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Voa Canarinho, Voa!

SINOPSE ENREDO 2019

Voa Canarinho, Voa!


Voa canarinho, voa!
Mostra pra esse povo que és um rei
Voa canarinho, voa!
Mostra na LIESV o que eu já sei

Enquanto o versátil Júnior cantava, sambava e jogava, os olhos do mundo estavam voltados para aquela nossa Seleção de 82. A euforia e o “pachequismo” tomavam conta do Brasil. O Tetra na Espanha era uma certeza, com ou sem ponta. A cada show do futebol-arte, o Canarinho alçava ainda mais o seu vôo.

De repente, apareceu no nosso caminho um italiano. Que estava numa tarde inspirada. E naquela triste segunda-feira no Sarriá, um hat-trick silenciou uma nação, causando ferida até hoje não cicatrizada. O verde deixou de tomar conta do nosso canto. O amarelo, azul e branco não fizeram o meu povo feliz.

O Canarinho não voou. Acabou covardemente aprisionado, se tornando um preso político, cessando o legado daquele time fascinante de Telê. A treva passou a se sobressair no esporte bretão. A corrupção da cartolagem abalou nossa reputação boleira. Escândalos truncaram nosso jogo, dando um nó tático no bom senso. Obras superfaturadas para a Copa proporcionaram uma profunda crise financeira e elefantes brancos. 7 a 1 foi pouco! Até que uma operação mandou para a cadeia os cartolas do mal.

Brasil chegou a vez de punir Zé Marias Marins…

Como consequência, o Canarinho preso em 1982 enfim era libertado. Mas tantas décadas recluso fizeram com que o então fofo e inofensivo pássaro se revoltasse. A sociedade que lhe foi cruel calou seu cantar, modificando seu semblante. Tantos desmandos irritaram a ave, que passou a apresentar uma expressão mais enfurecida e imponente.

Chegou a hora de levantar vôo de novo. E ao mesmo tempo, deixar de marcar gol contra. Nascia assim o Canarinho Pistola.

A zoeira é liberada. O novo mascote carismático conquista a nação. Memes do canário com cara de mau se multiplicam. Ele se torna uma celebridade. Graças a ele, nasce uma nova era no futebol brasileiro.

Vassoura e Senhor Waldemar assumem a CBF, respectivamente, como presidente e técnico da Seleção. O torcedor não perde tempo e provoca: “O Oswaldo vai comandar pelo telefone”. O irreverente e LGBT Margarida desce dos céus para comandar a Comissão de Arbitragem, liberando a vara… opa, o VAR.

Surge um novo Campeonato Brasileiro, com novos clubes substituindo os que já conhecemos.

Do lado paulista, os Bambis duelarão com os Gambás, enquanto suas torcidas bradam que o Guarani da Capital não tem mundial. No meio da conversa, desponta um ancião praiano simpatizante das Sardinhas ainda vivo, para a surpresa de todos. Entende?

No Maracanã, ninguém cala esse Chororô, enquanto o urubu vive sentindo o Cheirinho. De que adianta o respeito voltar e ter estádio? Vice de novo. Qualquer coisa, chama o Advogado que ainda não pagou a Série B.

No Aterro do Guaíba, o Mazembaço não cansa de por no DVD. Cinco muito! Pelo menos ninguém de lá embarcou no busão Trovão Azul, tampouco sentou na Poltrona 36. A gauchada se prepara para enfrentar os mineiros no estádio do 7 a 1: as Marias e as Frangas.

Mas tudo que é bom dura pouco. A derrota da Seleção de Waldemar na Rússia, sob o olhar de um psicopata na arquibancada, acarreta o golpe que alija Vassoura do poder. Um coronel assume a CBF. Truculento, manda novamente prender nosso amigo Canarinho, ao mesmo tempo em que embarca num tapete voador com Aladdin rumo ao Marrocos. O Pistola dá lugar ao Canarinho Belga. A corrupção volta a imperar e o hexa se torna um sonho distante.

Seguiremos no aguardo do próximo ciclo. Quem sabe um novo choque de ordem futebolístico não proporcionará nova liberdade ao Canarinho Pistola.

Onde quer que ele esteja, com a força da torcida, o povo toma conta do cenário e faz vibrar o nosso Canário.

Enaltece o que ele faz!

Voa canarinho, voa!
Mostra pra esse povo que pra sempre és um rei

Texto e Enredo: Marco Maciel
Carnavalesco: Diego Martins