MARINHO DA MUDA
MARINHO
DA MUDA
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Nome Completo: Mário Pereira
Ano de nascimento: 1928
Ano de
falecimento: 1987
Foto do arquivo pessoal de Almir Saint-Clair
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Marinho
da Muda foi um dos mais importantes sambistas do carnaval carioca.
Cantor e compositor, foi um dos fundadores do Grêmio Recreativo e
Escola de Samba Educativa Império da Tijuca e o maior vencedor
de samba-enredo da história da agremiação da verde
e branco do Morro da Formiga, sempre obtendo êxito na avenida.
Mulato magro e com um bigodinho fino, Marinho da Muda tinha uma voz
frágil e rouca. Não era exatamente um intérprete,
mas um sambista que cantava seus sambas na quadra e levava à
avenida. Era oriundo da Muda, uma pequena região localizada na
Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, sendo então um bairro
não-oficial da região tijucana. Existem algumas
versões para a denominação da região. Uma
das mais comuns relata que a Muda foi assim batizada pelo fato de que
no espaço onde funciona a quadra da Império da Tijuca, na
Rua Conde de Bonfim, se fazia a muda (substituição) das
parelhas de animais que tracionavam os bondes que ligavam o sub-bairro
da Usina e o Alto da Boa Vista à Tijuca.
A primeira música gravada de Marinho da Muda apareceu no disco
Exportação, do conjunto Os Originais do Samba,
lançado em 1971. “Uma Praça e Você” era
a faixa de abertura do quarto LP do sexteto carioca. Nos anos
seguintes, Marinho participou de vários programas de
rádio e de televisão do Rio de Janeiro (TV Educativa),
São Paulo (TV Cultura) e do Recife.
Seu primeiro grande sucesso no carnaval aconteceu em 1971, com o
samba-enredo “O Misticismo da África ao Brasil”, que
rendeu muita popularidade à Império da Tijuca e um
8º lugar que garantiu a permanência da escola no Grupo
Especial naquele ano. O samba ganhou uma famosa
regravação pela cantora Clara Nunes no seu disco de 1971,
primeiro trabalho da artista cujo repertório destacava um
viés musical de forte inspiração de
religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé.
Em 1973, Marinho da Muda fez um tremendo sucesso ao lançar por
sua própria voz “Ninguém tasca (O
Gavião)” – conhecido pelos versos “a
nêga é minha / ninguém tasca / eu vi
primeiro”, em parceria com João Quadrado. O samba estourou
no carnaval daquele ano e posteriormente ganhou inúmeras
regravações. A música foi lançada em um
compacto simples cujo lado B constava “Brasil, Explosão do
Progresso”, samba-enredo da Império da Tijuca para o
desfile de 1973.
Três anos depois, mais um sucesso de meio de ano, “Por Que
Nos Separar?”, em parceria com Gracia do Salgueiro, ocupava o
lado A de um compacto simples lançado pela gravadora Copacabana.
No lado B da bolachinha constava “O Guerreiro das Alagoas”,
samba-enredo que ajudou a Império da Tijuca a se sagrar
campeã do Grupo 2 no carnaval de 1976.
Marinho da Muda teve músicas interpretadas por vários
artistas de renome, destacando-se Clara Nunes, Ivon Curi, Silvinho do
Pandeiro, Wilson Simonal, Conjunto Nosso Samba e Martinho da Vila. No
ano de 1978, a cantora Sabrina, no disco Eu Sou Eu, pela gravadora CBS,
interpretou de sua autoria “Pé de Galinha Não
Machuca Pinto”, outro grande sucesso, desta vez em parceria com o
niteroiense Heraldo Faria, da ala de compositores da Acadêmicos
do Cubango.
Ao todo, Marinho da Muda teve 14 sambas de sua autoria passando na
avenida, sempre pela mesma escola, a Império da Tijuca. O cantor
faleceu em 27 de fevereiro de 1987, dois dias antes que a
Império da Tijuca desfilasse com o último samba de sua
autoria, "Viva o Povo Brasileiro", inspirado na obra de João
Ubaldo Ribeiro.
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Início: foi um dos fundadores da Império da
Tijuca em 1940
De 1956 a 1986 – Império da Tijuca (intérprete nos anos em que era o compositor do samba)
GRITO DE GUERRA:
"Fala Império da Tijuca!" Marinho da Muda não se
caracterizava por emitir o grito de guerra no início da
gravação do samba como é comum aos
intérpretes. Ele o fazia no meio da gravação
geralmente ao final da primeira virada do samba, o que também
poderia ser considerado uma espécie de caco.
CACOS DE EMPOLGAÇÃO: “simbora gente”; “que beleza”; “fala Morro da Formiga”.
SAMBAS DE SUA AUTORIA:
“Constituição de Uma Raça”
(Império da Tijuca/1956); “Homenagem aos Bombeiros”,
(Império da Tijuca/1959, com Henrique Cândido e
João Galvão); “Esplendor do Rio de Janeiro
Imperial” (Império da Tijuca/1964, com João
Galvão e Nélson Fonseca); “Reino Encantado de
Vicente Guimarães”, (Império da Tijuca/1967, com
Jorge Melodia); “Exaltação a Cândido
Portinari” (Império da Tijuca/1968, com Ailton Furtado);
“O Negro na Civilização Brasileira”
(Império da Tijuca/1969); “Segredos e Encantos da
Bahia” (Império da Tijuca/1970, com João
Galvão); “Misticismo da África ao Brasil”
(Império da Tijuca/1971, com João Galvão e Wilmar
Costa); “Brasil, Explosão do Progresso”
(Império da Tijuca/1973, com João Galvão e Wilmar
Costa “Guerreiros das Alagoas” (Império da
Tijuca/1976, com Tiãozinho); “As Três Mulheres do
Rei” (Império da Tijuca/1979, com Jotesse e Luizinho);
“De Sacristão a Barão do Ouro”
(Império da Tijuca/1980, com Cajá); “Tijuca,
Cantos, Recantos e Encantos” (Império da Tijuca/86, com
Pedrinho da Flor, Baster e Belandi); “Viva o Povo
Brasileiro” (Império da Tijuca/87, com Pedrinho da Flor,
Baster, Belandi e João Quadrado).
DISCOGRAFIA DE CARNAVAL:
LP As Dez Grandes Escolas Cantam para a Posteridade Seus Sambas-Enredo de 1968 – Grupo 1 (faixa Império da Tijuca)
LP Sambas Enredo Grupo 2 1970 (faixa Império da Tijuca)
LP Festival de Sambas Enredo 1971 – Sambas Enredo das 10 Maiores Escolas de Samba Grupo 1 (faixa Império da Tijuca)
Compacto Simples
“Ninguém Tasca (O Gavião)” / “Brasil,
Explosão do Progresso” (samba-enredo Império da
Tijuca 1973)
Compacto Simples “Por
Que Nos Separar?” / “O Guerreiro das Alagoas”
(samba-enredo Império da Tijuca 1976)
LP Sambas Enredo Grupo 2-A 1979 (faixa Império da Tijuca)
LP Sambas Enredo Grupo 1-B 1980 (faixa Império da Tijuca)
SUCESSOS: “Deixei a
boêmia”; “Ninguém tasca”; “Pé de galinha não machuca
pinto”;
“Uma praça e
você”; “Misticismo da
África ao Brasil”; “O
avião”.
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MAIS FOTOS DE MARINHO DA MUDA
Marinho da Muda está
no palco (C, com o microfone), junto com João Roberto Kelly (E),
Natal Expedito (de óculos, presidente da Império da
Tijuca nos anos 70 e 80) e Almir Saint-Clair (D, ao microfone), durante
gravação do programa "Rio Dá Samba", que ia ao ar
na TV Bandeirantes (provavelmente em 1980 ou 1981).
FOTOS: Arquivo Pessoal de Almir Saint-Clair
Marinho da Muda festejando o
título do segundo grupo da Império da Tijuca no Carnaval
de 1976, em frente à quadra da escola. Dica de nosso amigo Fred
Soares (Imagens: Arquivo Nacional)
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