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              Uma voz que faz falta na avenida: a do velho compositor e
        puxador salgueirense Noel Rosa de Oliveira, dono de um
        dos mais belos timbres vocais do samba em todos os tempos
        e co-autor de obras antológicas.   
      
      
         
      
      O negrinho Noel veio ao mundo no
        Morro do Salgueiro, em 15 de julho de 1920 – menos
        de dez anos depois, portanto, de seu homônimo de Vila
        Isabel, nascido em dezembro de 1910. Os nomes idênticos
        são apenas coincidência, pois quando o salgueirense
        chegou ao mundo, o Poeta da Vila ainda nem sonhava em
        compor os sambas que o eternizaram.    
      
      
         
      
      Noel Rosa de Oliveira, aos 13
        anos, tocava vários instrumentos de percussão e
        freqüentava as rodas de partido-alto em frente à venda
        de seu pai e era o mascote da turma. No mesmo ano,
        ingressou na Unidos do Salgueiro, onde, de 1939 a 1954,
        foi compositor e diretor de harmonia. A escola foi uma
        das três agremiações que viriam, anos mais tarde, a
        formar a Acadêmicos do Salgueiro. Em 1960, Noel Rosa de
        Oliveira leva para a avenida o belíssimo samba enredo
        “Quilombo dos Palmares”, em parceria com
        Anescarzinho e Walter Moreira. Três anos depois,
        novamente com Anescarzinho, faz delirar o mundo do samba
        com a vida da sensual escrava “Chica da Silva”.
        Em 1964, emplaca no terreiro nas rádios (na voz do
        cantor Noite Ilustrada) a história do menino negro e
        pobre que “gostou da filha da madame” (O
        neguinho e a senhorita), sucesso que Elza Soares e
        Neguinho da Beija-Flor regravaram posteriormente. No ano
        seguinte, Jair Rodrigues emplacou enorme sucesso com
        “Vem chegando a madrugada”.   
      
      
         
      
      Noel Rosa de Oliveira participou
        ainda, no final da década de 60, do grupo A Voz do
        Samba. Nos anos 70, ingressou no conjunto Os Partideiros
        do Plá. Noel é considerado um dos mais férteis
        melodistas do Salgueiro. Foi puxador de samba na época
        em que o cantor era acompanhado das pastoras da escola e
        não havia poderosos carros de som, gravação de discos
        oficiais, marchas disfarçadas de sambas enredo, baterias
        aceleradas e nem disputa por intérpretes a peso de ouro.
               
      
      
         
      
      Durante quase duas décadas foi a
        voz oficial do Salgueiro, dividindo o posto com outros
        baluartes do samba, como os compositores Djalma Sabiá e
        Zuzuca ou os cantores Jorge Goulart, Sônia Santos e Joel
        Teixeira. Em 1977, Noel Rosa de Oliveira encerrou sua
        trajetória como puxador, passando o bastão e o
        microfone para o então iniciante Rico Medeiros. O
        coração deste maravilhoso compositor parou de bater em
        19 de março de 1988, um mês depois de ter desfilado
        pela sua vermelho e branca com o tema “Em busca do
        ouro”.   
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        | Início: Escola
        de samba Unidos do Salgueiro, aos 13 anos de idade.
      
       Em 1954,
        ajudou a fundar a Acadêmicos do Salgueiro.   
        
      
      De 1960 a 1977 –
        Salgueiro    
        
      
        
        
      
      SAMBAS DE SUA AUTORIA: “Quilombo dos Palmares”
        (Salgueiro/60, com Anescarzinho e Walter); “Chica da
        Silva” (Salgueiro/63, com Anescarzinho).   
        
      
        
        
      
      OUTROS SUCESSOS: “O negrinho e a senhorita”
        (com Abelardo da Silva); “Vem chegando a madrugada”
        (com Adir de Paula “Zuzuca”).  
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