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RODE

RODY

        

        Nome completo: Rodemir Rodrigues Pereira

       


        Ano de nascimento:
1944




        Ano de falecimento: 2019     

O grande baluarte Rode, da Unidos do Jacarezinho e da Estação Primeira da Mangueira, foi compositor de obras que embalaram ambas as escolas por três décadas, além de ter sido puxador de samba das duas agremiações nas décadas de 70 e 80.

A trajetória de Rode no carnaval inicia na rosa e branco do Jacarezinho, escola que ele foi um dos fundadores, em 1966. No entanto, como compositor, só no carnaval de 1974 teve um samba-enredo escolhido pela agremiação: “Dú-dú Calunga, a maravilhosa arte negra”, no Grupo 2 (atual Série A) – infelizmente este samba não teve registro fonográfico. A partir de então passou a vencer os concursos com uma série de belos sambas em sequência na escola, como o legendário “Catarina Mina” (1975), “A glória dos quilombos” (1977), o belíssimo “Todas as rosas do meu Rio” (1978) e o bem-humorado “Sai azar, pé de pato, mangalô três vezes” (1979). Nesse meio tempo, encontrou inspiração também para compor para o então bloco carnavalesco (e futura escola de samba) Unidos Cabral, com “Show Fantástico” (1978).

Mesmo não sendo detentor de uma grande voz (porém, era forte e rouca), era o próprio Rode quem gravava os sambas de sua autoria nos discos oficiais, além de conduzi-los na passarela. Naquele tempo (década de 70), era comum os próprios compositores gravarem seus sambas nos discos e também defendê-los na avenida.

Rode se arriscou também na escola de samba que é madrinha do Jacaré: nada mais, nada menos do que a toda poderosa Estação Primeira de Mangueira. Após algum tempo batendo na trave, Rody (que nessa época já tinha trocado a letra “e” pela letra “y” em seu nome artístico) finalmente emplacou um samba na verde e rosa. Mesmo superando algumas críticas, sua obra para o enredo “O reino das palavras” (sobre Carlos Drummond de Andrade) foi a escolhida no concurso e ajudou a Manga a conquistar o bicampeonato em 1987. Oito anos depois, nova vitória na disputa, com “A Esmeralda do Atlântico” (sobre o arquipélago de Fernando de Noronha), que levou a escola à sexta colocação, após o amargo 11º lugar do ano anterior.

Além dos sambas que embalaram principalmente os carnavais do Jacarezinho e da Mangueira na avenida, Rody também se destacou como compositor de MPB. Autor de mais de mais de 200 canções, teve várias delas gravadas por feras da música popular brasileira como Leci Brandão (“Papai vadiou”), Zeca Pagodinho (“Cabelo no pão careca”), Luiz Ayrão (“Um sou eu”), Bezerra da Silva (“Sequestraram minha sogra”), Grupo Revelação (“Zé Meningite”), Alcione (“Pedra 90”) e Ivo Meirelles (“Papelaria”), entre outros.

Intérprete experiente, dividiu com Jamelão a responsabilidade de defender os sambas da escola na avenida nas décadas de 80 e 90. Desde 2009, integrava a Velha Guarda Musical da Mangueira com a qual se apresentava com regularidade.

Rody além de compor canções de extrema beleza e riqueza era também um intérprete experiente, muito carismático pelo seu talento e alegria, fazendo o público dançar e cantar. Ao lado de Jamelão, cantou em desfiles da Verde e Rosa na Marquês de Sapucaí entre a década de 80 e 90. Até fevereiro de 2019 (quando faleceu, em decorrência de um câncer), era o presidente da Ala de Compositores da Manga, além de integrante da Velha Guarda Show da Bateria da Mangueira.

No mundo do samba, Rody recebeu vários prêmios e homenagens de diversos meios de comunicação como melhor Presidente da Ala de Compositores do ano de 2003, Melhor Samba Enredo do ano de 1987, entre outros.

 
INÍCIO: Unidos do Jacarezinho, foi fundador da escola em 1966.
1975 a 1979 – Unidos do Jacarezinho (cantor principal)
1987 e 1995 – Mangueira (apoio de Jamelão)

GRITO DE GUERRA: Vamos simbora, Jacarezinhooo! Alô, meu povo!

GRITO DE EMPOLGAÇÃO: “com vocês, diz!” (ao pedir a entrada do coro, no bis do samba); “que beleza!”; “diz!”; “vai gente”; “é isso aí, gente”; “novamente, diz”;  “alô,  Jacarezinho”. Também fazia a chamada com a primeira palavra do verso seguinte do samba.  

SAMBA DE SUA AUTORIA: “Dú-dú Calunga, a maravilhosa arte negra” (Jacarezinho/1974, com Gaspar); “Catarina Mina” (Jacarezinho/1975); “A glória dos quilombos” (Jacarezinho/1977, com Nonô); “Todas as rosas do meu Rio” (Jacarezinho/1978, com Nonô, Jonas e Isauro); “Show Fantástico” (B. C. Unidos do Cabral/1978, com Barroso); “Sai azar, pé de pato, mangalô três vezes” (Jacarezinho/1979, com Nonô, Jonas e Isauro); “O Reino das Palavras” (Mangueira/1987, com Verinha e Bira do Ponto); “A Esmeralda do Atlântico” (Mangueira/1995, com Verinha, Paulinho Carvalho e Fernando de Lima).

CANÇÕES DE SUA AUTORIA GRAVADAS POR ARTISTAS DA MPB:
- Cabelo no pão careca (com Barbeirinho) – Zeca Pagodinho
- Papai vadiou (com Gaspar) – Leci Brandão
- Sequestraram minha sogra (com Barbeirinho e Sarabanda) – Bezerra da Silva
- Zé Meningite – Grupo Revelação
- Um sou eu – Luiz Ayrão
- Papelaria (com Ivo Meirelles e Barbeirinho) – Ivo Meirelles
- Pedra 90 (com Serginho Meriti e Gilson Bernini) – Alcione

DISCOGRAFIA:
- Sambas Enredo Grupo 2 1975 (faixa Unidos do Jacarezinho)
- Sambas Enredo Grupo 2 1978 (faixa Unidos do Jacarezinho)
- Sambas Enredo Grupo 2-A 1979 (faixa Unidos do Jacarezinho)
- DVD “Chico Buarque - Estação Derradeira” (1998).
- Velha-Guarda Musical da Mangueira Canta Geraldo Pereira (2019)

MAIS FOTOS DE RODY




Rody se apresentando com a Velha Guarda Show da Mangueira



Manchete sobre show da VG da Mangueira


Carro de som da Estação Primeira em 1995: Jurandir (à esquerda), Rody, Eraldo Caê (de branco) e Mestre Jamelão (direita)


"É Dom Quixote ô... é Zé Pereira... é Charlie Chaplin no embalo da Mangueira..." Rody e Jamelão (óculos) levando no gogó o samba "O reino das palavras", que ajudou a verde e rosa no bicampeonato em 1987


Rody (à direita) no apoio a Eraldo Caê (C) e ao insuperável Jamelão, no carnaval de 1987

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