberto Ribeiro e Toninho Nascimento

[23] Compositores: Roberto Ribeiro e Toninho Nascimento

[24] Compositores: Roberto Ribeiro e Liette de Souza

[25] Compositor: Ney Lopes

[26] Compositores: Monarco e Paulo da Portela