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A Brasilidade Feita à Mão (União de Jacarepaguá - 2020)
A Brasilidade Feita à Mão (União de Jacarepaguá - 2020)

Justificativa do Enredo

Para 2020, a União de Jacarepaguá desfilará com o enredo “Um Brasil feito à mão”. O principal objetivo é observar, por meio dos mais variados tipos de artesanatos, a heterogeneidade artística na sociedade brasileira e a capacidade de se integrar socialmente por meio dela. Para tanto, a narrativa passeará, primeiro, pelos saberes indígenas; depois, pelos saberes regionais; por fim, pelos saberes carnavalescos, produzidos por carnavalescos, escultores, aderecistas, marceneiros, ferreiros e costureiras. O enredo da União de Jacarepaguá para 2020, dessa forma, quer mostrar a pluralidade artística produzida pelas mãos dos brasileiros e como a população com a arte se relaciona.

Sinopse

Quando o artista descobriu que das mãos poderia fazer arte, viu no barro, na argila – o mesmo material do qual foi moldado – motivo para dar vida às suas criações. Fez cerâmica, então. Depois, no próprio barro, que também é seu corpo, pintou-se de tintas, enfeitou-se de penas. Viu, mais tarde, na palha, seja da carnaúba, seja do milho, a possibilidade de trançar, fazer cestaria. Não satisfeito com apenas moldar e trançar, o homem talhou na madeira, seja de cedro, seja de jaqueira; esculpiu.

O artista seguiu fazendo artesanato. Quando percebeu a necessidade de guardar e armazenar, ora alimentos, ora lembranças, fez potes, vasos, panelas de barro. Cansado da subjetividade da sua arte, fez dela sua semelhante, esculpindo bonecas namoradeiras e bonecos figurativos.

O artista também foi tecendo, fio por fio. Coseu. Fez rede; fez renda, rendá. Para fazer sonora a sua arte, além do barulho do tricotar, instrumentos musicais foram produzidos. A fé, inspiração para o artista, rompeu, ainda, o silêncio artístico. Ex-votos ganham vida na mão dos artesãos; forjados em metais, símbolos de devoção: o sobrenatural.

Não satisfeito com os materiais com os quais já fez arte, o artista encontra, no lixo, fonte de artesanato sem fim, como garrafas, papelão, tampas e latinhas. Tira da cabeça o que do bolso não dá. O lixo se veste de luxo. Extraordinário, ganha o mundo. O artista encontra, ainda, no azulejo, suporte para pintar paisagens, sentimentos. A simplicidade em guache e aquarela.

O artista sempre vai aonde o povo está. E, por isso, faz, da sua arte, Carnaval. É então coroado, consagrado, seja dando vida às fantasias as quais vestem o corpo de reis e rainhas que são destronados na quarta-feira de cinzas, seja dando vida às alegorias que, como foguete, desfilam, encantam, depois choram a tristeza do escuro dos barracões, seja dando vida às obras musicadas, já que escrever samba-enredo é arte, o tecer verso por verso, feito pelos poetas populares.

Escultores.

Aderecistas.

Carpinteiros.

Costureiras.

Figurinistas.

Carnavalescos.

Desenhistas.

Enredistas.

Compositores. São todos artistas. Todos que, à mão, dão vida à brasilidade. Todos que, com o calor das mãos unidas, fazem do Brasil, pelo artesanato, plural. E, na aquarela verde e branca da União de Jacarepaguá, viva o artesanato brasileiro!