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Do meu Nordeste ao seu Agreste, hoje sou cabra da peste (Arame de Ricardo - 2013)
Do meu Nordeste ao seu Agreste, hoje sou cabra da peste (Arame de Ricardo - 2013)

Meu nordeste de tantos climas e cores, vidas e dores.
Meu nordeste que tudo dá, em terra fértil, em terra onde nada se planta.
Nosso nordeste de contrastes e culturas muito próximas, distintas apenas por sua mudança e versatilidade.
Ah meu nordeste, como é bom cantá-lo.
Cantar em verso e prosa, onde minhas lendas ganham força.
O que falar da grande Ana Jansen, uma temida dona de escravos, perigosa, terrivelmente maldosa. Não a faça mal, pois quando acordar, esqueleto virará.
Isso sim é grande festa, onde o terror não há.
Venha conosco nesse ritmo, é a quadrilha ganhando o Arraiá.
Mocinha e mocinho em belíssimo bailar, os noivos a casar com o padre a abençoar.
Dos grandes negros a procissão, é o louvor a uma santa, é o Rei do Maracatu. Uma festa de graça, estilo e que arrasta multidões.
Na cidade de Flores nasce uma nova conquista se perdendo de vista.
O Frevo sai do vulto e ganha espaço em Pernambuco.
Mistura de formas e dança, o ritmo forte contagia, a garotada cheia de energia.
Chegamos então aos tambores, onde os cantos ecoam, em uma África viva.
Mistura de arte e tradição, passos marcados e ginga na mão, a Capoeira ganha a maioria, onde todos se encontram, com extrema harmonia.
Enfim, a Lavagem do Senhor do Bonfim, onde Oxalá abençoa, um grande ritmo entoa.
Xangô, Iansã e Oxum. Orixás festejam, a grande cerimônia da vida.
Eles descem a terra para abençoar, saldar, mostrar a sua fé e nos dar o seu Axé.
Nordeste de letras e contos, o Cordel está presente em um livro de histórias.
O Quilombo, o Reisado e a Folia de Reis, em plena praça pública, na maioria das vezes, trazidas pelos Portugueses.
Chegando ao Carnaval, a festa mais popular a cultura que virá. São blocos e sorrisos pelo ar, em energia e vibração, um grande reino fundirá.
Até a festa do Boi, onde eles brincam e disputam o reinado da cidade, como na maioridade. É o grande Bumba meu Boi, saldando a farra dos dois, onde só um vai conquistar.
E assim se faz o nordeste, de símbolos e artes latentes, onde a casa é poente, a sempre um sol a brilhar.
Nossa grande homenagem ao monumento, Luiz Gonzaga em um momento, o Arame a cantar. De "Asa Branca" um movimento, de um menino, um complemento, a um mundo inteiro encantar.

Ney Junior
Carnavalesco