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Corumbá - Ópera Tupi Guaikuru (Inocentes de Belford Roxo - 2012)
Corumbá - Ópera Tupi Guaikuru (Inocentes de Belford Roxo - 2012)

Este enredo é a junção de vozes que ao longo do tempo ecoaram dispersas. Ao ouvir um sussurrar suave percebe-se a voz da história como um canto que projeta o um País, rico e exuberante envolvido em sua pluralidade. Algumas visões culturais especificas sobre a formação do Brasil e seus Brasis. Ergue-se então um contracanto que é a polifonia da história com as vozes do povo, os descendentes dos índios Jacutingas enraizados a margem do Rio Sarapuí.

E assim as vozes destes homens simples se juntam com as, dos Guaikurus dos Guatós e todos iram defender e fazer tremular um pavilhão de cores; vermelho, branco e azul, inspirados no urucum jenipapo e calcário. E o canto que regi é o gritar do Jaburu - que resume arremata e faz culminar um estandarte natural de ironia alegria e festa, compondo assim a “sinfonia da natureza”.

Cada voz é uma importante contribuição para esta grande orquestração. Iremos compor um mosaico e gerar mais uma releitura desta aldeia chamada Brasil.

Apresentaremos no libreto uma narrativa “maravilhosa” que vai navegando entre o lírico e o rasteiro. Inserindo assim uma cor especifica a este “livro de figuras”.

Esta opera é uma espécie caleidoscópica da vigorosa tradição musical e folclórica brasileira, tornando-se um contundente retrato da "Alma Nacional”. “A partitura será apresentada feito uma singela pintura de um ‘rio de fantasia” no qual desaguam: paisagens, sonhos, lendas, folclores e tradições...

A rapsódia verde amarela de lugar distante

Sou o sagrado coração da terra

A fauna, flora, e lendas. E também cacique dos índios cavaleiros

Trago as cores e a exuberância das riquezas naturais

Sendo Lagoa e mar de Xarayes

Tenho a Fonte nascente... Vida e rio afluente, raízes e frutos da ambição.

Sinto um leve sabor de fruta retirado das mangabeiras, e o perfume das flores abertas.

Passados de lembranças e sonhos de futuros

O emergir e o desaparecer

A transformação à margem do Rio Paraguai

E o Forte de Nossa senhora da Conceição

O fogo- e as cinzas da historia.

O Porto e o progresso de um povoado coberto de musgo. E das Ruinas que dão arvores; vejo a vila, a beleza e a epidemia.

Defendo as cores pátria na Figura de Tamanduá bandeira,... Comendo formigas e cupins

Tal qual Homem da guerra; sou tenente, raposa, coronel, coiote e Tamandaré.

Sou gavião caramujeiro devorando aruás. Sangue mais denso que agua

A arte plumária me faz

Um Senhor da liberdade

Que deita com a lua

Diante do passar dos séculos.

Agora me sinto estrela e um sonho indecente, Deixando apenas os grafismos para inspiração.

E Na lavagem do São João, misturo o sagrado e o profano.

Sendo Marinheiro, mestiço, pantaneiro. ...Toco “Índia” da Guarânia, e danço polca.

 Sou “prenda”. Sou “prata”.

Idealizado de brasileiro da fronteira.

Na Minha “estrada de ferro” danço com a morte e a jazida e frágil e forte.

Vejo a Chalana... E sinto a brisa

E tal qual homem do verso de Manoel de Barros sou a continuação das aguas reviradas pelo minhocuçu.

E Ao silencio do por do sol

Sinto o vento embaixo das saias ao som do rasqueado

Será que sou o que seria?

...   Sim! Um ser inocente, porém valente, inzoneiro que revela o carnaval.  E também símbolo de paz sobre dois corações.                 

Represento harmonia e conexão confluente entre a cidade branca e a cidade do amor.

Danço no Chão da morena trigueira ao som do cavaco e da viola de cocho. E a minha poesia me faz irmão do povo melodia e mensageiro de écos que retumbam no ar;

“Vale a pena preservar”

Meu nome é Tupi - Guaikuru, amigo de Peri, neto de Caramuru, sou Juruna, Galdino, Maria, Iracema, Jorge, João, Paulo, sou Cererê e Raoni.

A fantasia é um velho mistério e tesouro guardados dentro cada um de nós

Sou Belford Roxo, Corumbá - sou Macunaíma - sou brasileiro.

“Mim” só quer brincar
Abram - alas que eu vou chacoalhar...  

Carnavalesco: Wagner Gonçalves