ALMIR SAINT-CLAIR
MONARCO
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Nome: Hildemar Diniz
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Ano de nascimento: 1933
Ano de falecimento: 2021
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Nascido no bairro de Cavalcante, Monarco ainda
criança foi morar em Nova Iguaçu. Aos 10 anos de idade
mudou-se para Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio e bairro de origem
da Portela. Àquela época teve de perto contato com os
sambistas da escola, integrando blocos e compondo sambas ainda pequeno.
Também foi nessa época que lhe surgiu o apelido.
Aos dezessete anos foi convidado a integrar a ala de compositores da
Portela, onde mais tarde viria a se tornar líder da velha
guarda. Exerceu também a função de diretor de
harmonia da escola.
Monarco nunca chegou a ganhar uma disputa de samba-enredo pela Portela,
mas conseguiu consagrar sambas de terreiro e sambas de quadra. Um deles
é “Passado de Glória”, que já foi
utilizado como “esquenta” (samba executado na área
de concentração, pouco antes do desfile), da azul e
branco em diversos anos.
No entanto, Monarco venceu algumas disputas na Unidos do Jacarezinho.
Em meados da década de 60, o poeta se apaixonou por uma bela
cabrocha moradora do bairro do Jacarezinho e o compositor se mudou para
a região. Dali para frequentar o samba na escola rosa e branco
foi um pulinho. Emplacou quatro sambas por lá, mas só
enquanto a agremiação desfilava nos grupos de acesso.
Quando a escola venceu o grupo 2 (com um samba composto por ele), o
poeta sentiu que era hora de voltar para a sua Portela pois o
coração não aguentaria concorrer contra sua maior
paixão no samba. Monarco fez tanto nome no Jacarezinho que
chegou até ser o presidente da escola numa ocasião que a
bandidagem só a ele respeitava – nos carnavais de 1993 e
1994. O bamba foi homenageado pelo Jacaré na Sapucaí, em
2005, quando a escola desfilou pelo então Grupo B (atual
Série B, a terceira divisão do carnaval).
Apesar de não ter vencido nenhum samba-enredo pela Portela,
Monarco concorreu diversas vezes. Numa entrevista ao programa Sem
Censura, da TV Brasil, em outubro de 2017, revelou que as duas
últimas vezes que foi às finais no Portelão foi em
1984 (em parceria com Noca da Portela, para o enredo “Contos de
Areia”) e em 1987 (novamente com Noca, e com o reforço do
filho de Monarco, o músico e cavaquinista Mauro Diniz, para o
tema “Adelaide, a pomba da paz”). Sua última disputa
de samba-enredo foi em 2007, com seu filho Mauro Diniz, Ary do Cavaco,
Naldo e o presidente da Ala de Compositores da Portela, Júnior
Scafura, para o enredo “Os deuses do Olimpo na terra do carnaval:
uma festa dos esportes, da saúde e da beleza”, mas a obra
acabou caindo nas eliminatórias.
Em 2013, Monarco foi articulador da vitória da chapa
“Portela Verdade”, encabeçada por Serginho
Procópio como presidente e Marcos Falcon como vice, atuando
politicamente contra o então ex-presidente Nilo Figueiredo. Com
a vitória da chapa, Monarco se tornou então o presidente
de honra da Portela.
Monarco faleceu em 11 de dezembro de 2021 depois de um mês
internado, devido a complicações de uma cirurgia no
intestino.
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Início: Portela, na infância
na década de 40.
GRITO DE GUERRA: Não tem
CACOS CARACTERÍSTICOS: Não tem
SAMBAS
DE SUA AUTORIA: “Exaltação a Frei
Caneca” (Unidos do Jacarezinho/1967);
“Exaltação à cultura nacional”
(Jacarezinho/1968); “A história de Vila Rica do
Pilar” (Jacarezinho/1969); “Geraldo Pereira, eterna
glória do samba” (Jacarezinho/1982).
DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:
- Escolas de
Sambas-Enredo Portela – Coletânea Sony (1993)
– faixas
“Rio, capital eterna do samba” (carnaval de 1960) e
“As seis datas magnas” (carnaval de 1953).
DISCOGRAFIA:
- Portela Passado de
Glória (RGE, 1970)
- Monarco (Continental, 1974)
- Monarco (Eldorado, 1976)
- Terreiro (Eldorado, 1980)
- Doce Recordação (Selo Office Sambinha, 1986)
- Inéditas: Projeto Preservação da Música
Popular (CCSP, 1989) – consta o samba
“Exaltação a Frei Caneca”
- A Voz do Samba (Kuarup, 1994) – consta o samba
“História de Vila Rica do Pilar”
- Velhas Companheiras: Mangueira & Portela (Nikita, 2000)
- Todo Azul (Phonomotor, 2000)
- Doce Recordação (Nikita, 2000)
- Monarco (Warner, 2000)
- Uma História do Samba (Japão, 2000)
- Meninos do Rio (Carioca Discos, 2000)
- Uma História do Samba (Rob Digital, 2003)
- Passado de Glória - Monarco 80 Anos (Independente, 2014)
- Monarco de Todos os Tempos (Biscoito Fino, 2018)
Participações
especiais:
- Histórias do Céu e da Terra (1984)
- Ala de Compositores da Portela (2000)
- Homenagem a Paulo da Portela (Nikita, 2001)
- Zeca Pagodinho: À Vera (Universal, 2005)
- Baú da Dona Ivone (Independente, 2012)
- Samba Book - João Nogueira (Musikeria, 2012)
Prêmios:
- Melhor Álbum de Samba (“Passado de Glória -
Monarco 80 anos”), no 26º Prêmio da Música
Brasileira (2015);
Estandarte de Ouro 2016 – categoria Personalidade.
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MAIS FOTOS DE MONARCO
O poeta Hildemar
Diniz, aos 85 anos
Monarco e sua imagem
clássica: fazendo reverência com o chapéu
panamá azul e branco
Monarco desfilando com sua
Portela na Sapucaí
Capa de seu LP de 1991 "A Voz do
Samba"
Monarco nos arcos da "Lapa de
outrora", em 1971
Na capa de seu disco de 1976
Com seu filho, Mauro Diniz, na
entrega do Prêmio da Música Brasileira (2015)
Capa do disco Terreiro, de 1980
Monarco ao microfone
Família Diniz: Mauro
(filho), Juliana (neta) e o patriarca
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