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Vai ter Madruga na Avenida, sim! E se reclamar, vai ter duas Madruga!

SINOPSE ENREDO 2017

Vai ter Madruga na Avenida, sim! E se reclamar, vai ter duas Madruga!


Para nossa alegria, a Unidos do Madruga (nunca critiquei) surge sambando na cara dazinimiga no embalo do mestiço, seguindo em frente e olhando para o lado.

Em tempos de redes sociais, tudo vira motivo para meme. Numa fração de segundo, qualquer piada, imagem, vídeo e comentário dos mais diversos assuntos pode viralizar, ganhar novas versões, de maneira a obter dezenas, centenas ou até milhares de curtidas, compartilhamentos e RTs.

Bombar na internet parece ser o único ideal dessa nova geração que não viveu a conexão discada. Em plena época da transição desta para a banda larga, pouco depois do Orkut proporcionar um novo estilo de confraternização entre as pessoas, surgiu o YouTube, que ajudou a propagar uma nova realidade virtual a fim de promover um choque na sociedade. Um choque de 220 volts no meio de uvas “mais de mesa”. Que estaria perdido para sempre no limbo do esquecimento se não fosse o precioso resgate do site de vídeos. Sem o YouTube, como que as gerações futuras sobreviveriam sem uma Xuxa verde mandando a Cláudia sentar e sem o questionamento do Homem do Baú em preto e branco “e o bambu?”? Um precioso legado para a eternidade. Pra zerar a vida. São os memes pioneiros. Chupa mundo! AE KASINÃO!

A zoeira floresce. Afinal, ela não tem limites. Twitter e Facebook aos poucos foram se popularizando no Brasil e, tal qual um sopro da menina de Oyá, espalharam os memes e suas incontáveis mutações mundo afora. A internet não perdoa. Qualquer gif de gafe, uma declaração involuntária, estão sujeitos a passar por sua timeline com as mais insólitas legendas ou versões bizarras de funk. Chapolin Colorado e Willy Wonka do nada passaram a distribuir verdades com sinceridades e ironias. Até guerra memeal foi decretada. Véi, na boa…

Expressões novas foram popularizadas pela garotada que cresceu habituada a escrever em 140 caracteres e insistir nos SDVs pra obter seguidores. De tal forma a ameaçar um distúrbio mental a alguém com um pouco mais de idade se este ler a frase “Kéfera shippou o crush no Snapchat” antecedendo alguma “hashtag”. O povo passou a clamar por nudes. Casais da ficção começaram a ser reconhecidos por uma denominação que mistura seus nomes, com alguma falsiane ameaçando a felicidade, sob pena do forninho cair. Todo mundo entendeu, menos a Luísa que está no Canadá…

Coragem Brasil. Chegamos a 8 de julho de 2014. Esse dia foi louco… Olha só que absurdo: cenas lamentáveis no Mineirão. Virou passeio! O menino só queria dar alegria para o povo, jogar sem medo como Brasil, mas a geração selfie amargou Khedira e cia pintando o sete em nossa casa. Nem o Senhor Waldemar resolveria com sua manha. E enquanto você lia, mais um gol da Alemanha. Parabéns aos envolvidos!

A rapidez da internet em propagar mensagens tornou as redes sociais um espaço aberto para a exposição dos mais distintos pontos-de-vista, dando a oportunidade para todos expressarem seus descontentamentos, discordâncias e inconformismos, algo impossível até pouco tempo atrás. As comunidades bem-humoradas do Orkut deram lugar à inquisição do Facebook, o muro virtual das lamentações. Enfim, o Mar Vermelho se abre. Que comece o mimimi!

Haja meme pra tanto mimimi. E tome textão. Reclamão cagando regra, defecando tese… Haters destilando ódio contra quem tem ideologias, pensamentos, costumes e crenças diferentes. Intolerância… Percebe a petulância? As redes sociais, além de combinarem manifestações políticas pelas ruas, passaram a difundir o politicamente correto, num claro reflexo de mudança de comportamento da hoje chata sociedade. Não pode isso, não pode mais aquilo… E a louça pra lavar? Por que não amadurecem? Chola mais!

Deixemos os belos, recatados e do lar de lado. Como diria a turma dos Sambistas da Depressão, o reduto dos memes carnavalescos, o destino reservado para a Unidos do Madruga é que ela seja a Grande Rio do Carnaval Virtual. A não ser que Steve Harvey, que nem sabia quem era e já considero pacas, venha direto do concurso de Miss Universo para narrar as notas da apuração da LIESV, a fim de mitar ao decretar “Madruga campeã”. Parece que o jogo virou, não é mesmo? Só que não… Sobre o que a nossa escola promete apresentar na João Jorge Trinta, vamos parafrasear Glória Pires: “não sou capaz de opinar”. Fecha a internet!

Como já diria um grande jornalista a respeito disso tudo: nós já fomos mais inteligentes. Realmente, a Sapucaí estava certa anos atrás: no Brasil, o que é sério é Carnaval… Não, pera!

PS: Já acabou, Jéssica?

Texto, autor do enredo e carnavalesco: Marco Maciel
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