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O QUE HÁ ENTRE UMA "TRADIÇÃO" E UM "GRANDE RIO" 27 de abril de 2010, nº 25, ano VI
Duas
escolas de samba do carnaval carioca estão fortemente centradas no marketing
que a diretoria faz. Tradição e Acadêmicos do Grande Rio são escolas de uma
mesma geração. Ambas surgiram na década de 1980, começaram grandiosas e tiveram
ascensões meteóricas na transição dos grupos de acesso até a elite do carnaval.
Para deixar evidente que estavam dispostas a disputar os primeiros lugares,
efetuaram aquisições a peso de ouro, como intérpretes de ponta, supercarnavalescos,
legendários mestre salas e porta-bandeiras, experientes coreógrafos para as comissões
de frente, consagrados diretores de bateria, etc. Outra característica comum é
que ambas agremiações se preocuparam em atrair para si tanto a atenção dos bambas
quanto os holofotes da mídia e da opinião pública. A
Tradição
se mostra hábil em polêmicas, provocações e enredos de apelo popular. Seus desfiles
já abordaram a trajetória de ídolos populares brasileiros como Natal da Portela,
Ayrton Senna, Sílvio Santos e Ronaldo Nazário. As musas Luma de Oliveira e
Suzana “Tiazinha” Alves estiveram à frente dos ritmistas e ocuparam o posto de rainha
de bateria. A escola do Condor de Campinho reeditou um samba enredo da Portela,
outro do Salgueiro e dois de sua própria cepa, e foi uma das pioneiras naquilo
que se denominou “comissão de carnaval” (reunião de vários artistas de alto
nível para desenvolver um tema para uma mesma escola). Colecionou ascensões e
rebaixamentos, angariou simpatias e antipatias, mas nunca esmoreceu nem se
mostrou indiferente. Após um início promissor e de ter sido considerada a nova
esperança do samba em Madureira, a Tradição perdeu terreno, diminuiu seu
glamour e hoje patina para se manter na terceira divisão do carnaval carioca. A
Acadêmicos do Grande Rio
é uma escola de excelente poder econômico. A entidade é bastante criticada por
levar excesso de artistas e celebridades para a avenida (principalmente os da
TV Globo) e pelos excelentes resultados na comissão julgadora, graças ao pesado
investimento do patrono Jayder Soares e ao Sr. Milton Abreu do Nascimento, mais
conhecido como Milton Perácio, que foi o primeiro presidente da escola. A tricolor
de Duque de Caxias beliscou muito de perto o caneco, obtendo por três vezes o
vice-campeonato. Em 2005, perdeu o título por 1 minuto. A escola se vale de
patrocínios e de merschandising para aumentar sua receita financeira para poder
viabilizar seus desfiles técnicos e grandiosos, e pagar seus destaques,
adquiridos a peso de ouro. Vamos relembrar alguns momentos marcantes da escola de Caxias e da agremiação de Campinho. ISTO SIM É A TRADIÇÃO! - Origens No
segundo semestre de 1984, um movimento de dissidência na Portela fez surgir a
escola de samba Tradição. Nésio Nascimento, filho do saudoso Natal, foi um dos
líderes do movimento. Junto com ele, estiveram, entre outros nomes, Léa,
Odiléa, Tureca, Mazinho, João Nogueira, Vilma Nascimento e Paulo César
Pinheiro. Após o carnaval daquele ano, sete alas foram eliminadas da Portela
pelo então presidente Carlinhos Maracanã. Os diretores Paulo Tavares, Mauro
Tinoco, Sérgio Aiub, César Augusto Ferreira, Vera Lúcia Correa e Jorge Paes
Leme se incorporaram à nova escola que, fundada no dia 1º de outubro de 1984,
reunia outras figuras importantes, como Tia Vicentina (irmã de Natal), Marlene
(filha de Nozinho) e a já citada Vilma, a mais famosa porta-bandeira da
história do carnaval. Nésio procurou então Maria Augusta e a convidou para
assumir o departamento de carnaval. Ela sugeriu que se reunisse um grupo de
artistas plásticos para fazerem o carnaval da escola. Era os primórdios daquilo
que 15 anos mais tarde seria chamado pela Beija-Flor de “comissão de carnaval”.
Os carnavalescos escolhidos – e que participaram em conjunto até 1987 – foram,
além de Maria Augusta, Edmundo Braga, Lícia Lacerda, Paulino Espírito Santo, Rosa
Magalhães e Viriato Ferreira. Esse dream team
da folia teve ainda como assistente o mineiro João Rosendo, que seria o
responsável pelo desfile de 1988, o primeiro pós-departamento de carnaval. O
primeiro nome da escola foi Sociedade Cultural e Recreativa Portela Tradição.
Logo em seguida, devido a processos na Justiça, este foi mudado para S.C.R.
Amor e Tradição, para, finalmente, ser batizada com o nome de G.R.E.S Tradição.
Nésio convidou os compositores João Nogueira e Paulo César Pinheiro para a
composição do samba enredo da escola. A dupla apresentou um samba já gravado
chamado “Xingu” (que está no LP Pelas
terras do pau-brasil, de João Nogueira), que acabou se transformando no
tema-enredo “Xingu, pássaro guerreiro”. Após a criação, a escola se inscreveu
na Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro (AESCRJ) e
ingressou no grupo 2-B (quarta divisão do carnaval carioca, atual Grupo RJ-2).
A agremiação teve uma das ascensões mais rápidas da história dos desfiles do
Rio de Janeiro, começando pelo Grupo 2-B e chegando ao atual Grupo Especial em
3 anos. A idéia original da escola era reviver a tradição do samba “que havia
sido perdida em Madureira”. 1985 A
Tradição é convidada a inserir seu samba “Xingu” no disco oficial de sambas enredo
do Grupo 1-B. Na época, a escola ainda chamava-se Portela Tradição, o que gerou
um processo movido pela águia azul e branca de Madureira. A faixa (que era
abertura do LP) constava na hoje raríssima primeira prensagem do referido
disco. Nas demais prensagens, a faixa foi suprimida. A Tradição desfilou na
Avenida Rio Branco e causou comoção pelo luxuoso e deslumbrante desfile
apresentado. A escola conquistou o título e o direito de ascender para o grupo
2-A no ano seguinte. A porta-bandeira Vilma Nascimento retornava à avenida e a escola
apresentou seu símbolo: o condor, em analogia à águia da escola-mãe Portela.
Segundo Nésio, o condor é uma ave que “voa mais alto do que a águia”. 1986 Novo
carnaval-show proporcionado pela Tradição na Avenida Rio Branco. Com o enredo “Rei
Sinhô, Rei Zumbi, Rei Nagô”, a escola somou 207 pontos e venceu o campeonato no
Grupo 2-A, obtendo, junto com a Lins Imperial, o direito de desfilar no Grupo
1-B em 1987 e finalmente estrear na Marquês de Sapucaí. 1987 O
projeto do presidente Nésio era desfilar no Grupo Especial em 1988, quatro anos
após a fundação da Tradição. E, no certame, travar uma luta pessoal contra a
Portela. Para provocar sua ex-escola, Nésio pensou em um enredo homenageando
seu pai, Natalino Jose do Nascimento, o Natal, o maior de todos os presidentes
da Portela. No entanto, Nésio decidiu antecipar em um ano a homenagem. Com um
samba inspiradíssimo, de autoria da dupla João Nogueira & Paulo César
Pinheiro, a escola estreou na Marquês de Sapucaí apresentando um desfile
magistral. No final da apuração, houve um empate no primeiro lugar do Grupo 1-B
entre a Tradição e a Unidos da Tijuca. A escola do Morro do Borel acabou
sagrando-se campeã pelo critério do desempate no quesito bateria, já que a “furiosa”
da Tijuca era regida por nada menos do que Mestre Marçal. Na prática, o
desempate serviu apenas para definir a ordem de desfile do carnaval do ano
seguinte: a Tijuca seria a primeira a pisar na avenida no domingo e a Tradição,
a primeira a desfilar na segunda-feira. O samba “Sonhos de Natal” foi agraciado
pelo júri do jornal O Globo com o prêmio Estandarte de Ouro. Cenas deste
desfile da Tradição estão no filme Natal
da Portela (1988), de Paulo Cesar Saraceni. 1988 Mesmo
não sendo um desfile temático, várias escolas do Grupo Especial decidiram falar
sobre o centenário da abolição da escravatura, no carnaval de 1988. Exaltando a
miscigenação do povo brasileiro, a Tradição apresentou “O melhor da raça, o
melhor do carnaval”. Com a extinção do Departamento de Carnaval, conforme
acordo previsto em função do retorno dos artistas às suas escolas de origem, João
Rosendo assinou sozinho o carnaval. No esperado confronto particular entre
Tradição e Portela, a segunda se deu melhor, chegando em quinto lugar, enquanto
a Tradição obteve uma heróica oitava posição. 1989 A
Tradição não realizou uma boa apresentação naquele ano na Sapucaí, com várias
falhas de evolução e concepção de fantasias e alegorias. O resultado foi o 16º
lugar e, por conseguinte, o rebaixamento para o Grupo 1-B. Como diferencial de
desfile, a escola trouxe a cantora Simone no carro de som, auxiliando o então
puxador Kandanda na condução de “Rio, samba, amor e Tradição”, última obra
composta pela dupla João Nogueira/Paulo César Pinheiro para a escola. 1990 “A
coroação” foi um enredo sobre a festa do maracatu. Mesmo luxuoso, o desfile não
fez com que a Tradição retornasse ao Grupo Especial. O quarto lugar provocou frustração
em seus componentes e admiradores, que esperavam que a escola voltasse à elite
do carnaval no ano seguinte. 1991 A
escola conquista o título do Grupo 1-B e o direito de voltar ao
Grupo Especial
com o enredo “De geração a geração
nas asas da Tradição”, assinado por Jorge
Luiz Vilela. 1992 A
Tradição apresentou um dos sambas mais bonitos do carnaval daquele ano: “O espetáculo
maior... as flores”. No entanto, o desfile foi um fiasco e a escola amargou
novo rebaixamento. A Tradição já temia ser considerada uma escola ioiô. 1993 A
escola vence o Grupo 1-B, com o enredo “Não me leve a mal, hoje é carnaval”. 1994 Este
é considerado o melhor desfile da história da escola e o
sexto lugar sua melhor
colocação. Foi a única vez que a
Tradição retornou no Sábado das Campeãs
desfilando pelo Grupo Especial. “Passarinho, passarola, quero ver
voar” pode
não ser o melhor, mas é o samba que mais marcou a
trajetória da agremiação. A Tradição
trazia de volta uma antiga colaboradora, Lícia Lacerda, que
estava afastada do
carnaval há alguns anos. E, pela primeira vez, a escola do
Campinho obteve uma
classificação melhor do que a Portela. 1995 Se
no ano anterior, a Tradição falou de quem voava, em 1996 A
escola é rebaixada (16º lugar) com o enredo “Do barril ao Brasil”. A
carnavalesca Lícia Lacerda foi demitida semanas antes do desfile. 1997 O
resultado final do carnaval de 1997 foi polêmico. Tradição, Caprichosos de
Pilares e São Clemente terminaram empatadas em primeiro lugar, todas com 178
pontos. Critérios de desempate deram para as agremiações azul e branco as duas vagas
para o Grupo Especial em 1998 Mais
uma polêmica envolvendo a Tradição. Naquele ano, a rainha de bateria Luma de
Oliveira desfilou com uma coleira, com a inscrição "Eike", uma
referência ao empresário Eike Batista, seu marido na época. A modelo foi
criticada por setores feministas por estar difundindo uma imagem de submissão
feminina. Luma argumentou dizendo que "mulher submissa não desfila em
escola de samba". 1999 Com
a saída de Luma de Oliveira como rainha de bateria, a Tradição contratou para o
posto a musa sado-masoquista dos adolescentes da época: Suzana Alves, que estava
no auge do sucesso na tevê com o personagem Tiazinha. Durante o desfile, quando
os ritmistas se aproximaram do recuo, um batalhão de fotógrafos e cinegrafistas
invadiu a pista para registrar a performance da modelo, que desfilou com a
máscara, o chicote e a cinta-liga que lhe deram fama. Suzana Tiazinha estampou
todas as capas de revistas e reportagens sobre carnaval. A Tradição, por
tabela, também. 2000 Com
“Liberdade! Sou negro, sou raça, sou Tradição”, a escola obtém o 12º lugar. 2001 Mais
um golpe de mestre de Nésio Nascimento, em sua conhecida habilidade em atrair
as atenções do público para a sua escola. A Tradição ousou ao levar para o
sambódromo o enredo “O homem do baú - Hoje é domingo, é alegria, vamos sorrir e
cantar!”, uma homenagem ao apresentador de TV e empresário Sílvio Santos. Foi o
ano que a escola mais atraiu a atenção do grande público. Além de Sílvio, a
Tradição também levou para o desfile figuras folclóricas do SBT, como, por
exemplo, o locutor Lombardi, a apresentadora Hebe Camargo e o elenco de
humoristas do programa A Praça é Nossa. No período pré-carnavalesco, a Globo
não contemplava a exibição do samba da Tradição em horário nobre. Entretanto, o
samba assinado por Lourenço e Adalto Magalha era executado constantemente
durante os intervalos da programação do SBT nos meses anteriores ao carnaval. Na
hora do desfile, o povo já conhecia muito bem a letra, o que certamente ajudou
bastante a Tradição. O oitavo lugar foi a segunda melhor colocação da escola no
Grupo Especial. 2002 O
desfile “Os encantos da Costa do Sol” rende à escola o 13º lugar. 2003 Na
carona do ufanismo provocado pela conquista do pentacampeonato da Seleção na Copa
do Mundo de 2004 Mais
uma provocação carnavalesca de Nésio. No ano em que a Liesa autorizou as
escolas a reeditarem sambas enredo antigos, a Tradição resolveu relembrar a
obra-prima “Contos de Areia”, que sua rival Portela levou à avenida em 1984. O
argumento do dirigente foi de que o samba mencionava seu pai, um dos três
baluartes portelenses homenageados no enredo. No CD, o samba foi cantado pela
mangueirense Alcione, que aceitou gravar a faixa devido a sua intensa e eterna
amizade com a saudosa Clara Nunes. No entanto, a Marrom não o cantou na
avenida, cuja responsabilidade foi reservada ao intérprete Wander Timbalada e
ao compositor Lourenço. 2005 A
escola chega em 14º lugar e é rebaixada, com o enredo “De sol a sol, de sol a soja
- Um negócio da China!”. 2006 Mais
um dos incontáveis atrevimentos de Nésio. O presidente da Tradição foi ousado
em se apoderar do samba “Bahia de todos os deuses” (1969), uma grife do
Salgueiro, presente em qualquer antologia que se preze. Neste ano, a agremiação
proporcionou também a estréia do puxador Igor Vianna, filho do saudoso Ney
Vianna da Mocidade. 2007 Pela
terceira consecutiva, a Tradição apostava numa reedição de enredo. Desta vez,
apelava para um tema de seu próprio repertório, o samba “Passarinho, passarola,
quero ver voar” (1994). A escola passava por dificuldades, de maneira que Nésio
Nascimento, admitia que ela poderia nem entrar na Passarela do Samba em razão
de dificuldades financeiras. A escola passou. No entanto, foi novamente
rebaixada, desta vez para o Grupo B. 2008 A
agremiação de Campinho antecipou seu jubileu de prata em um ano para contar e
reviver sua própria história. Na chegada ao Grupo B, a escola acabou ficando na
7ª posição. 2009 Com
“Saquarema, princesinha da Costa do Sol. De capital do surfe à casa do vôlei”,
a escola chega em 9º lugar no Grupo RJ-1. 2010 Novamente
a escola recorre a uma reedição. Desta vez, finalmente, uma das obras-primas da
dupla João Nogueira e Paulo César Pinheiro para a agremiação de Campinho, foi
contemplada: “Rei Sinhô, Rei Zumbi, Rei Nagô”, que foi desenvolvido em 1986 por
Maria Augusta e comissão de carnaval. A agremiação do Condor ficou em 7º lugar
na terceira divisão do carnaval carioca (Grupo RJ-1). +++++++++++++++++++++++ IMPONHO, SOU GRANDE RIO – Origens A
Acadêmicos do Grande Rio é herdeira e sucessora de várias agremiações
originárias de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na década de Em
22 de março de 1988, com o apoio de políticos, sambistas e de toda a sociedade
caxiense, a Grande Rio, que estava no Grupo 3 (quinta divisão do carnaval do
RJ) fundiu-se à Acadêmicos de Caxias, dando origem à atual Acadêmicos do Grande
Rio. Milton Abreu do Nascimento, conhecido como Milton Perácio, foi eleito presidente,
e decidiu que a escola deveria ter um patrono e um presidente de honra, que teria
que ser uma pessoa de influência para ajudar ou mesmo financiar o carnaval da
escola. O empresário Antônio Jaider Soares da Silva aceitou o desafio e passou
a ser o presidente de honra da escola. O deputado Messias Soares foi escolhido
o patrono da agremiação. A
Acadêmcios do Grande Rio filiou-se à Associação das Escolas de Samba da Cidade
do Rio de Janeiro e entrou direto no Grupo 2-A (terceira divisão do carnaval
carioca). Na estreia, em 1990 Com
o enredo “Porque sou carioca”, sobre a cidade do Rio de Janeiro, a escola foi
vice-campeã do Grupo 1-B e subiu para o Grupo Especial. A Grande Rio
impressionou pelo extremo luxo das fantasias e pelo gigantismo das alegorias. O
samba, puxado por Dominguinhos do Estácio, contagiou o público. 1991 Para
sua estréia no Grupo Especial, a Grande Rio apresentou o tema “Antes, durante e
depois, o despertar do homem” e teve pinta de escola grande, com carros e
fantasias luxuosas. Para o desfile, foram contratados o intérprete Dominguinhos
do Estácio (ex-Estácio e Imperatriz), o diretor de bateria Mestre Paulão (egresso
da União da Ilha) e o experiente casal de mestre-sala e porta-bandeira Élcio PV
e Dóris. Apesar do belo visual, a escola teve sérios problemas em evolução, com
visíveis buracos entre as alas e a aceleração dos componentes. O momento mais
grave foi observado a partir da indecisão da bateria em entrar ou não no boxe.
Preocupados com o tempo, os dirigentes optaram por não recuarem a bateria e o
resultado foi um enorme buraco, que prejudicou todo o conjunto da escola. A escola
chegou na 16ª colocação e voltou para o Grupo de Acesso A. 1992 “Águas
claras para um rei negro” foi um desfile maravilhoso. Embalada por samba
extraordinário, a escola desenvolveu um tema afro, lindas alegorias e uma
apresentação tecnicamente perfeita. Com isso, reconquistou o direito de
competir no desfile principal, sendo a campeã do Acesso. 1993 Na
volta ao Especial, a Grande Rio investiu 500 mil dólares para desenvolver o
tema “No mundo da lua”. Entre as contratações para aquele carnaval, estavam o
intérprete Nêgo (ex-Unidos da Tijuca) e o carnavalesco Alexandre Louzada (que
teve passagens por Portela, União da Ilha, Unidos do Cabuçu e Caprichosos). Com
um bom samba enredo, que resultou da criticada fusão de três outros sambas,
assinado pelo total de dez autores, os cinco mil componentes da escola
misturaram astrologia e lendas nativas para cantar, ao desenrolar de 52 alas,
as fábulas da lua. O samba tornou-se um hino para os caxienses, que o cantam
sempre no "esquenta" da escola. A GR chegou em 9º lugar. 1994 Com
um dos sambas mais “carregados” da história do carnaval carioca, – “Os santos
que a África não viu” – a Grande Rio contou a história da umbanda pela visão da
entidade Zé Pelintra e obteve o Estandarte de Ouro de melhor enredo, mas
enfrentou problemas com as autoridades eclesiásticas. O barracão da escola,
inclusive, foi vistoriado, devido a uma denúncia de que a escola sairia com
imagens sacras. 1995 A
Grande Rio transformou o ciclo da borracha na Amazônia em conto de fadas. O
desfile, no entanto, mostrou-se confuso e não agradou. Por muito pouco, a
escola não foi rebaixada (chegou em 13ª colocação entre 15 escolas). A agremiação
trouxe a modelo e atriz Andréa Guerra (protagonista da minissérie da TV Globo
“A desinibida do Grajaú), como rainha da bateria. 1996 Graças
ao samba “Na era dos Felipes, o Brasil era espanhol”, a receptividade de
público foi excelente e o samba virou antológico para a escola, cujo refrão é
conduzido até hoje como alusivo (Imponho
/ Sou Grande Rio... amor / Dando um banho de cultura... eu vou / Pro abraço da
galera... me leva / Lindo como um pôr-do-sol eu sou). A modelo e atriz
Mônica Carvalho foi a rainha de bateria. 1997 A
tricolor de Caxias apresentou um lindo samba sobre a construção da Ferrovia
Madeira-Mamoré, 1998 Naquele
carnaval, a Grande Rio apresentou “Prestes, o cavaleiro da esperança”, um samba
muito popular (que continha o refrão arrasta-povo “Ah! Eu tô maluco, amor...”) e marcou presença principalmente pelo
seu tema, um dos mais politizados deste ano: o centenário de nascimento de Luiz
Carlos Prestes. Para desenvolver o enredo, a escola contratou o carnavalesco Max
Lopes, o mago das cores. A escola recebeu muitas críticas ao colocar a líder
dos sem-terra, Débora Rodrigues, como destaque de um carro alegórico, causando
a insatisfação da família do ex-líder comunista. Com esse desfile, a Grande Rio
começou a despontar como escola popular e dos artistas globais. 1999 A
escola homenageou o empresário da comunicação Assis Chateaubriand, o grande
nome da mídia no Brasil na metade do século 20. O carnaval foi muito rico e
competitivo, que deu à GR o sexto lugar. A modelo e hoje apresentadora de tevê Luciana
Gimenez desfilou grávida em cima do carro alegórico das festas juninas,
mostrando a barriga e o corpo escultural. O posto de rainha da bateria ficou a
cargo da atriz global Danielle Winits. 2000 No
carnaval das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, a Grande Rio
levou como rainha de bateria a atriz e modelo Susana Werner, na época casada
com o jogador Ronaldo Nazário. O assédio da imprensa ao ator Thiago Lacerda (que
na época fazia sucesso protagonizando a novela Terra Nostra, da TV Globo) prejudicou
o desfile da escola. 2001 A
Grande Rio contratou o legendário carnavalesco João Jorge Trinta para
desenvolver o enredo sobre o Profeta Gentileza, personagem popular no Rio de
Janeiro. Para a condução do samba, a escola trouxe o puxador Quinho (ex-União
da Ilha e Salgueiro). A escola fechou o desfile, já na manhã de terça-feira,
com um homem voador importado dos Estados Unidos. O dublê norte-americano Eric
Scott voou sobre a Sapucaí, com um foguete portátil de US$ 120 mil nas costas. 2002 Mais
um enredo de Joãosinho Trinta. Desta vez, “Os papagaios amarelos nas terras
encantadas do Maranhão”, era uma espécie de releitura do enredo “Rei de França
na Ilha da Assombração”, apresentado pelo Salgueiro, em 1974, de autoria do
próprio artista sobre seu estado natal. A apresentadora e modelo Luciana
Gimenez foi a rainha de bateria da escola. 2003 A
Grande Rio mergulha de cabeça na era dos enredos patrocinados. A escola enfocou
a história da mineração no Brasil, com o patrocínio da Companhia do Vale do Rio
Doce, com muito luxo e fantasias bem elaboradas. Para reforçar o carro de som,
a escola contratou o intérprete Wander Pires (ex-Mocidade). O terceiro lugar
obtido pela GR foi a grande surpresa do
carnaval, que, pela primeira vez, voltou no sábado das campeãs. 2004 Um
carnaval polêmico, provocativo, bem ao estilo de Joãosinho. Sob o patrocínio de
empresas de preservativos, a escola apresentou o enredo “Vamos vestir a
camisinha, meu amor!”. Por decisão judicial, a escola teve dois carros
censurados, que passaram na avenida cobertos. Alas homenagearam o Movimento
GLS, alegorias mencionavam os prazeres nas casas noturnas e fantasias
representavam doenças sexualmente transmissíveis. A Grande Rio encerrou o desfile
fazendo uma homenagem a Chacrinha, que sempre divulgou o uso do preservativo. A
rainha de bateria foi a atriz global Deborah Secco. João 30 acabou demitido
pela agremiação momentos antes da apuração do resultado. A Grande Rio obteve
apenas o 10º lugar. 2005 Com
“Alimentar o corpo e a alma faz bem”, o patrocínio da vez foi da Nestlé. A
escola contratou o carnavalesco Roberto Szaniecki, que desenvolveu um desfile
alegre, com carros bem construídos. A bateria, a cargo de Mestre Odilon, teve
um excelente desempenho. A Grande Rio misturou realidade e ficção. A escola
levou para a avenida uma legião de atores da novela Senhora do Destino, que
gravou cenas do desfile para recriá-lo como sendo da fictícia escola Unidos de
Vila São Miguel. A rainha de bateria foi a atriz Suzana Vieira. O desfile,
tecnicamente correto, rendeu à escola o terceiro lugar. 2006 Falando
sobre o Amazonas, a Grande Rio conquista o seu melhor resultado: o
vice-campeonato, pois perdeu dois décimos por exceder o tempo máximo de desfile
em 1 minuto (após o empate em número de pontos, a Vila Isabel, venceu por ter
melhores notas no quesito de desempate). Ou seja: a tricolor da Baixada perdeu
o título por um minuto, apesar de apresentar carros alegóricos luxuosos e ricos
em detalhes. 2007 Com
o enredo “Caxias, o caminho do progresso, o retrato do Brasil”, a Grande Rio
conquista o bi-vice-campeonato, falando da sua cidade, Duque de Caxias. A
ex-BBB Grazi Massafera fez sua estreia como rainha de bateria, comandada por
mestre Odilon. O ator José Wilker representou o político Tenório Cavalcanti, um
dos personagens homenageados pela escola (e que o ator já tinha vivido no
cinema). A GR ainda reverenciou o sambista Zeca Pagodinho e o diretor de
carnaval da escola, Milton Perácio, um dos fundadores da agremiação. 2008 Outro
bom momento da escola, que rendeu o terceiro lugar no Grupo Especial. “Do verde
de Coari vem meu gás, Sapucaí!” abordou na avenida a importância do gás em
nosso dia a dia, homenageando a cidade de Coari, no Amazonas. 2009 O
novo carnavalesco contratado pela escola, Cahê Rodrigues, assinou o enredo que contou
a história da França com seus costumes. Paola Oliveira fez sua estreia como
rainha de bateria, comandada por mestre Odilon. Para liderar o carro de som, a
escola contratou Wantuir. 2010 Com o patrocínio da cervejaria Brahma, a tricolor da Baixada Fluminense trouxe o enredo "Das arquibancadas ao camarote número 1, um Grande Rio de emoção, na apoteose do seu coração", e reviveu os melhores carnavais realizados na Sapucaí. A agremiação terminou sendo vice-campeã.
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